Bom, pra começar, fazer todas estas atividades sendo pós-graduando é quase impossível, mas a gente consegue usando algumas regras básicas ou simplesmente aceitando.
1. Você precisa ter uma família tão compreensiva quanto o seu orientador (e tem orientador compreensivo? Não…E nem família!)
2. Tem que estar preparado para os seus familiares nunca entenderem que ser bolsista da CAPES e receber para estudar é como um trabalho, você cumpre horas, tem atividades obrigatórias e não pode ter um “trabalho de verdade”.
3. Se você fizer algum curso, como Ciências Sociais, Analista de Dados, Ciências da Religião ou algo assim, será pior ainda, eles nunca vão entender nem o que você estuda e pra que serve essa coisa. (E não tente explicar, será pior).
4. Aprenda que sempre que você tiver um artigo pra escrever para o dia seguinte, seu filho vai ficar carente ou doente.
5. Sua mãe nunca vai entender quando você disser: “Mãe, hoje tenho que escrever um capítulo da qualificação”, ela só vai entender que você não lavou a pilha de roupas que ela pediu.
6. Seu pai só vai ter orgulho de você, caso escolha uma pós-graduação em Medicina ou Direito.
7. Se tiver um trabalho paralelo a pós, o seu chefe nunca vai aceitar que você falte porque tem que apresentar um seminário ou porque tem que assistir a uma conferência, e mais, que isso também faz parte do regimento.
8. Você vai achar que está louco, quando alguém pergunta o que você faz e você conta todo o seu projeto de pesquisa na mesa do bar (Não você não esta louco, você é pós-graduando).
9. Sair pra balada…essa eu adoro! Você paquerando o gatinho e ele te pergunta “O que você faz?” E ai você toda orgulhosa responde: “Mestrado em Ciências Sociais” e o carinha com aquela cara de quem nem faz ideia do que seja, responde: “Legal, vou ali no banheiro!”…rs….O que ele iria falar?…Dica muito importante para as solteiras…Nunca fale isso na balada!
10. Sempre fale pra sua filha ou filho o que você faz com orgulho e mostre os benefícios de estudar e fazer pós-graduação, mesmo que não façam a menor ideia do que isso signifique, porque eles vão reproduzir para as outras pessoas com o mesmo orgulho (Aí pelo menos alguém terá orgulho do que você faz!).
11. Aceite que seu tempo será contado em páginas e não mais em horas ou no máximo em textos que você deixou de ler para estar fazendo coisas cotidianas, como ir ao shopping com a família ou fazer um churrasco no domingo.
12. Que seu filho, seus amigos e sua família, principalmente as mães, (estas são as piores) dizem entender e estarem sempre ao seu lado, mas não fazem silêncio pra você escrever e não conseguem aceitar que você pode passar o dia todo no computador escrevendo sua dissertação com o facebook aberto!
13. Mas uma coisa é verdade, poder ver o mundo com os olhos de um pós-graduando te habilita a levar com bom humor as páginas dessa dissertação, sempre dentro das normas da ABNT, claro!
Tem alguns tópicos super verdadeiros, como “Sua mãe nunca vai entender quando você disser: ‘Mãe, hoje tenho que escrever um capítulo da qualificação’, ela só vai entender que você não lavou a pilha de roupas que ela pediu”. Mas acho que seria muito bacana se houvesse um post dedicado a quem trabalha e faz pós-graduação sem afastamento.
Oi Paula, realmente as mães nunca entendem! Boa a sua dica, vou pensar em algo!
Abraços
O texto é ótimo e me fez rir, apesar dos pesares. Estou na pós – sou doutoranda e já estou avançada nos anos de vida. Mas decidi formalizar agora o estudo acadêmico. Tenho 3 filhos, 2 netos, marido e um cachorrinho. E trabalho em período integral, sou bibliotecária. Para que o marido não fique zangado, por exemplo, chego e coloco logo roupas de casa, para que, quando ele chegue da academia (todos os dias) eu pareça estar totalmente envolvida com as tarefas, atendendo o jantar, etc. Mesa posta também é importante. E assim vamos, tentando conciliar, mas está valendo! abraços Pós graduandas!
Excelente!!!
Obrigada, Rosi! 🙂
Escrever com as redes sociais abertas… NUNCA ENTENDERÃO! =P
Sybylla, eles JAMAIS entenderão…kkk…#fatoreal!!!
Mas a gente continua…sem facebook não dá! J[a chega a pressão que a gente vive, tem q ue relaxar!
Abraços
hahahahaha dessa, pelo menos, eu consegui me livrar, já que meu estudo é justamente sobre modos de visibilidade no Facebook 🙂
O pior não são as pessoas de fora da pós-graduação que não consideram fazer mestrado/doutorado como um trabalho, o pior são seus colegas de mestrado/doutorado que concordam com esse ponto de vista.
Infelizmente muitas pessoas não levam seus estudos a sério e elas acabam queimando o filme de quem realmente gosta de estudar… é como os policiais corruptos que acabam manchando o nome de todos os policiais.
É verdade, Pedro, tem muitos colegas dentro da pós graduação que não tem o mesmo comprometimento e por isso não entendem quando vc deixa de ter vida social pra se enfiar nos estudos! Eu sempre uso um ditado bem da vovô….Os justos pagam pelos pecadores…hehhee
Abraços
Ser mãe é estar atenta e disposta a auxiliar os filhos/filhas, sem questionar simplesmente dar todo apoio.
Eu vivo essa experiencia e faço o máximo, para o sucesso de minhas filhas.
Pode incluir lista de curso que ninguém entende pra que serve, Odontologia em Saúde Coletiva!!
Renata, pode deixar que vou incluir….hehehhe
Abraços
Olá, sou mestranda em Cognição e Linguagem na Universidade do Norte Fluminense, gostei muito do seu texto. A sua área de interesse é muito semelhante a minha “gênero”, gostaria de manter contato.
Verdades que apesar de não serem tão “simpáticas” nos fazem rir e até nos tranquilizam, pois percebemos que não somos uma aberração.
Realmente Ana Paula, minha mãe tb não achou tão “simpático” assim…hehehe
Mas quando vemos que outras pessoas dividem os mesmos problemas que nós, ficamos mais leves…pois se torna um problema menor!
Abraços
Geeeeente…. Tem horas que EU não entendo o que faço. Sou post-doc em Biofísica Teórica e Computacional.PS: Sempre explico os projetos na mesa do bar. E as pessoas SEMPRE concluem: nooooossa, q cara inteligente. Coitado, devia ter aproveitado isso e feito medicina.
Oi Cristiano, kkkkk é verdade, eu tb não sei oq vc faz!!!
E eu tb sempre explico meu projeto na mesa do bar e as pessoas sacodem a cabeça falando: “nossa que legal!” uaauhua que significa = não entendi nada!
Obrigada pelos comentários!
Abraços
Sybylla, eles JAMAIS entenderão…kkk…#fatoreal!!!
Mas a gente continua…sem facebook não dá! J[a chega a pressão que a gente vive, tem q ue relaxar!
Abraços
Isso mesmo Terezinha, nossas princesas sempre vem em primeiro lugar….este texto é a minha vida!
Tb tenho uma filhota….e sei como essa vida dupla e as vezes tripla é corrida!
Abraços
Linelly, sempre trabalhei pensando em gênero….podemos sim manter contato!
Me add no face…será um prazer trocar experiências!
Abraços,
Pior que tudo isso é a pura verdade.
Meu pai até hj não entende o que é fazer um mestrado em Letras. Minha Mãe só reconhece que eu tenho um trabalho no quinto dia útil de todo mês. Meus colegas de mestrado me dizem todos os dias que não entendem de que eu reclamo, pq eu sou a única da sala que só estudo e não me acabo em empregos massacrantes por aí.
Nossa Ynha, tudo que vc disse é a pura verdade tb!
Minha mãe tb sabe o dia que cai a bolsa, até minha filha já tá aprendendo…hehehe
E quando falo que tenho atividades da bolsa como estágio as pessoas sempre acham menor, queria ver eles fazendo oq n´s fazemos?!
Obrigada pelas palavras!
Abraços
Olá Astrid. Estou vendo pela primeira vez o blog e adorei as considerações feitas. Parabens! Penso tambem, que mais dificil ainda é concilicar a pós graduação, com o trabalho uma vez que em certos contextos exercemos cargos de liderança…e agora, como dar conta dos dois e ainda ter admiração da diretoria?? rsrs…Tenso! Parabens pelo texto e continue a abordar essas temáticas, pois é de uma preciosidade para nós pós graduandos! Abraçaço
Legal ouvir isso Silas Diego! Cargos de liderança são os piores…heheh…tb já passei por isso! Alías acho que vou escrever sobre isso em algum post. Vc fica entre a Cruz e a espada, como diria minha avô!
Vou sempre seguir esta linha de texto humoristíco com as dificuldades que encontramos….tomara que vc continue lendo! Curta tb nossa página no facebook!
Abraços
Impossível não me identificar com o item 3…eu, pobre historiador fazendo Mestrado. Além de ter que falar que pesquisa é uma forma de trabalho e que merece ser valoriza, ainda tenho que ouvir que História só serve pra decorar data.hahahhaah
Excelente artigo Astrid, que demonstra também o próprio descaso do nosso país para com a pós-graduação.
Verdade Marcus Vinicius, o item 3 serve pra milhares de cursos…hehehe!!!
Obrigada pela leitura atenta e concordo quanto ao descaso com a pós de um modo geral, por isso nós devemos começar a provar o valor de nossas pesquisas!
Abraços,
Quando falo que faço pós-graduação em Agronomia existem apenas duas respostas possíveis. Uma, é aquele famoso “Ah” de quem não tem a mínima ideia do que se trata. A outra opção é “que bom, porque eu tenho um vaso de violeta que não vai pra frente” ou “um pé de mamão que dá flor e não produz” ou algo do tipo. Não é fácil mesmo, Astrid. Muito bom o texto!!
kkkk…adorei Giovani, essa é a pura verdade!!! mas vc tá melhor que eu, pq eu só ouço a primeira resposta…o “Ah” de quem não faz a mínima ideia…pq ninguém vai me dizer sobre como anda o comportamento da sociedade e nem como funciona o sistema Eleitoral brasileiro…hehhee
Obrigada pelo carinho!
Abraços,
No item 11, eu chamo de coisas da vida cotidiana: tomar banho, sentar para comer comida de verdade e dormir mais de 6hs. Ir ao shopping e churrasco têm sido artigo de luxo!
É verdade Larissa…ir ao shopping e churrasco é artigo de mt luxo nessa nossa vida mega corrida!!
abraços
E o namorado ou o marido? A gente querendo trabalhar, com a cabeça cheia de ideias e querendo ler e escrever! Ficar de pijama o dia todo na frente dos livros e do computador.
Gente,é um exercício mental que não nos deixa envelhecer … ou pode nos levar … E eles querendo ir para a casa de amigos, ir para o barzinho, viajar e ficar três dias fora de casa … E a nossa pós ficando cada vez mais pesada.
Verdade mesmo Marcinha!!!
Não lembrei de colocar essa parte, pq ainda bem que quando entrei na pós já estava separada e solteira…hehehe…senão seria mais uma dor de cabeça!
Acho que só arrumo um namorado se ele estiver fazendo pós tb pra entender oq passamos…kkk
Boa sorte!!
Abraços
Pior que eu já ouvi na balada: “se eu soubesse que você fazia mestrado, nem tinha vindo conversar com vc!”
kkkk Gabriela, pelo menos ele foi sincero!!!
abraços
Adorei o texto. Me identifiquei em vários pontos. É sempre complicado defender o meu campo de pesquisa da pós-graduação (Tragédia Clássica e Grego Ático) mesmo entre outros pós-graduandos! Isso porque mudei de área depois de me graduar em Direito… meus pais ainda esperam minha carteira da OAB e meu concurso pra juiz até hoje! Eles sequer contam para as pessoas que minha pós é em Estudos Clássicos, boa parte da família ainda acha que faço Direito.
Poxa Fernanda, que legal!! Oq mais gostava nas minhas aulas de política eram os textos de Política Clássica…Aristóteles, Platão, Tito Lívio…amava tds as aulas!!!
Interessante seu tema….eles nunca irão entender….o importante é estarmos felizes e realizados no que fazemos!
Ser pesquisador é mt melhor que qq carteira da OAB….ehhehe…mas um salário de Juiz não é nada mal?!
abraços
Eu sempre respondo: sim, eu só estudo, poderia fazer isso pro resto da minha vida. Não sei como você vive com horário pra acordar?! Tenho muito orgulho de estudar e trabalhar não significa um fim em minha vida. Há muito mais que um emprego como oportunidade pra ser feliz. Quando me perguntam se só estudo, digo sim, porque isso me faz feliz. Se eu estou feliz devem ficar felizes por mim também.
Oi Ana,
também me orgulho muito de só estudar! Mas tralhar é bom, te carrega de experiências altamente aplicáveis a produção acadêmica! e realmente não é o fim da vida….é o começo! E quando vc leva tudo com bom humor fica muito mais fácil! Se vc se sente feliz é somente oq importa!
abraços
Oi Astrid,
Estava lendo alguns textos do site e achei você aqui!
Muito interessantes os seus textos! Parabéns e muito sucesso nesta empreitada!
Oi Lízia, que bom que gostou!!!
Infelizmente por conta do mestrado não tenho tido tempo para me dedicar!
Mas a gente tenta se multiplicar em mil..hehhhe
bjs
Eu sei que esse site é um site de humor. E está tudo certo. Porém, pô, um desabafo (porque leio os posts daqui há muito tempo e mesmo como uma pessoa de fora do universo da pós-graduação, me sinto pesada, toda vez q entro aqui): acho extremamente desanimador ver tanto brasileiro reclamando que é pesado demais, que NÃO HÁ relação sadia com orientador, que as pessoas se sentem esquisitas e fora do mundo por causa da pós. Não sinto nada de inspirador em se fazer pós-graduação no Brasil. Como disse, sigo o site faz tempo e sou muito atenta aos comentários. Raríssimos entusiasmados. Preocupante. Desanimador.
Você fez a trajetória típica de um brasileiro: fez graduação, mestrado e…tentou virar política. Parabéns!!!