Você já ouviu falar de Cesar Lattes? Ou apenas da plataforma Lattes?

Conhecido por todos, odiados por muitos, a plataforma de currículo Lattes faz parte da rotina acadêmica, mas você sabe quem foi o cientista que dá nome a plataforma?

Um dos maiores cientistas brasileiros, o físico Césare Mansueto Giulio Lattes, mais conhecido como César Lattes, tornou-se um ícone na produção científica mundial e um símbolo, para o Brasil, que serviu de inspiração e estímulo para as gerações seguintes.

Nascido em Curitiba, em 1924, foi um notório físico e matemático.

Em 1943 graduou-se na faculdade FFCL, hoje conhecida como USP, em Física e Matemática em São Paulo.

Uma de suas principais descobertas foi o méson pi aos vinte e três anos de idade.

Faleceu devido a um ataque cardíaco, dia 08 de março de 2005 na cidade de Campinas – SP.

É considerado o mais importante físico brasileiro do século 20 e o cientista brasileiro mais conhecido no exterior.

Seu prestígio nacional e internacional foi fundamental para que uma série de iniciativas viesse consolidar a pesquisa científica no país, com a criação dos primeiros institutos de pesquisas básicas fora da universidade, como o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), em 1949.

Também favoreceu para a criação do CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa), que atualmente é chamado de Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (1951); IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), 1952; CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), 1956; CLAF  (Centro Latino-Americano de Física ), 1960 e CBJ (Colaboração Brasil-Japão), 1962.

E devido a CBPF também surgiram três laboratórios no Brasil e também no exterior: o Laboratório de Física Cósmica em Chacaltaya em La Paz, Bolívia (1951); Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Petrópolis – RJ (1980) e o Laboratório Nacional de Luz Síncotron (LNSS), Campinas-SP, (1986).

Prêmio Nobel

Foi quase!

Cesar Lattes foi o cientista brasileiro que mais chegou perto de ganhar o Prêmio Nobel em Física.

Mas foi o chefe de Lattes, Cecil Powell, que ganhou, em 1950, tal prêmio pela descoberta do méson pi.

Há uma polêmica devido a Lattes não ter ganho o prêmio, envolvendo até uma hipótese de que por Lattes ser brasileiro não ganhou o Nobel.

Cesar deixou um grande legado para a ciência brasileira, pois além de ser um pioneiro nas pesquisas científicas de Física ele também colaborou em prol do Ensino dessa área, defendendo sempre a pesquisa como um pilar da educação para formar seres pensantes.

Plataforma Lattes

Cesar foi homenageado no ano de 1999 pela CNPq, que concedeu seu nome a um sistema de cadastro de estudantes e pesquisadores abrangendo o currículo e dados de instituições de todo Brasil, que ficou conhecida como plataforma Lattes.

Você consegue imaginar como eram os registros antes da plataforma Lattes?

Lá na década de 1980, os registros sobre a carreira de pesquisadores e estudantes eram guardados em arquivos físicos em meio a diversos outros documentos.

Esse modo de organização, anterior à popularização dos arquivos digitais, foi capaz de alimentar o fazer científico por vários anos, mas se tornou um problema na medida em que as pilhas de papel cresciam junto com o número de informações.

Mergulhados em meio a centenas de folhas e pastas, os dados necessários para dar andamento a processos burocráticos eram difíceis de encontrar e tornavam práticas cotidianas, como a concessão de bolsas, extremamente demoradas.

Foi nesse cenário que o CNPq notou a necessidade de remodelar o sistema e criar novas estratégias mais eficientes para o armazenamento de informações.

Esse foi o pontapé inicial para a criação da Plataforma Lattes.

Os primeiros passos da plataforma foram bem distantes do banco de registros online e tecnológico a que temos acesso hoje.

O bisavô desse sistema foi um Banco de Currículos nos anos 1980 que contava com formulários de captação em papel e etapas posteriores de digitação, misturando o físico e o digital.

Já no final da década de 80, o CNPq passou a utilizar a rede BITNET, precursora da Internet no Brasil, para disponibilizar a base de currículos – composta, na época, por cerca de 30 mil deles – para as instituições de pesquisa.

A criação de um formulário eletrônico, no entanto, só se deu nos anos 1990 e consistia no envio de disquetes, pelos próprios pesquisadores, contendo as informações que seriam carregadas na base de dados pela equipe do CNPq.

Pouco depois, o Conselho decidiu, com uma colaboração entre o Governo, Universidades e empresas, utilizar os conhecimentos mais avançados em informática do final do milênio para desenvolver um novo currículo totalmente online e capaz de integrar todas as versões já existentes.

Assim, em agosto de 1999, o CNPq lançou o Currículo Lattes como único modelo a ser utilizado no âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia e do CNPq.

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