A crise econômica está batendo com força à porta da ciência brasileira. Não bastassem os ajustes fiscais, que reduziram o orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em 25%, e do Ministério da Educação (MEC) em 9%, o setor sofre com a perda de royalties do petróleo e o saque de recursos destinados à pesquisa para o pagamento de bolsas do Ciência sem Fronteiras, que em 2014 drenaram R$ 2,5 bilhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
O cenário é o “pior dos últimos 20 anos”, segundo a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader. Sem dinheiro em caixa, agências de fomento estão cancelando editais e atrasando o pagamento de milhares de projetos.
A raiz do problema está no FNDCT, um grande portfólio de fundos setoriais que há décadas é a principal fonte de recursos de fomento à pesquisa no país. A partir de 2014, com a mudança nas regras de distribuição de royalties do petróleo, os recursos do pré-sal que alimentavam o Fundo Setorial do Petróleo (CT-Petro) passaram a fluir para o Fundo Social, que não é parte do FNDCT e não é dedicado à ciência. Com isso, o valor arrecadado pelo CT-Petro despencou de R$ 1,4 bilhão em 2013 para R$ 140 milhões em 2014 – e não deve chegar a R$ 30 milhões neste ano.
A arrecadação total do FNDCT, consequentemente, caiu de R$ 4,5 bilhões em 2013 para R$ 3,2 bilhões em 2014; e mais de R$ 1 bilhão desse valor foi reservado para o Ciência sem Fronteiras – algo que deve repetir-se neste ano. O quadro é agravado pela alta do dólar e pela recessão, que reduz a arrecadação de impostos e impacta o orçamento das fundações de amparo à pesquisa dos Estados.
“A situação é mesmo muito dura. Os editais de pesquisa têm ficado a seco”, diz Glaucius Oliva, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) e ex-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O orçamento do CNPq para este ano prevê um repasse de R$ 1,22 bilhão do FNDCT, mas só um quarto disso (R$ 330 milhões) foi recebido até agora. O conselho está retardando o pagamento de editais aprovados no ano passado e cancelando ou adiando a abertura de novas chamadas. Apenas 6 editais foram abertos neste ano, comparado a 51 em 2014 e 91 em 2013.
A chamada para criação dos novos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), de R$ 641 milhões, até agora não foi concluída, apesar do prazo para submissão de projetos ter-se encerrado um ano atrás. A tradicional Chamada Universal, aberta a todas as áreas de pesquisa, não deverá ser lançada neste ano, visto que o CNPq está tendo dificuldades para executar a chamada do ano passado, de R$ 200 milhões. Só R$ 50 milhões foram pagos até agora para mais de 5,5 mil projetos contemplados no edital.
“A prioridade é pagar aquilo que já foi julgado, antes de lançar coisas novas, sem lastro”, diz Oliva, que deixou a presidência do CNPq em fevereiro.
Fila de espera
A neurocientista Suzana Herculano-Houzel, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é uma dos milhares de cientistas aguardando pagamento. Ela teve um projeto de R$ 50 mil aprovado no Universal de 2014, mas só recebeu R$ 6,5 mil até agora. “O jeito é tirar dinheiro do próprio bolso para manter o laboratório funcionando”, diz. “Eu já me devo uns R$ 15 mil.”
Elibio Rech, da Embrapa, também está na fila, aguardando R$ 120 mil que foram aprovados para o desenvolvimento de um óleo de soja mais saudável. Até agora, só recebeu 10%. “Já tivemos crises, mas nunca vimos chegar a esse ponto. O Universal nunca deixou de ser pago. É uma sinalização muito ruim, especialmente para os cientistas mais jovens, que dependem desses pequenos auxílios.”
Na esfera acadêmica, para não cancelar bolsas, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do MEC precisou cortar 100% dos recursos de capital e 75% das verbas de custeio destinadas aos programas de pós-graduação de todo o País. “Tivemos de nos ajustar à nova realidade”, diz o diretor de Programas e Bolsas da Capes, Márcio de Castro Silva.
(As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)
Estamos sentindo isso bem de perto é uma grande vergonha. Agora a exigência para se manter como pesquisador nessa terra de nada e ninguém continua alta. Já que não tem como pesquisar, então revejam as exigências, senhora Capes!
Triste, desestimulante e humilhante ?
Não tá muito bom, mas de forma alguma vivemos o pior momento dos últimos 20 anos.
Final do ano passado a tutora da pós sumiu e sofri para fazer o projeto de intervenção. Estava com a bolsa atrasada e quem pagou o pato foram os alunos.
“Ao bradarmos ‘Brasil, pátria educadora’ estamos dizendo que a educação será a prioridade das prioridades”
Presidente Dilma
O problema da Ciência no nosso país vai muito além da crise. Infelizmente, seja por pressão para produção, por pura ausência de vocação para ser pesquisador ou outras razões, vemos muitas pesquisas medíocres sendo desenvolvidas, tirando investimentos e recursos de outras que realmente são sérias. Concluir o doutorado não significa o fim do tormento, pois passar em concurso para o magistério e iniciar as próprias pesquisas é um pesadelo já no início de carreira, pois a recepção é quase sempre com falta de estrutura, de recursos e excesso de egos. O que se vê é que muitos pesquisadores têm preguiça ou não sabem o essencial do seu ofício: Pesquisar. E os que sabem geralmente são celebridades quase inacessíveis. Há demasiada preocupação com status, quantidade de publicações e aumentar o volume do Lattes. Afinal senhor pesquisador que se intitula renomado, quantos dos seus 800 artigos (Isso quando não são resumos em congressos) teve uma contribuição real para a sua área de conhecimento? Como vão adequadamente formar e inspirar assim essa e as futuras gerações de mestres e doutores? Sempre almejei a docência. Mas hoje com o pouco que conheço dos bastidores da mesma, sinto vergonha e decepção pelo que constantemente observo. O desencanto só não é total porque as exceções ainda existem.
Me fez lembrar Gilson Volpato!
Júnia Da Mata Fujita olha o que sempre comentamos! Esse cara nos representa!!
Gilson Volpato é certeiro ao enfatizar que para fazer ciência é necessário que o pesquisador esteja preparado. É óbvio que é importante, mas dispor de recursos financeiros não basta. E, sinceramente, acho mais fácil conseguir grana para desenvolver uma ideia do que corrigir um pesquisador ruim. Rsrs.
Concordo plenamente com o que escreveste!
André precisamos de exceções como você, que fazem a diferença. Por favor continue almejando…
A realidade é exatamente essa, André!
Erica, obrigado. Eu tenho enorme prazer em estar em sala e, mesmo com a mudança de campus, ainda estou ministrando aula no mestrado no CCTA. Abraço.
Só li vdds em tudo Dr André Leandro. Coordeno um pequeno grupo de pesquisa e as dificuldades passam por tuuuudo que descreveu. É lamentável ver que a única saída está sendo sair do país, como já manifestou a profa Suzana Herculano Houzel, da UFRJ, a minha última esperança de uma voz ativa pela melhora das condições da PG e dos cientistas de vdd desse país. Triste.
Falou tudo!
Tudo o que muita gente sabe, vive e não tem coragem de dizer!
Sou aluna de Iniciação científica e já me desiludi desde cedo e olhe que nem vi nada ainda!!!! Não vou desistir da docência mas sei as barreiras que precisarei quebrar!
Juliana, minha educação e a ética não me permitem opinar publicamente do jeito que gostaria. Rsrsrs. Não desista e faça sim a diferença! A docência é uma escolha excelente. O problema é que nem sempre vemos zelo e comprometimento com ela.
Concordo em gênero, número e grau contigo!
Verdade André …. Espero um dia chegar lá pois desde hoje tenho zelo pela forma com que a cada passo estou construindo esse futuro.
Concordo André, tanto que tenho vontade de compartilhar tuas palavras na minha página. Um adendo ao trecho: “O que se vê é que muitos pesquisadores têm preguiça ou não sabem o essencial do seu ofício: Pesquisar.” Pode-se também focar especificamente ao docente: “O que se vê é que muitos docentes têm preguiça ou não sabem o essencial do seu ofício: Ensinar, formar, instigar, construir… (muitos chegam na universidade totalmente focados em aumentar o volume do lattes e simplesmente ignoram que o papel do docente vai muito além de pesquisar, pois são totalmente descomprometidos com o ensino, a universidade e sobretudo com a sociedade ao qual a universidade está inserida!).
Luana, bom dia. Concordo plenamente em relação à questão dos docentes. É algo para ser repensado e combatido pela raiz, ainda no processo de seleção.
Bom dia! Se conheces novos métodos de seleção ou tens uma noção compartilha a fonte? No método tradicional, o candidato ao cargo de docente é capaz de concordar com tudo que for conveniente para agradar a banca para conseguir a vaga.
Cite algumas pesquisas medíocres por favor.
Morgan, não há necessidade de fazer citações nesse sentido. Até porque não seria ético e nem cabe a mim julgar o que é digno e o que é medíocre. Minha colocação é geral, autoexplicativa e refere-se aos que “brincam de pesquisar” utilizando os recursos que poderiam ser investidos em pesquisas relevantes.
Luana, na verdade a minha crítica não é exatamente aos métodos de seleção em si, mas à maneira com que o processo é geralmente conduzido.
Caro André,
Foste muito feliz em teu comentário. Atualmente, estou fora do país e por aqui, também, a questão dos egos é brutal …tive a felicidade de conhecer grandes nomes da ciência no Brasil e com pouco dinheiro temos que, literalmente, fazer milagres na pesquisa … só não me entristeço mais ainda com tudo isso, pois decidi há alguns anos tratar a ciência com o meu ponto de maior alegria e busca de conhecimento … valorizo muito o que poderei deixar em termos de conhecimento e valores aos meus futuros alunos e não o número infinito de artigos publicados … rsrsrs …. “seja lembrado pelo que você fez” “faça a diferença, de pouco em pouco você tocará o coração de quem quer”.
Abraços e sucesso! Persistam meus amigos! …
Caros Doutores, acredito que nem todos tiveram a curiosidade despertada para se identificar as RAíZES desses incontáveis problemas e dilemas atuais. Nada mas exato do que indicar a política da nação como responsável. O atual “socialismo democrático” é uma máscara doutrinada pelo filosofo ANTÔNIO GRAMSCI. Ele foi importante membro do partido comunista italiano, quem, observando os enganos do sistema comunista, percebeu que a melhor forma de se DOMINAR uma população não era com CHOQUE de classes, mas sim, com a FORMAÇÃO DAS CLASSES. Como assim? Prometo educação a todos, embora não se deva prometer ALTO grau de educação, basta apenas a básica relacionada aos interesses POLÍTICOS. Para compreenderem o ESQUEMA, por favor, antes de emitirem opiniões fundadas em “achismos” leia a obra de Antonio Gramsci, comparem com a historia da nação e com o momento atual. Para despertar o interesse dos Doutores em saber mais e mais, apresento um link simples do Youtube ( https:// www. youtube.com/watch?v=nQbOVqq93l4 ). Assistam a aula e se depois ainda desejarem mais profundas informações, leiam a obra.
Quando ouvirem dizer que um político é SOCIALISTA OU DEMOCRÁTICO, certeiramente estarão diante disso. Monopólio de poder e riqueza. vejam a aula, leiam sobre Antonio Gramsci e se vejam na obra dele. ou não.
Mais uma a ser atribuída ao governo petista. E ainda tem defende.
Pior crise? Nossa, que forçada de barra PATETICA! Melhorem!
Foi dito pela presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, não pela página. Leia a matéria e não apenas o título.
Eu li a matéria, que reproduz tanta asneira quanto essa senhora.
Triste!
Indo do fundo do poço pro porão do fundo do poço.
Tinha ouvido que não iriam aprovar novas bolsas CsF, mas os resultados saíram no prazo determinado.
É engraçado que a maior parte dos pesquisadores apoiavam o atual governo! Viva a pesquisa!
Realmente, não se pode desmerecer o investimento do atual governo na pesquisa, porém deve-se levar em consideração que isso não se caracteriza como benefício, e sim como obrigação. Não se pode avaliar um governo somente pelo seu desempenho em um ou outro setor, é preciso que se avalie em um âmbito geral. Quem se informava a respeito do que estava acontecendo na economia do país, sabia desde o início do ano passado, que a política econômica, adotada pela Presidente, nos traria sérios problemas. Se algum governo valoriza a minha classe profissional, porém eu percebo que em outros setores está deixando a desejar, então esse governo não serve pra mim. Precisamos pensar como um todo, e de alguém que valorize o ser humano acima de todas as coisas, independente de legendas.
Justamente por ter sido o governo que deu mais subsídios à pesquisa, malgrado os cortes recentes. Não é engraçado, é perfeitamente compreensível para quem sabe em que estado estava a pesquisa científica antes de 2003.
Viva o atual governo! Viva a pesquisa! E vamos lá cumprir o DE em salas de aulas e deixar a pesquisa para os grandes centros de pesquisas que foram criados pelo atual governo!
NÃO quero NEM estou defendendo a política de educação do governo atual. Mas questiono-lhe: no contexto internacional atual e considerando a conjuntura brasileira, o que CONCRETAMENTE VOCÊ SUGERE Bruno enrique Fiorin? Deixo a pergunta para reflexão Após o governo dos militares, QUAL/QUAIS GOVERNO(OS) exatamente mais investiu em programas de capacitação para melhoria da pesquisa no Brasil? Itamar Franco? José Sarney? Fernando Henrique Cardoso? Lula? Dilma? Não há como negar? MUITOS ESTUDANTES DE FAMÍLIAS POBRES, filhos de assalariados e da classe média baixa, conseguiram bolsas para ter uma experiência de capacitação no exterior. Coisa que o governo tucano NÃO FEZ. Ou fez? Ao mesmo tempo (e não há como negar), o s últimos governos também NÃO DERAM O TRATAMENTO Á EDUCAÇÃO QUE PROMETERAM durante as campanhas eleitorais passadas. Prometeram uma coisa e implementaram outra, fundamentando em argumentos os mais esdrúxulos. A prova disso é a GREVE NACIONAL das universidades federais.
Então, querem voltar aos tempos deploráveis de FHC/PSDB? Gente hipócrita!
Respondo tua pergunta com outra pergunta: porque ser contra o atual governo necessariamente me faz querer o FHC ou o PSDB? Eu quero um estadista de verdade no governo, alguém que governe pelo povo e não pelo poder. Tu não tens nenhuma propriedade pra chamar alguém aqui de hipócrita, então sugiro que use argumentos plausíveis e seja educado, para uma discussão saudável.
O problema não é, no meu ponto de vista, fulano ser ruim ou ciclano ser ruim. O problema é achar o trigo no meio desse joio todo q é a política brasileira.
Não digo q tenhamos zero opções. Mas quais as boas opções de candidatos com chances reais de vitória? Eu não vejo nenhum. E essa última eleição presidencial, foi a pior q vi em nível de debates e candidatos. Ridículo.
Sinceramente, já estávamos derrotados antes mesmo do final das eleições…
Como o amigo falou, já tivemos crise, mais essa está superando todas. Isso se deve a incompetência deste governo que aí está, onde todas as áreas da sociedade são afetadas. Sem partidarismo, apenas devemos observar a realidade.
De onde você tirou que esta é a pior crise que já existiu? Meu filho você tem quantos anos?
vergonha mundial @dilmabr é isso que chamas de pátria EDUCADORA? Melhor um povo burro sob seu comando né.
Esse ciência sem fronteira precisa ser filtrado, tem gente lá esbanjando $$ sem fazer nada, só fazendo mochilão. Relatórios muitos simples e poucas cobranças. Dólar e euro estão muito caros
Sabe que o csf para a graduação acabou né ? :'(
Ainda bem, muito feliz em saber.
Jessica Berlezi, o csf p graduação não acabou.
Jéssica Berlezi, toda regra tem sua exceção. Mas infelizmente 80% dos estudantes de graduação não têm maturidade para essa empreitada. As portas estão abertas na pós-graduação para quem quiser mesmo ir no mestrado e no doutorado. Quando falo de ir digo de aprender o máximo de coisas novas e publicar artigos com os pesquisadores internacionais. Sabemos que é mais fácil um mestrando e um doutorando fazer isso do que um estudante de graduaçãi. Tive oportunidade de publicar com pesquisadores renomados e vi que o preconceito é muito maior do que a gente imagina com questão a pesquisa brasileira. Minha publicação foi aceita de cara e elogiada , apenas porque tenho meu nome entre pesquisadores de renome… Infelizmente é assim, o que movimenta esse setor nosso é publicação e o quanto isso irá trazer de novo pro grupo de pesquisa.
Gostaria do dado dos 80%, sou cientista e considero que todo dado falado deve ter fonte ou ter sido pesquisado. Fora isso, as exceções podem ser os maus alunos. Entende? Participou de um grupo de pesquisa onde dois bolsistas csf se saíram tão bem qe conseguiram parcerias institucionais entre nossas universidades. Além de outros que ainda estão na bolsa e fazendo ótimos trabalhos.
Infelizmente, conhecendo os que foran, vejo qe apenas o mau comportamento é mostrado.
Como não tenho a amostra de todos os bolsistas. Não julgo e acho uma pena todo o corte na educação do nosso país.
Espero que não, teve boatos e decidi eu mesma mandar email para o Ministério da Educação. Me retornaram que não tem previsão de abertura de novos editais para a graduação 🙁
Tá osso hein. Situação difícil, dificílima
O pior dos últimos 10 anos e não dos 20. A década de 90 foi a treva.
:/
E a CAPES quer avaliar o quê?
Triste!
A culpa desse quadro responde por duas letras: PT. E o pior é que vejo colegas de departamento (alunos da pós e professores) com todo acesso à informação defendendo esse governo, mesmo após serem diariamente bombardeados com denúncias de escândalos de corrupção. É algo inacreditável. Os caras dilaceraram a petrobrás (o que impacta diretamente no custeio da pesquisa no país) e ainda assim tem aluno que defende. E mesmo na época em havia dinheiro para investir em pesquisa acho que houve um erro de concepção no CsF.
Ao meu ver, o CsF deveria ser concedido somente para alunos de DOUTORADO. Para alunos de mestrado, é discutível, talvez em casos bastante específicos. Para graduando, NUNCA. A explicação para isso é muito simples: um aluno de doutorado que vai pra fora tem muito mais maturidade para cooperar e produzir algo, a ponto de a experiência do CsF acabar gerando um paper, que é algo importante pra todo mundo, pro doutorando em si, pra instituição brasileira, estrangeira e para ambos os grupos de pesquisa. Para um aluno de mestrado isso tb pode acontecer, mas a chance é um pouco mais remota pelo fato de que em geral no mestrado o projeto de pesquisa não é tão profundo quanto um projeto de doutorado (tese). CsF para graduação, é dinheiro jogado fora. Evidente que um ou outro aluno vai estabelecer conexões importantes e vai usufruir disso. Mas a maioria está indo pra “aproveitar a oportunidade”, fazer um intercâmbio bancado pelo governo pra encher o facebook com fotos. Depois muda de área ou o diabo a quatro. Quem está na pós e olha pra trás percebe o quanto somos imaturos na graduação (e eu me insiro nesse grupo, fiz 2 graduações!). Então, acho que o governo tb poderia ter aplicado melhor essa grana, mesmo em épocas de abundância.
obs.: eu sei que fui generalista nos comentários e que excessões existem, mas não tem como falar um assunto assim sem tecer comentários em linhas gerais. Então não venham com chororô.
Aliás, nem sei pq falei do CsF pessoal, acabei desviando um pouco da idéia inicial do comentário. Foi mal.
Como pesquisador independente desde 2008, percebo que eh o pior prognostico. Acho difícil ser o pior dos últimos 20 anos, apesar de não ter vivido todo este período
Os PTralhas roubaram tudo.
Quando os alunos de mestrado precisam fazer vaquinha para comprar um litro de solvente de 20 reais porque não existe mais recurso e a pesquisa para se não comprar, a crise está muito ruim mesmo.
Me desculpem… mas não é bem assim não…
Infelizmente as fontes de fomento da pesquisa no Brasil vem quase toda do governo. Em muitos países como USA, GRA, Alemanha, e etc, as pesquisas possuem também fontes de iniciativas privadas, empresas, corporações. Logo, se o governo não liberar dinheiro, a pesquisa no Brasil infelizmente para. Isso é um mal que está impregnado na ciência brasileira e que deve a medida do possível ser descartado. Não estou tirando a culpa do governo, ao contrário, o maior culpado de tudo isso que está acontecendo é justamente o governo, devido a sua má administração, começando pela Presidente e sua turma de governantes.
Certo ou errado, é como os médicos são chamados no mundo inteiro e reforçado nos paises desenvolvidos onde o Doutorado Academico para outras áreas é uma qualificação muito importande como nos EUA, Inglaterra, França, Itália, Russia, etc etc etc. Já virou um Linguajar universal para a profissão médica e consta nos seus diplomas Universitários
Vi muitos comentarios bons. Porem vi alguns comentarios que nao acredito serem de pos graduandos. se forem, realmente a nossa pos graduacao esta muito ruim, mas e de material humano. Tem um comentario de uma pessoa, falando mal da pos, quando teve bolsa durante 02 anos e nunca terminou o mestrado, a honestidade em pessoa. Sera que muitos que aqui combatem o CSF somente fazem por nao terem tido a oportunidade de ir? Quem aceita devolver o dinheiro da bolsa se nao concluir a pos? Tem muita gente tambem falando em ir embora. Acho uma otima ideia. la fora, a situacao esta otima! Paises como os Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Portugal, Australia entre outros, o governo libera milhoes para pesquisa! Ah, tem tambem aposentadoria integral dos professores universitarios. La o pessoal e bem exigente com o governo, nao “aceitam” mais de 2/3 do salario quando se aposentam! A situacao do mundo esta complicada, mas a hipocrisia aqui no Bradil nao tem limites!
Saudações a todos(as)!
Parabéns pelo post. Seguem algumas opiniões em resumo do que penso sobre estes 20 anos!
PARTE 1
1. Alguém esteve ou está lucrando com desvios na área da Educação (Fies, PROUNI, Csf, Institutos Federais, Universidades Federais, ENEM, PRONATEC). Uma auditoria iria bem não acham? O setor empresarial educacional no Brasil nunca teve tanta valorização em ações na bolsa de valores como nestes 20 anos.
2. Nunca antes na história deste país se viu tantos hermanos e outros brothers, com tantas bolsas, e assumindo cada vez mais cátedras no país.. e para os brasileiros lá fora: a realidade é a mesma?
3. O MEC vem tentando nestas últimas décadas, alcançar as metas da OCDE, OMC, e CIA LTDA, para isto triplicou ou quadruplicou o n° de matriculas no ensino basico, medio e superior, inclusive stricto sensu com mestrado e doutorado, e investimento em pesquisa. Mas os resultados… eis o ENEM, CENSU e ENADE para mostrar a qualidade… vejam os atuais CPC`s de grande parte da públicas. Já pensou se existisse o Web Qualis da Capes pra filtrar um pco destes programas stricto sensu de pós?
4. Os investimentos em infraestrutura novas universidades e institutos também foram construídos por odebretchs, camargos correa, delta, alguém tem dúvida? São empresas de reputação irrepreensível concordam?
5. Continua…
Texto que só corrobora as nossas conversas. Infelizmente, a realidade é triste. 🙁
A impressao que me da eh que o governo manda todo mundo pra fora por que no Brasil a pesquisa nao funciona. Por isso que investem mais no CsF do que em projetos executados no Brasil por pesquisadores nacionais. Seguindo essa linha, eu vazei tambem. Quando eu ver que as coisas estao melhores, eu volto! 🙂
Turismo Sem Fronteiras! Investir em graduandos para eles passearem pela Europa e não trazer nenhum retorno técnico-científico para o Brasil. Deveriam acabar com essa porcaria.