Trabalhar em parceria com um estatístico faz toda a diferença na elaboração de uma pesquisa científica relevante, não apenas por aumentar as chances de uma revista renomada publicá-la, mas também em relação a sua real importância e inovação na ciência. No entanto, é necessário que fiquem claros quais os limites, deveres e obrigações do estatístico que não é, na maioria dos casos, autor ou coautor do trabalho. Nesse texto apresentamos o que o pesquisador precisa entender sobre a análise estatística, e o que pode ser melhor realizado por um profissional da área:

 

O PESQUISADOR PRECISA: Construir suas hipóteses de pesquisa

É papel do pesquisador saber o que busca, quais questionamentos são coerentes dentro de sua linha de pesquisa, e isso deve orientar seu trabalho desde antes da coleta de dados. Solicitar que o estatístico trabalhe sem orientação resultará em uma série de testes exploratórios, que não necessariamente constituem uma pesquisa relevante, e joga para esse profissional uma responsabilidade que é do pesquisador.

 

O PESQUISADOR NÃO PRECISA: Escolher o teste estatístico adequado

O estatístico trabalha a partir das hipóteses dadas e encontra o teste estatístico adequado, após estudo minucioso e verificação dos pressupostos. O pesquisador, quando trabalha em parceria com um estatístico, não precisa saber escolher o teste adequado, apenas entender, posteriormente, porque o teste foi escolhido.

 

O PESQUISADOR PRECISA: Entender os resultados estatísticos

Um bom estatístico explicará para o pesquisador o que for necessário para entender e reportar os resultados obtidos, e o pesquisador deve se apropriar desse conhecimento. Ele não precisa saber as fórmulas aplicadas, mas deve compreender o que o teste avalia, o que conclui-se a partir de um p-valor significativo, e como isso se relaciona com seu estudo.

 

O PESQUISADOR NÃO PRECISA: Saber calcular o resultado no software

A partir de um certo nível de complexidade, é normal que um pesquisador não saiba calcular os resultados em um software (especialmente os que utilizam linguagem de programação). É correto que ele busque um profissional para auxiliá-lo, tendo assim tranquilidade de que os procedimentos foram feitos corretamente, para que possa se focar na parte da pesquisa que realmente lhe cabe.

 

Não há como fugir da estatística na pesquisa acadêmica, mas não é necessário compreender tudo que um profissional da área aprendeu em quatro anos de curso. Formule boas hipóteses, entenda os resultados e, sempre que necessário, busque a ajuda de um profissional capacitado.