Oi pessoal! Agora que você sabe para onde quer ir, é só mover a papelada. E você só precisa de uma simples folha: A carta de aceite. Esse documento atesta que o programa de pós-graduação te aceitou – no caso de um doutorado pleno no exterior – ou que algum grupo/orientador te acolherá para um intercâmbio/sanduíche.

Esse simples pedaço de papel, porém, carrega em si um processo que pode consumir muito tempo e dinheiro, de acordo com a sua área e por qual das diferentes modalidades de pós-graduação você optou. Mas, novamente, planejar-se evita muita dor de cabeça!

A pergunta que vai te direcionar ao caminho das pedras para obter a carta de aceite é: você almeja a pós-graduação completamente fora do país – em geral quatro anos, de doutorado – ou você quer somente parte dela no exterior?

Dependendo da sua escolha, tudo pode ser feito diretamente com seu possível orientador, sem muito segredo. Entretanto, quando se trata de um Doutorado Pleno em faculdades “top”, os processos são mais burocráticos e menos pessoais. Se for nos EUA, é ainda pior.

Outro ponto é sobre quem vai pagar pelo seu trabalho? Agências de fomento podem exigir documentos complementares, como resenha do projeto e justificativa da necessidade de ir para o exterior. As modalidades do Ciências sem Fronteiras, PDSE e outras, que envolvem somente parte do programa de pós-graduação possuem um processo bem simplificado e, sem dúvida, são um bom ponto de partida.

Como fazer parte da pós-graduação fora depende mais de um acordo do que de um processo seletivo formal (por parte da instituição estrangeira), o processo varia muito quanto aos requisitos. Os documentos, que eu vou listar a seguir, baseiam-se no doutorado pleno no exterior, o mais burocrático.

No meio de tanta gente, é fundamental separar os que possuem o perfil que eles procuram. Quanto mais organizados e objetivos forem seus documentos, mais interessados eles ficarão. É importante ter qualidade e não quantidade! Então, vou enumerar o “kit básico” que você deve ter.

1 – Cartão de Crédito
Ei! Você disse documentos! Sim. Mas essa é a primeira barreira que as faculdades colocam para evitar “curiosos” nos programas. Para nossa sorte, é cada vez mais comum a inscrição gratuita! Então, a menos que você faça questão de ir para os EUA, essa taxa pode ser excluída. Todos os sites informam o custo de inscrição e o deadline. Atenção: Modalidades temporárias, como “sanduíche” não requerem essa taxa em nenhuma universidade.

2 – Tradução juramentada do Histórico
Só boas notas não contam ao seu favor se os avaliadores não entendem o que você fez na faculdade. Novamente dinheiro é um problema mas, há outra dica: Este documento é necessário para efetuar sua matrícula! Porém, você ainda está se candidatando! Entre em contato com os comitês/secretarias (há sempre um e-mail disponível) e pergunte se você mesmo pode traduzir. Nenhum deles negou meu pedido. Caso for aprovado, apresente o documento oficialmente traduzido para matrícula. Ainda, não se preocupe em converter a escala de notas. Explique, por exemplo: A escala vai de 0 a 10, com média para aprovação em 7. Um crédito equivale a 15 horas de aula.

3 – Cartas de recomendação
Duas ou três cartas, escritas por pessoas que te conhecem. De preferência seu(s) orientador(es). Peça para pessoas próximas que realmente conhecem você e o seu trabalho, pois as universidades podem entrar em contato com quem te recomendou para obter mais informações. Peça uma carta personalizada, com as suas atividades desenvolvidas. Ajude a escrever se necessário. O nome de quem te recomenda ajuda, mas de nada adianta se a carta for um “modelo” onde somente seu nome foi alterado. Sim, isso acontece.

4 – Curriculum vitae
Varia de lugar para lugar, mas é comum ser exigido em todo os processos, tanto pleno quanto sanduíche. Mantenha seu Lattes atualizado que ajuda muito! E, você ainda pode anexar o link para consulta.

5 – Carta de motivação
Aqui é a hora de você dizer tudo que te motiva a fazer o curso naquela instituição e, também, de explicar possíveis desvios no seu histórico – como reprovações. Importante, não é uma releitura do CV. Explique as conquistas durante o curso, a motivação de ir para fora. Esse documento é reconhecido como um dos mais importantes e, por isso, vou dedicar uma coluna para ele futuramente.

6a – Graduate Record Examination (GRE) – Específico para os EUA
Se você tem como sonho ir para os EUA, este exame é obrigatório! É nada menos que um teste de múltipla escolha dividido em conhecimentos de língua Inglesa e raciocínio matemático. E, de brinde, uma redação. Você recebe os resultados da parte objetiva na hora. O interessante é que o teste é adaptativo. Se você errar, as próximas perguntas ficam mais fáceis e se acertar, mais difíceis. Atenção: A oferta desse teste é bem limitada no Brasil e somente algumas cidades estão autorizadas a realizá-lo. Ainda, em dias específicos. Vá no site e confira isso logo! http://www.ets.org/gre/ Morrem 185 dólares (aproximadamente R$411,00) no teste, mas eles te fornecem materiais para estudo e você ainda pode enviar o resultado para até 4 universidades sem pagamento extra. Caso esteja se candidatando para instituições europeias, esqueça-o!

Pós-Graduação no exterior: as taxas e os documentos necessários

6b – GRE Subject Test – Específico para EUA
Pode-se ainda ser exigir além do GRE Geral, o GRE específico da sua área. Cada programa especifica o que deve ser feito. Os testes são aplicados somente em Abril, Outubro e Novembro. Eu precisei fazer o de física. Foram 100 questões em 170 minutos. Morrem aqui 150 dólares (aproximadamente 330 reais). Os resultados são válidos por 5 anos.

Nota: Vai para Europa? Esqueça o GRE!
Nota2: O site do “LASPAU” gerencia candidaturas para os EUA via CsF: https://www.laspau.harvard.edu/admissions-testing

7 – TOEFL/IELTS – Proficiência em Inglês
Outro teste requerido e mais um dreno de dinheiro. A oferta deles é bem maior do que a do GRE. De qualquer forma, planeje-se para garantir boas notas. Isso pode fazer a diferença em uma primeira etapa da seleção e evitar que você seja filtrado. Cada programa estipula o “mínimo” aceitável e o prazo de validade do teste. Pode ser que algum país exija proficiência de outra língua, mas inglês é o mínimo. No caso de Doutorado Sanduíche pelo Ciência Sem Fronteiras ou PDS/Capes, verifique o procedimento. Há casos em que apenas uma carta do seu orientador estrangeiro, informando que você tem proficiência em inglês, é suficiente.

8 – Papers e Manuscripts
Se você publicou algo, anexe caso seja solicitado.

Depois de tantos documentos, nunca é demais lembrar o óbvio: leia e entenda os editais! Na dúvida, entre em contato com as universidades/instituições. Não seja eliminado por negligência.

Para finalizar, os processos seletivos na Europa são mais diretos, mesmo para doutorado pleno. Em alguns casos, você pode procurar diretamente o grupo do qual tem interesse em negociar a vaga. Novamente: Arrisque! Entre em contato com os grupos! E leia os editais!

Até a próxima!

Então, tem alguma dúvida, sugestão ou quer complementar algo dito? [email protected]