Para aqueles que se interessam por pós-graduação no exterior, aqui compartilho um pouco da minha experiência na Espanha. Estou finalizando meu Mestrado agora neste mês de setembro, e depois da entrega do projeto final, aqui estou de volta à ativa no blog.

Esta oportunidade veio através de um convênio de mobilidade entre a Universidade onde me graduei, a Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE) e a universidade estrangeira, a Universitat de Girona, na Catalunya, Espanha.  O convênio consistia da oferta de cursos de Mestrado à nossa escolha (no total eram três bolsas), desde que fôssemos aprovados na seleção da universidade do Brasil, e depois da universidade espanhola.

Para a seleção aqui do Brasil, os requisitos eram ser graduado nos últimos cinco anos e ter realizado projetos de pesquisa. Ainda, de acordo com o “score” do seu histórico escolar, estaria formada uma pontuação que formaria um ranking entre os inscritos, classificando os três primeiros. Assim, bastou escolher um curso entre os ofertados e enviar todos os documentos solicitados. Parecia simples, a princípio… Até que veio a parte burocrática.

Assim, entramos no primeiro aspecto: a transcrição de documentos. É um processo burocrático, demorado e caro. No processo entre o Brasil e a Espanha, temos a chamada política de reciprocidade: um país exige o mesmo que o outro exige, usando como desculpa a exigência por outra parte para dificultar a nossa vida justificar a prática. Sobre a tradução para o espanhol, aqui temos somente uma tradutora juramentada, em São Paulo.

Aqui, os passos são os seguintes:

  1. Reconhecimento das assinaturas no diploma;
  2. Reconhecimento dos documentos pelo Itamaraty
  3. Reconhecimento dos documentos pelo Consulado Espanhol
  4. Tradução Juramentada dos documentos.

Depois de prontos estes documentos, estes  tinham que ser enviados (digitalmente, ufa!) para a universidade espanhola, juntamente com o cirriculum vitae e uma carta de motivação (fiz em inglês, não precisou tradução).

Depois do tão esperado aceite (fogos de artifício!), vamos aqui para o segundo aspecto que tange à documentação: a obtenção do visto de estudante. Sim, pois como a estadia é superior a três meses, há que se buscar a permissão de estudante. Primeira dificuldade etapa: a jurisdição dos consulados espanhóis. Dependendo de onde você mora, pode encontrar um consulado próximo ou distante de sua casa. Nós, no sul, estamos sob a jurisdição do consulado de Porto Alegre, o que em nosso caso significava uma viagem de mais de 600 quilômetros.

A documentação necessária para a obtenção do visto foi toda a relativa e comprobatória do aceite da universidade, além de comprovação de condições financeiras e o seguro de saúde, além de uma taxa. O problema que tivemos aqui foi o atraso com a carta de aceite, que recebemos já depois de as aulas iniciadas, e o processo todo do visto dura cerca de três semanas, o que acabou nos fazendo perder quase o primeiro mês de aula. (Mais informações sobre documentação, recomendo este post).

Em geral, pelo que percebi, os processo de seleção para cursos na Espanha, ao menos os direto com as universidades, não são muito burocráticos, assim como a maioria dos processos por lá. O maior problema enfrentado foi a demora para providenciar os documentos, já que pegamos bem o período de férias.

Nesse post, busquei tratar mais do “pré-embarque”, e a documentação necessária, além de um pouco de como é a seleção pro curso. No próximo, tratarei da chegada ao novo país, um pouco da impressão sobre a organização e das aulas. Caso alguém tenha interesse sobre os estudos na Espanha, fique a vontade para perguntar, ficarei feliz em buscar respostas! Até o próximo!