Este post trata sobre os estudantes de pós-graduação (Mestrado/Doutorado) que recebem bolsas para estudar.
Eu ouço muita gente reclamar (na internet, principalmente) da vida na pós-graduação. Talvez eu seja muito positivo/otimista/ingênuo às vezes, mas simplesmente não entendo do que tanto reclamam…
É claro que todos temos dúvidas quanto ao futuro, quanto às escolhas profissionais que fazemos – isso certamente não ocorre apenas na vida acadêmica. O que me incomoda não é apenas ver a reclamação de muitas pessoas, mas ver um certo “autoflagelamento” ensaiado – sim, porque tem gente que adora ser um mártir da sua própria vida importante e ocupada.
Vou enumerar algumas razões que sugerem que a vida acadêmica não é tão ruim assim; também vou tentar argumentar que boa parte das reclamações não faz muito sentido no mundo em que vivemos. As razões podem ser resumidas desta forma:
Sendo um *estudante* de pós-graduação (Mestrado/Doutorado):
1. Você ganha para evoluir em todos os sentidos, principalmente intelectual e cultural.
2. Você viaja a congressos, conhece pessoas interessantes.
3. Você é reconhecido, e sente que está construindo o seu currículo a cada semestre.
4. O status social é excelente em países mais desenvolvidos (mas até em países menos desenvolvidos é interessante ser professor/pesquisador universitário).
5. O salário de professor universitário é bom/excelente, principalmente se pensarmos nas condições de trabalho.
Vamos partir do seguinte princípio simples: tudo que agrega valor ao seu currículo tem um preço. Além disso, tudo aquilo que resultará em retorno financeiro também tem um custo, certo? Se você quer ser médico, pagará por isso – e depois receberá a “parte boa”. Se você quer estudar uma língua, provavelmente pagará por isso também… Cursos mais tradicionais são mais caros, porque nomes mais importantes agregam mais valor.
Reclamação 1: “Mas a bolsa é muito baixa!”
Em um mundo ideal, eu concordaria. Aliás, o valor da bolsa é relativo ao custo de vida da cidade onde você mora: uma bolsa x em São Paulo certamente vale menos do que a mesma bolsa no interior do Rio Grande do Sul. O valor também varia muito de país para país.
No mundo em que vivemos, contudo, quase todas as pessoas gastam (e muito) com a sua formação ou com seu preparo profissional. Muitas pessoas gastam centenas de milhares de reais para estudar sem sequer saber se no fim o retorno ocorrerá de fato – a menos que você estude em uma universidade pública, claro. Acho que há um certo despreparo na hora de planejar um gasto tão grande, mas este assunto fica para outro post.
Quem faz pós-graduação com bolsa está ganhando para melhorar o próprio currículo. Ou seja: você ganha por fazer algo que traz benefícios a você. Compare isso com trabalhar no setor privado: você recebe um salário, tem benefícios variados, mas o principal motivo para a sua contratação foi o benefício da empresa, que precisava de (mais) um empregado para atingir certo objetivo. Poucas empresas contratam alguém simplesmente para que essa pessoa aprenda algo e, depois, a deixam ir embora.
Reclamar de bolsa, portanto, é quase uma falta de respeito com outras pessoas. Além disso, dependendo da instituição (e da sua pesquisa), você consegue receber auxílios para ir a congressos nacionais e/ou internacionais: novamente, você ganha para crescer pessoal e profissionalmente.
Reclamação 2: “Mas eu passo o dia estudando!”
Em primeiro lugar, isso provavelmente não é verdade. Certamente há muitos dias em que você passa 10h a fio trabalhando, lendo, escrevendo. Mas também há dias em que você não faz absolutamente nada, porque há semanas em que o “ritmo” simplesmente baixou, e sua produtividade varia bastante – não é por nada que o verbo “procrastinar” é tão temido neste meio. Além disso, há períodos de prova, congressos etc., mas também há períodos sem nada disso. Talvez você seja uma exceção, e estude incessantemente…
Em segundo lugar, se você escolheu estar no Mestrado ou Doutorado, é porque você gosta de estudar (e muito). Logo, você passa dias fazendo o que GOSTA. Se você não gosta de estudar, saia da vida acadêmica.
Em terceiro lugar, muitas pessoas invejariam o dia-a-dia de um estudante de pós-graduação. Há uma boa liberdade de horários, e acordar cedo é algo que muitos de nós não precisam fazer em boa parte dos dias (isso varia). Também há “intervalos” durante a semana, em que você pode usar para trabalhar, sim, mas também para ir no cinema. Se você não consegue ter nenhum lazer durante o ano inteiro, você deve ser uma exceção. A verdade é que a vida acadêmica é, sim, muito intensa, mas se você for disciplinado e organizado, certamente terá uma qualidade de vida invejável, podendo ir ao parque no meio da tarde às vezes; ou simplesmente decidir passar a tarde fazendo nada.
Reclamação 3: “Mas e se depois não achar emprego?”
Eu não conheço quase nenhuma profissão em que você tenha 100% de certeza sobre seu futuro. Cada vez mais pessoas se formam em universidades, e obviamente não há como absorver tanta gente. Ou seja: grande parte das pessoas sente insegurança quanto ao futuro… então, essa reclamação é redundante neste planeta.
Se você não achar emprego, veja desta forma: terá um Doutorado, não estará devendo nenhum centavo, e ainda saberá que gastou muito pouco com isso (ok, comida, livros…). A coisa poderia ser muito pior, convenhamos. Tendo uma formação sólida, você dificilmente ficará desempregado – talvez não encontre emprego na sua área, mas certamente haverá lugar para o seu conhecimento técnico/científico. Existe uma falta imensa de pessoas que saibam pensar de verdade, e tenho certeza que não será difícil achar algum espaço. Além disso, depois de passar 4-5 anos pensando em problemas bem complexos, ter de trabalhar com problemas mais triviais será fácil.
O ponto crucial é: atualmente, muitas pessoas que se formam na graduação já começam suas carreiras no vermelho (vide EUA), porque precisaram pagar para estudar (a menos que você tenha pais ricos, é claro). Se você passou a vida em uma federal e, agora, ganha bolsa no Mestrado/Doutorado, o seu pior cenário é sair empatado – porém, com uma grande vantagem educacional/pessoal/cultural/intelectual se comparado a outras pessoas.
Se você apenas quer um salário alto agora, certamente não é uma boa ideia entrar no mundo acadêmico. Quem quer fazer um Mestrado/Doutorado geralmente não quer apenas um salário alto. Se assim fosse, bastaria fazer um concurso público (cujo conteúdo é bastante mais simples do que o de um Mestrado, em média) – pode demorar um pouco, mas eventualmente você passa em algum.
Os professores que conheço por aqui são apaixonados pelo que fazem. Pesquisam problemas e tentam achar respostas, e sentem prazer nisso. É uma profissão em que grande parte das pessoas de fato gosta muito do que faz. Muitos dos meus professores andam de bicicleta quando não há neve, e não aparentam ter nenhum grande luxo – por opção. Por outro lado, são pessoas que vivem viajando, que têm o conforto de que precisam, que aproveitam uma qualidade de vida excepcional. O estilo de vida acadêmico é diferente, e isso é uma das coisas que me chamam a atenção.
É claro que nem todo estudante de pós-graduação ganha bolsa, e a grande maioria não recebe auxílio para viagens ao exterior (isso sempre depende do “tamanho” da instituição, e de seu conceito). De qualquer forma, este post é para estudantes que estão em universidades federais e que recebem, sim, bolsa para estudar – há muitos.
mas a bolsa é baixa sim haha
Ótimo post. Curto muito o blog
Não se trata de reclamação sem fundamentos, apenas de realidade concreta. Acredito que nenhum pós-graduando em sã consciência seja ingrato a sua bolsa. Acontece que o custo de vida é altíssimo e vem se ampliando ainda mais com a crise financeira. Nós, que recebemos bolsa, somos muitas vezes obrigados a ter dedicação exclusiva à pesquisa e, por conseguinte, à agência de fomento, o que, se por um lado é excelente (mais tempo para a pesquisa e mais produtividade), é péssimo por outro. Ficamos à mercê dos atrasos e juros não esperam. Não temos direitos e garantias trabalhistas, quando temos a pesquisa como profissão por, pelo menos, seis anos. E sim: temos um ganho defasado com relação à realidade de nosso exercício (livros, comida, moradia e transporte são sim custos altíssimos).
Perfeito.
Acho válido sua opinião, mas acho sinceramente que estamos vivendo em países diferentes. Meu namorado mestrado, doutorado e está fazendo outro doutorado e estava sem oportunidade de emprego há 5 anos. Infelizmente aqui no nosso país quem estuda não tem valor. E não essa essa maravilha que vc diz em seu artigo. Todos têm oportunidades. Ele está fazendo outro doutorado e até agora não recebeu a tão sonhada bolsa, que na minha opinião não é um valor justo. Acho sim que deveria ser maior e ser um vínculo empregatício, com direitos como todo cidadão.
Um valor injusto, foi o corretor
Existe algumas verdades no post, porém concordo plenamente com seu comentário e, principalmente, que nenhum pós-graduando, em sã consciência, seja ingrato a sua bolsa!
Só preste atenção quando seu orientador vira chefe… Exigindo documentos como atestados médicos e outros documentos cobrando que você cumpra as 40 horas e prazos para entrega de trabalhos, aí cria-se um vínculo trabalhista e no final da bolsa vc pode exigir judicialmente seus direitos trabalhistas. Pesquise sobre isso.
Refiro-me, principalmente, às agências de fomento e não necessariamente aos oorientadores…
Orientador não é chefe e não temos nenhuma garantia trabalhista. Não somos vistos como profissionais e sim como estudantes, tanto que temos uma matricula e uma frequência mínima de 75% a cumprir. E como você vai comprovar que trabalhou 40 horas semanais se não batemos ponto? Além disso, embora paguemos os crbios de direito, ainda somos impedidos de trabalhar porque temos bolsa. Sinto muito, mas infelizmente os conselhos só lembram da gente no começo do ano, quando chega o boleto da anuidade
É exatamente isso, Betto Figueira. A natureza do exercício é diferente e não temos nenhum tipo de direito inerente a esse exercício.
Concordo demais com vc!
Com relação ao valor da bolsa, acredito que a questão seja mais relativa ao lugar onde se ganha. A questão foi citada no texto e colocada pela Amanda dos Reis Silva: Custo de Vida. Só para vocês terem uma ideia (e acredito que possa ser a situação de muitos), eu fiz o mestrado no MT e depois vim para o RJ fazer doutorado. Em MT eu ganhava a bolsa de mestrado no valor de 1200 R$, contudo lá eu morava com meus pais, portanto não pagava aluguel. Quando vim para o doutorado passei a ganhar 2200 R$, contudo o aluguel de um a APT aqui no RJ chega fácil em 1000 R$ (isso morando à uns 20Km da universidade, tipo : Morar na zona norte e estudar na zona sul. Obs: Um QUARTO na zona sul do rio é 1000 R$…) e isso morando longe da universidade, contando que se queira algum conforto (qualquer coisa maior que um quarto…), privacidade (não morar com mais de 3 pessoas…) e não estar em “comunidades”, o preço é esse. O que eu quis dizer com tudo isso: apesar de ter aumentado o ganho, o líquido permaneceu o mesmo… E se fosse o contrário, ir do RJ para Mato-Grosso (digamos UFMT, na capital) o aluguel lá é uns 500 R$ uma kitnet (curiosamente, o que é uma kitnet em MT seria considerado um APT aqui no RJ) à 1Km da universidade. Concluindo: Acho que a reclamação da bolsa ser baixa só procede, apenas se a pessoa estudar em cidade grande e pagar aluguel (que é o maior custo na maioria dos casos).
Carlos Bezerra, és um chorão?
Gostei do post, mas a maioria dessas reclamações normalmente vem d pessoas q fazem a pós com bolsa pq não conseguiram emprego ainda (ao menos na minha área) ou por alguma outra razão similar e não pretendem seguir na área acadêmica. Para quem fez essa escolha pq é o q gosta, acho q o q mais incomoda é os amigos, família e afins perguntarem se a gente não trabalha ou dizer q estamos na maior moleza, recebendo só para estudar… Eu ao menos posso dizer q trabalho muito mais no doutorado do q eu trabalhava antes no meu último emprego, mas tb gosto muito mais agora.
Discordei um pouco do post.A bolsa atrasa e muito,o que atrapalha a participação em eventos.Sem falar que a que recebo,é praticamente um auxílio e não uma bolsa.Nem 800 reais é.rs
Realmente!Ao menos a minha é!
Tem muitas verdades no post, mas também tem algumas inverdades. O valor da bolsa é sim muito baixo e na atual conjuntura as universidades estaduais e federais não dispõem de um centavo para mandar estudantes para congressos, ainda que tenham aprovados artigos neles. E pra ir a congressos e conhecer gente legal o estudante precisa gastar o valor da bolsa vezes dois ou três. Enfim, ver tudo pelo lado positivo é otimo, mas a realidade não é cor de rosa assim..
Nem todo programa de pós estimula participação em congresso, alguns justamente o contrário. E reconhecimento não é algo presente em certas universidades, tem aluno sofrendo boicotes absurdos, mas enfim.. Entendi o post em relação as reclamações..
Salário do professor universitário é excelente? De que país você está falando?
Leiam isso Itamara Fonseca, Jackson Souza, Wagner Araújo, Alexandra Nhara, Isabella Ludimilla, Amanda Mirely
beeeeem assim
Outro cenário: experimente fazer pós-graduacão, em uma CAPES 7, sem bolsa.
Oi Paulo, a nivel de doutorado, as exigências numa capes 7 sem bolsa é a mesma para alunos com bolsa?
E sim. Meu programa mesmo é 7 tem mto aluno de doc sem bolsa.
Concordo em partes. Por exemplo, quem disse que estudante de pós é valorizado? Os professores não o são, quem dirá os estudantes. Essa pode ser a sua realidade no Canadá, mas no Brasil o buraco é mais embaixo. E outra, nos EUA e Canadá vc pode até pagar a Universidade (no Canadá sendo muito mais barato, por sinal), mas em contrapartida vc tem educação de qualidade e de graça a vida toda (igual ao Brasil né?).
Um tanto falacioso. Um aluno de pós graduação não está apenas melhorando o próprio currículo e estudando, é um profissional com ensino superior desenvolvendo uma pesquisa de interesse da sociedade (caso contrário, não seria financiado). Temos exigência de dedicação exclusiva. Que colega com a mesma formação que eu ganha R$1500? Nenhum. Só quem seguiu carreira acadêmica, e isso afasta ótimos profissionais da área. Gostar do que fazemos não pode ser usado como argumento para nossas péssimas condições, é tão absurdo quanto achar que professor não devia reclamar do salário ~ por amor ao ensino ~. Minha bolsa não é suficiente nem para eu comprar os livros que uso. Vou chegar aos 30 anos sem ter recolhido um centavo de fgts, aposentadoria, sem conseguir financiar um imóvel. Acho que se nem a gente valorizar nosso TRABALHO e continuarmos reforçando o senso comum de que só estudamos às custas dos outros, a ciência nunca será levada à sério, mesmo sendo de extrema relevância para o desenvolvimento do país.
Perfeito… Faço minha suas palavras….
Perfeito(2)
Perfeito (3)
Exatamente! Nenhum bolsista recebe meramente para “enriquecer-se de currículo ou experiência de vida”. Isso tudo é consequência dessa escolha (e quanto a viagens, não é bem assim para a maioria, e nao sao viagens a passeio, sao viagens a trabalho). Os pos-graduandos estão (ou em alguns casos deveriam estar) prestando serviço cientifico qualificado visando benefícios para sociedade. Por esse tipo de pensamento exposto no texto é que a profissão “cientista” dificilmente sera valorizada por aqui…
Perfeito!
Totalmente de acordo, Dimy. O pior é nos colocar como ingratos a um sistema que não valoriza os pesquisadores
Essa parte do fgts, financiamento imobiliário e etc… me entristece. =
Concordo demais! Principalmente com o fato de que temos que cumprir 1 ano de disciplinas diurnas (pela manhã e tarde)! Isso nos impossibilita de trabalhar em outro lugar. Dedicação exclusiva é dentro de 8 horas de trabalho e não de 15h!
Sem falar que muitas vezes pós-graduandos trabalham até 19 horas por dia, sem direito a férias, finais de semana, trabalhando de domingo a domingo. Pelo amor né? Essa realidade existe! Não é atoa que muitos alunos entram em depressão na vida acadêmica. Não é porque escolhemos a vida acadêmica que podemos viver em situação precária, sem nenhum direito de descansar. Nesse texto só li coisas que dizem respeito a uma pessoa que não tem noção do que é fazer um mestrado ou doutorado em uma Universidade publica com conceito CAPES 7. Procurem se informar da realidade antes de saírem por ai escrevendo esse tipo de texto. Existem opiniões diferentes, sobre os mais diversos assuntos, mas não é com um texto que generaliza como os alunos de pós-graduação levam a vida acadêmica que iremos melhorar alguma coisa.
Perfeito. Disse tudo!
O senso comum é uma lástima. Não sabem o quanto vc se esforça, o quanto vc lutou pra estar ali, trabalhando na sua idéia, no seu projeto, as pressões e fracassos ao longo do caminho… e ainda olham torto qndo vc diz q é bolsista: “Nossa e ainda recebe só para estudar?” esse tipo de pensamento apenas reforça o quanto a sociedade precisa crescer, evoluir muito…
Adorei a sua expressão “autoflagelamento ensaiado”! Penso que tirando algumas ressalvas que sempre são necessárias, o seu texto toca no X da questão!! Parece-me que muitas pessoas entram na pós-graduação esperando um tapete vermelho na porta e não estão preparadas para este tipo de carreira. Isso gera frustração e queixas constantes “de barriga cheia”. Parabéns pela sua coragem de ir contra a maré da queixa fácil!!
Você deve morar com seus pais e não ter que pagar aluguel. Acertei? Primeiro cresce e deixa a barra da saia da tua mamãe pra discutir como profissional e não como uma molequinha.
Eu não recebo bolsa somente para estudar, como diz no final do texto. Eu recebo para produzir ciência! Para trabalhar pelo menos 40 horas semanais produzindo conhecimento científico. E convenhamos que quando se trata de produção de ciência no Brasil todo investimento atual ainda é pequeno. Diante do maior corte orçamentário da história, sobretudo no Ministério da Educação, afetando o repasse para CAPES e CNPQ, não há grandes incentivos nem mesmo para participações em congressos e afins. O pós-graduando não é ingrato em relação à sua bolsa. Só poderíamos ser vistos decentemente não apenas como estudantes, mas sim como trabalhadores, que possuem muitas vezes dedicação exclusiva obrigatória e não possui qualquer direito trabalhista em relação à isso. E sinceramente não quero ser um professor em uma Universidade para gozar da liberdade de poder passear num parque ao final da tarde ou de ter o direito de viajar quando bem entender. Desejo seguir na carreira científica justamente para produzir conhecimento científico. O estilo de vida acadêmico pouco me atrai. Mas contribuir para a melhora da ciência em pontos que ainda são obscuros, isso sim, é minha maior motivação!
Caro Guilherme, se você está satisfeito com a vida de estudante de mestrado/doutorado com os respectivos valores de bolsa, tudo bem. Como tenho opinião diferente, vou dar o meu relato. Vivendo na Suécia há quase um ano para fazer doutorado, posso dizer que vivemos aqui uma situação bem diferente. Os alunos de doutorado não são considerados estudantes, são considerados como empregados da universidade, com direito à férias, a um salário (que devido ao fato de que o governo brasileiro não paga o salário mínimo da suécia, recebemos um complemento), também é destinado um pequeno valor deste salário à aposentadoria. Esses dias mesmo recebi uma carta informando sobre isso, e sobre a opção de escolher a melhor forma de fazer isso. Por aqui somos tratados com respeito, com pontualidade e principalmente, prioridade. Ora, meu caro… estamos fazendo pesquisa… isso não é trabalho? Por fim, acredito que os estudantes de doutorado devem sim ser tratados como trabalhadores, como pessoas normais com direito a descanso e a lazer, coisa que temos visto que não acontece no Brasil. E o valor da bolsa é sim, muito baixo.. pela qualidade do serviço que prestamos: pesquisa não é coisa simples! É necessário valorizarmos o nosso trabalho !
Assino em baixo, meu caro!
Bravo, Giane! Bravo, Giane!Bravo, Giane! Bravo, Giane!
B-R-A-V-OOOO!!!!!!!!!
Muioto bom! DIsse tudo…quem trabalha com pesquisa em laboratorio é que sabe o que se passa de verdade.
Se eu vejo alguém falando uma abobrinha dessa na rua taco pedra certeza. Tem que ser muito filha da puta pra gastar tempo escrevendo isso.
ganhamos uma bolsa d valor X, se há atrasos no repasse não há juros, não há correções, não há nada, e mtas vezes podemos até nem receber. Sem contar que não temos férias, 13º, e mto menos direito a previdência. Ou seja, trabalhamos para melhorar nosso curriculum, ótimo, mas se eu termino la meu doc com uns 30 e poucos anos, terei d trabalhar pelo menos mais dos 60, pois mtas pós não aceitam que eu tenha outro trabalho, minha carteira fica la intacta e mofando na gaveta até q eu tnha a oportunidade de conseguir algum emprego. Sim, pq não é eu sair do doc q terei um emprego. Mto menos na área em q estou. E outra, no país como o Brasil, e até mtos outros, vc chegar a fazer uma pós não é garantia de emprego nenhum. O que conheço de gnt q faz um pós doc e está desempregado pq estão qualificados d mais e as empresas não pagam?? O que faz vc recorrer a outra atividades q não aquela q vc ficou la 6 anos (só de pós) se desvinculando de qualquer coisa q vc possa fazer. Sim devemos ter horas d lazer como qualquer outra pessoa, não vamos dizer q só estudamos, mas eh isso q fazemos e isso toma nossa atenção mto mais do q um emprego mecanizado, em q vc passa o dia naquilo, deu sua hora e vc esquece, vai lembrar ou continuar o q estava fazendo só no dia seguinte, qndo for hora d voltar ao trabalho. Na pós, vc não tem horário, num dia vc pode trabalhar 4, mas em mtos outros vão além de 12.
O caso de não estar devendo eh errôneo tbm, pq vc não sabe as dividas q a pessoa pode ter contraído antes do periodo da pós…
e sobre os congressos, sim eh maravilhoso participar, mas na crise q o BR está vivendo as pós não possuem subsídios nenhum, ou seja se vc quer ir q vá com o q tem no bolso e se vire…
quer chamar alguém d outro estado, ou d fora pra avaliar o seus esforços num laboratório de anos? Só lamento, pagará do seu bolso…
sei lá, só achei as justificativas desnecessários nesse post, pq certamente a pessoa q escreveu não passa por nenhuma necessidade real do q mtos pós graduandos passam, concordo q tm mta gnt q recebe bolsa q não precisaria,
mas eu mesma sou exemplo de que tentei sem bolsa e para mim estava inviável, ja q não tenho pais pra ficar me bancando e ainda tnho filha pequena para criar…
Nossa vc falou tudo. Sou mestranda e estou cansada de ouvir gente reclamando da vida que escolheu, seja ela no mestrado ou até mesmo no doutorado. Já trabalhei em indústria e sei o quanto a vida na academia é muito melhor, troquei facilmente a vida corrida, de responsabilidades, cheia de problemas e sem valorização da indústria pela vida acadêmica. Mas antes que atirem pedras, não estou falando que quem segue a vida academica é relaxado e descompromissado, mas nem chega perto da pressão de um chão de fábrica. Parem de chorar e aproveitem o momento para estudar e melhorar 🙂
Concordo com a maioria de seus apontamentos, mas o salário de professor universitário não é excelente. É bom e só. Se levar em consideração que vai ir da graduação para o mestrado e do mestrado para o doutorado, já temos muito tempo pra começar a ganhar um salário que, sim, dependendo do lugar é mais que bom. Mas considerando que nem todos começam a carreira depois do doutorado e sim depois do mestrado, o salário é apenas bom nessa fase. As condições de trabalho também variam de universidade pra universidade.
Nossa… Fico feliz que na atual realidade da pesquisa e cursos de pos graduaçao voce esteja tao realizado.. Mas me desculpe realizo pesquisa de alto nivel,que se fossem pago para um profissional contratado certamente nao seria pelos 2000 reais que recebo. Me desculpe, nunca fui de responder posts.. Mas o seu ofende ao dizer que temos que ficar grato por sermos pagos para estudar.. Nao é bem assim.. Educação é direito garantido pela constituiçao. Acha mesmo que o governo é tao bonzinho que te fornece uma bolsa porque esta preocupado com voce. Vejo que o Brasil precisa de mao de obra qualificada, que produtos só sao descobertos e fabricados com muita pesquisa..e que a pos graduaçao é a forma mais barata de se obter estes resultados.
Nem li até o final…já parei de ler quando diz que o salário de professor universitário é bom/excelente, principalmente se pensarmos nas condições de trabalho. Não dá para generalizar essa questão no Brasil!!! Diferentes salários, diferentes condições de trabalho e diferentes cobranças da Universidade!!!!
Ele mora no Canadá. No final da matéria tem dizendo q ele imigrou e está fazendo doutorado lá. E com certeza a bolsa de mestrado era só um complemento da renda (isso se ele tinha bolsa) já q ele era professor de inglês e tradutor juramentado no Brasil. Assim fica fácil criticar quem ganha 1500 Reais e reclama.
Adorei!
Andréa Carla Santos tive essa impressão mesmo, mas não li mesmo até o final. Sou professora universitária no Brasil e não vou reclamar das minhas condições de trabalho porque são boas. Mas visito universidades no Brasil todo como avaliadora do INEP e vejo que as condições de trabalho, cobranças e reconhecimento dos professores universitários varia numa escala enorme. Tem lugares onde não existe infra estrutura básica para fazer pesquisa…e vejo que isso está desanimando os nossos Pós Graduandos a seguirem carreira acadêmica…além do valor da bolsa desanimar também, como você bem colocou!
Eu amo fazer pesquisa, mas perceber que todos os seus amigos da época do ensino médio estão estabilizados, com casa própria e independentes me faz repensar se eu fiz a escolha correta. Podem me criticar mas a dificuldade de fazer um trabalho e n ser reconhecido, juntando com n ganhar de acordo com a formação e as pessoas ainda agirem como se o Governo estivesse nos fazendo favor e nos dando esmola, faz com que eu me questione se quero seguir realmente essa carreira.
Desanimar é normal, colega. Sempre durante essa vida acadêmica somos colocados a prova. Eu também já fraquejei diversas vezes. Mas se esse é teu sonho, corre atrás. O que devemos ter em mente é tentar mudar a cabeça dos nossos alunos e da nossa categoria, pra fazer tanto estudo e dedicação valerem a pena um dia. Coisa que nem nossos netos verão. Boa sorte!
Realmente, não é uma vida ruim, pelo contrário. Mas, de fato, fica dureza quando comparamos com os colegas que seguiram no mercado de trabalho.
Guilherme, parabéns pelo texto. Você foi o primeiro que (ao meu ver) teve coragem de tocar nesse assunto. Concordo com tudo que disse. Talvez, o problema seja que a maioria dos bolsistas gostam de reclamar por conveniência.
Gostei bastante do post.
Sabe o que é o pior de tudo? É vc não ter bolsa e ver gente que tem bolsa, produz menos que vc e ainda fica reclamando que a bolsa é baixa.
Isso me deixa puto do vida!
Minha reclamação não é nenhuma das 3. É a falta de alguns dos itens positivos que você lançou mesmo… :/
Texto motivador! Vejo tantas reclamações que as vezes acabo me desmotivando de ser pesquisadora. Que bom que na prática não é um martírio tão grande. Vou em frente para minha próxima seleção de mestrado!
O salário do professor é bom? Excelente? Eu ri nessa parte.
Você acha 9000 bruto/mês pouco?
Isso não é salário de professor adjunto recém aprovado em concurso, geralmente é salário de professor com ao menos 5 a 6 anos de casa, com laboratório e grupos de pesquisa estabelecidos. Maioria começa com 5000 a 6000 bruto em faculdades públicas estaduais e federais, mas depois de investir ao menos 10 anos de formação somando graduação até doutorado e se não tiver pós-doc.
Concordo com o segundo tópico e em parte com o terceiro porém, o primeiro é pra rir. Não temos reajuste há três anos enquanto o preço de TUDO vai lá pra cima. Recentemente as verbas para custeio de viagens foi cortada e, acredite o autor o não, grande parte de nossa bolsa é gasta com aluguel (que em Belém é um dos mais caros do Brasil). Agora falemos em “construir o próprio currículo”. Esse discurso foi o pior de todos pois carregamos a produção científica das pós-graduações nas costas. A maioria dos artigos que saem tem como primeiro autor mestrandos/doutorandos, somos cobrados pra isso e nossa produção é um dos itens avaliados pelo cnpq pra dar uma nota pro ppg. Isso sem contar que orientamos alunos de graduação, damos palestras e fazemos um monte de outras atividades que fazem com que não só nosso currículo cresça, mas carrega junto o crescimento do ppg. Então meu caro, pense bem antes de minimizar uma queixa coletiva, pois há uma defasagem muito grande em relação aos nossos ganhos. Isso nos levou a uma paralisação três anos atrás. E só para você lembrar e/ ou tomar conhecimento, o que foi acertado com o governo não foi cumprido e as parcelas do aumento combinado não vieram. Estamos de novo sendo esquecidos pelo governo e vem você falar esse monte de besteira? Eu teria era vergonha de falar tais absurdos. Só pra lembrar, a paralisação a que me refiro foi acertada por aqui, comicamente aqui também pediram votos pra Dilma, que em poucos meses quebrou as pernas dos ppg do Brasil.
Se você for obrigado a ter dedicação exclusiva, é inviável para muitas pessoas seguir na vida acadêmica
Terminei o doutorado em 2014 e sou professora de uma IFE. Tenho que discordar do ponto 4, mas principalmente do ponto 5. Considerando toda a ampla demanda que o professor universitário precisa contemplar, que vai além do tripé ensino-pesquisa-extensão, assim como trabalhar em instituições com condições ainda degradantes, o salário do professor universitário não é excelente, não só pela quantidade de coisas que precisa fazer, mas o quanto é doentio seu espaço de trabalho. No entanto, não é por caracterizar este cenário que estou dizendo que não valha a pena, vale muito, mas não podemos começar nossa carreira convencidos dos pressupostos 4 e 5 enquanto verdade, pois parte de nossa luta enquanto professor é garantir maior reconhecimento social e melhores condições de trabalho (o que inclui o salário). Pode ser que haja professores universitários que ganhem de forma excelente (por causa de bolsas, projetos, etc.), mas este não é o cenário da maioria. Sem contar que podemos refletir o que é ser excelente: estamos comparando com a maioria da população? se sim, certamente eles ganham muito pouco, e é algo que precisa mudar, mas isso não é parâmetro para considerar o salário do professor universitário (de forma generalizada) excelente.
Eu trabalho mais que a maioria das pessoas, não tenho férias, 13°, Congresso eu vou se eu pagar (recebo só reembolso de passagem no valor de R$2.700,00, ou seja, no ano passado eu fui e paguei tudo sozinha pq só minha passagem custou R$3.000,00), eu produzido ciência às custas de esculachos e pitis injustificados do meu orientador (que era um santo até eu começar a receber a milionária bolsa CAPES), e de quebra, se fico doente ainda escuto que estou fazendo corpo mole. Recebo emails e mensagens em pleno domingo com pedidos dos mais diversos para entrega na segunda-feira seguinte. É tão maravilhoso assim? Definitivamente não! É uma super experiência de vida, de crescimento intelectual e profissional, mas esse texto (que parece ter sido redigido por algum orientador casca grossa…), esse sim é fantasioso.
Perfeito
Ganho uma bolsa de 1500 pra viver numa capital que o aluguel não baixa de 900 reais e sou obrigada a publicar e participar de congressos em que a inscrição não baixa de 400 reais. Mas pra que reclamar né, afinal eu não preciso comer! algumas coisas eu concordo, principalmente pq amo o que eu faço e sou muito feliz, mas não é por isso que vou deixar de reclamar do valor da bolsa! hahaha
Achei o texto ingênuo.
Uma pessoa que tem um emprego outro não está contribuindo para a própria formação e currículo?
Faltou falar que boa parte da pesquisa realizada no país vem da pós graduação!
Aí uma pessoa faz uma patente para o país, mas só estava estudando?
E pensando nos valores e a não obrigação trabalhista (zero), é um investimento baixo.
Faça a conta, cada 1 mil reais investido em um funcionário público, financiaria um bolsa de doutorado! E eu acho q tem muita gente por aí que recebe o equivalente a dezenas de bolsas de doutorado.
Parece papo de alguém que pergunta: Mas vc não trabalha, só estuda?
Esse aí não parece ser bolsista de pós graduação
Esse sujeito Faz PG em outro planeta. A bolsa é uma MISÉRIA pra muitos locais – no RJ por ex, tem alunos que moram em favela pra viver de bolsa. No interior de Minas dá pra viver razoavelmente com a bolsa, mas é absurdo achar que isso é um desrespeito às pessoas. E desde quando ganhamos para o nosso beneficio? Ganhamos para a “glória” do orientador e da instituição. Reconhecimento? Qual? #fail
Ele mora no Canadá. No final da matéria tem dizendo q ele imigrou e está fazendo doutorado lá. E com certeza a bolsa de mestrado era só um complemento da renda (isso se ele tinha bolsa) já q ele era professor de inglês e tradutor juramentado no Brasil. Assim fica fácil criticar quem ganha 1500 Reais e reclama.
Gostei bastante do artigo e já enviei para vários colegas. Me parece que há pessoas que esperam de tudo em uma pós-graduação, menos que ela seja de fato uma pós.
Você pesquisa em que área da Linguística?
Abraços!
Mas temos razão em reclamar de certas coisas rs
Achei uma explanação fraca… pouco convincente. Sou pós-graduando e trabalho indústria, portanto não recebo bolsa.
Sim, você está “ganhando” para enriquecer seu currículo, mesmo sabendo que isso não pode afetar em nada sua posição no mercado de trabalho e assumir o risco de se tornar obsoleto devido a especificidade do seu projeto. Isso é um risco assumido e consciente, ok!
Mas não, você não apenas está ali para “sugar” uma bolsa e ganhar currículo. Você está contribuindo para o avanço da ciência em qualquer âmbito que seja, enquanto muitos, com tarefas bem menos impactantes possuem um salário bem gordo.
O poder aquisitivo de um bolsista aqui em SP é ínfimo e com certeza em proporção a importância do trabalho deles, a bolsa deveria ter um valor diferenciado, pois lá é um TRABALHO e há geração de resultados, metas e obrigações e impactos diversos caso estes não sejam cumpridos.
Espera um pouquinho aí. Não somos pagos só para estudar, nós estamos trabalhando! Um erro grande, eu acho, no Brasil é tratar o pos-graduando como o eterno estudante quando ele já está fazendo ciência. Talvez o autor tenha se esquecido de que a grande máquina produção científica é formada pelos ‘estudantes’ de mestrado e doutorado. As reclamações não são tão absurdas assim, o cientista brasileiro precisa ser valorizado. É claro que existem coisas lindas na profissão de um cientista, eu sou apaixonada pela minha profissão. Talvez por isso, como eu, muitos continuam apesar dos percalços. Mas, eu acredito que pelo menos a primeira ‘reclamação’ faz sim muito sentido. 🙂
Olá,
Não é verdade que “Quem faz um Mestrado/Doutorado com bolsa está ganhando para melhorar o próprio currículo.” Você é pago para desenvolver um projeto de pesquisa. Sem alunos de pós graduação você não teria pesquisa científica no país, por falta de MDO e não teria, num futuro bem próximo, nem sequer universidades mais. Você é pago porque isso gera retorno para a sociedade. E é nisso que devem se pautar políticas públicas: não no que o estado faz para o indivíduo, mas o resultado coletivo dessas ações.
Pessoalmente, se você torna isso algo pra se melhorar, se isso melhora seu currículo pro futuro, isso não tem nada a ver com o motivo pelo qual você é pago e nem necessariamente verdade. É bem óbvio que tem gente que sai da PG com não mais do que “um papel assinado”. Agora, mesmo quem sai da PG para depois entrar no mundo corporativo adiciona mais à produtividade (em média, vide acima), por ser MDO especializada, algo que em nosso país falta muito.
No mais, somos mão de obra fundamental da pesquisa no país, mas ganhamos menos do que estagiário (em SP), não temos direito a férias e, no mestrado, por 2 anos, recebemos menos do que 2 salários mínimos. Então sim, tem e tem MUITO o que reclamar da bolsa, que é baixa simplesmente pela exploração que existe em torno de que quem escolhe pesquisa normalmente o faz porque gosta. Tem que reclamar da bolsa não só pelo quanto ela é ruim e pelos maus tratos que passamos com as entidades de fomento, mas também porque o aumento das bolsas é de fundamental interesse para o país, se quisermos nos desenvolver.
André Z. Vitorelli
Aluno de Mestrado em Astronomia
IAG/USP
Realmente, essa é a pior postagem q já vi da página pos-graduando. Viajar para congressos? Que pós-graduando que vive apenas de sua bolsa tem como pagar as despesas envolvidas nos congressos sem comprometer sua vida diária? Ser reconhecido? A maior parte da população sequer sabe o que se faz na graduação, quanto mais na pós. Você é muitas vezes visto pelas pessoas em geral como um vagabundo sustentado pelo governo. E quanto ao emprego, me perdoe, mas acho que alguém aqui não conhece a realidade brasileira. As vagas para professor universitário, em uma universidade pública que é onde se ganha razoavelmente, são muuuuuito escassas. Não se trata de ter 100% de chances de entrar no mercado, mas de almejar 1 em mil ou mais. Ah, e quanto ao prazer de estudar… Se alguém acredita que o que move um pós-graduando né o amor aos estudos e não a necessidade, ou é mto ingênuo ou não sabe o que é o mercado de trabalho de um mestre ou doutor, principalmente se for nas áreas humanas e sociais, que não recebem os milhões de investimento privado ou os royaltes do petróleo.
“Quem faz um Mestrado/Doutorado com bolsa está ganhando para melhorar o próprio currículo”
Qualquer pessoa que trabalhe e tenha ambição, trabalha para melhorar o próprio currículo, independente de estar na academia ou na iniciativa privada. E a bolsa não é um presente que o estado te dá para você melhorar sua formação, apenas. Professor não faz pesquisa sem auxílio dos alunos, e ele vai ter mais e melhores alunos se esses alunos forem bem pagos. Uma bolsa bem paga é fundamental para atrair bons profissionais e melhorar o nível dos PPG. A bolsa não existe apenas para o aluno, existe para o programa. Pós-graduação é trabalho, gera conhecimento, e passou da hora de ser vista de modo mais profissional do Brasil.
“Reclamar de bolsa, portanto, é quase uma falta de respeito com outras pessoas.”
Não, não é. O valor é baixo para o nível de especialização de quem a recebe. E, considerando que o valor é o mesmo em todas as cidades do país, dizer “problema é seu que mora numa cidade grande e não no interior” é o mesmo que dizer “problema é seu que foi fazer pós em um programa de excelência”, já que quase todos estão localizados em grandes centros. Reclamar não é falta de respeito. Reclamar é mostrar que o governo não está sabendo eleger suas prioridades para o desenvolvimento de conhecimento, ciência e tecnologia no país.
Olá Guilherme,
Primeiramente parabéns pelo artigo, eu realmente concordo com você de que muitas pessoas reclamam dos benefícios da pós-graduação sem muitos motivos e na minha opinião isso muitas vezes acontece em virtude do perfil da pessoa não se encaixar no perfil exigido pela academia. A maioria das pessoas que conheço, que gostam e se sentem bem fazendo seus mestrados e doutorados, têm pouco a reclamar.
Somente discordo de você em um ponto e gostaria de expressar o meu ponto de vista. Em relação à reclamação número 1, não vejo a questão do valor da bolsa como uma questão financeira, mas sim como um mecanismo de valorização do pós-graduando. No artigo você diz que o estudante “ganha por algo que traz benefícios a você”. Disto eu discordo. Principalmente no que se diz a respeito a quem é realmente beneficiado pela existência do estudante de pós-graduação no Brasil. Não sei como são os outros campos acadêmicos, mas me baseio pelo que vivo na área das ciências biológicas (sou doutorando em Zoologia por uma universidade federal e bolsista CNPq). Uma parte massiva das pesquisas conduzidas hoje no país dentro da área biológica é conduzida e publicada pelos pós-graduandos. Retire todos os estudos de mestrado/doutorado do país e os coordenadores de laboratórios e centros de pesquisas e professores vinculados aos programas de pós-graduação não conseguirão produzir nem metade do conhecimento científico gerado pela “mão-de-obra” dos pós-graduandos hoje no Brasil. Sendo assim, boa parte da pesquisa produzida hoje no país nesta área é resultado da existência de milhões de bolsistas espalhados pelas universidades e centros de pesquisas do país. Então os pós-graduandos não ganham somente para fazer algo que traz benefícios para ele próprio, mas também para o país. Nesta história eu acredito que estamos no máximo empatados! O país investe nos pós-graduandos, que são beneficiados com sua formação, mas ao mesmo tempo recebe em contrapartida boa parcela da produtividade de pesquisa realizada aqui!
É nesse sentido que digo que o estudante de mestrado/doutorado é desvalorizado. Já começando pela própria denominação de estudante! Ele é muitas vezes tratado como se ainda estivesse na graduação (já vi isso acontecer em muitos PPGs), quando na realizada ele já é um profissional graduado e deveria sim ser tratado como um colega de trabalho pelos professores, orientadores e as demais pessoas envolvidas nos programas de pós-graduação.
Entendo que a questão de valorização do pós-graduando é assunto pra outro post e dá muito pano pra manga. Mas o ponto aonde quero chegar é que, baseado no fato de que a bolsa representa uma forma de valorização do pós-graduando no Brasil e pode servir como um estimulo para que cada vez mais novos profissionais se especializem e desenvolvam pesquisas com mais qualidade, eu considero o valor da bolsa baixo sim. Os reajustes são poucos, não acompanham a inflação e ainda, como você mesmo pontou, é desigual para pessoas que vivem em cidades com custos de vida diferentes.
Enfim, como você disse: em um mundo ideal…
Matou a pau! Tudo que eu sempre quis dizer sobre o assunto e que vale inclusive pros professores que acham que ganham pouco… Isso não impede as lutas. Eu mesmo sou a favor de que a ciência seja menos mendiga (viver de bolsas e ajudas, implorando pra poder ir em um congresso) e mais profissional (direitos trabalhistas, 1 congresso por ano garantido sem precisar estar pedindo e outras coisas) mas temos que valorizar também o que já temos.
Ridículo. Não parece que a pessoa que escreveu isso é um pós-graduando no Brasil.
Parece alguém que fez pós graduação fora do Brasil, onde estudante paga pra estudar, e nem sempre recebe um centavo se quer para se manter. Onde alguns têm que trabalhar em paralelo para pagar as tuition fees e gastos pessoais.
Parece alguém que sabe que no Brasil as pessoas reclamam de boca cheia.
A bolsa é tão boa que o autor nem no Brasil ficou.
mulher, eu não concordo com esse argumento dele não. eu vou fazer assim: vou compartilhar na minha página e lá eu explico porque não acho esse texto muito condizente com a minha realidade (cada pós é uma história diferente)
Só acredito que exista uma grande diferença entre as áreas que se escolhe para fazer pós. Não tem como generalizar. Existe sim muitas pessoas que levam uma vida escrava e a valorização passa longe, e os argumentos dessas que reclamam são reias e verdadeiros.
Quem escreveu esta matéria é de fato ingênuo:
1. Você ganha para evoluir em todos os sentidos, principalmente intelectual e cultura –> Essa intelectualidade pode ser conquistada de diferentes maneiras que não a pós graduação.
2. Você viaja a congressos, conhece pessoas interessantes–> desde que a Universidade conceda auxílios, pois o valor da bolsa, mal paga aluguel.
3. Você é reconhecido, e sente que está construindo o seu currículo a cada semestre: depende muito do seu orientador e ambiente de trabalho!
4. O status social é excelente em países mais desenvolvidos (mas até em países menos desenvolvidos é interessante ser professor/pesquisador universitário) –> Nao vejo como status social e sim, realização pessoal! Até porque um profissional com título de doutor não é tratado com Dr. a frente do seu nome no dia a dia.
5. O salário de professor universitário é bom—excelente, principalmente se pensarmos nas condições de trabalho –> Tão bom é o salário que estamos com boa parte das federais em greve!.
“Quem faz um Mestrado/Doutorado com bolsa está ganhando para melhorar o próprio currículo. Ou seja: você ganha por fazer algo que traz benefícios a você.” Quer dizer que a produção científica gerada no Mestrado/Doutorado não vale de nada pro país? Ok.
Discordo totalmente dessa matéria.
Receber bolsa, não é pra estudar, e sim para desenvolver pesquisa científica. Trabalhamos para a evolução do mundo! Pelo menos na exatas. Pode ser que na área do Dr. escritor seja fácil assim…
6 anos sem décimo terceiro, sem benefício algum, sem férias remuneradas. Dedicação exclusiva gera isso… Me espanta o relato ser de alguém que cursou mestrado e doutorado. Mas no Canadá a bolsa deve ser beeeem melhor que no Brasil.
Tenho minhas dúvidas se o autor do texto é ou já foi bolsista de pós graduação , arriscaria que não.
É, não ter que pagar e sim receber para fazer uma pós graduação é um dos pontos altos do mestrado/doutorado… mas dizer que o valor da bolsa não é baixo?! De certo a pessoa que tá satisfeita com o valor da bolsa mora com os pais e não precisa pagar o aluguel, as contas, o transporte, as xerox, os livros e etc -.-
Levando em consideração que o mestrado exige dedicação exclusiva para você ser bolsista, preferia que nos pagassem o proporcional à inflação e salários mínimos do que nos “presentearem” com uma bolsa de estudos e ainda virem com essa conversa de “deixem de mimimi, vcs não pagam impostos, não precisam bater ponto, nem chegar cedo e ainda podem folgar no meio da tarde” o.O
Gostamos de estudar, isso é fato. O problema é que ninguém vive de brisa! E outra, vamos combinar que muitas vezes temos total razão em reclamar afinal nem sempre nossos orientadores colaboram!
Nenhum bolsista recebe meramente para “enriquecer-se de currículo ou experiência de vida”. Isso tudo é consequência dessa escolha (e quanto a viagens, não é bem assim, nao sao viagens a passeio, sao viagens a trabalho). Os pos-graduandos estão (ou em alguns casos deveriam estar) prestando serviço cientifico qualificado visando benefícios para sociedade. Por esse tipo de pensamento exposto no texto é que a profissão “cientista” dificilmente sera valorizada por aqui…
Em relação ao argumento da reclamação 1 do seu texto, só pensa junto comigo: passamos em torno de 5 anos numa graduação (se for numa Federal temos sempre as greves das categorias funcionais), mais 2 anos no mestrado e mais 4 no doutorado, totalizando 11 anos DE ESTUDO. Mas nós sabemos que pós graduação é mais que estudo, é suor e trabalho de graça. Pergunto aos profissionais: seria justo ganhar uma bolsa de um valor de menos de 2 mil reais? Em comparação com uma vendedora de roupas de um shopping ganha isso fácil só tendo o ensino médio e sabendo falar. Vejam que não comparo alhos com bugalhos, tampouco discrimino a categoria de vendedor. Mas é justo alguém passar muitos anos num “banco escolar” e ganhar menos que uma pessoa que estudou menos? Não concordo com esse argumento furado que somos pagos pra estudar. Produzimos conhecimento pro Brasil e pro mundo, dependendo da pesquisa. ACORDEM E VEJAM QUE A PESQUISA NO BRASIL É SUPER DESVALORIZADA.
Em relação ao argumento da reclamação 1 do texto, apenas peço que os profissionais pensem junto: passamos em torno de 5 anos na graduação (em federais sempre consideramos o tempo das greves das categorias funcionais), somem com mais 2 anos de mestrado e 4 de doutorado, totalizando 11 anos de “banco acadêmico”. Considerando UMA DÉCADA de estudo, você, profissional, acho justo receber o valor de por exemplo, 2 mil reais de uma bolsa de doutorado? PENSEM NISSO. Em uma comparação com outras categorias, como um vendedor de roupas em um shopping, ele ganha em torno de 2 mil reais, com o ensino médio, sem precisar falar inglês ou qualquer outra língua e apenas usando o dom da fala pra trabalhar. Não estou discriminando a categoria de vendedor e nem digam: -Então vá ser vendedor de shopping! POR FAVOR, PAREM DE SE CONTENTAR COM MIGALHAS e achar que somos “privilegiados” de receber um valor tão baixo como esse por tanto tempo de dedicação e trabalho! A PÓS GRADUAÇÃO NO BRASIL É SUPER DESVALORIZADA SIM, mas começa com os próprios profissionais que não enxergam que a pós promove o bem da educação no nosso país e no mundo, dependendo da pesquisa que estamos fazendo.
Sua realidade é muito diferente da que vivem os pós graduados da área de biológicas, pelo menos dos que eu conheço. Não venha falar que receber o pouco que recebemos pela qntidade que trabalhamos e sem direito a férias por 4 anos não é motivo para reclamar.
De fato, existem mais motivos para agradecer do que reclamar (é claro que o custo de vida aqui no Brasil com essa crise está dificultando as coisas), mas cabe a nós decidir o que fazer com o tempo que nos é proposto.
Ótimo post, parabéns 😉
n tenho nem bolsa… nem tenho o q reclamar…. kkkkkkk
Concordo com muita coisa. Porém dizer que o valor da bolsa é relativo com a cidade que estuda está errado. O valor da bolsa, até onde sei, é o mesmo pra todos os estados. Alguns tem um custo de vida muito alto, como.por exemplo o Rio de Janeiro, onde uma bolsa de mestrado quase não paga o aluguel.
Há muitos erros e informações falsas no artigo. Enumero dois, pois refletem uma crítica comum àqueles que demandam mais atenção à situação precária da pós-graduação no país:
Bolsista não ganha para estudar e muito menos para evoluir o currículo, ele ganha para fazer e publicar pesquisa. O programa de bolsas visa promover o desenvolvimento científico do país. É um investimento estratégico calculado, quantificado e com retorno previsto, não é caridade, como o artigo sugere.
O bolsista tem um contrato: ele ganhará dinheiro para entregar a pesquisa até certa data. Caso não o faça, ou caso o faça aquém do esperado, ele devolverá todo o dinheiro que recebeu. É muito importante que se entenda isso a fim de evitar demagogia na questão de bolsas.
A liberdade de horários mencionada no artigo é uma questão que parece positiva, mas não é. A jornada de 8 horas de trabalho não é uma punição, mas uma medida que visa proteger o trabalhador – isso tem que estar claro. O bolsista, por não ter jornada definida por contrato, é frequentemente pressionado a cumprir horários que, em outro cargo, ou seriam inconstitucionais ou lhe renderiam hora-extra: domingos, feriados nacionais, períodos de doença, periodo de luto de familiares, e assim por diante. Veja-se o efeito disso na péssima qualidade de vida dos pós-graduandos (incidência proporcionalmente alta de problemas de saúde, distúrbios do sono, transtornos mentais, questões conjugais e familiares, etc.). Uma busca no google mostra estudos sobre isso.
De maneira geral o artigo trata de maneira leviana problemas sérios enfrentados pelos pós-graduandos e ignora questões com as quais muitos pesquisadores lidam na prática.
Me desculpe, estudante de pós graduação no Brasil é responsável por 99% da pesquisa e inovação do país. Resumindo, mão de obra barata, sem direitos trabalhistas!
E o professor não precisa de alunos de pós pra trabalhar não? Da mesma forma que a empresa precisa de empregados, a pós graduação precisa dos alunos. Trabalhamos muito. Já somos profissionais. E ganhamos poucos comparado ao piso salarial das profissões e ainda sem nenhum benefício trabalhista. Deixamos de trabalhar pra seguir vida acadêmica. Até o salário mínimo aumenta todo ano. Meu aluguel também. A luz também. O preço da comida também. Me desculpe. Mas esse Papinho de devia ta feliz, ta recebendo pra estudar. É coisa de gente pequena. Que se contenta com pouco. Sou profissional. Sou qualificada e gostaria de ser um pouco mais valorizada.
Depois de conhecer a realidade britânica pude notar o quanto brasileiro reclama de boca cheia.
Aqui na Inglaterra o estudante paga pra fazer pós, e paga caro (£20.000 anuais para doutorado, ~R$100.000). Bolsa para gastos pessoais: não é pra todos que querem. Só ganham bolsa aqueles que passam por uma seleção bem competitiva. Além disso o bolsista tem contrapartidas a dar (não apenas um mero relatório no fim do período).
No Brasil as melhores universidades são gratuitas, ninguém gasta um centavo se quer; a depender da área, a bolsa para gastos pessoais é garantida, e cobre as necessidades básicas; e ainda assim o governo não exige qualquer contrapartida direta do estudante.
A reclamação é um esporte nacional.
A imagem e o conteúdo da matéria ilustram bem essa realidade.
Concordo que muita gente reclama de certas coisas na pós a toa, mas quando a não exige qualquer contrapartida direta: Você nunca ouviu falar de relatórios e prestações de contas das agências de fomento? Especialmente das estaduais como FAPESP, FAPEMG?
Aqui a bolsa de gastos pessoais também não é pra todos que querem, a seleção é competitiva. A diferença é que a maioria que realiza pós é bolsista porque são poucos que sustentam (de uma forma ou outra) a condição de trabalhar ou de conduzir a pesquisa sem bolsa.
Na Inglaterra além da desigualdade social ser menor, a remuneração dá conta de quem quiser fazer as universidades fazer isso custeando o próprio curso. Universidade e formação de pós muitas vezes.
Texto bem lúcido, principalmente nas comparações Brasil e exterior, a vida acadêmica por aqui realmente não é tão ruim quanto é dito.
Sobre a bolsa, sempre pensei que deveria haver um bônus para *regiões de alto custo*. De todos meus colegas em SP, ninguém vive só com a bolsa. Os que estão no meu estado natal, estão de boa. É chato aos 20 e tantos anos você ainda depender do pai e mãe. Também é chato dizer a eles que irei depender alguns anos ainda mesmo já sendo formado, tsc tsc tsc.
Trabalhar meio período também é uma opção, mas trabalhar pode acabar atrapalhando a vida acadêmica nos conceitos das disciplinas e na qualidade da pesquisa e dissertação (isso varia por curso, instituição e posgraduando).
Isso se não for vínculo em carteira de trabalho ou se for atividade de docência ou relacionada com a área da pesquisa e do PPG, senão vc perde a bolsa.
Faltou o estudante que trabalha e faz mestrado! kkk
Olá Guilherme, seu post é interessante, porém alguns pontos me causaram duvidas: Durante o seu mestrado você tinha permissão para trabalhar ou era dedicação exclusiva?? Tendo em vista o valor de 1500 das bolsas de mestrado, e o atual corte de verbas da Capes como farão os mestrandos e doutorandos para conseguirem participar de congressos (inscrição, passagens, hospedagem), publicação de artigos (muitas revistas cobram pra isso, e exigem revisão do inglês por nativos, o que também é cobrado) e alem disso pagar aluguel e comida????? Você morava em casa durante o mestrado?
Acredito que as pessoas que resolvem fazer mestrado e doutorado querem de alguma forma seguir a carreira letiva, e os professores são a base de um país, sendo assim a desvalorização já começa pela formação! Não vejo mal em reclamações, afinal se você se acomoda não encontra respostas para as perguntas, bem como não existe melhora!
Em relação a fazer seus próprios horários concordo com você, isso varia muito de curso para curso, mas as tarefas extra curriculares são muitas e geralmente ocupam até os finais de semana!
O post é válido mas desvaloriza o esforço e tempo de vida dedicado a um curso de pós graduação mestrado/doutorado!
Abraço
Cara, vc esqueceu que vc está no Canadá! Aqui no hemisfério sul o negócio é mais baixo. Amor Platônico têm limite.
Sempre pensei nisso, o povo chora muito.
O autor desse texto entende a pós graduação strictu senso exatamente às avessas do que ela é. Não é pra enriquecer o currículo de alguém, formar um profissional pro mercado de trabalho, trainees, ~~agregar valor~~ ou qualquer coisa assim. A função da pós graduação é SOCIAL, e o retorno é PÚBLICO e COLETIVO: o investimento é feito para devolver à sociedade professores, pesquisadores e produtos de pesquisa inovadores e relevantes científica e socialmente. Como não há profissionalização da ciência, nossa função ali não é “estudar”, “evoluir como pessoa/profissional” – é produzir ciência e atuar em extensão universitária. Portanto, bolsa não é favor, não é esmola – é financiamento de pesquisa e de produção científica.
Quem quer ~~agregar valor~~ para o ~~mercado de trabalho~~ tem que fazer é MBA ou especialização, e não mestrado e doutorado.
Guilherme, concordo com boa parte do que você diz mas o trecho “Quem faz um Mestrado/Doutorado com bolsa está ganhando para melhorar o próprio currículo. Ou seja: você ganha por fazer algo que traz benefícios a você.” me incomodou muito.
A produção de conhecimento e o desenvolvimento tecnológico beneficiam o país inteiro. Isso é a diferença entre um país desenvolvido e um país subdesenvolvido. O aluno de mestrado/doutorado deveria estar ali para dar a sua contribuição para o meio científico.
Excelente!
Moço, vc é BASTANTE otimista….
Muito obrigada por suas palavras!
Extremamente pertinentes!
Um abraço!
Rachel
Entra em contradição com o post http://posgraduando.com/blog/voce-quer-mesmo-ser-cientista
Talvez o cara que escreveu esse texto deveria tentar uma area mais pratica, mebos teorica que linguistica. Entao ele teria algum argumento e certamente seu ponto de vista seria o oposto!
Essa é a grande diferença. Você está fazendo doutorado no Canadá. Eu fiz doutorado enquanto morava no interior do MT com uma bolsa de doutorado e filho …. dois mil e duzentos reais que mal sustentava a mim. Considere isso ……em seu post. Saudações do Centro-Oeste.
experimenta trabalhar por salario minimo seu idiota!!
Esqueceu que o ótimo salário de professor é formado por acúmulo de funções (professor,pesquisador,gestor,extensionista) e que a bolsa não é salário( não há direitos trabalhista inclusos, embora seja os pós graduandos a força de trabalho/intelectual(em alguns casos) da pesquisa . E q fora universidades há poucas instituições q empregam doutores . Otimismo é importante e claro que a pós graduação é um grande feito por se só. Mas a forma como e estruturada não e esse conto de fada.
Então, nossa bolsa é baixa sim! Somos, simplesmente, mão-de-obra barata para o governo. pq? pq, para sermos “estudantes” de pós-graduação, antes somos formados, temos nível superior meu caro. Isso é mão-de-obra barata e altamente qualificada fazendo pesquisa para o país. Pois, não me venha falar que o grosso do trabalho da maior parte das pesquisas no país vem de mão-de-obra de professores/pesquisadores, ou aqueles que conseguem apenas trabalhar com pesquisa exclusivamente, pq não vem não, pq simplesmente eles não dão conta de tudo! principalmente os professores universitários, que acumulam no mínimo três funções: ensino, pesquisa e extensão (sem contar as burocracias embutidas nessas três, que cá entre nós, se perde muto tempo, energia e dinheiro sim), e é quase impossível conseguir fazer tudo, além do que, ele recebe apenas UM salário e não TRÊS (equivalente as três funções mínimas a que me referi anteriormente). Além disso, recebemos só bolsa. não temos DIREITO a férias, décimo terceiro, auxílio doença, essas coisas… não podemos nos dar ao luxo de adoecer, pq simplesmente fode sua vida, sua pesquisa etc etc etc. Bom, é minha opinião!
Muita gente já comentou e acho difícil que este comentário seja lido ou chegue ao conhecimento de vários,mas vamos lá:
Acho difícil que pós-graduandos reclamem sem haver procedência nas questões levantadas.Só quem está sem noção das políticas públicas em torno da educação nas últimas décadas pode achar que a realidade de pós-graduando é satisfatória.É claro que diante do DESEMPREGO e de tanta corrupção, acaba sendo até a melhor.A questão hoje que está mais em discussão é em relação ao produtivismo exigido e que ao mesmo tempo deixa de enfrentar os favorecimentos ainda existentes também nesta área.
O meu caso é até conhecido por aí,mesmo que as pessoas finjam que nem é com elas,como pensam alguns contemporâneos meus,”é menos uma…”.Mas o que falo é sobre a politicagem que acontece e que pode arruinar um carreira,como é o meu caso.Sou docente há anos e depois que fui para a pós a minha vida ficou um inferno,tanto do ponto de vista civil de direitos de minha cidadania,como do ponto de vista trabalhista e educacional.
Para encurtar conversa,sou doutorada há 8 anos e estou nesse mesmo tempo buscando fazer um pós-doc,além de buscar emprego e fazer concursos.Sabemos que as coisas não estão desarticuladas e o mundinho acadêmico é sabedor de tudo o que se passa em cada planeta dessa galáxia de algumas celebridades acadêmicas.Fora os anos de pós(mestrado e doutorado em que colegas já trabalhavam no ensino superior,enquanto eu não conseguia nada,mesmo sendo docente há anos).
Em 2010,uma professora, também jornalista,da PUC-Rio, informou-me que “estava vetada”,e que tudo indicava ser da parte da ex-orientadora.Em 2011,uma professora também jornalista disse-me que meu CV da Plataforma Lattes também não era visualizado nem encontrado no Google,e ela queria chamar atenção para o CNPq e as fontes governamentais.Meus equipamentos e páginas públicas vira e mexe estão monitorados.Faço denúncias por internet e nem tenho protocoladas as denúncias.Fui à delegacia digital daqui e nem foi investigada a situação.
Melhor fazer parecer que tenho mania persecutória ou sou incompetente querendo camuflar a vagabundagem.Já passei inúmeras ciladas e boicotes.Lá no mestrado tive um trabalho vetado pelos orientadores e anos depois descobri que não estava em nada dissonante do que se vinha produzindo.Recentemente, como professora substituta fui intimidada e ameaçada de morte no interior do MA e afastada de sala de aula sumariamente durante minhas férias.
Minha carreira tem sido obstaculizada de todos os jeitos,publicações, concursos,participação em grupos de pesquisas,ingresso em cursos livres ou de pós;orientação,nem pensar,isso não existe.Eu diria até, que passei e passo por negligências para não fazê-los,nem terminá-los.
A questão é de rede de contatos e a origem é difícil de saber porque os acordos vigem!
O campo jurídico,como DH, por exemplo,nem ligam ou consideram minhas denúncias, ao contrário,parecem até que torcem para eu cair em alguma situação e rapidamente ser processada ou alijada da vida acadêmica oficialmente.
Não consigo advogado preparado,interessado e especialista,acessível ou não, que queira pegar as causas,que agora seriam várias,ou uma única se conseguisse chegar aos doutores e/ou políticos que fazem isto.
Enfim,e se alguém ainda tem dúvida do quão tem sido criminoso o processo de exclusão,é só verificar as estatísticas em nos.a quantas andam as formações de doutores, mestres nas últimas décadas.Fiz minhas pós sem bolsa porque na minha época não se podia acumular qualquer provento com bolsa.
E agora?continuo enfrentando DESEMPREGO,exclusão de pesquisa e publicações.Quem quiser creditar em qualificações,sorte,carma,que acredite,mas há uma outra realidade que nos mantém absolutamente reféns de politicagens e o pior, alguns de nós,muitos,acham ótimo que o caso seja com o outro e não consigo mesmo.
Mas o poema de Brecht já avisava sobre o burguês que não se preocupava com o vizinho e viu-se tão oprimido e perseguido quanto o Outro.
Saudações.
Em tempo: esta foto da matéria fala bem da representação social que existe na cabeça de muitos sobre o pós-graduando,se quis ser uma piada,posso dizer que foi de mau gosto;e se quis ser séria,é da pior qualidade a seleção feita.
Saudações.
O autor está equivocado em quase tudo o que diz, e espero que novos ingressantes na pós-graduação não tomem decisões baseadas nesse artigo e que se orientem, em vez disso, pelas análises de um acadêmico sério e que tenha experiência com os trâmites e políticas educacionais em todos os níveis, inclusive enquanto pareceirista de bolsas.
O artigo abaixo é um dos vários exemplos concretos de como o conto de fadas das bolsas não é o que ocorre na prática. No caso, um pesquisador que exigiu o que era seu por contrato é chantageado e boicotado pelo governo, e demitido (!) de cargo público sem justificativa.
http://www.suzanaherculanohouzel.com/journal/2014/7/3/csf-regras-brasileiras-do-pos-doutorado-ou-sua-falta-conflit.html
Acho essa visão dos pós-graduandos como estudantes, tanto por parte das agências de fomento, sociedade e dos próprios, um dos fatores responsáveis pelo atraso da nossa ciência. Pós-graduandos bolsistas são obrigados a ter dedicação exclusiva, ou seja, não podem ter outro trabalho, mas não sã tratados como profissionais. A carga horária e “prestação de contas” funciona à revelia do orientador. E, no meu caso, NÃO, NÃO TENHO TARDE LIVRE PARA IR AO PARQUE em dia de semana, porque devo estar no laboratório neste horário, estudando, escrevend ou fazend experimentos, como muitos colegas. Como se não basasse, a bolsa é um valor baixo para um profissional com graduação ou mestrado e não temos dinheiro trabalhista algum. Se ficar doente, se sofrer acidente no trabalho, etc., não há indeniação e o prazo para a defesa permanece, a princípio, o mesmo. Se for reprovado na qualificação, perde a bolsa sem receber fundo de garantia nem seguro-desemprego. E tem mais….proessor nãoo veste jaleco, a produção científica nas universidades depende (necessariamente, mas não exclusivamente) de mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos, nenhum deles tratados legalmente como profissionais. Reclamar de quê, né?
Acho que essa visão do pós-graduando como estudante pelas agências de fomento, sociedade e pelos próprios, só faz atrasar ainda mais a ciência no nosso país. Bolsitas t~em de ter dedicação exclusiva, não possuem direitos trabalhistas e o regime de trabalho é à revelia do orientador em boa parte da vezes. Não sei quanto ao autor do texto, mas eu e muitos colegas NÃO PODEMOS PASSAR UMA TARDE LIVRE NO PARQUE, pelo menos não de segunda à sexta, pois precisamos estr no laboratório fazendo experimentos, estudando, lendo ou escrevendo. Se ficarmos doentes ou sofrermos um acidente no trabalho, não recebemos indenização, tampouco ganhamos mais prazo para concluir a tese. Se formos reprovados no exame de qualificação, perderemos a bolsa e não teremos direito a fundo de garantia ou seguro-desemprego. A produção científica nas universidades depende necessariamente, mas não exclusivamente, de mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos e, apesar disso, não são tratados legalmente como profissionais e recebem uma bolsa cujo valor é muito baixo se considerar que possuem graduação ou mestrado ou doutorado, no caso dos pós-doutorandos, (que também são “bolsistas” e não funcionários). É…reclamar de quê?
Ele é de humanas. Não sabe o que é fazer pesquisa na área de ciências da vida ou da natureza, ou mesmo o que é uma pesquisa tecnológica. São mundos diferentes. Talvez no mundo dele seja tudo tranquilo. No mundo da parte que move a ciência do país e que produz estudos realmente relevantes não é. Se todos os alunos de mestrado e doutorado pararem seus trabalhos, a ciência para no Brasil. Achar que quem move a ciência no Brasil deve ser tão banalizado é, no mínimo, ingênuo, pra não dizer tolo e medíocre. Nós somos profissionais formados e não estamos só estudando, estamos trabalhando, como trabalha um pesquisador de uma indústria, por exemplo. As minhas patentes são compartilhadas com o governo, então se os meus produtos obtiveram lucro, ele será repassado à toda população. Isso é ser estudante? Faz me rir! O povo de humanas não deve ter nem noção do que é sua dissertação ou tese virar uma patente. Ou melhor, não sabe nem o que compreende uma patente! E ai vem falar bobagem aqui! Francamente! Acho que esse site deveria selecionar melhor aqueles que publicam, pois uma matéria dessa depõe contra ele.
Fred eu sou da mesma área que você (sou bióloga e mestranda em Psicobiologia pela USP, trabalho com comportamento e manejo de animais silvestres) mas desculpa, seu argumento do ‘povo das humanas” é totalmente ignorante. “No mundo da parte que move a ciência no país”.. que isso? Economia, administração são humanas aplicadas, sociologia, pedagogia tem muitas pesquisas aplicadas voltadas a questões sociais e de saúde pública. Direito nem precisa falar. A experiência dele mesmo como pós-graduando é uma coisa que não se aplica a outros que fazem pesquisas nas letras… e se sua pós é stricto senso espera-se que você saiba a importância que base teórica possui para a parte tecnológica.
Nos demais posicionamentos eu concordo mas não tem argumentação nenhuma querer desqualificar a fala de outra questionando a área dela não produzir ciência de verdade.
“Sou de humanas” e não fui parar “nelas” por falta de opção, por moleza ,ou por não gostar de física ou matemática.Meu 1o.emprego aos 19 anos foi analista química no Cenpes/PETROBRÁS,depois de uma seleção nacional e a conquista de um 3o.lugar.A decisão de mudar de área,cinco anos depois,embora ganhasse 15 salários há época e trabalhasse em projetos importantes,pró-álcool por exemplo,deu-se por convicção de que queria me dedicar à Educação,à pesquisa nessa área e às artes em geral no viés de crítica estética e literatura como escritora.Há que se pensar melhor sobre estas representações facilitadas e de senso comum acerca do fato de pertencimentos de “humanas” ou “exatas”.Temos inúmeras biografias de escritores que tinham formação em “exatas” e foram destaques e referências nas áreas de humanas e educação.Há 30 anos,pelo menos, as questões em educação continuam engatinhando,embora tenhamos dispositivos de democratização que mais se aproximam de massificação da Educação,principalmente,em se tratando de educação superior e pesquisa no nosso país.cada vez mais estudo aspectos relacionados à filosofia da ciência para compreender objetos estéticos.Talvez seja mais interessante,sem dúvida,não entrar em algumas questões estruturais sobre o ensino superior porque isto pode tirar o foco da própria pesquisa,mas que se assuma que a opção é individual,tendo em vista um sistema que não favoreça iniciativas coletivas.Saudações.
É difícil você ter vivido uma experiência e dizer que tudo em todo lugar funciona do jeito que você acha. Acho os valores das bolsas baixos, não é em todos os lugares que há incentivos para participação em congressos etc, e sim, o pós graduando trabalha e muito. Não é porque você ama o que faz que tem que amar sua condição em fazê-lo. Infelizmente deve haver respeito com o texto porque é OPINIÃO do autor, mas não passa de OPINIÃO.
Não é reclamação de barriga cheia. Nossa bolsa, paga com a alta carga tributária do país, é um percentual pequeno do que o montante do retorno em pesquisa e inovação que são geradas nos seios das universidades. A imagem do Brasil produtor de ciência e tecnologia só existe porque a universidade existe, ela capta as mentes e os recursos pra isso. O cálculo base para a remuneração e capacitação profissional e acadêmica brasileira é extremamente falha. O título de mestre ou doutor é o objetivo pessoal, mas a produção científica recorrente do processo é um retorno de complexa tessitura econômica e impacto na sociedade. Não é só um benefício nosso, mas da sociedade como um todo. Sem recursos bons para sustentar o pesquisador, óbvio que se torna muito mais complicado esse retorno vir com qualidade.
Vim e Belém para o Rio de Janeiro fazer mestrado na minha área e tive que lidar com os altos custos da cidade que uma bolsa de mestrado não foram suficientes para suportar. Simplesmente o reajuste da bolsa pela CAPES não acompanha a inflação e fica à mercê da balança estatal, pelas escolhas erradas do governo na área econômica em outras áreas e ministérios.
Discordo do texto em grande parte. A pesquisa é necessária para o desenvolvimento do país, e não somente para o crescimento profissional dos pós-graduandos. Se alguém precisa executar, e exigindo tanto tempo e dedicação, nada mais justo do que recebermos uma bolsa que não é ruim, mas também não é grande coisa…O título que recebemos no final, o reconhecimento e a satisfação são benefícios pessoais inegáveis. Porém, as cobranças que sofremos dos orientadores, da família, da sociedade em geral causa bastante estresse e isso também não dá pra negar. Se você viveu ou vive uma realidade diferente é um sortudo. Ou um filhinho de papai mimado que não sabe nada da vida. Mas saiba que com a maioria não é bem assim. Ninguém vive reclamando à toa.
Sinceramente, acho que seu texto está desvalorizando a importância da pesquisa para o desenvolvimento do país, como se fosse trazer somente benefícios pessoais para os pós-graduandos. A sua realidade deve ser bem diferente da de boa parte dos estudantes brasileiros. E se a sua pesquisa serve apenas para melhorar o seu currículo e alimentar o seu ego, não generalize. Há pessoas realmente interessadas em contribuir de algum modo para a sociedade.
É óbvio que ele não mora Brasil…se fosse não falaria tanta bobagem.
Acho verdade algumas coisas descritas nesse post. Mas discordo totalmente da questão da bolsa, nenhum orientador ou empresa de fomento está nos fazendo um favor de pagar uma bolsa, dar um vaga, ou de nos ceder tempo livre. Isso são direitos conquistados com seleções, graduações, projetos e trabalhos publicados. Falar em ingratidão a bolsa num país onde os deputados ganham uma fortuna pra cortar os nossos recursos é ruim pra todos nós porque nos desvaloriza mais ainda. Eu ainda estou no nível e tentar entender porque as revistam lucram com nossos trabalhos.
Guilherme eu concordo em parte contigo, a vida de pos graduacao nao eh tao ruim como as pessoas vivem falando, em parte, a culpa eh do proprio aluno por fazer pessimas escolhas pessoais e achar que vai fazer mestrado e doutorado so pra ganhar mais dinheiro no futuro, sem sequer ter qualquer afinidade com docencia e/ou pesquisa. Mas discordo totalmente quando vc deixa parecer que as Universidade “nos contratam so pra nos ensinar depois nos deixa ir embora” ja que as universidades vivem de producao cientifica e patentes, e os pos-graduandos sao a grande fonte de mao-de-obra deles. Sendo assim, o que ocorre eh exatamente o contrario, eles ganham muito ao dar bolsas pois eh um “salario” ridiculo, sem ter que pagar direitos, ja que todos os empregados sao temporarios, e o legado de equipamentos, protocolos, publicacoes, patentes e posicionamento da universidade no cenario nacional e internacional que o os estudantes conseguem para a universidade ficarao la para sempre.
Ps.: perdao pela falta de acentos…estou num computador na Inglaterra que nao tem acento!