Vivenciando a expansão das Universidades e interiorização dos campus temos um grande número de processos seletivos para professor! Alegria, só que não #snq, as vagas são para professor substituto. É um contrassenso os planos políticos pedagógicos de cursos novos serem aprovados sem a supervisão permanente do número de professores efetivos compatível com a proposta!
Em uma simples pesquisa pelos editais recentes, das instituições públicas, observamos a grande quantidade de vagas para contrato por tempo determinado. Caro leitor, isto é uma manobra, pois efetivamente, na gestão pública, este tipo de vínculo de emprego é respaldado para casos excepcionais (cargos comissionados; afastamento de servidores por licença prêmio ou médica) e não para serviços essenciais. Entendo que processos seletivos são soluções emergenciais, no entanto, é necessário que concursos públicos para o quadro de docentes permanente existem em paralelo aos processos seletivos.
Professor substituto, assim como qualquer funcionário contratado é uma falsa impressão de vínculo empregatício, na perspectiva de ser a única oportunidade àqueles sem oportunidade. Se só existe vagas para contratação temporária, o que fazer?
Outra questão muito próxima da nossa realidade é que para nós pós-graduandos ter um contrato temporário de professor pode ser uma grande oportunidade de juntar uma graninha tirar a barriga da miséria e aprimorar as habilidades de docente. Por isto temos um grande número de alunos de pós-graduação com contratos temporários.
Buscando uma maior integração da pós-graduação e graduação em 2007 foi lançado o Reuni que dentre suas atividades existia o fomento de bolsa de estudos a alunos de pós-graduação que desenvolvem atividades junto a cursos de graduação de áreas estratégicas. No entanto, salve engano, não há perspectiva a novas bolsas e editais Reuni.
O contrato temporário configura vínculo empregatício, no entanto a Capes e o CNPQ possui cláusulas específicas que permitem que o bolsista seja professor substituto desde que haja a anuência do orientador e do colegiado da pós-graduação. As decisões quanto a possibilidade de “acúmulo” de “benefícios” não são uniformes dentre os orientadores e nas comissões de bolsa do colegiado de cada pós-graduação.
Se você for aprovado na seleção de professor prepare-se para sua possível escolha: a bolsa ou o contrato de professor substituto. Esta decisão, caro leitor, deve ser pessoal, mas dialogada com seu orientador, mesmo frente a tantas peculiaridades (tipos/estilos de programas e orientador), lembre-se que talvez sua pós-graduação perdure mais que seu contrato.
Denuncio esse comportamento no Centro Paula Souza do Estado de São Paulo nas Faculdades de Tecnologia (Fatec)! Inclusive na capital!
É um ponto interessante. Precisamos mesmos de uma política mais sólida para contratação de professores e organização de novos cursos.
Isso se chama precarização do trabalho docente. Por isto optei por fazer seleção para faculdade particular ao invés de me tornar um “substituto” que tem um volume de trabalho alto demais para um salário tão medíocre. Além dessas artimanhas do “Professor Substituto”, o atual governo tem criado outras espertezas com a figura do Professor do “Protanec” que ganha 50 reais por hora para ministrar cursos nas áreas tecnológicas. Isto é um processo de dilapidação da carreira docente.
Precisamos mais de concursos públicos e menos de processos seletivos, pois os concursos mostram as capacitações das pessoas em exercerem as suas devidas funções, por isso espero que o atual governo mude um pouco em quesito a isso estou desde 2012 tentando fazer concursos e agora pode ser que eu consiga. Gostei muito deste site obrigado a todos!
Será que o magistério está passando por mudanças profundas e irreversíveis?