Você já chegou numa sala de aula de pós-graduação, e saiu com aquela nítida impressão de que: “hummm eu acho que esse professor tá meio no enrolation“? Creio que irá se identificar com este artigo!
Pretendo aqui tentar desvendar as diversas técnicas “espertinhas” de professores que não prepararam suas aulas (ou preparam mal) em pós-graduações…
1 – A técnica “me engana que eu gosto”
O professor faz generalizações óbvias sobre um tema, não cita fontes em hipótese nenhuma, e/ou joga o abacaxi para a sala ao ser questionado de algo que não sabe. “Humm então, o que é materialismo histórico dialético? Quem pode dizer isso primeiro? Quero ouvir vocês”. E aí, a partir das falas dos alunos, vai concordando, acrescentando frases de efeito e construindo assim sua “resposta”.
2 – A técnica “dou somente seminários pois sou moderno”
Para legitimar o fato de que ele NUNCA irá dar uma aula expositiva, afinal isto é um recurso “atrasado” , “tradicional” demais, ele adota a famosa técnica dos SEMINÁRIOS. Que para este tipo de professor, nada mais são do que rodinhas em que alunos apresentam interminavelmente um tema, de preferência que o professor não saiba muito, e tudo será passado como a fiel verdade, em nome de uma aula que “dialoga com os saberes dos alunos, tornando-os protagonistas do saber”. Ao final, os alunos farão comentários vagos sobre a apresentação dos colegas, o professor irá concordar com todos, vai afirmar que “rendeu muito a discussão” e possivelmente acabará a aula uns 30 minutos antes.
3 – A técnica “lançando polêmica para salvar a aula”
Esta técnica é simples: consiste em vc jogar um assunto fervente na pauta da sala, e deixar o pau quebrar!! O professor é apenas um mediador entre o caos e a ordem, evitando que alunos de diferentes visões não se matem! O professor com isso, se livra do fato de que preparou uma aula superficial de 20 minutos, que acabou em 10 minutos, e ainda falta 1 hora!! Mas ao lançar a polêmica, argumenta de que está discutindo o conteúdo. De fato isso é proveitoso e útil, o problema é que esse tipo de professor quando costuma lançar uma polêmica desvinculada com o tema da aula, acaba fazendo da discussão quase toda a aula, mediando de forma a não contribuir para a real troca de idéias. Acaba virando um samba maluco em que cada um joga qualquer coisa na base do “vamo que vamo”.
4 – A técnica “vou colocar vídeos e falar que uso recursos didáticos”
Também uma técnica muito utilizada, o professor recheia sua aula com milhares de vídeos… e aqui vale tudo: motivacionais do youtube, palestras longas de especialistas, trechos de filmes, documentários. Geralmente acompanhados de pouco tempo para discussão dos vídeos, ou discussões superficiais, em que o professor limita-se a ouvir o que “cada um achou mais legal”. Técnica fundamental para o professor que mal preparou a aula e ainda passa a impressão que ficou horas ali selecionando rigorosamente vídeos para acrescentar a aula teoricamente dada.
Texto escrito por Márden de Pádua – Mestrando em Educação da PUC/MG
Nunca esqueci do dia no qual o professor havia chegado horas antes da aula. Foi à sala e ficou sabendo que era outra matéria da qual ele não tinha pensando, e inventou na hora o conteúdo. ‘-‘ Quando chegou a outra semana, ele mudou de novo o conteúdo e reclamava, porque os alunos não faziam perguntas. A impressão era que ele não preparava nada e cobrava dos alunos lessem e fizessem perguntas que, mesmo feitas, ele não respondia ‘-‘
nunca…meus professores eram um pe no saco e nao perdiam o tempo deles com ‘enrolation’…alunos por outro lado….
tá cheio desse tipo de professor nas faculdades. No meu tempo, tive uma que inclusive teve a pachorra de me dizer que era ótimo fazer isso (dividir a turma em pequenos grupos para apresentar seminários) porque ela ganhava sem fazer nada…(Como se precisasse dizer isso para eu saber o quanto ela enrolava sem nada fazer)
E quantos de nós não tiveram exatamente esses tipos de aulas no ensino fundamental, médio, graduação, pós…………
Concordo . Já vi muita aula assim.
Tenho a impressão q me enrolaram mt mais na pós do que na graduação. Pq fazem concurso para professor se não querem ser professor?
O fato é que ninguém, jamais, fica satisfeito com nada. Ainda não inventaram um outro método de dar aula a não ser o expositivo. Quando o professor tenta outra coisa, os alunos não gostam. Mas adoram dormir na aula expositiva… Vai entender!
Viviane, estava pensando a mesma coisa! Se o professor só expõe, é atrasado, se “inventa” outra coisa é enrolão. Se não deixa a turma falar é pedante, se deixa, é pedante do mesmo jeito.
Pior ainda são aqueles que estão lendo o artigo, identificando semelhanças e quando forem para a sala de aula irão fazer exatamente a mesma coisa. Infelizmente está cheio de “professor” assim e futuros “professores” iguais.
Faltaram:
– Professor que só lê o slide;
– Professor que copia o livro no quadro;
– Professor que só lê o livro;
– Professor que copia o livro no quadro e lê o que escreveu.
Durante estas aulas eu fico pensando: eu podia estar estudando, de verdade. Ás vezes eu falto aula para estudar o conteúdo da disciplina que vai ser dada porque sei que a aula não vai render bulhufas. No ensino superior passamos muito tempo em sala de aula, fazendo muitas disciplinas obrigatórias que nem dá tempo de estudar. No final das contas: não deixe que o professor e faculdade atrapalhem seus estudos.
Realmente, faltou essa técnica clássica e medíocre rs.
Eu vivi isso até a graduação. Algo comum na vida escolar de um brasileiro. kkkk
O tipo de professor que não foi citado, e que existe aqui na universidade que estou é o professor animador!!!
Ele da uma aula superficial, cheia de obviedades…mas é carismático, divertidíssimo, animadão…e assim todos da sala adoram ele!!!
Mas em meio a essa empolgação a turma não percebe que a aula foi vazia de pensamento crítico, de reflexão e estímulo a criatividade e novas idéias!!!
É bem isso.
Saio da sala já desanimada, sendo que deveria aprender os conteúdos realmente.
Mas infelizmente acabo de sair de um “espetáculo” que muitos alunos amam,.
Nossa, na faculdade eu tinha um professor que era a cara dos itens 2 e 3 e sempre falava “o professor é o mediador… o aluno precisa buscar o conhecimento por conta própria e o professor é aquele que ensina o aluno a ser auto didata, etc.
Sou quase doutora (de fato) em assistir aulas usando a técnica 2.
poxa, e eu pensava que não tinha isso na pós, porque na graduação…
Caro autor, espero que sua dissertação seja exatamente sobre práticas pedagógicas alternativas e exequíveis a tudo o que colheu em termos de engodo educacional.Ah! como também espero que o deixem trabalhar como docente e/ou pesquisador,porque no meu caso,a veia crítica e criativa me rendeu, na grife universitária principal a que pertenci, desemprego,desgostos e vetos,sem direito a causa na justiça.
Profa.Dra Angeli Rose
Excelente observação Professora. Algumas das práticas citadas aqui como engodos são práticas que eu frequentemente utilizo agregando situações práticas que são sustentadas pela teoria. Como professor que pregamos novos modelos, devemos estar atentos as novas práticas. Porém como já foi citado aqui, o processo de ensino x aprendizagem é extremamente criticado como somos alunos. Poucos tem o discernimento, criatividade e conhecimento de preparar uma aula que não seja leitura de slides.
Faço o que posso, acredito que como a senhora, para utilizar os seminários, vídeos do youtube e explorar a participação dos alunos nos seminários. Uma pena que alguns vejam isso como uma prática de enrolar os alunos.
Um abraço, saudações!
Como dito em diversas etapas do texto, são práticas ruins se porcamente executadas. O autor deixa frases bem claras que indicam que, tudo é muito bom eficaz como método de ensino, se feito da forma correta.
Obrigada, Profª Drª Angeli Rose!
Gostaria que o autor e os outros comentaristas apresentassem os bons exemplos de professores de graduação e pós-graduação, tão didaticamente como os maus exemplos foram apresentados. As opiniões mudam quando trocamos de lado. Quando somos alunos, reclamamos dos professores e vice-versa.
Acho que a técnica #3 vem sendo muito empregada na contemporaneidade acadêmica hehe
Kkkkk só lamento..
Seria cômico, se não fosse trágico!
Sempre tive bons e maus professores. Agora, temos que admitir que ser bom professor não é fácil, né? Quem é muito bom, várias vezes é muito bom em outras áreas de trabalho também. Se o sistema de ensino não valoriza um profissional esforçado e competente, a tendência é essa pessoa trocar de ramo. Muitos dos ruins continuam, e muitas vezes chegam na pós-graduação. Ainda bem que vejo muita gente boa ensinando com “amor à camiseta”, além de ver muito bons profissionais no ensino de graduação e pós, submetidos às limitações que são inerentes ao nosso sistema de ensino. No meu modo de ver, o problema maior está nos sistemas de ensino, tanto faz se no escolar ou universitário. Há muitas distorções, desvalorização profissional, falta de incentivo para uma perspectiva desafiadora, recursos insuficientes aplicados no ensino (ou aplicados dentro de uma lógica produtivista sem retorno para a sociedade, de fato), etc. Ou seja, brincar e fazer piadas com o “tipo” de professor picareta pode ser engraçadinho, mas é legal que tenhamos uma consciência crítica do ambiente onde estão se criando maus alunos e maus professores. Até porque o aluno de hoje será o professor de amanhã.
Pior são os professores de faculdade que na realidade são professores de português, dão um texto vc lê, e responde as 5 perguntas no final, isso é interpretação de texto.
FUI DESCOBERTOOOOO!!!!
Afffff bom saber… Rsrs
Eu ri muito kkk
Uma vez um professor não ia poder dar aula, mas falou para o pessoal não faltar, inspirado na internet a turma iria fazer uma “comunidade de auto-aprendizado”… isso aconteceu na USP… não falo nada…
Estudar aqui, amor Cinthya Gameleira…kkkkkkkkk
Acho bom! kkkk’
Certa vez um professor da pós me disse que, para os docentes, dar aula não vale a pena. E afirmou isso com muita segurança, e explicou o por que: dar aula não melhora seu lattes e também não ajuda a conseguir fomento para pesquisa. O que ajuda de fato é pesquisar é publicar. Quando o docente tem de parar sua pesquisa para preparar e dar aula ele está perdendo tempo.
Claro que existem ótimos exemplos!
A ideia aqui foi desmascarar algumas estratégias que costumam passar batidas…
E não preciso expôr os nomes aqui dos bons exemplos, eu vou diretamente a eles, nos corredores, ou ao final das aulas, e os elogio muito… e agradeço por serem referências pra mim.
Nossa, não esperava tamanha repercussão, rsrsrs. Vale dizer que estou ciente de que existem vários professores, que não se enquadram nas técnicas que descrevi acima, e que nós alunos sabemos muito bem reconhecê-los!
No mais, valeu o humor, e fiquemos atentos!
Sou pós-graduando e atuo como docente no ensino profissionalizante. É impossível o professor não utilizar de todas essas práticas para a efetividade do processo ensino-aprendizagem, ao preparar minhas aulas tento ser muito empático e me colocar no lugar dos alunos com a seguinte pergunta: Será que gostaria dessa abordagem didático metodológica enquanto aluno (ouvinte)? Caros, não sejamos hipócritas… Me mostrem novas práticas que não essas citadas e que realmente tragam uma resposta.
Olha, eu tive um professor no mestrado que a AULA INTEIRA dele era lendo os slides de power point para turma. E o pior é que ele nem disfarçava, ficava mesmo de costas para turma lendo o que era projetado e intercalava um comentário entre um slide e outro. Detalhes: a Aula era de 9h às 12h. Dava 9:40 ele já terminava a aula. Outra, a disciplina eram 5 meses, em 1 mês e meio ele terminou a disciplina, passou seminário pra todo mundo e simplesmente deu conceito B pra geral. Assim é mole, pô.
O pior de um professor que enrola não é quando ele lança a discussão, usa o vídeo ou whatever. O problema é quando ele não sabe do que está falando. Tive uma professora uma vez que colocou fogo numa mufla, durante uma aula de química (sim, ela era uma professora de química)
Obviamente que a técnica dos seminários é a mais usadas pelos professores “espertinhos” que não sabem nada sobre o tema da aula ou simplesmente não estão a fim de trabalhar. E os alunos que pagam o pato!
Muito bem! todavia, era bom não perder de vista que, enquanto o aluno querer só um papel para se dar bem na vida, a coisa procederá, mais que recadar os professores, os próprios estudantes tem de assumir uma postura mais exigente e actuante quanto aos docentes cuja conduta lectiva muito se suspeita. Ou seja, aluno turista e que só veio “aquecer o banco” = professor desleixado.
Se cada pais tem os ladrões que merece, não é menos verdade que, cada escola tem os professores/alunos que lhe merecem!!!
Acho que pode acrescentar nesta lista uma técnica que tenho visto muito nas minhas aulas. O professor gera uma pergunta muito simples, para não dizer idiota. – Alguém já aqui já foi persuadido por uma embalagem que apresente conteúdo sexual? – Logo após faz um olhar de mistério e começa. João? Marcos? Jéssica? … e passa, literalmente, por toda a sala de aula.
Outra da mesma professora. – O que você acredita ser sua principal qualidade? E da mesma forma a pergunta segue um a um .
hahahaha
vi TODAS técnicas serem usadas durante meu Mestrado na PUC-Rio com bastante frequência. A diferença é que uns professores usavam as 4 “técnicas”, outros apenas a 2 com mais ênfase, mas todos usavam uma delas. Tinha professora que falava na cara dos alunos “pesquisar é muito bom. Só que tem que fazer umas coisas ruins como dar aula, por exemplo”.
O pior (ou melhor, não sei) é que tive professores brilhantes na graduação (UFRJ) e que não precisavam usar nenhuma das 4 técnicas. Eu juro que ficava com saudades deles durante o mestrado rsrs. Eles davam excelentes aulas expositivas, que elevavam o nosso pensamento crítico e realmente nos ofereciam experiências que estavam além do que poderíamos encontrar em livros. Ah, e sem slides. (Já que perguntaram aí a descrição da aula ideal, no meu caso possui estas características).
Mas assim, no fim das contas também teve seu lado bom fazer tantos seminários no Mestrado, pois agora já me sinto muito mais pronta para dar uma aula do que quando entrei no curso ou se eu tivesse recebido aulas puramente expositivas (embora seja mais agradável assisti-las). Enfim, dá pra tirar proveito no seu desenvolvimento pessoal de uma forma ou de outra.
Só não consigo ver proveito das discussões sem mediação (no caso da técnica 3, de lançar polêmica). Aí realmente eu me sentia perdendo tempo em ficar assistindo ou participando de discussões entre os alunos em que o prof. não se posiciona. Enfim, vou fazer doutorado em outro lugar.
Já fui aluna e professora. Concordo que os lados são mesmo diferentes! Também me senti descoberta!! kkkk… Existem problemas estruturais e questões pessoais. Dar aula não é fácil, mas pode ser muito bom! Gosto das aulas em que os professores ouvem os alunos e gostava de ouvir os meus. Mesmo quando ouvia “opiniões” terríveis, procurava dialogar, com respeito. Atuei como professora de Sociologia, no Ensino Médio. Foi uma aventura! As aulas expositivas podem ser incríveis, mas é cansativo para todo mundo, se for assim o tempo todo. É maravilhoso perceber a atenção dos alunos e é, realmente, necessário haver empatia e interesse, que pode e deve ir sendo construído com o contato e com o convite à espontaneidade, sim, mas de uma forma que a (o) professora/professor conduza a aula.
Estou na Unip Alphaville ,na cidade de Santana de Parnaíba,curso de direito.
Tenho vários professores despreparados e que não tem formação nenhuma para dar aquela determinada matéria,por isso,enrolam o tempo todo.Tenho um professor de Português Jurídico(matéria importantíssima para nós,como profissionais futuros)que enrolava muito,escrevia e falava tudo errado,lia a matéria,não conseguia explicar e dava exemplos totalmente fora de contexto,sempre utilizando temas políticos e sexuais,desconfiei e fui ver na internet,na verdade ele nem é professor de português,nem faz parte do meio jurídico,é formado em ciências exatas.Em uma determinada aula,era gramática,e falava sobre fonemas,pedi,propositalmente, para que me desse um único exemplo de fonema,e ele não soube dar,disse que não poderia se aprofundar na matéria…rs…fonema!!! matéria do 3º ano do ensino fundamental!!!,ele não sabia!
Tem um outro,professor de direito,que,por aparente falta de conhecimento,explica a Constituição Federal,com exemplos sexuais,o que acaba não explicando nada.
Ele parece um adolescente precoce,quando não nos fala coisas sexuais óbvias para a nossa idade ( e,é claro,totalmente fora de contexto com relação a aula e à matéria abordada),fica dissertando sobre o amor,sobre paquera,transa,como um homem deve fazer para conquistar uma mulher, tratar uma mulher.Em qualquer ponto da matéria ele encontra brecha para falar disso…perde a aula toda falando disso,e não absorvemos nada…
Ambos,se utilizam da técnica do professor brincalhão,fazem todos rirem,todos gostam deles,e ficam lá,sendo enganados e jogando seu tempo e dinheiro no lixo.
Eles para mim são um exemplo de fracasso.
Estou mudando de faculdade por isso.
Eu desisti e me faz mal só de ter insistido em conviver com as pessoas que convivi e tratar todos bem. Hoje com minhas gastrites e enxaquecas crônicas apenas sigo (mas rumo a algo melhor).
Universidade é uma farsa! Ilusão e sabemos disso! Persiste-se em pesquisa e na busca de um título de doutorado ou vaga de professor universitário por puro viés de confirmação (querer acreditar acima de qualquer coisa). Alguns suportam fazer pesquisa para rechear o currículo para concursos e outros suportam dar aulas esperando um dia entrar numa universidade federal para fazer pesquisa (baita ilusão), já que dar aulas do nível médio pra baixo é pedir pra morrer (infelizmente as crianças chegam a universidade com quase a mesma cabeça e comportamento). Fiz graduação, mestrado e doutorado numa universidade federal, um ciclo de 10 anos. Sofri, vivi, assisti, e fiquei sabendo de todo tipo de trapaça, mesquinharia, molecagem, fofoquinhas, difamações, perseguição pra afetar meus orientadores, que não podiam ser afetados diretamente e tiveram seus orientandos atacados, ao melhor estilo “quebrem as pernas deles”.
Tive trabalhos roubados (artigos e patentes), mesmo ajudando a tantas pessoas pelo bem do princípio da multiplicação do conhecimento e colaboracionismo. Fiz parcerias com pessoas de outras instituições federais e tudo isso é um lixo. O meio acadêmico é uma mistura de Game of Thrones com Senado Federal. Só não rola dinheiro fácil. Muita sujeira, esquemas e conspirações a troco de nada (até parece que vão ganhar o Nobel). Não adianta trabalhar sério, vão te definir pela aparência, dinheiro, poder que acham que você tem (se tiver ao lado de um pesquisador de nome), e enquanto tiver utilidade (que te fará ser muito “querido”).
O meio acadêmico universitário não é um modelo para a sociedade. Não é um ambiente mais maduro, consciente, honesto, evoluído ou respeitador. É um reflexo da sociedade. Muitos dirão “mas em todo lugar é assim”. Questão então de avaliar o custo benefício, pois, de gari ninguém quer trabalhar (embora como gari você não gere ilusões, tem essa vantagem). Não se pode esperar nada de salvador para o país vindo desses “cérebros” que estão mais para intestino grosso da nação.
Nesse ambiente tem mais respeito o professor que pega as alunas, o que exige ser chamado de doutor até pra tomar um café, o que acumula cargos pra praticar assédio moral, o que fala palavrão, o que faz festinhas e participa de grupos de whatsapp com os alunos sem finalidade científica ou acadêmica, o que rouba ideias e pesquisas até de alunos PIVIC, o que enrola a aula com recortes de figurinhas e colagem em nome da “didática” imbecilizante aprendida na licenciatura (onde por sinal boa parte do tempo se ensina a reduzir o conteúdo a 10% do total ou se faz propaganda comunista). Licenciatura que por sinal não tem cadeiras de oratória, não prepara o professor para situações hostis em sala de aula, e vive bitolado em Paulo Freire como se o modelo dele ou ele próprio fosse um deus com resposta pra tudo. Hoje tenho um currículo até bom (todos dizem e tenho criticismo pra saber) para concorrer a uma vaga numa federal, mas desisti. O resultado nunca é proporcional ao esforço muito por culpa dessas trapaças a que se é vítima quando não se aceitar entrar em esquema.
E nem falei das seleções de mestrado onde o valor da prova cai para 50% da nota (os outros 50% são de um currículo biônico montado pelos orientadores do aluno que já está na federal), tornando impossível um aluno que venha das particulares fazer mestrado numa federal.
De nada vale ganhar o mundo e perder sua alma. A cada concurso que vejo está mais concorrido. Se em 2006 eram 5 candidatos por vaga eu já cheguei a ver 80 (claro que a maior parte desiste da prova no dia). Concursos arranjados (até os professores revelam aos alunos de confiança) numa frequência que deveria ser denunciado ao Fantástico (já que tem mais visibilidade nacional) só para usarem suas câmeras escondidas e deixar os senadores brasileiros menos desamparados nesse mar de lama. Secretários que roubam bolsas, ou exigem o primeiro mês da bolsa de cada aluno do PIBIC ao doutorado e deixam alunos de mãos atadas sem poder denunciar por medo de ficar sem renda ou para evitar que um conhecido ou parente perca a bolsa. Alunos de iniciação científica imbecis que compram brigas de seus orientadores e deixam de falar com os colegas que são orientados por outros professores. E pior, acham que se não agirem de acordo com essas práticas estão sendo otários, e a coisa assim se eterniza, nascendo mais um criminoso que foi incubado para o próximo concurso montado. E aí vem mais um(a) metido(a) a esperto(a) com seus recortes de figurinhas, palavrões, paqueras, faltas, trapaças, propaganda do currículo e dos títulos.
Para sobreviver você sempre precisará de um favor, que mais tarde será cobrado por um dos muitos secretários de satã que vive nas universidades federais e te farão de otário para o resto da sua vida a acadêmica, que já dá demonstrações do inferno que pode ser ainda no estágio probatório SE você conseguir passar em um concurso. E você se verá com mais idade dizendo o que já ouvi de muitos professores: “eu devia ter seguido outra carreira”, “eu devia ter feito direito”, “eu devia ter investido na bolsa”, “eu devia ter aberto um comércio”, “eu devia ter feito medicina”.
E aí vem mais problema… Se você acumular habilidades, capacidades, treinamento, conhecimento, dirão que você quer aparecer. Se você for o mais discreto ser vivente dirão que você está simulando humildade. Se você tentar ensinar de todas as formas possíveis, dirão que está querendo ser líder. Se você se afastar, dirão que quer ser especial pra mostrar que outros precisam de você. Tudo que tem nesse meio é roubo de bolsas, perseguições, processos que “desaparecem” de forma muito conveniente.
As pessoas em todo lugar só dominam uma arte hoje em dia: a de arranjar briga tentando definir quem é petralha ou reacionário. Sentem uma necessidade visceral de apontar e separar todos em grupos e depois iniciar uma guerra ou no mínimo deixar definidos os grupos para a guerra. Se no café do intervalo você disser que a disciplina típica dos colégios militares poderia melhorar a educação te chamam de pró-ditadura. Se você disser que o Ciência sem Fronteiras é uma boa ideia, mas mal executada e sem rigidez de regras, te chamarão de petralha. Nada faz sentido.
Se você der um bom dia a pessoa errada estará perdido. Nem prazer de conversar algo se pode ter.
Isso quando não aparecem as feministas reclamando de tudo. Eu queria ver as feministas criticando as colegas de pesquisa que de propósito (muitas vezes declarado e com orgulho se achando espertas) engravidam para que os colegas terminem suas teses e dissertações. O que elas têm a dizer das que fazem isso de propósito (não das inocentes, claro, sem querer)?
E das que tiram sarro dos colegas homens que gostam de falar de temas relacionados à ciência (como é de se esperar de quem estar na universidade), chamando-os de nerds (um termo besta importado de estudantes imbecis americanos)? Maduras como são, ainda os acusam de não gostar de mulher. Bem maduro, não?
O que elas diriam de mulheres que confundem o pessoal com profissional e tratam mal as outras colegas de pesquisa que são gordas, ou não penteiam os cabelos, ou usam uma roupa que não combina com o sapato?
Não falta leitura e luta pelo futuro pra quem mora distante de casa e come mal, dorme mal, mora onde não quer. O que elas têm a dizer de mulheres que convidam os colegas homens para sair e mesmo que os caras digam que precisam estudar, são queimados pelas colegas em rodinhas de conversa femininas onde o sujeito ganha fama de v… só por isso? Isso é ético? Isso é respeitoso ou honesto? Não dizem e não fazem nada, só ocupam uma vaga na universidade que praticamente se torna ociosa.
A vida desse pessoal é imaginar as coisas, falar (quando deveriam se calar), inventar problema e postar foto fútil no facebook pra um monte de pseudoamigos elogiar, se comportando como adolescentes imaturos. Textos como esse que escrevi brotam aos montes na internet e todos os comentários são de pessoas se identificando. Por que será?
O bem eu não sei se existe, mas o mal eu tenho certeza absoluta e não é teoria científica. Desistir dessa carreira amaldiçoada não é morrer na praia, é simplesmente não aceitar aportar em qualquer praia minada e com tubarões. Desejo ardentemente voltar no tempo e fazer outra coisa. Como eu desejo que Deus exista pra me fazer esse milagre!
Na graduação também é cheio desses… Tive na física, na disciplina de ótica, em que o bonito tinha esse discurso de ser modernão, usar vídeos e etc. Ele tem um canal no youtube e no começo do semestre disse que não fazia sentido ele dar aula pois já tinha muito vídeo gravado. E qual foi o planejamento dele? Encontros quinzenais e uma prova por mês baseada em listas que nada condiziam. Ora era uma prova que um aluno do fundamental poderia fazer, ora era uma prova extremamente difícil com conteúdos fora da pauta da disciplina. O pior disso tudo que no canal dele, os comentários rasgam elogios a sua pessoa. Fico morrendo de vontade de xingar mas meu sentimento de ética não permite rsrs. Triste para nós estudantes…
Bem caros alunos (vão entender porque os chamam de alunos).
Caí por um acaso neste honesto e interessante texto, porém como de costume me interesso mais pelos comentários do que pelo texto que os dão origem, não porque o texto não seja bom, mas porque os comentários são muito mais reveladores, pois colocam neles verdadeiros depoimentos pessoais que são valiosíssimos.
Fiz parte do quadro do magistério do ensino superior desde 1978 até há 2014, não numa área das ciências sociais como quem escreveu o texto e a maioria dos comentaristas, porém apesar de ser de uma área impropriamente denominada das “ciências duras”, reconheci no texto e pior, em alguns comentários bem amargurados, diversos dos comportamentos de colegas meus que parecem impossíveis existirem numa área que trabalha com engenharia, porém existe, e infelizmente muito mais do que se pensa.
Passando a minha opinião pessoal vou contestá-los a todos, simplesmente porque acho o texto e seus os comentários tratarem do que não é um professor, podem achar que farei críticas moralistas sobre maus profissionais, mas se repararem bem no parágrafo anterior coloco propositalmente a seguinte frase, “Fiz parte do quadro do magistério do ensino superior desde 1978 até há 2014,…”, poderia resumi-la simplesmente por “Fui professor de 1978 há 2014,…”, porém este é o ponto que quero contrariá-los, poderia dizer não com uma precisão matemática que “Fiz parte …..de 1978 até mais ou menos 1998….”, complementando “…e fui professor de 1999 até 2014”.
Espero que entendam bem o que escrevi, nunca foi relapso com minhas funções que me cabiam desde os primeiros dias que entrei como “Professor Colaborador (este era o título)” em 1978, porém na realidade, fazendo uma espécie de autocrítica só me tornei professor nos últimos 15 anos antes de me aposentar (atenção: continuo dando aula sem remuneração até os dias de hoje), e talvez aí que esteja a grande diferença.
Todos aqui pensam que professor é aquele sujeito que para frente de todos e por dever o mesmo por imposição de seu professor de doutorado e tem como função objetivo descarregar algum conteúdo para as pessoas que são chamadas de alunos.
Não senhores, esta pessoa não é um professor, poderíamos chamar de qualquer coisa, porém menos de professor. Um professor, salvo honrosas e pouquíssimas exceções, não começa no primeiro dia em que ele foi contratado, e diria mais, nem no primeiro ano nem na primeira década, posso até estabelecer uma evolução da personalidade do professor ao longo do tempo, e também seria hilário, pois os bem intencionados, os que estudam, os que preparam as aulas antes, apesar de todo o esforço ainda no início não são professores.
Dá-se muita ênfase sobre publicações em revistas com “peer review” e preferencialmente bem qualificadas em índices diabólicos que são criados nos dias atuais, porém estas publicações só terão alguma validade se servirem para o treinamento da capacidade de escrever com e síntese, coisa que é necessária para um bom profissional.
Porém o bom professor é aquele que lê com facilidade não em português inglês ou sânscrito, mas sim lê com facilidade seus alunos. O bom professor que até numa situação de “enrolation” ele continua a perceber e notar o que está passando na cabeça de cada aluno. Disse de “cada aluno”, pois não adianta utilizar como reforço pessoal o diálogo com os melhores alunos, pois isto não caracteriza o bom professor. Para ser um bom professor ele precisa ler o aluno de alto, médio e baixo desempenho, e inclusive procurar entender quais os motivos que levaram o cochilo do aluno na aula. Tudo isto não se aprende em cursos de treinamento, nem é algo que rapidamente se adquira (somente uns poucos conseguem), é algo que exige tempo que a nossas estruturas universitárias e a norma atual da nossa sociedade não permitem, porém sem este tempo teremos tudo, menos um professor.
Agora atrás disto deve ter todo um trabalho de longuíssimo prazo para que o profissional de ensino superior entenda completamente o sujeito que está dando.
Aí vem a pergunta que não quer se calar. Como se escolhe uma pessoa para ser um bom professor? É simples, porém impossível. A aptidão necessária para que um dia aquela pessoa que foi escolhida se torne um professor é ter bom caráter. Se ele tiver um bom caráter e notar que lhe falta conhecimento, ele estudará. Se ele tiver um bom caráter e notar que lhe falta contato com os alunos ele procurará vencer esta dificuldade. E por último, se ele tiver um bom caráter e notar que não tem condições para ser um bom professor ele cairá fora.
A resposta os frustrou? Se sim, ótimo, pois simplesmente não existem respostas simples para os problemas mais importantes da nossa sociedade, o ensino.
Já comecei errando na primeira frase. Desculpe-me fiquei tão atento ao texto que escrevia que simplesmente não o revisei, saiu direto sem paradas.
Gente, totalmente verdade essas estratégias, tive e tenho professores assim até hoje!
È difícil encontrar um professor que saia da nóia do “construir o saber” e de fato SAIBA o assunto a que se propõe ensinar!
Este conteúdo foi elaborado em 02-08-2014 e hoje já estamos em Julho de 2018 e a realidade continua, sem esquecer daqueles professores que montam uma aula a 10 anos atras e esquecem que alguns conteúdos são reformulados, mas como seguem a regra do minimo esforço, os estudantes é que devem correr atras, atualmente estou em um curso de Administração Pública EAD, tive excelentes professores e também tutores excepcionais, mas infelizmente quando se coloca na balança o percentual de profissionais negativos até o presente momento esta superando os bons, prejudicando a qualidade do ensino, e o mais engraçado e a justificativa, não é culpa da instituição ou é porque os recursos foram reduzidos, mas pergunto, recurso reduzido é justificativa para textos e atividades projetadas com material errado ou faltando elementos. Vamos refletir, ate quando as Universidades Federais iram permitir que os professores trabalhem disciplinas sem uma preparação adequada do material.