Chegou na fase que tudo que você quer é terminar logo a pós-graduação, pois já acabou o ânimo, o brilho, o dinheiro e a saúde mental?
Saiba que você não está sozinho!
Entramos cheios de entusiasmo, ideias revolucionárias e uma energia inesgotável.
Mas, para muitos, a jornada se torna uma maratona exaustiva onde um único pensamento que ecoa incessantemente é “Tudo que eu quero é terminar!”
Se você está nessa fase, respire fundo!
Esse sentimento não é um fracasso, nem falta de amor pela sua pesquisa.
É, frequentemente, um sinal humano e compreensível de que você está nas profundezas da última etapa, um território único e desafiador.
As razões para o “modo término” se instalar são múltiplas e se entrelaçam.
Anos de dedicação intensa, noites em claro, pressão por resultados, incerteza financeira e a constante sensação de “nunca é suficiente” cobram seu preço.
O cansaço mental e físico acumulado é real e debilitante.
Além disso, na fase final, a luz no fim do túnel pode parecer distante ou até ilusória.
Terminar a escrita, revisões, correções, burocracias, defesa… cada etapa parece gerar novas tarefas, prolongando a sensação de que o fim nunca chega.
E enquanto mergulhamos na conclusão, a vida lá fora segue.
Planos pessoais, familiares e profissionais são postergados.
A pressão interna de “preciso começar a trabalhar”, “preciso ter minha vida de volta” aumenta exponencialmente.
Assim como dúvidas sobre a qualidade do trabalho, o medo da defesa e a comparação com outros podem atingir picos.
“Será que é bom o suficiente? Será que vão me ‘destruir’ na banca?”
Manter a mesma intensidade de concentração e motivação por tantos anos é sobre-humano.
É natural que o reservatório de paixão inicial se esvazie, dando lugar a um pragmatismo necessário, mas desgastante.
Nesse contexto, a motivação intrínseca – a paixão pela pesquisa, a curiosidade científica – pode ficar em segundo plano.
E está tudo bem.
Nessa fase, surge uma força motriz diferente, porém igualmente poderosa: o desejo visceral de concluir, de fechar esse capítulo, de recuperar a autonomia sobre o próprio tempo e vida.
Essa motivação, baseada no alívio e na libertação, não é menos válida.
É uma estratégia de sobrevivência.
É o motor que te faz revisar mais um capítulo às 23h, preencher mais um formulário burocrático, aguentar mais uma reunião de ajustes com o orientador quando tudo o que você quer é fugir para uma ilha deserta.
Como passar por isso sem enlouquecer?
Algumas dicas:
Reconheça e aceite o sentimento: Não se culpe por “só querer acabar”.
Valide sua exaustão. É uma resposta normal a uma situação exigente.
Quebre o monstro em partes minúsculas: Olhar para a tese inteira é paralisante.
Foque em micro tarefas: “Hoje vou revisar 5 páginas”, “Vou formatar as referências do capítulo 2”.
Cada pequena conquista é um passo.
Estabeleça rotinas (possíveis!): Defina horários realistas de trabalho, mesmo que curtos, e inclua horários sagrados de descanso e desconexão.
Proteja seu sono e sua sanidade.
Busque (e aceite!) apoio: Converse com colegas que estão na mesma fase – a solidariedade de quem entende é terapêutica.
Familiares e amigos podem ajudar com tarefas práticas ou apenas sendo um ombro amigo.
Celebre as pequenas vitórias: Entregar um capítulo? Passar pela qualificação? Corrigir todas as figuras? Comemore!
Reconheça o progresso.
Visualize o pós-término: O que você fará no primeiro dia livre? Um passeio? Dormir 12 horas? Planejar uma viagem?
Mantenha essa imagem vívida como um lembrete do que está por vir.
Cuide do básico: Alimentação, hidratação, movimento físico (mesmo uma caminhada curta).
Seu corpo é seu veículo para chegar lá.
Vai terminar
Lembre-se: essa fase é temporária! E tudo passa!
Por mais eterna que pareça, o dia da defesa chega.
O depósito final acontece.
E quando a aprovação vem, a sensação de alívio e realização é indescritível.
Todo o esforço, toda a luta, todo o desejo frenético de “só terminar” se transforma em um orgulho profundo e em uma liberdade reconquistada.
“Tudo que eu quero é terminar!” é o grito de guerra do pós-graduando na reta final, lutando com todas as suas forças para cruzar a linha de chegada de uma das jornadas acadêmicas mais desafiadoras.
E você está fazendo um trabalho incrível — mesmo quando só quer cruzar a linha de chegada.
Você chegou tão longe. Respire. Foque no próximo passo.
O fim está mais perto do que parece.
E logo, muito logo, você vai olhar para trás e dizer: “Eu consegui”.
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