Você tem pernas perfeitas, não é? Levante, ande e siga em frente” (Edward Elric)

Precisamente hoje, nesse dia, em um domingo amanhecido fiquei na dúvida se acordei com inspiração ou a inspiração me acordou. Na realidade essas duas ideias são gostosas de pensar. Nesse momento me encontro “no aqui e no agora” escrevendo essa “nota” algumas linhas para lembrar/recordar sobre o que é viver na Universidade e como ela pode ser parecida com um Apocalipse Zumbi (ApZ).

Já vi/ouvi por aí, que existem muitas possibilidades (em um cenário na literatura apocalíptica zumbi – “ou não”) de se tornar um zumbi: Seja por vírus (O famoso “T-vírus” de Resident Evil), seja por radiação (ah… não me lembro de nenhum exemplo por agora) seja por infecção (quando somos mordidos, arranhados ou acontecimentos parecidos) seja ouvindo “Thriller” de Michael Jackson (É uma brincadeira nesse caso

[?]), mas também dizem “as más línguas” (?), que há uma possibilidade de virar Zumbi ingressando na Universidade.

Quanto mais caminharmos em direção a “iluminação” da academia (titulação) mais as características de Zumbis aparecem: Ficar acordado durante a noite terminando aquele artigo cujo título é: “A História sem fim” – É um passo muito importante para entranhar essa nova maneira de ser zumbificada.

Quem sabe o Ministério da Saúde em breve lançará a campanha: “O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: Beber café todos os minutos do dia poderá provocar sintomas de zumbificação e seus males serão crônicos degenerativos” – ou quem sabe ficar tão, mais tão alienado/a em “produzir” (não importa o compromisso e a qualidade com a Educação e as pessoas) para alimentar o monstro maior da academia (e seus autores/professores/percussores), talvez esse seja o pior tipo de infecção, a mais avassaladora e que se propaga em uma proporção grande e com rapidez absurda.

No entanto, não é sobre “virar Zumbi”, que quero descrever, e sim a respeito de como a sobrevivência a essa infecção é muito parecida com o caminhar na graduação (equivalem também aos mestrados, doutores…).

As histórias sobre esse acontecimento zumbi (muitas pessoas “torcem” para isso acontecer, provavelmente seriam os primeiros a morrerem) são sempre variadas, no entanto, geralmente iniciam-se com uma gigantesca confusão e/ou um acidente catastrófico, o personagem principal (insira seu nome aqui: ________________) fica totalmente desnorteado, ou pode estar desacordado e despertar em um ambiente novo ou por mudar radicalmente e rapidamente (quase de maneira imediata) seu modo de agir/pensar.

Os personagens se encontram em um cenário totalmente novo, estranho aos seus olhos, que fazem ressoar em sua alma. Reparem se esse início não parece com o ingressar em uma Universidade: (…) E finalmente passamos no vestibular após um ano (ou bem mais) de estudos (des)necessários para nossa vida, acordamos cedo e todo animados para irmos ao nosso primeiro dia de aula, afinal o “Universo”, a Universidade nos aguarda.

Para nossa primeira surpresa-estranha o cenário é novo (igual ao ApZ), por mais que existam cadeiras, mesas e quadros quase idênticos aos anos escolares, o ar desse novo ambiente é estranho, o caminho para chegar é diferente, começamos a nos sentir perdidos (mesmo que por alguns instantes).

No ApZ a prioridade é encontrar pessoas para tentar entender o que está ocorrendo e se possível encontrar pessoas, que conhecemos. No nosso primeiro dia, tentamos encontrar alguém para nos direcionar, nos mostrar as coisas, realmente nos ajudar ou só conversar (não é por acaso que somos chamados de calouros – “recrutas” -).

Após alguns dias o personagem, que vive na destruição zumbi, já reconhece algumas dificuldades e imagina/realiza o que terá que fazer para SOBREVIVER – essa é a sua prioridade – Elaborar estratégias, recolher recursos (alimentos, remédios, armas), reunir o maior número de pessoas para continuar superando as mais diversas eventualidades.

Com o passar das Unidades fazemos as mesmas coisas, já sabemos as estratégias dos professores para nos “morderem” e elaboramos as nossas, armazenemos a maior quantidade de café possível em nossa dispensa, e já criamos a nossa “panelinha” de trabalhos (Já sabemos o que cada um faz e NÃO FAZ na equipe) e continuamos a estudar.

Contra os Zumbis tudo é válido, inclusive machucar, ferir ou até mesmo matar um “companheiro” ou “companheira” nossa para continuarmos vivos, além do mais os personagens precisam prestar muita atenção e possuir certos cuidados com quem irão se alinhar para compartilhar suas ideias, seus recursos e a sua vida.

E agora pensem: Quem nunca tomou uma verdadeira rasteira em algum momento da graduação ou na pós? Por algum colega que apostaríamos tudo e na hora que realmente precisamos do apoio dele, o mesmo nos “deixa morrer” ou “mata”? Por vezes dói, mas precisamos continuar caminhando entre as disciplinas.

Existe um tipo de infecção, vírus, doença (como queiram chamar) na Universidade que surge com os movimentos (independente qual seja). Alguns dos seus companheiros de grupo “se contaminam” com alguns projetos que nem eles sabem quais são! Simplesmente e cegamente começam a disseminar “suas ideias” pelos quatro ventos dos corredores.

Há também quem se venda em troca de proteção, um status mais seguro entre os demais “sobreviventes”, qualquer artifício é válido (mentir, roubar, trapacear); Igualmente como se vive no ApZ: Se necessário muitos permitem que injetem o “próprio vírus”, que desumaniza as pessoas e as transformam em caricaturas que nunca foram.

Na Universidade a brutalidade é silenciosa e astuciosa, às vezes quando nos dando conta – “O verdadeiro caindo em si” – já estamos encurralados em um canto, mas não devemos nos entregar facilmente (nunca) aos “mortos-vivos”.

No entanto, a maior dor é a da perda… Um grupo que começa com 40/50 estudantes (ou sobreviventes) muitos são deixados ao longo do caminho, muitos são sacrificados, muitos param não porque querem, mas por precisarem.

Seja porque necessitarem trabalhar para sustentar a família, porque não possuem condições de continuar indo, seja porque viraram pais ou mães, sejam pelas mais diversas responsabilidades/adversidades (muitos são os resultados de uma equação injusta do “nosso” sistema, no qual hoje somos submetidos).

É difícil ver essas pessoas morrerem no passar das disciplinas, nas mazelas do caminho dos semestres, nos sentimos impotentes, mas precisamos continuar caminhando… Sabem por que? Pois, AINDA não podemos ajudar o suficiente para que esses elementos (evasão e perdas das mais distintas) aconteçam e se pararmos também nada terá valido esses sacrifícios dos nossos amigos/amigas (até mesmo dos contaminados que ainda continuam perambulando entre as salas da Universidade)

Todos nós carregamos em nossa essência e alma a esperança das mudanças e da humanidade (sem exceção). Aos que sobreviveram e sobrevivem ao Apocalipse Zumbi da Universidade não parem! Levantem e andem! E se for contaminar alguém, contaminem com as ações e esperanças de um mundo melhor.

REFERÊNCIAS:

Anime Fullmetal Alchemist: Brotherhood – 3º Episódio
Histórias de vida – E de todos nós
Histórias de Zumbis – Jogos, HQ’s, Filmes.

_______________________________
Texto escrito por Biba Renata, professora de Educação Física e estudante de Pedagogia.