Chega um dia em que é preciso mudar. Às vezes é algo detalhadamente planejado, às vezes é uma oportunidade inesperada, e às vezes é só uma sensação que aparentemente veio do nada, mas que já estava sendo cultivada internamente há algum tempo. De um jeito ou de outro, um dia chega a hora de mudar: de projeto, de grupo de pesquisa, de área de atuação, de instituição ou até de país – e tem quem mude tudo isso ao mesmo tempo!
Trabalhar por bastante tempo numa mesma área tem inegáveis benefícios, e é por isso que muitas vezes optamos por essa trajetória e permanecemos no mesmo local durante uma boa parte da nossa formação acadêmica. Assim desenvolvemos um conhecimento cada vez mais profundo, sabemos onde encontrar o que precisamos, interagimos com todo mundo e, em suma, isso nos traz segurança no que fazemos e faz com que as demais pessoas confiem em nós. E isso é bom.
Mas, mesmo assim, apesar de ser bom estar por bastante tempo no mesmo lugar, uma hora simplesmente é preciso mudar. Seja por razões pessoais, profissionais, ou ambas.
É preciso mudar de ares, trocar uma vida estável por uma rotina agitada – ou até mesmo vice-versa. É preciso conhecer novas pessoas, com outras ideias e diferentes formas de ver e pensar. É preciso buscar desafios e almejar novas conquistas. É preciso resgatar a motivação. E é preciso, acima de tudo, readquirir humildade e se sentir livre para errar novamente, pois isso significa estar disposto a aprender.
Mudar implica em perder referências, sentir balançarem algumas convicções e ter que provar novamente para si mesmo que é possível prosperar em território desconhecido. Às vezes, é também ter que mostrar para os novos colegas, orientador e demais professores que se está à altura da empreitada. Ninguém o conhece, e nem você mesmo sabe como vai reagir às novidades que essa mudança traz. Existirão muitos receios e será necessário recobrar a coragem.
Ainda assim, você sente que é preciso mudar. Porque apesar do início turbulento, em retrospectiva terá sido uma vitória pessoal. E, curiosamente, porque ao mesmo tempo em que é bom sair em busca de uma nova meta, é bom também voltar ao “ambiente familiar”.
É bom poder ler um artigo sobre o novo tema de projeto e esbarrar numa citação que remete a um projeto anterior. Descobrir que é possível traçar paralelos entre as diferentes linhas de pesquisa que você optou por seguir. Aplicar a dica “quente” de um protocolo em outro protocolo – e também aprender novos “pulos do gato”. Manter as amizades cultivadas e sentir-se em casa no ambiente de trabalho anterior.
E saber que um dia a nova situação se tornará o local familiar, conhecido e seguro. Aí, às vezes, chega uma hora em que é preciso mudar novamente.
Oi, Elisa, estou exatamente neste processo de mudança, em uma nova área de pesquisa onde tenho, como você mesma disse, mostrar a mim mesma que é possível prosperar em território desconhecido. Parabéns pelo texto!
Fantástico Elisa! Mudar sempre, nunca se acomodar com o que incomoda. Abraços e parabéns!
Olá Elisa.
Gostei do seu texto.
“É preciso resgatar a motivação” – muito legal!
Parabéns 🙂
Adorei Elisa! 🙂 Parabéns pelo texto! Mudar é preciso, sempre!
Legal teu texto. Estou em uma empreitada dessas. Larguei oportunidade de doutorado com bolsa em uma Instituição pra fazer em outra, em outro estado, sem bolsa e sem conhecer ninguém. Não nego que está sendo difícil, mas escolhi fazer isso pela simples necessidade que eu sentia de mudar de ares…
Belíssimo texto Elisa.
Ainda pode ser interpretado de uma forma muito mais ampla do que somente a vida acadêmica.
Chega em um ponto em que decisões devem ser tomadas. Eu sou a favor das mudanças, mas por enquanto não me permiti esse luxo.
Belíssimo, eu estou vivendo isso Elisa. Nova área, novo meio e nova adptação.