O mestrado acabou. E agora? Essa foi a pergunta que me fiz um pouco antes da defesa. Às vezes acontecem tantas coisas no percurso do mestrado que desanimamos com a possibilidade do doutorado. E, afinal de contas, pra quê doutorado se eu posso ser chamada de doutora porque sou veterinária (assim como os médicos e advogados)? hahahaha!
Brincadeiras à parte, a pergunta do título soou profundamente em mim. Como relatei no meu primeiro texto aqui no blog, morar longe de casa tem alguns pontos negativos que começaram a pesar no momento da decisão. Por outro lado, a pesquisa que eu ia desenvolver no doutorado eu não teria a oportunidade de desenvolver em minha cidade natal. Foi aí que a situação complicou. Então, meus caros, a decisão foi suada, difícil e dolorosa…
O nível de estresse em que eu me encontrava estava elevadíssimo e contribuiu para o desespero. Eu estava prestes a defender, preparando a apresentação do mestrado, fazendo o projeto para o doutorado num assunto novo sem receber muita ajuda e sem saber ao certo se ficaria mesmo para executá-lo.
Sem contar a insegurança e medo das consequências da decisão que seria tomada. Nessas horas: muita calma! O apoio de pessoas próximas é importantíssimo. Estamos tão fragilizados com a iminência de uma decisão tão importante que tudo que queremos escutar de alguém próximo é: “está tudo bem”, “estou com você”, “faça o que você achar melhor”.
E, mais uma vez, calma!! Você pode parar por um ano e descobrir que o que realmente gosta de fazer não tem nada a ver com a pós-graduação… Ou tem tudo a ver!! Por isso é importante deixar as portas abertas para ser recebido de volta caso perceba que sua vocação é essa mesma.
Pense bem, mas não fique louco! Dê tempo para sua cabeça, pense em outras coisas e pese bem tudo que for importante: qualidade do seu curso de pós-graduação, tema que será desenvolvido no doutorado, relacionamento com seu orientador, vida social fora da pós-graduação, produção científica, recursos disponíveis para realização do doutorado, e o mais importante: você está/será feliz? E claro, pode fazer o doutorado em qualquer outra instituição do nosso país ou fora dele.
E, não sei se todos os doutorandos compartilharam a mesma sensação após a defesa, mas no momento que você escuta as palavrinhas mágicas “está aprovado, agora você é mestre” a coisa toda muda de figura. Você se sente invencível e jura que tudo que passou valeu a pena. As pilhas são recarregadas e você está pronto para mais quatro anos de sofrimento e muito estudo.
Então, futuros mestres, a palavra de ordem é calma, tente não tomar decisões no calor do momento, e boa sorte no caminho que escolher!
No momento estou nessa crise! Terminei meu mestrado no começo desse ano e como trabalho na indústria, ainda não sei ao certo o que vou fazer!
Bom saber que essa indecisão não é só minha!
Cyro, acho que muitos de nós compartilhamos esse sentimento… E é bom colocar um pouco pra fora e perceber que não estamos sozinhos nessa! Obrigada pelo comentário!
Carol, nem sei ao certo o que me trouxe novamente para este post! kkkkkkk Mas, relendo meu comentário, vejo o quanto minha vida mudou desde então. Em 2014 pedi demissão da indústria e fui estudar para a prova do doutorado aqui na UFG. Resultado? Passei e hoje estou na metade do meu doutorado, em um grupo super produtivo, sou professor substituto no IFG. E você? Como foram esses últimos 2 anos e meio? Abraços!
Olá Cyro, obrigada por compartilhar o desfecho ou novo começo da sua jornada. Estou na etapa final do mestrado e me sinto como você descreveu no seu primeiro comentário lá em 2013. Cá estou, em 2021, pensando sobre o que farei pós defesa no início do ano que vem. Tenho minhas dúvidas principalmente pelo estresse emocional e pelas cobranças que passamos ao longo dos anos de formação. Eu sou bolsista e não tenho como deixar de considerar a questão financeira, que ajuda muito. Me sinto muito insegura ainda mas tenho sonho de dar aulas… enfim … Agradeço mais uma vez e espero que esteja bem!
Carolina e Cyro! vcs não estão sozinhos!!!! Conheço muitos casos! Eu mesma me incluo! Mas o que a Carolina levantou no post é muito importante! Querer e estar disposto é o primeiro passo. As vezes parar e retornar depois de um tempo é muito válido para voltar a ter energia e disposição para os próximos 4 anos. As vezes é tempo de avaliar se aquela linha de pesquisa é a que te faz mais feliz e te da prazer ao trabalhar…se não, muda… experimenta. Nada na vida é tão pragmático…Cada um tem a reposta dentro… é preciso se ouvir e aceitar, pra seguir em frente! temos todas as possibilidades de experimentar. E não precisa se cobrar por isso. Você já é capaz! você acabou a graduação e o mestrado!!!! 🙂 adorei o texto, parabéns pela leveza na escrita Carol!
Nossa, Carolina, cada texto seu é descrição do que eu estou passando ou vou passar hehehe!
Muito bom, foi exatamente essa a sensação… defendi o Mestrado em março e resolvi mudar de área, de cidade, de universidade. Mesmo desespero com a escrita do projeto, e um período de uns 5 meses longe da bancada que fez eu me dar conta de que realmente queria continuar a trabalhar com pesquisa. Já no aguardo pelo próximo texto =)
É, estou passando por isso tambem!! Mas o meu “e agora” está mais pra onde vou buscar emprego, já que onde moro minha área de pesquisa está um pouco fechada… Mas bem nas linha que você comentou, eu decidi pelo mesmo, vou parar neste próximo ano e tentar ver se é com isso mesmo que eu quero trabalhar, antes de partir pra um doutorado, ou até mesmo outro mestrado… Adoro esses textos de desabafo, obrigada! rs.
Pois é, Carol, to nessa também. Aliás, meu próximo post é sobre isso: será que queremos mesmo fazer pós-graduação? To nessa pilha de defender dissertação, escrever projeto, participar de seleção para doutorado, dar aulas… é um tanto desgastante e, em muitos casos, o final da discussão minha comigo mesmo é: ok, mas eu vivo de bolsa e se não passar no doutorado, não haverá bolsa. Esse não é o caminho e não deve ser a razão para ingresso num doutorado. Mas é uma questão, digamos, existencial, hehe! Obrigado por compartilhar suas ideias!
Percebo que não estou sozinho então! Defendi minha dissertação há um mês e meio e pela primeira vez em 8 anos que não estou “estudando” ou tendo compromissos. É bom que estou tendo contato com meu trabalho (professor da rede pública de SP), me dando outra perspectiva de vida e podendo colocar na balança o principal: sou feliz dando aulas ou pesquisando? Acho muito importante tirarmos um tempo para nós e podermos perceber o que realmente nos faz feliz! Eu mesmo quero meu doutorado porque estou sentindo falat de fazer o que amo: pesquisar e ler! Abraços e vamos à luta!
Eu estou um tanto desesperada… Defendi um mês antes do previsto para tentar um doutorado. Tudo deu certo na defesa, fui super bem, mas abri mão da minha última bolsa. Não fui aceita no doutorado e ainda não arrumei emprego… Daí, agora, estou sentindo o peso das minhas escolhas. Sei que tenho muito potencial, estou com indicações, mas não tenho nada concreto. Amo ler, estudar, pesquisar, mas prefiro esperar um tempo para fazer o doutorado, até mesmo para estar mais velha, mais madura. Queria atuar em docência um tempo. Mas, agora estou com medo… As coisas simplesmente não estão acontecendo, estou sem renda, desconfortável na casa da minha mãe, cheia de vontade de trabalhar e compartilhar o que aprendi… E o pior é que não tenho com quem falar sobre isso, dividir com alguém que passe pela mesma situação; minha família não entende e acha que posso trabalhar em qualquer coisa até aparecer o que eu quero. Enfim, um desabafo. Como é difícil ser pós-gradua(n)do no Brasil!
Entendo muito você, descreveu exatamente o que sinto também.
Gostaria que o site tivesse mais artigos sobre a vida pós-mestrado.
Adorei o texto e me identifico com ele (e com os comentários).
Terminei o mestrado, as portas estavam abertas para que eu prosseguisse no doutorado na mesma instituição direto mas eu não quis. Não tive uma boa relação com a minha orientadora e isso pesou muuito, mesmo eu tirando ótimas notas e publicando (ou tentando publicar) artigos com outras pessoas. (estou meio traumatizada pra falar a verdade haha). Também estudo a mesma linha de pesquisa desde a graduação (que eu amo e é por isso mesmo que estudo), mas eu tenho muita vontade de pesquisar algo totalmente novo. Acho que vai ser construtivo.
Enfim, não segui direto pro doutorado como minha orientadora queria (sei lá por quais motivos) e sempre que me lembro disso vejo como fiz a escolha certa. Agora tenho mais tempo livre pra mim, estou conseguindo fazer cursos extras que tinha deixado de lado por causa da pós e estou longe das pressões da pós-graduação. Pelo menos por um tempo, mas acho que é essencial para ganhar um novo fôlego para começar qualquer projeto daqui pra frente. Nós merecemos!
Eu também estou vivendo essa fase, só falta defender minha tese, porém eu não tenho experiência profissional nenhuma na minha área, só fiz os estágios obrigatórios da graduação, fui direto para o mestrado e agora não quero seguir direto para o doutorado porque sinto falta de uma experiência profissional. No entanto, eu não sei aonde procurar um emprego que aproveite o meu mestrado, e também me sinto insegura com o fato de nunca ter trabalhado, parece que não me sinto capacitada.
Estou na mesma situação!! É angustiante não ter perspectiva de ingresso no mercado de trabalho!!!
Estou passando por quase isso nesse momento. Estou para defender daqui uns meses e sem perspectiva de emprego. Grandes chances de ficar sem nenhuma atividade financeira.
Ai Carol, a próxima seleção de doc ta muito longe e as contas não esperam. Meu sonho é o doc, mas preciso ter uma renda nessa lacuna enorme de tempo. Tenho medo de entrar em alguma instituição e acabar por perder a paixão, me acomodar. aff difícil viu!