Na última semana apresentei meus argumentos favoráveis à divulgação científica pela internet. Também apresentei algumas plataformas que poderiam ser utilizadas por quem tem esse intuito. Esta semana irei explorar de forma mais aprofundada o uso de blog para essa finalidade.
Onde hospedar seu blog?
Existem diversos serviços para hospedagem do seu blog. Eu vou apresentar três: o Blogger, o WordPress e o WebNote. As três plataformas de gerenciamento são bastante simples de usar e existe uma infinidade de tutoriais na internet (e no próprio site de cada plataforma) com o passo a passo para se inscrever e começar a trabalhar.
Blogger
Pertencente ao Google, é a plataforma mais conhecida e utilizada, por ser bastante simples e fácil de manipular, permitindo uma grande flexibilidade no seu uso. O usuário pode criar um template exclusivo ou alterar os já existentes como bem entender.
WordPress
Existem duas opções de uso, o WordPress.org, que necessita um domínio próprio e uma hospedagem, mas que você tem 100% de controle sobre a página. Já o WordPress.com, é uma plataforma gratuita. A vantagem de criar seu blog no WordPress é que existem muitos plugins, complementos e ferramentas a serem utilizados para fazer alterações no layout e que permitem que o blog seja mais dinâmico e dialogue melhor com os leitores.
WebNote
Plataforma mais utilizada por sites estáticos, mas que pode ser utilizada gratuitamente para a criação de blogs, porém algumas funcionalidades só são disponíveis com a assinatura de uma conta premium. Vale a pena? Depende das necessidades de cada usuário.
Qual conteúdo apresentar?
Um blog é a plataforma mais abrangente quanto ao que pode ser incluído. Você pode postar qualquer tipo de conteúdo, lembrando sempre que a linguagem utilizada deve levar em conta o público alvo.
Tendo consciência disso, você pode postar seu ponto de vista sobre algum assunto que esteja em voga, até mesmo estimulando a reflexão sobre o tema. Caso a ideia seja de criar um fórum para discussão ou criar enquetes, deve-se avaliar de antemão o perfil da plataforma de hospedagem.
Pode-se, ainda, preparar material teórico sobre algum tema, disponibilizar conteúdo que já existe na internet (ou suas publicações convencionais) para download ou divulgar eventos e cursos. Nesse caso, deve-se ter em mente que o público terá uma participação menos maciça, com menos comentários.
A evolução do blog
Para manter o fluxo de leitores sempre em alta é essencial, antes de tudo, prezar pela qualidade das postagens e manter a regularidade de publicação (mesmo que quinzenalmente). Outra maneira de tornar seu blog conhecido é comentar em outros blogs, principalmente aqueles que tratem de temas próximos aos que você desenvolve, o que aumenta a sua visibilidade.
Quando blog for bem conhecido e as visitas mais frequentes, é interessante que se crie outras maneiras de dialogar com o público (como um perfil no Facebook ou Twitter). Também podem ser utilizadas novas ferramentas para diversificar a apresentação dos conteúdos (como podcasts e videocasts).
Facilite a navegação
A boa navegabilidade do blog é fundamental para facilitar a vida do leitor e aumentar a assiduidade. Dois pontos podem facilitar nesse aspecto. Primeiramente, caixas de busca são importantes para que o leitor possa encontrar qualquer conteúdo facilmente. Outro cuidado é a escolha das categorias (marcadores) do seu blog. Evite categorias em excesso (muitas vezes repetitivas) e escolha aquelas mais abrangentes.
Cuidado com os direitos autorais
A incorporação de imagens nos blogs é quase que uma regra, pois tornam o layout do blog muito mais interessante ao leitor. Mas deve-se tomar muito cuidado com as fontes dessas imagens. O mais indicado é buscar imagens de domínio público (para isso existem diversos sites de busca). Pode-se também, citar a fonte das imagens ou deixar claro que estas foram extraídas da internet e, casa tenham direitos autorais, o proprietário deve entrar em contato com o administrador. Isso evita maiores transtornos.
Para saber mais:
Recomento a leitura de “Então você quer escrever um blog de ciência”, publicado pelo Atila Iamarino, no Rainha Vermelha. Para entender melhor como essa mídia pode ser interessante, consulte o ScienceBlogs Brasil e o Blogs de Ciência, que agregam diversos blogs com conteúdo científico (nas mais variadas áreas) e podem ser uma boa fonte de inspiração.
Até a próxima semana, quando tratarei das “redes sociais”, abordando Facebook, Twitter e Mendeley.
Gioviani, gostei muito do texto sobre Divulgação Científica na internet e este.
Consegui definir meu projeto de pesquisa hoje,sendo que em setembro tenho que escolher meu orientador…
e o tema é justamente a Divulgação científica nos meios digitais,redes sociais,internet,blogs.
Faço especialização em Educação e Divulgação Científica (IFRJ).
Que bom que gostou dos textos, Mariana. Confesso que agora que resolvi escrever sobre esse tema tenho aprendido muita coisa e descoberto inúmeras plataformas novas. Boa sorte com o seu projeto e espero que goste dos próximos textos também.
Caso alguém esteja interessado em colaborar escrevendo journals club para o NeuroPapers entre em contato!
Olá, Alexandre.Dei uma olhada no NeuroPapers e achei muito interessante, espero que consiga vários colaboradores. Abraço.
Muito boa continuação, Giovani! Há um tempo atrás, quando terminei a graduação, pensei em disponibilizar alguns trabalhos online que seriam potencialmente úteis para trabalhos e pesquisas de outros graduandos pelo Brasil, mas não consegui achar nenhuma forma que atingisse os objetivos e acabei deixando pra lá.
Você acha que caso eu quisesse fazer isso ainda (agora os trabalhos já devem estar completamente desatualizados hehehe), uma plataforma de blog seria o ideal ou você teria outra sugestão de “local” para oferecer esses arquivos para download?
Olá, Elisa! Muito obrigado e desculpe a demora em responder. Olha, criar um blog para essa finalidade é uma opção sim, porém seria ideal que você continuasse a postar outras coisas depois. No caso de disponibilizar seus textos, acho que as melhores alternativas seriam utilizar o SlideShare e o ResearchGate. Já que o ResearchGate exige um e-mail institucional, eu recomendaria o SlideShare, porque tem uma abrangência maior de público, o que aumenta as chances que seu material seja encontrado. E há a possibilidade de ser feito o download. Costumo usá-lo para disponibilizar as minhas apresentações e revisões que foram feitas para alguma disciplina ou palestra. Por experiência, eu tenho um blog e um perfil no SlideShare e utilizo ambos para compartilhar esse tipo de conteúdo, mas tenho visto uma resposta maior de quem busca esses materiais quando estão no SlideShare. A próxima postagem do “Ciência na internet” será exatamente sobre essas possibilidades. Abraço.
gostaria de recomendar esta leitura >
SOARES, Suely de Brito Clemente. Scholarly communication in the web 2.0 environment: why not?. J. Venom. Anim. Toxins incl. Trop. Dis, Botucatu , v. 15, n. 1, 2009 . Available from . access on 27 Aug. 2013. http://dx.doi.org/10.1590/S1678-91992009000100001.
Olá Suely, ainda não conhecia seu texto. Concordo totalmente que já passou da hora de repensarmos os moldes de publicação. Deve haver uma maior abertura para as novas possibilidades. Muito interessante o texto.