Terminar uma pós-graduação não é simplesmente escrever uma dissertação ou tese. O nível de exigência que temos com nós mesmos e que a sociedade nos impõe é altíssimo. Afinal de contas, o país investiu anos em você e a resposta desse investimento todo tem que vir, e rápido se possível.

Bem lá no fundo sabemos que as palavras “pós-graduação” e “estresse” são praticamente sinônimos. Após ler um artigo sugerido pelo colega Daniel Angrimani, resolvi escrever sobre o óbvio!

Mesmo sendo algo tão comum em nossas vidas, porque o assunto é tão pouco estudado? Já discutimos aqui no blog a questão de tantas pessoas que passam pela pós-graduação e ao final levam consigo muito mais que o título de mestre ou doutor, levam um período depressivo como conseqüência. E com certeza o estresse está entre as causas da depressão na pós.

No artigo de André Faro (Universidade Federal de Sergipe), podemos perceber que o estresse está presente durante toda a vida do pós-graduando.  Fala aí, aposto que tem algo te estressando nesse exato momento relacionado à pós, não é?
Primeiro é a pressão no processo seletivo, a cobrança, a ansiedade do resultado. Passou? Prepare-se para o estresse constante: burocracia, disciplinas, experimentos, dissertação, artigos, seminários… Ufa!

A pressão pelo bom desempenho figura como a maior preocupação dos alunos de pós-graduação da pesquisa em questão. E em segundo lugar vem a interferência da demanda de estudos sobre outros aspectos da sua vida. Tem sobrado tempo para ter vida social, cultivar amizades, visitar parentes, se relacionar… Viver??

Podemos observar também que questões financeiras por estar estudando em tempo parcial ou integral são outros motivos de preocupação freqüentes. Essa preocupação já vem com outra de presente. Pra quem recebe bolsa, a possibilidade de tirar notas inferiores às esperadas pode levar ao cancelamento do recebimento… Não se vááááá querida bolsa!!! Como não se estressar?

Por fim, dentre outros, os estudantes que nunca trabalharam na área de formação, os que não trabalhavam simultaneamente à realização do curso de pós-graduação e os que não pretendiam prosseguir na carreira acadêmica exibiram maior estresse. Com certeza, passar por todo esse estresse sem ao menos ter certeza de que esse é o caminho que irá seguir quando tudo tiver passado faz o fardo ficar muito mais pesado.

Mais estudos como esse poderiam ser feitos no sentido de se identificar e diminuir o estresse tão presente na nossa vida pós-graduanda!

Sugiro a leitura do artigo “Estresse e estressores na pós-graduação: estudo com mestrandos e doutorandos no Brasil” de André Faro.