“Em ciência, o crédito vai para quem convence o mundo de uma ideia,
não para aquele que a teve primeiro”
William Osler

Sei que muita gente está por dentro desse assunto, mas o que ainda me preocupa é o fato de que muitos pós-graduandos ainda não tem uma visão clara de como divulgar a sua ciência, muitos acham apenas que é ir para a bancada, realizar experimentos “pré-determinados”, analisar os dados, escolher uma revista e publicar. Parece simples, não? Mas fazer ciência é algo muito mais complexo que isso e sua forma de divulgação pode variar bastante.

Primeiramente, o que é uma revista cientifica? É uma publicação periódica destinada a promover o progresso da ciência, geralmente noticiando novas pesquisas. A maioria das revistas são altamente especializadas, ou seja, são divididas por áreas, embora algumas das publicações mais antigas tais como Nature publiquem artigos e dissertações científicas abrangendo uma vasta gama de campos científicos, ou seja, multidisciplinares.

Revistas científicas contém artigos que foram submetidos a revisão por pares, numa tentativa de assegurar que estes artigos vão ao encontro dos padrões de qualidade e validade científica da publicação. A publicação dos resultados de pesquisa é parte essencial do método científico; eles geralmente devem suprir detalhes suficientes sobre um experimento, para que um pesquisador independente possa repetir o processo e verificar os resultados. Cada artigo da revista se torna parte de um registro científico permanente.

Existem vários tipos de artigos científicos; a terminologia exata e as definições variam de campo e de publicação, mas frequentemente incluem:

Letters
(“cartas”, também chamadas de comunicações, e que não devem ser confundidas com as cartas ao editor) são descrições breves de importantes descobertas em pesquisas atuais as quais são rapidamente despachadas para publicação imediata porque são consideradas urgentes.

Notas breves
São descrições curtas de descobertas em pesquisas atuais e que são consideradas menos urgentes ou importantes do que as Letters.

Artigos
Possuem geralmente entre cinco e vinte páginas e são uma descrição completa de descobertas originais feitas em pesquisas atuais. Existem variações consideráveis entre campos científicos e periódicos: artigos de 80 páginas não são raros em matemática ou ciência da computação teórica.

Documento suplementar
Contém um grande volume de dados tabulados que são a resultante de pesquisa atual e podem conter dúzias ou centenas de páginas preenchidas principalmente com dados numéricos. Hoje em dia, alguns periódicos somente publicam estes dados sob forma eletrônica, na internet. O documento suplementar apresenta uma função extremamente importante principalmente em ciências experimentais, pois normalmente em um artigo completo, não possuí espeço suficiente para outras e figuras, imagens e análises, sendo que tudo isso pode ser adicionado ao documento suplementar.

Revisão de literatura
Não cobrem pesquisas originais, mas resultados acumulados de muitos artigos diferentes sobre um tópico em particular numa narrativa coerente sobre o estado da arte naquele campo. Exemplos de revisões incluem a série da Nature Reviews, as quais convidam expertos para escrever sobre suas especializações e depois submetem o artigo à revisão por pares antes de sua publicação. Outros periódicos, tais como a série Current Opinion, são menos rigorosos na revisão de cada artigo e, em vez disso, confiam no autor para apresentar uma perspectiva acurada e imparcial. Revisões de literatura fornecem informações sobre o tópico, bem como referências quanto a pesquisa original. Normalmente são muito citadas.

Alguns periódicos científicos tais como Science, incluem uma seção de notícias onde desenvolvimentos científicos (frequentemente envolvendo questões políticas) são descritos. Estes artigos são frequentemente escritos por jornalistas especializados e não por cientistas. Além disso, outros periódicos incluem um editorial e uma seção de cartas ao editor. Embora estes sejam artigos publicados num periódico científico, não são geralmente considerados como artigos científicos porque não passaram pela revisão dos pares.