A Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) convoca os pós-graduandos e as pós-graduandas de todo o país a participarem das atividades da Campanha de Bolsas 2013, em defesa do reajuste imediato do valor das bolsas de mestrado e doutorado, acordado pelas duas agências de fomento (CAPES e CNPq) em Maio de 2012, durante o 23° Congresso Nacional de Pós-Graduandos e garantido pelo Ministério da Educação em Agosto de 2012, na ocasião da Caravana dos Pós-Graduandos a Brasília.
Há pelo menos dois anos os pós-graduandos do país vêm pautando a importância da valorização das bolsas de pesquisa em um país que almeja uma posição de maior destaque na geopolítica mundial. Os pós-graduandos realizam, desde então, diversas atividades nas universidades, rodando um abaixo-assinado online que já conta com 20126 adesões, e agregando apoiadores aos Manifesto dos Pós-Graduandos em diversos segmentos da sociedade: reitores, conselhos universitários, assembleias legislativas, parlamentares, intelectuais, entidades da sociedade civil organizada, entre outros.
A Assembleia Legislativa de Santa Catarina e a Câmara de Vereadores de Campinas aprovaram moções apresentadas por Angela Albino (PCdoB/SC) e Pedro Tourinho (PT), respectivamente. A aprovação nas casas legislativas reforça o quanto a pauta é importante para o desenvolvimento do próprio país.
A produção de pesquisas conectadas com as grandes questões nacionais e ao mesmo tempo livres, criativas, inovadoras, depende de investimento material e valorização social. É neste sentido que a ANPG pauta o cumprimento do acordo imediato e uma política permanente de valorização das bolsas de pesquisa.
CAMPANHA DE BOLSAS 2013
A entidade convida a sociedade a acompanhar acompanharem as ações da campanha pelo blog campanhadebolsas.blogspot.com, e mobilizar nas universidades de forma concentrada, pautando a necessidade do cumprimento do acordo. Entre as ações realizadas estão previstas a realização de atos; festas-protesto; ações na internet, coleta de depoimentos em vídeo, debates e moções de apoio dos órgãos colegiados das instituições e entidades dos movimentos sociais e a Paralisação Nacional dos Pós-Graduandos na semana do dia 25 a 28 de Março, junto à Jornada de Luta dos Estudantes – atividade organizada pelo movimento estudantil e de juventude.
Uma forte mobilização segue na internet com fotos, vídeos e artes irreverentes enviadas por estudantes de todo o Brasil. Assista o vídeo-retrospectiva produzido pela ANPG:
MEMÓRIA
Em maio, no congresso da ANPG, a CAPES e o CNPq anunciou um reajuste de pouco mais de 10% nestes valores. As bolsas de mestrado passariam de R$1.200,00 para R$ 1.350,00 e as de doutorado de 1.800,00 para R$ 2.000,00.
Após muita pressão do movimento de pós-graduandos, em Agosto de 2012, por ocasião da Caravana dos Pós-Graduandos à Brasília, o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, reafirmou à ANPG o compromisso com o reajuste de mais 10%.
A entidade luta pela recomposição das perdas inflacionárias que tivemos devido aos 4 anos de congelamento das bolsas, afirmando que para que cheguemos a um aumento de 40%, valor necessário para minimamente atingir a meta do Plano Nacional de Pós-Graduandos 2005-2010, ainda se faz necessário um reajuste de mais 30%.
Para mais informações, entre em contato:
Rafaela Muniz
Associação Nacional de Pós-Graduandos
11 5082 3691
E os outros 10% que ainda não chegaram? O compromisso do Mercadante não era para o início desse ano???
Eu me contentaria apenas em ter a bolsa, já que moro fora do meu estado de origem. E me contentaria apenas metade do valor da bolsa atual, mesmo que fosse pelos 4 anos do doutorado.
é por causa de pessoas como você que nossa classe, os pesquisadores, não é valorizada no Brasil.
Os estudantes e pesquisadores devem ser valorizados!!!!!!! É das pesquisas e universidades que saem muitos trabalhos e soluções……….Vc nunca precisou????? Pensa bem………….quem foram as pessoas que inventaram as vacinas, cura de doenças…………….Pense!!!!!!!
Estou cursando doutorado SEM bolsa. Quer pior que isso? Por isso que eu me contentaria com 50% dela. Sacou ou preciso desenhar?
por causa dessas pessoas que nossa categoria não tem o devido valor! por favor aceitar menos que um salario minimo pra trabalhar e estudar tanto quanto nos é exigido é inviável. e se te contentas com meia bolsa, atuais R$ 675,00 pois vá trabalhar em qualquer outra coisa q pague isso!
Se eu me contento com 675, pq eu deveria trabalhar para ganhar mais? 😉
Caro Wando, se tu conhece algum lugar onde é possivel pegar alugar de um quartinho sublocado e ainda assim viver (comer, vestir, comprar xerox ou livros e etc) nos avise, porque acho que ninguém aqui conhece esse recanto privilegiado. No mais, se tu achas que o incentivo aos que promovem a inovação tecnológica e científica do pais vale mil reais por mês, acho que tu precisar rever a importância da produção de conhecimento, saber mais sobres o que esta sendo investigado e as consequências da aplicabilidade destas produções. Acho que tu ainda precisa descobrir o que é um estudo acadêmico, porque tu ainda desconhece.
A ideia de ter uma bolsa diferenciada seria justamente esta: estudantes com menor necessidade financeira poderiam optar por bolsas de menor valor. Quem precisasse de mais $$$, que optasse por bolsas maiores.
Vou pontuar duas coisas (lembrando que sou doutorando e, obviamente, também tenho interesse em reajustes de 10000000%):
1) Não gosto de quem faz da bolsa um salário “eterno” ou complemento de renda. Existem diversos casos de pessoas que extrapolam EM MUITO os 24 meses da bolsa de mestrado ou os 48 meses da bolsa de doutorado apenas porque é mais fácil ficar recebendo bolsa do que arruma um emprego. Bolsa não é salário. Há também os que utilizam a bolsa como complemento de renda, o que hoje em dia ficou um pouco mais difícil a partir da portaria que não permite acúmulo de renda, com exceção de casos específicos. Mas estes ainda ocorrem. Acho que a vida é feita de escolhas e a desculpa de ter 3 filhos, esposa ou marido, aluguel e mais n coisas também é uma escolha.
2) Ativismo de sofá só serve para aparecer uma notinha no Jornal Hoje, nada mais.
Então o raciocíonio é que já que eu tenho dois filhos tenho que escolher parar de fazer pesquisa?
Pois é, colega de lutas… também sou mãe e pesquisadora, e também me encontro chocada com o tipo de raciocínio que encontrei por aqui…
Não. A vida é feita de escolhas. Se resolve entrar na “barca”, vai ter que arcar com as consequências. Somos desvalorizados, isto é fato. Se quer seguir por esse caminho, é uma escolha.
Não, não é isso. Se você sabe que a bolsa não chega a 2500 e precisa mais do que isso, não adianta ficar reclamando depois que a bolsa não dá para pagar as dívidas, usando carro, casa, família como desculpa. A ideia é planejar antes de encarar a pós… como eu já sabia que não teria bolsa no doutorado, já me planejei para passar até 1 ano e meio no RJ com o que sobrou da bolsa do mestrado e depois eu volto para meu estado e trampo em alguma coisa provisória até terminar a pesquisa. É o ideal? Sem dúvidas que não é, mas já me condicionei para isso. Mas uma bolsa de 1000 reais me tiraria do sufoco, rs. Ah sim, abri mão de namorar, casar, ter filho cedo, só para continuar estudando. Formar família nunca foi meu objetivo central. 😉
Pois é, tem gente que casa, tem 4 filhos, financia casa e carro e depois reclama que a bolsa é insuficiente… e ainda tem gente que coloca a culpa no capitalismo, rs.
É por causa de pensamentos como o seu que os pesquisadores não são valorizados neste país. Se pra você o que você faz não é trabalho, este é um problema estritamente seu. Eu trabalho muito mais do que trabalharia se fosse contratada com horário fixo de 8 horas diárias. E mais, com meu trabalho eu espero contribuir para a comunidade científica e, não meramente receber bolsa pois não prorrogo a procura por emprego. Então, antes de publicar uma opinião simplista como esta, reveja o que é um doutorado para você e, o que você espera contribuir com ele, porque eu como muitos aqui que espera pelo reajuste, desejamos muito mais que um reajuste de 10%, desejamos reconhecimento por parte dos governantes e de toda a nação.
Já revi e não retiro uma palavra.
Imagino que o problema esteja então em SEU plano de trabalho., Se não considera o que faz digno de remuneração adequada de um adulto.
Meu caro, muito me assusta um futuro doutor com a sua mentalidade. Engravidei antes de prestar vestibular, e prestando a seleção somente algum tempo depois do período necessário para amamentar, me apaixonei pelo curso, pela docência e pesquisa e decidi que me dedicaria à carreira acadêmica. A sua fala trata de situações como a minha, como se o perfil do aspirante a mestre/doutor se restringisse a pessoas que moram na casa dos pais e utilizam a bolsa para compra de livros, xérox, deslocamento e custos do seu projeto de pesquisa… Divido apartamento na cidade onde atualmente curso o mestrado com mais 3 estudantes, e nenhuma retrata este perfil. Curso mestrado fora do meu estado, e com a bolsa me mantenho na cidade e a meu filho no nosso estado de origem (não me pergunte como). Para que não seja mais um instrumento de desigualdade e exclusão, a bolsa deve levar em conta que os vocacionados à academia emergem de diferentes realidades. São mães solteiras que estão abrindo mão de um necessário salário no mercado de trabalho em nome da ciência. São filhas de lavadeiras que precisam mandar dinheiro para casa por não mais estar colaborando nessa atividade que assegurava a renda da família, porque as inclinações para a academia foram mais fortes. São filhas de feirantes que não mais ajudam na banca de vendas dos pais, porque eles acreditam que os estudos valem o sacrifício de fome de toda família… Das 4 que dividimos o apartamento em Natal – RN, estas são as realidades de 3 de nós, e te garanto, meu caro, nenhuma de nós escolheu a sua. Tão pouco as nossas realidades são desculpas. Desculpas, meu caro, deveria pedir você por sugerir que pessoas como nós não deveriam ‘escolher’ galgar a trajetória acadêmica, e caso ‘escolham’ empreender a sua vocação não reclamem por viver em penúria.
Diante do seu discurso de apoio à desvalorização dos pesquisadores deste país, só posso concluir que em nada você tem colaborado através da sua ciência… do contrário, estaria tão revoltado com o valor debochante da nossa bolsa quanto o restante da nós.
Obrigada pela resposta, Marília. Academia é (ou deveria ser) para qualquer realidade. Não apenas para quem tem síndrome de Peter Pan! As contas precisam ser pagas e por isso nosso ‘salário’ (ou o referente a ele) tem que acompanhar a inflação. Mendigaremos por aumento de bolsa até que ser PESQUISADOR no Brasil seja considerado PROFISSÃO e não estágio do seu plano de estudo…
A bolsa de mestrado dura 24 meses e a de doutorado 48 meses independente do fato de você postergar a sua defesa.
Então você não sabe como os programas dão jeitinhos para que alunos continuem com bolsa mesmo depois do prazo ter acabado. Parabéns ao seu programa se os prazos são cumpridos.
Cara…seu posicionamento é ridículo. Com isso, baseado em seu pensamento, a pessoa para fazer uma pós tem que está solteiro? Morando na casa do papai? Se liga cara! A questão é que a classe realmente é desvalorizada, e esses reajustes não condiz com a realidade de muitas pessoas que fazem uma pós em outro estado não sendo o de origem da pessoa.
Sou funcionário público, trabalho em uma instituição que raramente apóia quem estuda (PM), principalmente os praças, tenho que me virar e revirar para poder estudar. Sou mestrando na FOB/USP de Bauru, e sei o que tenho que passar para poder dar conta das aulas e trabalhos, tendo que trocar serviço e trabalhar aos finais de semana e feriados, para poder folgar durante a semana por conta dos afazeres do mestrado… Meus salário é pouco mais de R$ 2.500,00 para sustentar casa e dois filhos, e mesmo assim, por ter vinculo empregatício, não posso receber bolsa de estudos, sendo necessário nas minhas horas de folga, ainda fazer alguns bicos, dando aula, fazendo segurança, etc…, para complementar o salário. Qual a relação entre meu trabalho, que é prender infratores da lei, com o meu estudo, para não ter direito a bolsa??? Quem trabalha não pode estudar???
Pelo que eu entendo é uma tentativa de política (torta) de promover qualidade na pós-graduação. Dificilmente, aos olhos de uma programa ou das agências, uma pessoa com essa quantidade de afazeres pode se dedicar com afinco aos estudos de pós-graduação que, como sabemos, em certos dias nos faz estudar por 6, 8 horas seguidas. São dois lados. Quem está certo? Acho que cada um tira suas próprias conclusões.
Pois é, mas mesmo assim, com tantos afazeres, faço minha pós, cumpro todas minhas obrigações com o máximo de empenho, não tenho nenhuma falta as aulas… Troco meus serviços para ter horas livres durante a semana, e mesmo assim não posso ter bolsa… Entendo que quem não tem outra fonte de renda, poderia ter um valor de bolsa maior, porém até os gastos que acabamos tendo durante a pós, temos que arcar do próprio bolso, tendo que tirar da família… Tenho certeza que me empenhei no processo seletivo, pois fui contemplado com a bolsa CAPES, por ter ficado classificado entre os cinco primeiros colocados e tive que abrir mão… Mas não adianta ficar lamentando, esse é o apoio que nosso país dá para quem estuda, trabalha, e td mais..
Isso não é pensar pequeno… quer ser pesquisador e ganhar bem? Venda sua força de trabalho para uma empresa capitalista. Eu não sou pesquisador ainda, sou ESTUDANTE. Profissão de pesquisador é para depois de formado… bolsa não é salário, é auxílio. 🙂
Você está equivocado. Se a concessão da bolsa exige dedicação exclusiva, como deve ser o caso da maioria esmagadora aqui, ela deve sim suprir todas as necessidades básicas e de viabilização da pesquisa.
Aonde eu me equivoquei? Não misturei bolsa e trabalho. E sim, 50% da bolsa me atenderia muito bem, já que não tenho bolsa mesmo. 🙂
Bolsa não é fonte de renda, salário. É auxílio para estudar…
A bolsa é um problema imediato. No entanto, gostaria de ver mais ações para resultados a longo prazo, como incentivar mais as empresas a investir em pesquisa e desenvolvimento para descentralizar isso das instituições públicas. Sou doutorando em biologia celular e tenho certeza de que eu faria o curso até mesmo sem bolsa se eu soubesse que, sendo dedicado, teria inúmeras ofertas de emprego ao final do doutorado.
Estou cursando sem bolsa, apesar de ter certeza nenhuma de inúmeras ofertas de emprego após formado. O jeito vai ser apelar para concursos mesmo…
Aí sim. Onde eu assino? 🙂
Creio que o fim da discussão sobre o valor da bolsa, seria o fato que ela fosse rateada de acordo com as necessidades da pessoa. Como tem gente falando que dava pra viver com 50% da bolsa, então…. Bem, acho que isso então.