Muitas pessoas (como eu há alguns anos) acreditam que fazer um mestrado/doutorado em uma universidade considerada um grande centro de pesquisa é sinal de que irá aprender mais, que irá conseguir ter mais publicações, ou que será muito bom para engrandecer o currículo.
No entanto, nem sempre é assim. Em muitos casos, mudar de cidade para fazer pós-graduação em uma “boa” universidade pode ser uma péssima escolha e/ou resultar em decepções.
No meu caso, antes mesmo de concluir a graduação, eu já havia decido fazer Mestrado e Doutorado em seguida.
No processo seletivo para o Mestrado, fui aceito em duas universidades: uma com conceito CAPES 6 – atualmente é 7; e a outra com conceito CAPES 3 – atualmente é 4.
Obviamente, por ter a ilusão de que a nível 6 seria melhor para minha carreira acadêmica, optei por deixar a minha cidade e ir morar em outra cidade que eu nunca havia morado antes.
E, assim, eu o fiz.
Após muita dificuldade para encontrar um lugar razoável para morar (um minúsculo quarto ao fundo de uma casa), me matriculei e comecei a cursar as disciplinas.
Depois de algumas semanas, comecei a perceber que eu não estava me sentindo feliz.
Então, como ainda daria tempo de voltar para a minha cidade e me matricular na nível 3, eu joguei minhas roupas na mala e retornei rapidamente.
Sem dúvidas, foi a melhor escolha que eu fiz.
Em menos de 1 ano, tive pelo menos 3 publicações de artigos completos – os quais contribuíram para a escrita da minha dissertação.
Além disso, minha dissertação obteve uma importante premiação nacional na área de pesquisa.
No processo seletivo para o Doutorado, fui aceito em uma outra “boa” universidade – nível 6 – em outra cidade.
Dessa vez, foi diferente.
Encontrei um bom lugar para morar, me matriculei e fiquei durante 7 meses me sustentando com o próprio dinheiro porque não conseguia ser contemplado com uma bolsa de estudos.
Após praticamente esgotar minha renda, tive retornar mais uma vez para a minha cidade de origem.
De forma semelhante, porém após perder 1 semestre, me matriculei na mesma instituição onde fiz o Mestrado. Novamente, em menos de 1 ano, tive pelo menos 3 publicações de artigos completos.
Portanto, com base na experiência que tive, a conclusão que cheguei é que, nem sempre, é uma boa escolha ir para uma instituição centro de pesquisa levando apenas em consideração o conceito do local.
Antes de tomar uma decisão, é necessário levar em consideração diversos fatores.
Por exemplo, será que realmente você será feliz lá? Será que, permanecendo em uma universidade com um conceito menor, você não poderá ter melhores condições de aprender mais e, consequentemente, produzir mais?
As respostas para perguntas como essas são fundamentais na sua decisão. Se você está em uma situação parecida, pense bastante e lembre-se sempre:
“Não importa onde você esteja e o que você quer. O importante é você ser feliz e estar bem consigo mesmo. O restante é fácil conseguir“.
SIMMMMMMMMMMM… E aproveitar pra ficar por lá, pq aqui tá osso…
Bela escolha deve ter publicado 3 artigos sem impacto, em relação a 1 artigo com impacto que poderia ter publicado na universidade com conceito CAPES maior…. Sempre assim é número e não qualidade.
que comentário infeliz Leonardo! releia e reflita sobre o que vc escreveu.. numa boa ta!?!
O autor somente narrou a experiência dele!
Nao sabemos se as 3 oublicacoes tem ou nao impacto. E como docente de uma universidade federal digo penso que nso podemos nos tornar escravos da CAPES e qualis… ! um bjo querido
Discordo do autor e da profa Denise. Nao temos que discordar da Capes e do qualis, temos que buscar seguir o que pedem, que é publicar em numero e qualidade. É a regra mundial. Quanto ao autor, quanto maior o conceito do curso e o nome da Universidade, mais facil sera para os alunos atingirem seus objetivos, em geral. O curriculo do autor nem é tao bom assim, tem apenas um trabalho na Plos One e outro em revista abaixo de 1. Apesar de nao concordar, respeito os comentarios. Acredito que o autor seria destaque em qualquer Universidade que estiver. Se ele fizesse um curso de agrarias ou medicas, talvez teria maior dificuldade em uma Universidade menor.
Prezado Wagner, obrigado pelo comentário. Assim como você, não concordo com a sua opinião, mas a respeito. Olhando seu currículo, fica evidente que somos de áreas de pesquisa totalmente diferentes e que, na sua área, tudo indica que é mais fácil publicar. Apesar de ter outras publicações importantes, você também tem apenas um trabalho na Plos One. Na minha área de pesquisa, é muito difícil publicar nesse periódico. De qualquer forma, te desejo tudo de bom!
Prezado Lauro, a Plos One é revista multidisciplinar. Sendo assim, qualquer area tera a mesma dificuldade para publicar la. A area de agrarias nao é mais facil publicar que a sua. Nao consigo ver onde esta essa maior dificuldade
Nao convem comparar curriculos pq soa como se desse mais ou menos credito ao comentario de cada um.
Conheco pesquisadores que publicaram um artigo apenas em 10 anos de pesquisa; mas foi na Nature. Outros que publicaram somente em revistas pequenas, mas que contribuiram de uma maneira gigantesca para o desenvolvimento cientifico e tecnologico do Brasil. O importante eh darmos tudo de nos, seja la onde estivermos.
Gostaria tambem de parabenizar o autor do texto por ter a coragem de compartilhar com desconhecidos sua experiencia de vida, pois isso gerou debates que ajudarao futuros pos-graduandos…
Acho que meu comentário não foi INFELIZ não Professora, eu disse que ele DEVE ter, eu desconheço a obra do autor da publicação. Em momento algum eu quero desmerecer o autor, a escolha foi dele e ele achou melhor isso. Com td respeito, eu ainda não sou professor, mas almejo em ser e sei bem a escravidão que as empresas de fomento proporcionam, bem como as universidades, em relação a publicações. Publicar ser tornou algo automático, uma produção em série, INFELIZMENTE. Sou muito crítico em relação a essa publicação em massa, fazer ciência não é algo automático, fazer ciência é descobrir e desvendar algo, o obscuro. Pelo menos penso eu com minha humilde opinião. Prazer em conhece-la, um grande abraco a senhora e ao autor, atenciosamente Leonardo.
Olá, Leonardo! Sou o autor do texto. Realmente, você disse “deve”. Porém, de certa forma, continua sendo um julgamento. Antes de qualquer afirmação/hipótese, devemos ter referências e/ou embasamento. Por exemplo, meu nome completo consta no texto e meu lattes está publicamente disponível na plataforma. Te garanto que, lá, você vai obter todas as informações necessárias para formar uma opinião válida. Tudo de bom para você e boa sorte na sua vida acadêmica!
Leonardo, concordo com a Denise. Seu comentário foi infeliz. Concordo com você quando diz que as agências de fomento prezam pelo número e não pela qualidade; no entanto, a maneira como você escreveu tenta, mesmo que você negue, desqualificar a produção científica do autor. Pense, nada impediria que essas publicações tenham surgido de colaborações que poderiam ter sido perfeitamente bem publicadas em revistas com algum impacto.
Eu gostei do depoimento
Eu preferi fazer o mestrado (ainda não concluído) em um grande centro de pesquisa. Acredito que em um grande centro há mais oportunidades. Tive que sair da minha cidade e ir para uma cidade em outro estado. Foi muito complicado no início, mas foi a melhor coisa que eu poderia ter feito. Ainda não publiquei porque prefiro priorizar a qualidade das minhas publicações. Prefiro ter uma publicação relevante em uma grande conferência. Se você conseguiu 3 publicações relevantes, parabéns. Seu problema não parece ser o centro em si, mas fatores externos relacionados a você.
Janael, talvez c tenha tido a mesma visão que eu..No texto ele não se refere a Universidade, a estrutura física da Uni, as oportunidades geradas pela Uni..Acho q foi um problema maior de adaptação a cidade e ao meio, que a Universidade..O que acha?? Foi o q percebi no texto.
Concordo. Não vi no texto motivos relacionados a universidade ou ao centro.
Depois de ler seu depoimento, fui obrigada a procurar o seu lattes,e… olha… clap clap clap
kkkkk… também fui ver o lattes dele!
O assunto do texto é ótimo! Já me perguntaram porque não fui fazer pós na UFMG. Não fui mesmo… nasci e cresci em cidade pequena… não gosto de cidade grande… To super feliz na UFV em Viçosa – MG que tem 70 mil habitantes e que posso ir a pé do centro até a universidade (rsrsrs aqui em Minas é comum achar gente que acha que só UFMG é boa)
Apesar de ter achando o tema interessante, achei desnecessário ficar falando que publicou x no mestrado e x no doutorado… Achei que soou esnobe (embora eu entenda que não foi a intenção). O texto poderia ter sido conduzido sem isso…
Olá, Lívia! Obrigado pelo comentário. Realmente, minha intenção não foi esnobar. A intenção é forçar uma auto-reflexão naquelas pessoas que acreditam que uma universidade de ponta sempre é melhor. Independente de qualquer escolha ou situação, o importante é ser feliz. Desejo tudo de bom para você!
Caro Lauro. Sua breve história me ajudou a tomar uma decisão muito importante para minha vida. Sempre tive essa dúvida. Até bem pouco tempo estava em dúvida entre um doutorado de renome em minha área de formação e um outro programa mais modesto de cunho interinstitucional aqui na minha cidade. Porém, meu “sonho” de ser um doutor pesquisador sempre esbarra na sobrevivência de ser pais, esposo, servidor público e demais “afazeres” do cotidiano.
O mestrado já foi uma experiência magnífica e ao mesmo tempo extremamente árdua, imagine um doutorado morando em um estado e cidade totalmente diferente da minha (desde a cultura ao clima). Com certeza, me sacrificar e sacrificar minha família seria um motivo de grande conquista e valorização após a conclusão do doutorado. Porém, me pergunto: Não seria apenas glória e prestígio apenas meu? Vale a pena sacrificar conforto familiar, bem estar entre os entes querido em prol de um “sonho” que pode ser realizado de outra forma com menas privação?
Obrigado pelo artigo. E aqui vai uma frase de um professor meu do mestrado: “Faça pós-graduação por amor, por dedicação e principalmente por se sentir bem tanto a você quanto aos seus. Não faça pós-graduação por prestígio ou reconhecimento, pois, com certeza, ninguém irá estourar confete ou descerrar um busto seu em tua homenagem”.
Prezado Anderson, fico contente por saber que minha breve história está colaborando para você tomar sua decisão. Concordo totalmente com a frase de seu professor. O importante é ser feliz e fazer o que gosta. Tudo de bom a você e sua família!
Quantidade e facilidade não significam qualidade. Porém, quantidade é o q parece importar para o nosso sistema de pesquisa… 🙁
Esse é um assunto muito pertinente. O rendimento sempre dependerá do aluno, e nunca do programa ou da instituição em que ele escolhe fazer a pós-gradução. Porém, os cursos de conceitos 6 e 7 sem dúvida trazem alguns benefícios que os de notas menores não trazem. São mais oportunidades e mais recursos. Digo isso porquê saí de uma instituição em que o mestrado era 4 e fui para uma com mestrado 6, e consigo perceber isso claramente. E isso contribui e muito pra qualidade da nossa formação e de nossos trabalhos. Tudo depende dos nossos objetivos e do que estamos dispostos a abrir mão, ir pra uma cidade grande não é fácil e sem dúvida a produtividade cai bastante. Mas acho que às vezes sair da zona de conforto vale a pena…
Façam, tem maiores chances de emprego.
Leonardo Guimarães Rapaz, eu acredito que ele não teve foco, meta e objetivo, porque na sua grande maioria das vezes, quando tomamos uma decisão de mudar para uma universidade com conceito 6 ou 7 é óbvio que lá possuem estrutura, profº qualificados e condições boas de trabalho, além de maior aporte de dinheiro . Em parte ele está certo, mais o texto do mesmo apenas se apoiou em publicação de artigo ” não em conhecimento adiquirido na instituição” mais esse problema que ele teve pode ser também em relação ao possível orientador ou linha de pesquisa, “ele não escolheu corretamente, tudo isso pode ter influenciado”
É verdade, meu caro, faz sentido.
O meu caso é razoavelmente parecido com o seu, pois também curso Ciência da Computação. Resolvi vir para a Unicamp (Capes 7) ao invés de ficar na universidade de minha cidade (Capes 4). O ponto bom dessa escolha é que aqui tive à minha disposição muitas disciplinas diferentes que não conseguiria na outra universidade, e que foram importantes pra minha formação. Mas nada que não pudesse ter estudado por mim mesmo com a ajuda de um orientador da área e bons livros.
Hoje em dia analiso que poderia muito bem ter feito o Mestrado na minha universidade antiga, e somente mais tarde ter migrado para fazer o Doutorado, ou mesmo ter ficado por lá se tudo corresse do jeito que eu queria. Só o peso de ficar longe de família, amigos e ter muito mais contas para pagar (com uma bolsa baixa para uma cidade cara) já poderia influenciar na decisão, mas a reflexão de que mesmo academicamente nem sempre o melhor é escalar nos “rankings das universidades” é interessante. Fica de reflexão para quem ainda não tomou a decisão…
É isso, abraços.
Obrigado, Rafael! Que bom que você entendeu o ponto chave do texto. Um abraço e tudo de bom na sua vida acadêmica!
Éhh….Pode ser tbm!!!Foi o q VC disse, é óbvio que em outra Uni, outro ambiente, vc vai encontrar dificuldades, pq c saiu da sua zona de conforto..O argumento é válido, porém não é sustentável no meu ponto de vista..Mas foi uma escolha dele, a minha pode ser diferente, a sua ainda mais diferente ..Foi bom p gerar discussão!!! Kkk
Acho que isso de, condições de moradia e de sustentação mesmo, no local onde vai ficar (IES) é importante sim. Mas, trazendo um pouco pra minha área, instituições de melhor conceito, tem mais condições financeiras e estruturais, que resultam em, as vezes, melhores trabalhos. Principalmente de tecnologias duras. Conceitos menores, principalmente a que estou agora, ainda estão amadurecendo, o que dificulta algo tão importante nas pós graduações hoje em dia, como a internacionalização de pessoal e das publicações.
Eu ainda quero acreditar que o mesmo fez a escolha da linha de pesquisa ou orientador errada !!
Gostei do depoimento. Estou passando por uma situação semelhante a essa. Hoje eu vejo que fazer pós-graduação em grandes centros não é um ponto crucial na qualidade da pesquisa. Outros fatores também influenciam com o mesmo peso ou maior, sendo acadêmicos ou não. Por exemplo, orientador (vontade, relacionamento com outros centros de pesquisa), recursos da faculdade, corpo docente (atitudes) e entre outros. Porém, na minha opinião, se o aluno tem vontade e faz a diferença, estar em grande centro já deixa de ter um impacto na formação, ou seja, deixa de ser, para muitos, sinônimo de qualidade.
Entendo que a idéia do texto tenha sido dizer que outros fatores devem ser pesados na escolha do lugar a se fazer pós-graduação. E eu concordo muito! Eu vivi dois extremos. Odiei meu mestrado e amo com todas as forças o meu doutorado. Ambos foram em universidades ótimas e muito bons programas de pós. O que diferenciou não foi a universidade, mas como eu me encaixei nela. Trabalho num laboratório de ponta hoje, mas certamente teria condições de desenvolver minha pesquisa em outros laboratórios menores – claro que com menos análises aprofundadas. É importante salientar que a realidade brasileira não são de laboratórios de ponta. Os pesquisadores precisam passar por laboratórios “pobres” pra que saibam se virar assim que comecem a carreira docente. Ninguém começa de cima, né? Grandes centros são ótimos, desde que o aluno saia com essa noção.
Não me arrependo de ter mudado de estado, pois foi um grande aprendizado para minha vida pessoal também, me tornei mais independente entre outros fatores. Depois do mestrado tive oportunidade de ser professora substituta numa cidade no meu estado mas distante 700 km da minha família e fui sem medo. E agora tive oportunidade de vir para outro país fazer um ano do doutorado e está sendo uma experiência maravilhosa. A saudade existe claro mas vai de cada um querer perder seus medos e encarar novas experiências e novas visões. Infelizmente é verdade em muitos concursos, não todos, o que vale são números mas sigo na luta.
Cara, isso que ele escreveu de fato, pode acontecer!!!Quanto a se sentir mais feliz, é óbvio que vc vai se sentir sempre melhor nas Unis menores, pq se tem uma relação mais direta com alunos, orientador e etc..Eu acho q o autor avaliou apenas um lado da moeda e não vi ele se referindo a estrutura da Uni, ao nível dos profs, ao leque de amizades…Pelo que vi, foi mais uma falta de adaptação a cidade, que a universidade..Foi o q percebi no texto..Qual sua visão do texto?
Tendo escolhido migrar de cidade para trocar um curso 4 por um 7, hoje vejo que meus colegas que permaneceram no curso de menor conceito pela Capes tiveram o mesmo ou ainda melhor desempenho que eu. Claro que num curso 7, na minha area, as chances de se ter um bom laboratorio equipado sao maiores…Mas acho que isso nao foi impeditivo para meus colegas (em laboratorios menos afortunados) progredirem. Diria que se voce precisa de bolsa e nao tem condições de ter um rendimento além da bolsa (como ajuda dos pais) é mais interessante permanecer na cidade de origem.
Olá, Natassia! Concordo contigo. Muito bem colocado seu comentário.
Estou fazendo pós graduação em Florianópolis, bom lugar p estudos.
Não concordo haha! Cidade cara, tudo caro! Faço mestrado por aqui e não pretendo fazer o doutorado.
Tudo vale a pena se a alma não é pequena kkkk
Pelo o que entendi o problema em si não é o grande centro de pesquisa, mas as condições que você encontrou, desde a mudança de cidade à moradia. Eu acredito que mudar as vezes é necessário. Acabei de mudar, está tudo muito muito difícil. E fiz o caminho inverso, saí de um grande centro para um menor ( um ovo de codorna, na verdade!). Mas ainda sim, acredito na minha escolha. E essa é a minha chance de aprender a viver sozinha, a resolver os meus problemas e me adaptar as adversidades.
Se não bastasse só o campeonato mundial de seres humanos, estamos inseridos no campeonato mundial de publicações.
A pesquisa molda quantidades, infelizmente. Lembrando que se fosse hoje em dia, Einstein seria um cientista fajuto aos moldes de número de publicações.
Enquanto isso, nós nos tornamos monstros cuspidores de artigos, em vez de darmos sustento para a compreensão da vida e dos fenômenos que nos rodeiam, o que é chamado de pesquisa.
Não basta ser um ótimo conhecedor sobre um determinado assunto. Se uma pessoa A sabe muito e tem 2 artigos publicados, ele é menosprezado em comparação de um “meia boca” com 30 artigos.
Que fase. Continuemos a nos iludir.
Acho o comentário do autor bem pertinente…. uma vez que os conceitos dos cursos pelo sistema CAPES é muito falho…. Acho que os nossos colegas deveriam pensar um pouco mais antes de criticar e de achar que universidades grandes podem fazer tudo por vc. Primeiramente colegas, em especial para o Leonardo Zuardi, como uma universidade consegue mais pontos na CAPES? Não é apenas publicações, tempo reduzido de formação dos estudantes, número de estudantes com teses e dissertações defendidas, internacionalização,…..tudo isso contribui para “melhorar a pontuação” do programa. Conheço muitos professores que são bolsistas produtividade e nem sabe o que acontece no seu próprio lab. Essa de mandar alunos para fora para fazer doutorado sanduíche; é uma oportunidade que deve ser tomada pelo estudante e não ser obrigatória como em muitos programas no Brasil. E a pior alternativa para aumentar os pontos…TER MAIS TESES E DISSERTAÇÕES DEFENDIDAS NO MENOR PRAZO POSSÍVEL! Muitas universidades, normalmente as com boa nota da CAPES possuem um método de seleção no qual entram muitos alunos e poucas bolsas (Meus caros pós-graduandos, vcs são a pesquisa da universidade, são vcs são os pesquisadores e que contribuem na melhoria do salário dos profs uma vez que isso afeta no plano de carreira e bolsa produtividade). O corte da bolsa em menor tempo também anda bem comum, forçando assim o estudante a defender antes do prazo. Se as pessoas que tanto prezam pelo conceito CAPES devem lembrar que ele inventou o qualis CAPES, que em muitas vezes não condiz com o fator de impacto, além do mais…. maior número de artigos, mais pontos no concurso (não que eu concorde com isso).
Os programas tem que começar de algum lugar, e isso normalmente vem do 3. Professores com menor numero de artigos (normalmente por serem profissionais novos) geralmente tem mais gás e isso pode contribuir muito mais na ciência/formação do estudante começando de baixo (niguém começa a subir uma montanha pelo topo, niguém se torna um bom pesquisador começando a publicar na Nature!).
Então aos colegas que criticaram pq ainda possuem aquela cabeça de achar que um bom profissional/pesquisador está no lattes ou por ter formação de universidades famosas, comece a se fazer algumas perguntas: “eu sou o autor dos meus artigos ou eu só publico como coautor? Eu sei o que estou fazendo ou tudo vem da cabeça do meu orientador (ou coorientador)? Eu contribuo com a universidade ou será apenas a universidade que contribuirá comigo? Eu acho que a vida/capacidade profissional está no lattes?
O que o nosso colega Lauro fez foi apenas mostrar que as oportunidades tb existem em programas com conceitos menores.
Parabéns, João! Seu comentário foi o melhor até agora. Belas palavras!
Valeu Lauro….. muito sucesso na sua jornada…. pq se vc corre atrás, uma hora a recompensa vem, ainda mais vc sendo da computação!
Muito bacana sua história…mas, comigo foi totalmente o contrário!
as universidades onde fiz minha graduação e mestrado são pequenas ainda, em desenvolvimento. Nenhuma delas me ofereceram a oportunidade de crescer, de me desenvolver, não me ofereceram perspectiva de me aprimorar profissionalmente, de aprender.
Vim para Belo Horizonte e hj estou na UFMG. Estou muito longe de casa, em um departamento muito conceituado e, já de cara, me ofereceram oportunidades que se eu ficasse, jamais teria.
No meu caso valeu muito a pena. Estou muito feliz com minha escolha, eu estou fazendo meu mestrado na UFV e meu departamento tem conceito máximo na CAPES. Ao que sou exposto aqui, a minha antiga universidade infelizmente ainda não tem condições de oferecer, a contar pela estrutura geral (biblioteca, pesquisadores, comunicação, esporte, saúde, etc). No meu departamento, o contato com cientistas do mundo todo é bem facilitados (sempre recebemos cientistas de universidades e setor privado nacionais e internacionais), tenho acesso a disciplinas e cursos dentro e fora da minha área. A estrutura do laboratório bem como minha equipe de trabalho me dá condições para gerar pesquisas de alta relevância técnica e cientifica (não que isso não seja possível com um estrutura menor, mas a dificuldade aumenta). Quando estamos fora da zona de conforto os fatores emocionais e psicológicos pesam bastante, no entanto, outros fatores devem ser levados em consideração, como você mesmo pontua quando fala da tomada de decisão. Parabéns pelo texto, traz uma interessante reflexão.
Oi Pessoal
Concordo com o que foi dito no artigo mas não vamos generalizar. Cada caso e’ um caso. Ele escolheu ficar na sua zona de conforto e se deu bem. Contudo nao quer dizer que toda gente que decide ir para uma Uni com melhor conceito esteja preparado para bater de frente com as adversidades e preserverar esteja errado e deva procurar ficar longe desses desafios que na verdade sao o barometro para o que seremos amanha.
Eu fiz meu mestrado em um departamento CAPES 7 na USP, porém a tristeza de viver longe dos familiares e da vida tranquila do interior fizeram com que eu decidisse fazer o doutorado em outro lugar. Agora faço o doutorado em um programa CAPES 4 no interior do Paraná, mas não posso dizer que as condições de pesquisa são as mesmas e nem que estou totalmente satisfeita com meu doutorado. Aqui as condições são muito limitadas e quase tudo se baseia em colaborações que nem sempre conseguimos. Estou mais feliz sim na minha vida pessoal porém bate um arrependimento de ter abandonado um lugar onde eu tinha todas as condições para fazer um bom doutorado. Por isso, penso que não vale a pena sermos impulsivos e deixar o sentimento tomar conta de nossa vida pq nem sempre esse tipo de escolha vale a pena.
Leonardo, parabéns pelo texto, foi confortável ler isso. Estou me preparando para a seleção de mestrado e no início, tive muitas dúvidas em relação a instituição que mais se adequaria a minha linha de pesquisa e ao meu projeto. Infelizmente muitos nem entenderam a proposta do seu texto e muito menos o gênero textual que ele se enquadra. Sucesso, brother!
nó! eu li hoje de manhã esse texto … rs
Li comentários sobre qualis e conceito capes, e me deu ânsia de vômito.
Depende…
O mais importante eh que o centro de pesquisa ou universidade tenha recursos para fazer pesquisa e que o orientador de liberdade ao aluno.
Alguns centros de pesquisa grandes possuem orientadores que mais parecem ditadores, sendo q os alunos trabalham como verdadeiros tecnicos. Por outro lado, em varios centros de pesquisa pequenos, o orientador eh um vagabundo q nao vai atras de recurso nenhum e nao da a minima ao aluno.
Nao existe uma formula magica entao!
Essa batalha de egos me enoja! A grande verdade é que muitas vezes as pessoas tem um ego tão grande, inflado por professores medíocres que se acham bons demais para aceitar um mestrado com nota inferior a CAPES 6/7. Claro, 6/7 oferece mais possibilidades? Sim. Oferece mais recursos? Com certeza! Mas infelizmente muitos dos que entram não estão preocupados com a qualidade da pesquisa e sim com o status, dá pra ver claramente em alguns comentários aqui mesmo! Que tristeza…
Outro ponto interessante é que muitas vezes no Brasil para ser pesquisador vem de brinde o cargo de professor! E adivinha? Muitos são professores medíocres! Sabem muito? Sabem! Sabem ensinar? Nem um pouco! A pesquisa e as publicações se tornaram trunfos individuais de pessoas mesquinhas e não deveria ser assim. Na minha graduação tive aula com pelo menos três excelentes pesquisadores com publicações de alta relevância, mas péssimos professores, egoístas… Se eles se sentem bem assim, ok, sejam felizes… Mas tenho certeza que eu e 85% dos alunos que já passaram pelo curso esperamos não vê-los nunca mais… E indicar alunos para eles? Não… Não posso… Talvez eu seja um cientista de biológicas com alma de humanas (me julguem), mas pra mim a ciência deve ser sobre o coletivo. Sobre descobertas para o bem maior, não para inflar o ego individual.
Por isso o texto se torna extremamente pertinente no meu ponto de vista. Pois a graduação e as pós-graduações não devem ser apenas sobre nota, CAPES e Qualis, mas também sobre ensino de qualidade e satisfação pessoal. Se o cara se sentiu confortável estudando em uma Universidade menor e perto da família e ainda conseguiu um ótimo aprendizado, quem sou eu pra julgar levando em conta o Qualis? Pelo menos o cara está feliz onde está, feliz com sua profissão e é provavelmente um bom profissional.
Obrigado, Paulo! Belas palavras!