Citar é preciso, quer algo mais comum do que as benditas citações que precisamos, ou melhor, com que devemos trabalhar arduamente durante o processo de escrita da dissertação ou tese. Ah, para “colar” com o tema indico a leitura do post da Nadini (2013) intitulado “O que/quem te desencoraja a escrever”, em que ela aborda com propriedade algumas questões relacionadas à citação.
É sabido que a escrita acadêmica está pautada em normas, logo, desenvolver pesquisa científica exige os devidos cuidados, como uma das árduas tarefas é a escrita, destacamos aqui algo corriqueiro: o movimento de citar.
Habitualmente nos textos científicos percebemos as clássicas: de acordo com, em consonância, para o autor, em suas palavras, corroboramos, entre outras (a gosto). Fato, também é fato de que não é tão simples assim.
Para citar, precisamos entender o autor, para não correr o risco/armadilha de dizer o que ele não disse, ainda escrever sobre ele para que o outro entenda, referenciando corretamente, diga-se de passagem. Pois, é lei dar créditos a produção e ideias alheias que utilizamos em nossa pesquisa, e sem contar que plágio é crime.
Muitos como quem vos escreve já deve ter se deparado com a problemática: não posso escrever sem citar? Quero ser eu mesma(o)! Infelizmente a resposta é contraditória. Devemos citar sim, exceto é claro os casos que nós sejamos o autor/inventor daquilo “novo” que estamos escrevendo.
Pois, alguém geralmente já disse, só precisamos garimpar quem foi, e dizer o ano e página. Pode-se ainda escolher se dizemos isto por meio de citação direta (transcrição de parte do dito pelo autor(a) em até três linhas no meio do texto com aspas duplas, com mais de três linhas recuo à esquerda (4 cm), fonte menor, espaço entre linhas simples. Ou, citamos de forma indireta (paráfrase) baseado no dito pelo autor, com maior flexibilidade a seu estilo de dizer. Ou citação da citação, enfim, não é o intuito discutir as normas da ABNT.
A escrita não deve ser a famosa colcha de retalhos, com Fulano (2013) afirmou, segundo Beltrano (2012, p.34) “citar é um mal necessário, exemplo meramente fictício”, e o autor(a), como fica diante disso? Nós somos os organizadores de tudo isso, relacionando isto com aquilo, escrevendo, dialogando com os autores, e, é claro que vamos e precisamos sim aparecer no texto, com nossas brilhantes ideias.
Este é o nosso momento, afinal, não lemos aquela pilha de livros, teses, dissertações, apostilas, xérox minúsculos/apagados, artigos, resumos, para simplesmente desaparecer no meio dos caras. “Nós somos as caras e os caras”, a pesquisa é sua, ouse.
Devemos escrever, tentar construir algo para além do disse, que disse, que também disse, temos que subverter o círculo fechado, ousar dizer, não enchendo linguiça. Isto é, não estamos propondo uma manifestação contrária ao ato de citar, pois, acabaríamos com a ciência, o rigor científico/metodológico necessário sim para a produção do conhecimento.
Mas, em contrapartida o objetivo foi o de refletir e aguçar a possibilidade de nós pós-graduandos(as) fugirmos das normas, da caixinha, alçando vôos, citando SIM! Entretanto, criando e (re)inventando sob uma ótica única que é a sua, a minha, a nossa, destes seres que sim possuem criatividade e potencial para escrever e produzir ciência, longe apenas de reproduzir, mas sim produzindo.
Diz a “lenda”, que talvez no doutorado (momento da construção e defesa de uma tese) exista mais espaço para o eu na escrita, mas, este já é tema para outra discussão! Ah, como realizado no início deste texto, também o faça e lembre-se sempre: cite direitinho!
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