Ontem (18/07) foi disponibilizada uma planilha preliminar de um novo QUALIS CAPES.

E hoje muita gente já estava compartilhando essa nova classificação.

A notícia trouxe alegria para uns, tristeza para outros e muitas dúvidas para todos.

Do que realmente se trata essa mudança no Qualis periódicos?

O que sabemos até agora é bem pouco.

Mas tudo indica ser uma classificação em caráter provisório.

E que se baseia em quatro princípios:

Classificação única

Cada periódico recebe apenas uma qualificação.

Ou seja, independente da quantidade de áreas de avaliação ao qual o periódico foi mencionado a classificação valerá para todas.

Classificação por áreas-mães

Os periódicos agora serão agrupados de acordo com a área que houver maior número de publicações.

Assim, neste primeiro momento, foram considerados as publicações de 2017 e 2018.

E essa área de maior publicações é denominada área-mãe.

E nos casos de empate, foi considerada área-mãe aquela em que o número de publicações no periódico era mais representativo em relação ao total de produções da área.

Qualis Referência

Não foi divulgado muitos detalhes sobre como se chegou a essa referência.

O documento de esclarecimento diz apenas que foram utilizados “indicadores bibliométricos e um modelo matemático.”

E que “a atribuição do Qualis referência foi feita pela própria Diretoria de Avaliação e, portanto, as áreas já
receberam a lista de periódicos com esta pré-classificação”.

Indicadores bibliométricos

Estes consideram o número de citações do periódico dentro de três bases: Scopus (CiteScore), Web of Science (Fator de Impacto) e Google Scholar (índice h5).

Assim, foi considerado a categoria de área que cada base enquadra o periódico e a sua posição relativa dentro dela.

Como primeiro critério de estratificação, é considerado o percentil do CiteScore e/ou do Fator de Impacto.

Quando o periódico possui valores de percentis em mais de uma base e em mais de uma categoria, sempre é considerado o maior valor dentre todos.

E no caso do periódico não possuir CiteScore nem Fator de Impacto, é considerado o valor do índice h5 do Google Scholar.

Além disso, para criar uma correlação entre os indicadores, foi feito um modelo de regressão que faz a relação entre valores de h5 e CiteScore.

Assim, para periódicos que só possuem h5, é possível estimar um valor correspondente de percentil.

O estrato de referência foi calculado por intervalos iguais (12,5%) do percentil final, resultando em 8 classes

a) 87,5 define valor mínimo do 1º estrato (A1)

b) 75 define valor mínimo do 2º estrato (A2)

c) 62,5 define valor mínimo do 3º estrato (A3)

d) 50 define valor mínimo do 4º estrato (A4)

e) 37,5 define valor mínimo do 5º estrato (B1)

f) 25 define valor mínimo do 6º estrato (B2)

g) 12,5 define valor mínimo do 7º estrato (B3)

h) Valor máximo do 8º estrato inferior a 12,5 (B4)

Assim, os periódicos classificados nos 4 estratos “A” são aqueles com percentis acima da mediana e nos 4 “B” com percentis abaixo da mediana.

Tem ainda o estrato C que nem foi mencionado nessa estratificação.

A justificativa para essa nova divisão da classificação seria a “criação de faixas normalizadas que permitem comparação entre áreas distintas e que são populadas por critérios externos, sem necessidade de limites pré-estabelecidos”.

As notas de esclarecimentos da CAPES reforçam que a planilha que esta circulando ainda deverá ser analisada pelos coordenadores de área em conjunto com seus coordenadores de Programas de Pós-Graduação.

E que esta análise deverá ocorrer durante os Seminários de Meio-Termo, que acontecem nos meses de agosto e setembro.

Ou seja, ainda está em discussão e provavelmente ainda haverá mudanças.

O que tudo isso significa na prática

Além do periódico receber uma única classificação, esta acontecerá por uma área geral.

A ideia é que se possa comparar as áreas e suas respectivas publicações.

Mas esse tipo de comparação seria uma coisa realmente produtiva para a ciência brasileira?

Irá agilizar a publicação de artigos, que hoje demoram muito?

Na prática tira as particularidades de cada área e mede tudo por uma “régua” só.

Então aparentemente a partir dessa classificação o que é A1 para determinada área, será A1 para todas.

Com isso podemos esperar mudanças também na análise curricular de concursos e processos seletivos.

Até porque provavelmente ainda teremos outras mudanças no Qualis até o fim do ano.

E você, o que achou dessa mudança?

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