De cada 10 pessoas (não estatísticos) que conheço, 9 tem pavor à estatística. Só de ouvir esse termo e lembrar em todos os cálculos relacionados a ele muitas pessoas têm calafrios.

A estatística entretanto é uma ciência fantástica! Com todos seus métodos e aplicações, é sempre utilizada nas mais diversas áreas do conhecimento: medicina, bancos, pesquisa populacional, pesquisa eleitoral, análise de sobrevivência (de pessoas, alimentos, objetos), definição de tamanho amostral, comparações de produtos, etc.

Acredito que o medo relacionado à ela vem da falta de compreensão sobre como ela pode e deve ser utilizada, como deve ser aplicada e quando cada método é apropriado. Não vou entrar em detalhes sobre seu ensino, o que também influencia muito na absorção do seu conteúdo. A forma mais “light” de entendê-la é apresentando-a com exemplos simples e compreensíveis.

Todos os pesquisadores que um dia coletaram dados para realizar uma investigação, se depararam com a necessidade de fazer uma análise estatística.

Eu a defino como uma ferramenta que traduz os dados em informações relevantes e significativas, que tem a capacidade de entregar respostas às hipóteses teóricas feitas no início do estudo.

Acho que quase todos os cursos superiores tem pelo menos um semestre de introdução à estatística, nesse momento as informações básicas são apresentadas.

Aprende-se o que é uma média, desvio padrão, variância, moda, mediana, quartis, gráficos de barras, histogramas, gráficos de dispersão, etc. Quem nunca ouviu um exemplo de estatística que utilizasse dados ou cartas do baralho?

Eu sou fascinada pelo versatilidade que os métodos estatísticos oferecem à ciência. Quem imaginaria que utilizando a estatística seria possível analisar o quanto a fé, por exemplo, auxilia no tratamento de stress? Ou como terapias alternativas como meditação podem beneficiar pacientes que sofrem de doenças crônicas graves?

Com o desenvolvimento computacional a estatística também se desenvolve. Existem muitos métodos computacionais que surgiram devido ao avanço da informática e que tem se mostrado extremamente úteis na solução de diversos problemas (ou na previsão deles).

Por isso resolvi ser a desmistificadora da estatística! Essa ciência tão necessária e útil para nossas pesquisas. Vou apresentar em posts futuros cada uma das medidas básicas da estatística com exemplos ilustrados.

Muitos softwares são utilizados no cálculo das estatísticas, acho que o mais comum entre os pesquisados é o Excel.

Mas existem programas mais específicos e mais poderosos, com relação à utilização de métodos avançados da estatística, que também são muito conhecidos e divulgados.

O SPSS é um deles, muito utilizado no meio de pesquisa social, por psicólogos, sociólogos, terapeutas; o SAS é mais conhecido no meio financeiro, muito usado em bancos e por consultores dessa área.

Os pesquisadores acadêmicos (e aqueles que buscam mais liberdade na programação) utilizam o R, que além de ser completo é grátis, os outros dois primeiros são pagos.

Muitos dos cálculos podem ser feitos à mão, mas isso só é possível se o tamanho amostral for pequeno e se o método utilizado não for muito avançado. Mas não se preocupe, a estatística e seus programas computacionais estão disponíveis para seu auxílio. Desfrute-a!

Texto escrito por Daniela Recchia, M.Sc., doutoranda em estatística pela universidade de Witten/Herdecke – Alemanha