Artigo científico. Duas palavras, que se usadas juntas na em qualquer frase, podem fazer qualquer pós-graduando tremer nas bases.
Mas, por que é tão difícil escrever e ser bem sucedido na escrita científica?
[pausa dramática]
Eu não sei, sinceramente. Mas desconfio que a dificuldade seja uma combinação de “faltas”. Primeiro falta de orientação, afinal como toda comunicação social específica requer o mínimo de iniciação. Depois falta de prática, por que se você recebe instruções e não as põe em prática, de nada irá adiantar. E por fim a falta de orientação pós-escrita, ou seja, um retorno com frases de correção mais específicas do que “vago”, “melhore” ou “reescreva” e/ou um encontro para discutir a escrita até o aperfeiçoamento que é o sonho de todos o ideal.
Se fosse para dar uma porcentagem para essas “faltas”, em uma escala de importância, eu daria um 20-60-20. Ou seja, depende mais de nós mesmos do que dos outros. Embora, pessoalmente, sinta muita falta dos outros 40%.
Muitos artigos são mal escritos e difíceis de entender. Ou vai dizer que você nunca se confrontou com um caso desses? É uma pena por que existem boas ideias que ficarão obsoletas por não serem compreendidas.
Cedo ou tarde todo cientista em treinamento vai entender que publicar não é somente uma coisa que botaram na sua cabeça uma condição para receber o diploma, um mantra ou uma demanda de órgãos reguladores, mas a ferramenta mais utilizada para comunicação com seus pares.
A habilidade na escrita e a seleção criteriosa do veículo de comunicação contribuem para que nos destaquemos num mundo cada vez mais cheio de informações e acessibilidade.
Pensando nisso, vejo que eu tenho muito a aprender nesse aspecto e venho tentando estudar mais e aprender mais sobre como redigir melhor meus artigos e comunicações. Então, trouxe hoje os materiais que explorei e que me ajudaram bastante (e ajudarão, por que a gente nunca para de aprender). Mas adianto que isso é só um começo…
Plataforma Escrita científica (USP)
O material desenvolvido pelo Prof. Dr. Valtencir Zucolotto oferece vídeo aulas, apostilas e outros materiais de apoio excelentes. Tudo grátis para download ou acesso via internet: www.escritacientifica.com
Há também um canal no YouTube com todos os módulos do curso “Escrita Científica”
Redação científica por Gilson Volpato (professor da Unesp)
Nesse portal é possível encontrar muito material interessante relacionado a comunicação científica, principalmente a comunicação escrita. Artigos, palestras e um curso de “método lógico para escrita científica” podem ser acessados gratuitamente e há alguns livros à venda. Para quem se interessa por fóruns, quer se aprofundar, ter acesso a mais conteúdo e tirar dúvidas pode se “filiar” a um “clube SOS ciência” disponível no site. Para conhecer o site: https://www.igvec.com/
Deste mesmo autor/professor eu gosto muito de um livro chamado “Bases teóricas para escrita científica – por que seu artigo foi negado?” porque nos leva a entender desde como os conceitos básicos e filosóficos da ciência influenciam o estilo da redação e como melhorar a escrita conhecendo a lógica to texto científico, até discutir a redação como ferramenta imprescindível para comunicação.
Outro livro sobre o tema com o qual eu aprendi bastante é o “Manual de Redação Científica” de Ulysses P. Albuquerque (professor da UFRPE). Um diferencial entre esse livro e os outros que eu li é a utilização de uma linguagem bem simples para debater assuntos relacionados ao tema e por trazer exercícios para desenvolver a habilidade da escrita. Pode ser encontrado em: www.nupeea.com.br
Aquela história de “quem não se comunica se trumbica” nunca foi tão válida desde que eu me dei conta de como funciona o mundo acadêmico. Então, “keep calm” e vamos estudar e aprender como ter uma redação eficiente em português, por que esse é o primeiro grande passo.
O segundo passo é a escrita em inglês, mas isso é o tema do próximo post.
Vamos juntos para frente! E boa sorte para todos nós!
Muitas verdades no seu post, Raiana.
Obrigado por compartilhar tantas fontes interessantes.
Realmente, ouvir muitos “está vago”, “tem que melhorar esse capítulo”, entre outros clichês da área, não ajudam muito no nosso processo de aprendizagem.
Quando for nossa vez de avaliar os trabalhos, vamos nos esforçar para sermos mais específicos.
Abraço,
Lucas Palhão