O ensino, a pesquisa e a extensão são pilares de toda universidade e aparecem também em concursos docentes.

Você já parou para pensar no papel de cada uma dessas coisas na sua formação?

Ou na importância dessas três coisas para sua atuação enquanto pesquisador e professor?

Ou ainda em como cada um desses pilares existe por si só e são independentes funcionalmente.

Mas estão também interligados, e, portanto, indissociáveis em virtude, em prol da universidade?

A indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão foi consagrada, juntamente com o princípio da autonomia universitária (didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial), na Constituição Federal de 1988, no artigo 207.

Mas nem sempre essa indissociabilidade é tão clara na nossa vivência acadêmica.

Tanto que muitas vezes na prática das universidades há os docentes que atuam no ensino de graduação e/ou de pós-graduação.

Há os que fazem pesquisa, na maioria das vezes vinculados a programas de pós-graduação.

E há também os que se dedicam a programas de extensão.

Mas poucas vezes vemos um docente que se dedica aos três.

Até porque na maioria das vezes quando se fala em produção do conhecimento, parece que sempre nos referimos à pesquisa como seu sinônimo.

Mas não se pode conceber, por exemplo, um professor que somente exerça o ensino.

Da mesma maneira, é muito difícil acreditar que alguém somente pesquise sem socializar os resultados de sua busca.

Mesmo com o isolamento ou do distanciamento de muitos pesquisadores da sociedade não acadêmica.

De igual modo, não se pode conceber que a extensão seja concebida para poucos e para poucas atividades.

Então do que estamos falando quando falamos de ensino-pesquisa-extensão?

Para compreendermos o tripé vamos ao que, conceitualmente, significa cada um deles.

O ensino é o processo de construção do saber com a apropriação do conhecimento historicamente produzido pela humanidade.

Já a pesquisa é o processo de materialização do saber a partir da produção de novos conhecimentos baseado de problemas emergentes da prática social.

E a extensão pode ser entendido como processo educativo, cultural e científico, de intervenção nos processos sociais e identificação de problemas da sociedade.

Dessa forma, o princípio da indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão é fundamental no fazer acadêmico.

Isso porque a universidade é um lugar privilegiado de preparação para o exercício de profissões, cada vez mais regulamentadas e credenciadas (ensino).

E também é um lugar de pesquisa, do ensino da pesquisa e da busca de novos conhecimentos (pesquisa).

E além disso é um agente prestador de serviços a comunidade (extensão).

Ou seja, proporciona a teoria e a prática.

E também uma imersão na realidade, no entorno e na postura mais ativa e crítica.

Ensino, pesquisa e extensão, quando bem articulados, conduz a mudanças significativas nos processos de ensino e de aprendizagem.

Tanto no ato de aprender, de ensinar e de formar profissionais e cidadãos.

Ou seja, possibilitam operacionalizar a relação entre teoria e prática, a democratização do saber acadêmico e o retorno desse saber à universidade, testado e reelaborado.

Além disso, a articulação entre esses três pilares é a base do desenvolvimento científico e tecnológico, criando o dinamismo das sociedades atuais.

Por isso, quanto mais integradas estiverem as ações de ensino, pesquisa e de extensão, mais integralmente se estará formando o profissional para o mundo do trabalho.

O ensino com a extensão aponta para a formação contextualizada às agudas questões da sociedade contemporânea.

O ensino com a pesquisa aponta para o verdadeiro domínio dos instrumentos nos quais cada profissão se expressa, em seu próprio processo evolutivo.