Todo ano eu explico para um novo grupo de pós-graduandos o que é um doutorado.
Mas é difícil descrever em palavras.
Então, eu uso figuras.
Veja abaixo o guia ilustrado que eu utilizo para explicar exatamente o que é um doutorado.
Imagine um círculo que contém todo o conhecimento humano:
Quando você completa o ensino básico, você sabe um pouco:
Quando você completa o ensino médio, sabe um pouquinho mais:
Com uma graduação, você sabe um pouco mais e ganha uma especialização:
Um mestrado te aprofunda naquela especialização:
Ler e estudar teses te leva cada vez mais em direção ao limite do conhecimento humano naquela área:
Quando você chega lá, você se foca:
Você tenta ultrapassar os limites por alguns anos:
Até que um dia os limites cedem:
Este pequeno calombinho de conhecimento que ultrapassou os limites é chamado de doutorado (Ph.D.):
Mas é claro que na sua visão de mundo fica diferente:
Mas não esqueça da dimensão das coisas:
Continue ultrapassando os limites.
Fonte: Por Matt Might, disponível em The Illustrated Guide to a Ph.D.
Gostaria de expressar meus agradecimentos aos vários leitores que fizeram a sugestão deste post. Entretanto, o sumiço das citações ao @posgraduando no Twitter me impossibilita de nomear os mesmos.
Muito legal essa ilustração!
Embora esse post esteja sob a tag “humor”, quando eu li eu concordei, como se fosse uma verdade absoluta que eu já conhecesse.
Muito bacana e real… pensei que era uma piadinha, mas de fato é assim mesmo que a gente se encara com esta explosão de conhecimentos.
abraço
É a mais pura realidade. Mas…
Pensando direito na “charge”, e admitindo que seja a mais pura verdade.
Se o Brasil forma 10.000 doutores por ano, e se cada Doutor contribui com sua parcela (por menor que seja). Esse círculo do conhecimento humano está sempre se expandindo.
Então acho que estamos no caminho…
Eu gosto de acompanhar o pos-graduando pois apesar de ser regado de humor tem sempre um toque de verdade (provável que seja pela experiência na academia). Esse post é bem humorado e tem um toque de verdade, porém eu discordo que seja apenas isso. Se tu consegues formular uma hipótese resumindo teu doutorado, óbvio que no final das contas a tua resposta será algo como esse pitoquinho da figura. Pequena diante o todo. Mas em áreas como a minha (Eng.) a metodologia vai além desse formato linear até o objetivo. Acabamos sempre abordando vários outros campos e consegue-se assim preencher mais esse círculo. Claro que há no final das contas sempre há uma certa tendência a algum objetivo (por isso que viramos especialistas em um assunto).
Não sei se concordam.
Não concordo. Também faço doutorado em engenharia, mas acho que a ilustração é interessante. Os outros campos aos quais você se refere formam o caminho até a borda e não ao preenchimento do restante do círculo. Essa parte fica para os profissionais de outras áreas. Lembre-se que o círculo corresponde a todo o conhecimento humano.
Muito boa a ilustração, pois de fato ninguém vê importância no trabalho de pesquisa de algum ph.d. Pra gente fica parecendo que mudamos a humanidade, mas o resultado normalmente é tão específico que passa despercebido..rs
Muito bom, acho q é isso mesmo!
Cassiano são 10.000 doutores por ano no Brasil?? Caramba não sabia, pra mim era muito menos. tem certeza disso? E acho q ilustração se refere ao conhecimento pessoal do Doutor, Cassiano. Nao acho q está dizendo sobre o conhecimento humano em geral, se fosse sobre o conhecimento humano realmente a ilustração estaria errada, mas ela é específica do conhecimento do Doutor, então está certíssima. Paulo, eu entendo sua colocação, estudamos tanto tanto tanto que nos recusamos a pensar que é tão pouco. Mas infelizmente o conhecimento acadêmico em sua maior parte não passa de armazenamento na memória. Poucos são realmente cientistas, a maioria são apenas intelectuais. E mesmo a maioria dos cientistas abordam “um objeto”, abarcar todo o conhecimento humano é explodir o HD.
Sim, essa é a realidade, mas é de calombinho em calombinho, para todos os lados, que o conhecimento humano vem crescendo a cada dia e cada vez mais.
Só o da visão que não acho que é certo, generalizou muito as coisas… há pessoas que se focam em um tema, principalmente para conseguirem trabalhos mais remunerados, mas que têm uma visão amplia e generalista.
Pessoal,
acho que essa é a visão que temos hoje…Eu – doutor – que não me ligo muito no fato de ser doutor, apesar da sociedade valorizar…poderia dizer que ao se estudar aquele problema micro lá de cima…tem duas formas…Ou você vai se especializando e acaba perdendo a noção do todo… e aí o gráfico é relevante.
O que nos leva àquela frase: “Quem conhece só química, não conhece nem química”.Ou você usa aquele problema para pensar todos os problemas, que é uma visão mais holística do conhecimento.
A parte pelo todo, o todo pela parte – ou a parte e o todo integrados. Conhecer a parte é o todo e vice-versa.Ou seja, quando se estuda um problema, acaba se percebendo como as coisas mudam no geral e na verdade você passa a poder entender melhor todos os problemas.A ideia de baixar a bola de quem se acha, é bom e não só para doutores, para todos os seres do planeta, incluindo doutores,,,mas destaco que o modelo de especialização representa uma maneira de conhecer e não todas as maneiras de conhecer.Hoje, depois de minhas pesquisas (da qual o doutorado é apenas um pedacinho pequeno) me sinto muito mais conhecedor das coisas do mundo do que antes, além do tema que estudo que é as mudanças que a Internet traz ao mundo.É isso,Nepôwww.nepo.com.br
Um calombo dói e é parecido com um chifr, então devia ser “Dói-Tourado”rsrsrsrs
Muito interessante. Mas o gráfico (interno) ficou um tanto fálico. Ou sou com a mente (poluída) do ensino médio?
comentário tipico de um dr. eng. sabe tdo
Traduz a velha expressão:” quanto maus se sabe mais se vê que nada sabe”. Este calombinho, no Brasil, tem de fato, às vezes, o significado de dimensão mesmo. Infelizmente. Entristece-me ver o rumo que o governo deu ao objeto da pós-graduação. 10.0000 doutores por ano. Alguns Programas em 3 anos com visitas bimestrais. Enfim, vejo “doutores” formados aos 25 anos, que sequer sabem formular uma questão, redigir e executar seu projeto, nem mesmo tiveram experiencia com a academia. Ah! Saudade do tempo em que ficávamos 5 anos, tempo integral, com nossos orientadores, em escolas renomadas!!! estes, orientadores de fato, com alta capacidade intelectual. Ainda não existia o copy e cola. Mas é assim, criar muitos doutores, aumentar a produção intelectual do país, publicar trabalhos que nao dão trabalho, nem resultados que levem a produção de nada. Mas é Brasil!!!!!. Desculpem-me pelo desabafo. Nao generalizando, pois temos ótimos doutores por aí.
Muito interessante o gráfico e concordo com o autor. Só reforçaria a ideia de que o doutorado é ao mesmo tempo ponto de chegada e partida para novos conhecimentos. A ideia é não sentar no título, pois a dinâmica do conhecimento exige mais conhecimento. Mais curiosidade…que gera novas perguntas.
Calombinho / Achei engraçado rs.
Excelente ideia ilustrada =)
Gostei do calombinho, pois demonstra o quanto devemos ainda percorrer pra provocar um calombão.
Creio que o doutorado e outros níveis de especialização despertam no pesquisador a conscientização da nossa incompletude e a vontade de saber sempre mais….
Para se chegar a esse calombinho é como termos a sensação de estar carregando um piano o tempo todo….
Gostei, muito legal.
Conforme você vai estudando o conhecimento vai afunilando e você ficará bom em uma única coisa….
E vai… e vai… e vai… e vai…
Até chegar lá.
Lula tem 27 títulos de doutor, e ae????????
Num é atoa q o Lula é um cara foda. Parabéns pra ele!
Eu sempre tive esse desenho em mente! É por aí msm! 😉
Humildade! Muito legal!
Um habilitador para o magistério de nível superior e um curso de formação em metodologia de pesquisa. E só isso. No Brasil, você vai reproduzir a pesquisa do seu orientador alterando, um pouco, o objeto e o referencial teórico. Só um pouco.
Bem isso!
Não é bem assim, existem orientadores e orientadores, o meu foi fantástico e consegui desenvolver A MINHA pesquisa, com todo o apoio dele.
eu devia imprimir isso fazer cópias e distribuir com colegas que se acham d+, amigos e os parentes que acham que sei tudo.
Todos os “indivíduos” que têm a presunção de se achar maiores que os outros porque têm um papel de doutorado deveriam entender isso. Todos que acham que o tempo deles é mais importante que os dos outros, que supõem que podem se assentar em tronos existenciais e maltratar o próximo (seja ele quem for), deveriam entender isso. Extraordinária explicação. É apenas um ponto. Só isso. Precisamos uns dos outros na busca do conhecimento. E isso com toda humildade e respeito do mundo. E os deuses, que busquem um terapeuta para tratar sua estima baixa e loucuras existenciais. E que paremos de copiar esse doentio padrão.
Ótimo comentário. Um padrão comum, que precisa parar de ser copiado.
O que deve nos mover é busca pelo conhecimento na construção de um mundo melhor. Devemos sim, nos orgulhar das nossas conquistas individuais, mas no âmbito geral, promover a igualdade, o respeito e o potencial de todos que optam pelo caminho da Ciência. =D
Como se não houvesse um bando de alunos vagabundos .. seja um bom aluno, você verá como será bem tratado !!
Bosta de utopia marxista-freiriana
E o que define um bom aluno de um aluno vagabundo? Não sei dizer se a ideologia de Marx e Paulo Freire são utopias, mas respeito ao próximo, cordialidade e visão de comunidade se aprende em casa. Diploma não traz isso.
E o que define um bom aluno de um aluno vagabundo? Einstein era péssimo aluno em algumas disciplinas. Clair Patterson não era um aluno brilhante. Esse último rejeitou investimentos imensos para sua pesquisa e denunciou que a gasolina estava contaminando o mundo com chumbo no passado (e foi ele quem descobriu a idade da Terra). Não sei dizer se a ideologia de Marx e Paulo Freire são utopias, mas respeito ao próximo, cordialidade e visão de comunidade se aprende em casa. Diploma não traz isso. De experiência própria, já vi alguns que não comem com alunos, ao contrário de uma senhorinha de cabelos brancos que serviu a todos os alunos, mesmo sendo uma das maiores em física de lagos do mundo.
4 anos de insanidade, desespero, choro e resiliência. …mas ao final.. a sensação de que Você é phoda!
Exatamente! Só ainda não sei quanto ao final… ?
Doido pra sentir essa sensação, principalmente o final rsrs..
A sensação dura segundos..logo a realidade de ser cientista no Brasil nos acorda. ..
Infelizmente essa realidade está drenando meu desejo de fazer doutorado. Não só o depois, mas também o durante. 48 meses vivendo só com uma bolsa de doutorado é tenso :S
Oi!
No seu compartilhamento via tt não está o @. Só tem o link. Daí sugiro q vc coloque, q já vai automático 😉
Nossa q texto perfeito! Mta gente ta precisando ler esse texto e colocar em prática!
É isso mesmo. Saber cada vez mais, sobre menos.
Um título que vc precisa pra passar na universidade pública.
E ganhar um salário de nível médio do Judiciário =/
Não façam. Arrumem emprego.
Conselho de quem esta ferrado na vida.
Duas alegrias, uma quando entra e outra quando sai…
Essa ilustração é: se você acha que sua tese vai mudar o mundo, desista!! Kkkkk
Vinicius Kmez
Título alternativo: por que uma pessoa não deve se achar por ter um doutorado.
Muito bom! Cabe muito pra alguns egos…
Estou a quase um ano e pouco nele e ainda não descobri 😛
Depende muito em qual universidade realiza seu doutorado….faz um enorme diferencial!!!!
Sejam fortes amigos o que vocês descobrirem sobre a ciência hoje vai ecoar na eternidade. Peço que procurem descobrir somente coisas boas para a humanidade, para que não se arrependam como Einstein e Nobel e as suas bombas. Shalom….
Kkkkkkkkk, nunca vi alguém explicar isso tão bem. Ficou ótimo!
Muita criatividade!
Tornou simples e acessivo a voos desprovidos de sensibilidade. Kkkkk
Lindo!
Já havia visto e estava procurando há muito tempo.
Tentarei criar um slide e talvez um gif animado e se ficar bacana posto aqui.