Muitas revistas devolvem artigos por estes apresentarem o famigerado inglês “pobre” (algo entre “Me-one-Big Mac” e “I would like one Big Mac with large fries, please”). Por essa razão, minha orientadora decidiu que usaríamos um serviço de correção de inglês (English-Language Editing Services) antes de submeter o primeiro artigo do meu mestrado. E quando eu digo “serviço de correção de inglês” aqui não estou me referindo àquele amigo que fez letras, mas a um serviço especializado feito por editores americanos/ingleses nativos e especializados nas diversas áreas de pesquisa.

Nós optamos por utilizar o American Journal Experts, mas existem outros disponíveis (Potomac Editing; Editage; Enago), todos on line. Todos os serviços são muito parecidos, mas a experiência que vou descrever aqui se refere ao AJE.

1. São todos pagos, claro. Mas a boa notícia é que as Universidades pagam (reembolsam, para ser mais específica) por esse serviço. Então você e seu orientador não vão precisar contar as moedinhas da reserva técnica para isso, é só se informar na seção de pós-graduação.

2. O valor a ser pago varia de acordo com o número de palavras do artigo, o número de dias que você escolher para ter o seu artigo de volta (quanto maior o prazo que você der para o revisor corrigir o seu texto, mais barato fica. No meu caso optamos pelo prazo de 7 dias, que foi cumprido à risca) e pelo pacote que você escolhe. Os pacotes vão desde o mais básico, onde só há a correção e pronto, até os pacotes ultra blaster. Usamos um pacote (Premium Editing) que dava direito a reedições ilimitadas até que o artigo fosse publicado, o que foi ótimo.

3. Você pode optar por solicitar apenas a correção gramatical e de estilo ou também a adequação do texto às normas de uma revista específica. Não usamos o serviço de adequação porque a revista onde publicamos era bem flexível, mas se você estiver pensando em mandar um artigo para a PLOS ou outra semelhante é interessante pedir para os caras fazerem essa adequação para você.

4. Ao receber a correção você também recebe um certificado de editoração, que diz assim: “This document certifies that the manuscript listed below was edited for proper English language, grammar, punctuation, spelling, and overall style by one or more of the highly qualified native English speaking editors at American Journal Experts.” Esse certificado vai anexado à Cover Letter quando submeter o artigo, assim o editor vê que não vai ter que perder tempo corrigindo gramática e já lê o artigo mais feliz. E um editor/revisor feliz ajuda muito no processo.

5. Por fim, o que eu achei mais interessante foi o fato de você especificar a área de estudo do artigo, assim eles selecionam os revisores de acordo. Isso evita problemas com termos específicos de cada área e facilita em muito o processo de correção. E o seus revisores designados entram em contato direto com você por e-mail e ficam disponíveis para solucionar dúvidas.

A experiência que tivemos, no geral, foi muito positiva. A editoração tornou o processo de publicação muito mais fácil e rápido: em duas semanas obtivemos uma resposta do editor. Se você quiser publicar um trabalho com qualidade, em uma revista de alto impacto, recomendo muito a utilização de um serviço desse tipo.

Laura M de Freitas, farmacêutica-bioquímica, mestra e doutoranda em Biociências e Biotecnologia Aplicadas à Farmácia, tudo pela UNESP – Araraquara