Alegria, passei no doutorado! Depois de meses de preparo, término de mestrado, entrega da versão final da dissertação, preparação de projeto, organização de currículo, tensão com a expectativa para as entrevistas, provas, choro, ranger de dentes…ops. Depois de muito trabalho finalmente a grande notícia em uma palavra mágica de 8 letras: APROVADO.
Começa o ano, matrícula feita e começam os planejamentos para começar a colocar em prática o seu projeto. A tese tem que ser feita, e para isso há necessidade de que se comece a coleta de dados.
Delineamento amostral, identificação do local de coleta, metodologia traçada, hora de colocar a mão no bolso e começar a comprar os materiais, que por sinal não são tão caros.
Hora de juntar o dinheiro.
Problema a ser resolvido: Dinheiro para o material.
A Pós-Graduação se manifesta dizendo que não tem dinheiro, o laboratório também.
Solução: Utilizar o dinheiro da bolsa de estudos para comprar o material.
Valor total do material: 5 mil reais.
Com uma bolsa de 2.200, posso comprar o material, parcelar em 10 vezes e assim começar a minha pesquisa.
E lá vamos mais uma vez custear uma pesquisa com o dinheiro que deveria ser manutenção do aluno.
Ai aparece o grande problema, dois meses depois de matriculado, o programa de pós-graduação informa que não haverá bolsas para nenhum dos alunos egressos no ano de 2014. E como o programa só conta com 4 cotas, se a CAPES não resolver aumentar isso, esses alunos somente receberão a bolsa quando os 4 primeiros terminarem.
Então este é aquele momento em que você está matriculado no doutorado, e não quer perder sua vaga, abriu mão de empregos, já que (teoricamente) a bolsa era garantida, e precisa custear 100% da sua pesquisa. O que fazer?
1. Sair gritando desesperadamente para tentar conseguir ajudar de algum bondoso bem feitor que decida lhe disponibilizar capital para sua pesquisa e um auxílio de custo.
2. Buscar incentivos em programas de fomento à pesquisa. É uma boa opção, visto a dificuldade de encontrar programas que aceitem propostas de mestres, ou alunos de doutorado, na maioria das vezes só será possível se seu orientador enviar uma proposta. Mas o que acontece se seu orientador já estiver envolvido em outra proposta, e não haja a possibilidade de enviar seu projeto? Até agora continuamos sem solução, quem sabe a próxima opção…
3. Buscar na universidade opções de bolsas, quem sabe um REUNI, ou tentar fazer com que seu orientador envie um projeto ao Edital Universal do CNPQ… Problema é que todos sabem a dificuldade de aprovar um projeto desses. Quem sabe um Programa Estadual de fomento a Pesquisa? Boa, a não ser pelo fato que o FAPESQ do meu Estado não conta com um programa pala alunos de doutorado, somente um DCR para doutores.
4. Espera.
Fui obrigado a escolher a quarta opção e ver o que vai acontecer, enquanto isso levar a pesquisa com o que puder. Afinal, não me dão dinheiro, mas me dão prazos e metas.
Texto enviado por : José Ribamar de Farias Lima, Graduado e Licenciado em Biologia pela Universidade Estadual da Paraíba, Mestre em Ecologia e Monitoramento Ambiental pela Universidade Federal da Paraíba e aluno de doutorado do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente na Universidade Federal da Paraíba, estudo adaptação de comunidades tradicionais às mudanças climáticas.
poutz! estou no último ano do meu doutorado e o fiz inteiramente sem bolsa. trabalhar concomitantemente ao curso é péssimo!!!
Acabei em março meu mestrado no mesmo esquema. Quase faleci!
É a treva
fiz seleção de doutorado ano passado, e passei em segundo junto com outros 15, quando me matriculei, só havia duas bolsas disponíveis. Graças a Deus uma foi minha!
Me identifiquei muito, entrei no doutorado esse ano e não tem nenhuma bolsa no programa. As quatro que têm estão ocupadas com a turma do ano passado =(
E trabalhando 40 horas para pagar?????
E na minha universidade que todos tem que reconcorrer a bolsa todos os anos.
Ou seja, se tu largou tudo pra fazer a pós e no primeiro ano ganhou bolsa nada garante que no próximo ano você ainda terá financiamento dos seus estudos.
O meu foi sem bolsa, sem projeto. Só Eu sei como consegui.
Ahahahahahahahhahaah, meu Deus parece a minha situação tudo o txto todo fui lembrando da minha trajetória, ahahahahha tem que rir para não chorar!!!
É Ph.Da.
E quem tiver a sorte de ter uma bolsa, guarde parte dela pro seu analista…
Só sabe mesmo quem passa por isso. Dar conta de trabalho e estudo a nível de mestrado e doutorado não é fácil não.
Estou na mesma situação. Escolhi a opção 4 também. E então você escuta “Mas você só estuda? Não trabalha? E ainda não ganha nada com isso?”
Estou nesta situação. É muito complicado, revoltante até, vc é aprovado, recusa ofertas de emprego, pois a bolsa era “garantida”. So quem passa por isso sabe o quanto tudo isto custa. Do ponto de vista emocional, financeiro, em relação a sua vida, que é dedicada quase que exclusivamente a pós graduação. A ironia é que a minha pós acabou de passar para o nível 6 da CAPES, todos achamos que as bolsas viriam, ledo engano. O MEC não mandou nenhuma gratificação pelo aumento de nível, nem em forma de bolsas, nem em forma de outro tipo de custeio.
Minha opção e de meus colegas: 4- Espera.
Pessoal, me dêem uma ajuda: Se eu optar por fazer um mestrado sem bolsa (apesar dos pesares XD ) quais são os gastos que terei? O que é pago no mestrado?
Você tem todos os direitos que qualquer outro aluno de mestrado teria, exceto que não recebe a bolsa. Não há taxas a serem pagas em universidades públicas.
E quanto ao material de pesquisa? Se a pesquisa exigir a compra de algum material, como é financiado pra quem não tem bolsa?
Até onde sei, não cabe ao aluno dispender resursos para compra de material de pesquisa. Isso é papel do laboratório e/ou departamento. Só que não entenda isso como “posso comprar o que for necessário para minha pesquisa quando quiser”. O planejamento do projeto, que deve ser acordado antes do começo com o orientador, já te dará uma visão geral do que precisa ser comprado. Sem falar que nessas horas, colaborar com outros grupos minimiza custos.
Estou vivendo a mesma situação e com um plus: meu departamento aderiu à greve na universidade. Pode chorar enquanto procuro alternativas outras?
O que fazer quando se passa no doutorado com bolsa, mas logo na primeira disciplina, o professor da mesma, te reprova para favorecer os alunos dele que se encontram na lista de espera por bolsa?? Esse mesmo professor não aceita revisão de nota e entrega as notas no dia que entra de férias?? O que fazer perante tanta falta de ética?? Chorar??? Existe algum lugar ou alguém que possa fazer essa denúncia?? A quem recorro?? E como contínuo o doutorado??
Pesquisador é tratado como piada nesse país. Por isso eu digo: na primeira oportunidade dê o fora desse Brasil. É triste, mas nada vale a tua saúde física e mental. Além de toda essa burocracia imbecil e desrespeitosa ainda temos de lidar com um ambiente cheio de panelinhas e de parasitas da pior espécie e eu posso atestar isso, já perdi bolsa porque o departamento responsável por gerir as análises e encaminhamento dos projetos achou que a assinatura em caneta preta do meu orientador era uma assinatura digital!!! Só liberaram esse feedback ridículo depois que a data para recorrer já tinha expirado. Um caso de burocracia burra, estúpida e ineficiente gerida por pessoas burras, estúpidas e ineficientes.