Querido Diário, hoje acordei às 6h da manhã, me arrumei, ajeitei minhas coisas e fui TRABALHAR. É, isso mesmo. TRABALHAR.
Pois é, Diário, essa é a realidade de quem faz Mestrado, mas não recebe bolsa. É aquela velha e cansativa jornada de trabalhar e estudar. Mas vamos lá, né? Das 24 horas do dia, são oito horas de trabalho, mais algumas de aula, e o resto fica para ler, estudar, escrever e dormir (por ordem de prioridade, claro).
E por que estou passando por isso? Quando terminei a Graduação, tudo que eu mais queria era ser aprovada em um Mestrado.
Então, chegou a entrevista e é CLARO que eu disse que poderia fazer o Mestrado sem bolsa, mas no fundo havia uma esperança, porque na verdade eu precisaria muito da bolsa.
Fui aprovada.
E descobri que só havia 2 bolsas e que eu não seria contemplada. Mas a vontade de fazer um Mestrado foi mais forte, então para poder pagar aluguel, água, luz, consegui um emprego de 1 salário mínimo. E há quase 2 anos tem sido assim. As madrugadas que antes eram para dormir, agora são para ler e escrever, escrever e ler.
Ser mestrando sem bolsa é não ter dinheiro para o ônibus, para o lanche, para as cópias (e quando a orientadora pede para você comprar um livro? DESESPERO!), nunca ter dinheiro para as confraternizações de turma, fazer conta em todas as bodegas possíveis e descobrir quem são seus amigos de verdade, pois eles sempre lhe emprestam dinheiro sem data de pagamento.
Divertido, não?
Mas o mais divertido é ver os colegas que recebem uma bolsa que é o dobro do seu salário, e que só estudam, reclamando que não tem tempo para ler, estudar, escrever os artigos, enquanto você entrega todos dentro do prazo e sem reclamar.
Mas a gente pensa em desistir, Diário?
Às vezes. Mas quando o bichinho da academia pica a gente, já era! Você se multiplica em mil, mas no fim do dia, quando tudo deu certo, vem aquele sentimento de que valeu a pena. Hoje foi um desses dias, Diário. Boa noite.
Observação: Este texto não foi escrito para lamentar, reclamar, ou coisas do gênero, foi apenas para dizer a você que também faz uma pós-graduação sem bolsa, que estamos juntos! E que não desista! E também para deixar um recado para aqueles que ainda não entraram para a Pós-Graduação: NUNCA FAÇAM SEM RECEBER BOLSA!
Eu já fui uma!
essa vida ngm merece XD
Minha vida!!
kkk… É p/ rir ou chorar com o texto ???? 😛
bem sei como é minha graduação sem bolsa, agora a pós lisa quero não.
É Eu todinho…Fazer o quê?
“Mas a vontade de fazer um Mestrado foi mais forte”! Desse jeito! Não importam as dificuldades.
O pior foi ouvir esses tempos uma mina falar na minha frente que a bolsa de mestrado tava pouca blá blá blá, deu vontade de mandar t
“Mas a vontade de fazer um Mestrado foi mais forte, então para poder pagar aluguel, água, luz, consegui um emprego de 1 salário mínimo.” Essa parte foi triste…sua graduação não serviu de nada então né?
Quem se submete a ganhar 1 salário mínimo possuindo graduação tem que apanhar com gato morto até o gato miar!
Falar de barriga cheia é fácil. Como é fácil julgar, né?
Povo não sabe o que é necessidade e ainda fala… (Palmas!)
Nem sempre é fácil conseguir um emprego assim que se sai da graduação, ainda mais quando se precisa pagar o aluguel, contas de luz, agua, comprar comida, roupas, viver. Vcs que criticam já tiveram que fazer isso, isto é, pagar TODAS as suas contas? Se vc estivessem cara a cara com esta moça teriam coragem de ser assim tão crueis como foram pela internet, com estes comentários?
As vezes ela optou pelo salário baixo para nao assumir nenhuma responsabilidade que tomasse o seu tempo. Enfim, é estranho mesmo ver uma pessoa graduada recebendo apenas um salário. A unica coisa que pensei foi isso!
Oi gente! 🙂 Eu até passei em seleção com o triplo do salário, mas a situação é que eu sou concursada do Governo do Estado, e lá eles me dão uma certa flexibilidade para assistir às aulas, participar de eventos, coisa que eu não teria em empresas privadas, onde o salário também não seria muuuuiito diferente, além de ser algo seguro, né?. Mas enfim, termino o Mestrado esse ano e no próximo as coisas irão mudar. 🙂
Tão eu!
isso é possível??? difícil viver de bolsa, imagina sem… DEUSOLIVRE
Tipo… Eu!!! hahaha
:,(
Foi bem isso na minha entrevista!
E está sendo assim agora…
É rir pra não chorar!
Mestrando em Reprodução, Sanidade e Bem-estar Animal
UFF? # tamo junto hahahaha
No fim, você mesma disse que não está de mimimi.. Então isso não é uma crítica, mas, convenhamos, pelo seu perfil (Graduação, especialização, e mais graduação, ….) não deveria estar recebendo um salário mais digno não? Ao menos em grande parte do país salário mínimo geralmente recebe pessoa que tem menos qualificação (ou quase nenhuma)… Não seria o caso de você se valorizar? Boa sorte no mestrado…
Concordo plenamente Luciano. 😀 Eu até passei em seleção com o triplo do salário, mas a situação é que eu sou concursada do Governo do Estado, e lá eles me dão uma certa flexibilidade para assistir às aulas, participar de eventos, coisa que eu teria em empresas privadas, onde o salário também não seria muuuuiito diferente, além de ser algo seguro, né?. Mas enfim, termino o Mestrado esse ano e no próximo as coisas irão mudar. 🙂
Muita força e muita sorte pra ti, Evellyn! 🙂
Adorei seu texto e essa resposta. E nossa, como eu detesto gente com esse papo de “e se isso, e se aquilo, com o seu currículo você poderia arrumar coisa melhor, é questão de se valorizar, mimimi, mimimi, etc…”. Não passa pela cabeça das pessoas que essa foi a melhor opção, que justamente você escolheu esse trabalho com um salário menor que permite ter um pouco de tempo para estudar.
Concordo com o Luciano. Não é uma critica, mas você poderia ter um trabalho com um salário bem melhor.
Realmente Cleonice essa é o problema, você tem apenas 2 anos pra fazer tuudo e ainda por cima ter que trabalhar pra conseguir se sustentar é extremamente estressante. Estou na mesma situação que a sua, sonhei em fazer mestrado, e quando passei foi que aquela euforia. Assim como você disse na entrevista que me viraria sem a bolsa, e pra minha felicidade consegui ficar justamente em segundo lugar, ou seja, bolsista ( aí sim a felicidade aumentou) porém até agora nada, o meu curso é novo, a UFPB tá com os servidores em greve (ou seja, nem informação precisa agente consegue) e pra piorar a situação pago disciplinas na UFPB-Areia e uso o laboratório na UFPB-João Pessoa, e os gastos são exorbitantes, porém com todas essas viagens fica impossível conseguir um trabalho flexível e aí me resta fazer docinhos pra vender e receber ajuda da família. É complicado, mas quando penso em desistir penso também no tanto que me esforcei pra chegar até aqui, e isso ajuda em partes me manter seguindo.
Trabalhar e estudar não é pra todo mundo não. Noites em claro mas que valeram a pena.
Moça, mas vc não teria como conseguir bolsa de projeto? seu orientador não teria como lhe dar esta opção?Fazer mestrado sem bolsa é praticamente impossível!
Acho que vc vive em outro mundo Talita! Aqui no meu estado é comum ver gente fazendo mestrado sem bolsa! Mas acontece bastante o pessoal passar, não conseguir bolsa e tentar em outro estado…
a pergunta é… como ganhar a bolsa! ter um projeto muito foda? lamber bola (ou salto) do orientador? per algum parente?
Pior é que o povo acha que a bolsa salva a vida das pessoas… como se os bolsistas não tivessem responsabilidades tantas quantas os que não tem… e ainda por cima, tem mestrados que só o fato de a pessoa ser bolsista ficam em cima, cobrando publicações, as vezes estágio de docência… enfim, a realidade de desafios da pós-graduação vai para além da falta de bolsas! claro que elas são essenciais e permitem-no funcionar… mas força aí, pq sei que não é fácil, comecei o meu mestrado sem bolsa tbm e só consegui no finalzinho e isso só me trouxe mais responsabilidades, pq as cobranças só aumentaram… no meu caso, claro.
Estamos juntos nessa luta!!
Evellyn, passei exatamente pela mesma situação: conclui a Graduação (em Arquitetura) e queria muito já entrar no Mestrado, pois tinha a sensação que, se não o fizesse naquele momento, dificilmente teria ânimo para retornar à vida acadêmica! Fui aprovada, e tive que esperar 1 ano para conseguir uma bolsa, enquanto trabalhava 8 horas por dia, em um escritório que não estava nem aí com meus estudos! Ganhava bem menos que o piso salarial, sendo apenas o suficiente para pagar o curso e algumas de minhas contas (sim, algumas!). Gastei cerca de R$ 2.000,00 em livros nos primeiros 6 meses! Quando saiu a bolsa, resolvi que era hora de deixar o escritório e me dedicar exclusivamente para concluir a dissertação, pois tenho que cumprir o tempo estipulado pelo pagamento da dita cuja. O que esquecemos é que, quando recebemos o benefício, ficamos “a mercê” da instituição, do coordenador da pós (que quer a sua ajuda para todo e qualquer evento) e de seu orientador (que, no meu caso é, felizmente, uma santa!). A verdade é que estamos todos no mesmo barco, e temos que nos valorizar e nos orgulhar de fazer parte de um percentual minúsculo de corajosos que querem “algo mais” em suas vidas! Vou concluir o Mestrado agora em agosto, e já tenho planos de fazer o Doutorado ano que vem. É uma loucura, mas vale a pena! Boa sorte na luta!
Como ter bolsa? Basta fazer mestrado em engenharia, lá onde faço tem mais bolsa que candidato…
mesma coisa aqui. O programa anda até com vergonha, abre 10 vagas, dá 3 candidatos e olhe lá. Os que ganham bolsas, direto preferem largar a bolsa depois que arrumam alguma coisa, afinal, ninguém merece orientador e coordenador achando que você é escravo deles. E o que eu vi durante o tempo que fui bolsista, é que ao menos na engenharia aqui, o pessoal que não tinha bolsa levava a pós de forma bem mais tranquila, pois eles sim ficavam a cargo só de suas dissertações no tempo que estavam na instituição, enquanto os bolsistas, ficavam fazendo 1000 coisas ao mesmo tempo, sendo 999 nada haver com o tema de sua pós. Mas é a situação da engenharia aqui, nas outras áreas a situação deve ser diferente
Por ironia do destino, cá estou eu lendo este texto a menos de dois dias antes da minha defesa de mestrado. Eu que passei 16 meses do mestrado sem bolsa. Realmente eu não recomendo, mas assim como “mares calmos não fazer bons marinheiros”, quando você topa uma loucura dessas você acaba por se desafiar diariamente a não desanimar. Eu passei a receber bolsa nos últimos meses, depois que já tinha gasto tudo que eu tinha, tudo que eu pude ter pedido emprestado e todo o juros que eu pude acumular. Ou seja, o que veio da bolsa, só serviu para pagar todas as dívidas que fiz. Trabalhei paralelamente, mas isso também tem o seu preço. Enquanto os bolsistas ganham para estudar, acabam por ter mais tempo de publicar seus trabalhos, se inscrever em cursos bem específicos da área e tal, já você tá mais preocupado em como vai negociar com o seu chefe uma falta em prol de alguma atividade da disciplina da pós, ou atividade de campo e afins. A gente perde um pouco em qualidade como estudante da pós, mas acaba por adquirindo conhecimentos que vão lhe servir para vida (sim, ela existe além da pós!). Realmente, a todos que se submeteram a esta situação, força. Eu não recomendo, mas não me arrependo.
Mestrando (quase mestre!) em Ecologia e Evolução
Muito legal esta exposição….é isso que passamos
Pior do que mestrado sem bolsa, é quando Vc estuda em IES particular, se mata de trabalhar e toda a sua grana vai para o pagamento da mensalidade. E ai foram 2anos de mestrado e 2 de doutorado, com Vc bancando!!!
Vivi essa situação de trabalhar 8h e estudar a partir do 3º período da graduação. Foi uma loucura: as notas simplesmente despencaram e os trabalhos, antes bem-feitos, começaram a ser entregues do jeito que dava. Na época, eu não tinha outra opção: precisava trabalhar e tinha receio de trancar o curso e não conseguir retomar.
Agora, anos depois, estou me preparando para tentar o mestrado. E parte da preparação é financeira: estou batalhando para juntar grana suficiente para me manter com o básico, mesmo que não consiga bolsa. Tudo para não ter que trabalhar em paralelo.
Não me arrependo de ter investido na carreira profissional: como o post menciona, a gente acaba adquirindo conhecimento que são úteis para a vida pós-academia (e acredito que para a academia também). No meu caso, só posso fazer mestrado hoje por causa do retorno da profissão.
Por experiência própria, sei como é difícil conciliar atividades dissociadas. Mas se este é o único caminho para atingir o sonho acadêmico, a gente acaba descobrindo um jeito..rsss…
Boa sorte, Cleonice!! E parabéns pelo esforço! =)
Parabéns à colega que escreveu o texto. Me lembrei saudoso das duas vezes em que vivi situação similar (uma no mestrado e outra no doutorado) há alguns anos.
Respondendo a alguns comentários: Educação e qualificação são diretamente proporcionais à renda embora seja necessário complementar que, infelizmente, tal associação não é absoluta como uma função cartesiana. Varia em função da formação básica, do tipo de IES, do porte do programa em que a pessoa cursa a pós, das demandas pela área da ciência em questão, do tipo de financiamento do projeto, dentre outros diversos fatores que renderiam horas de discurso (já vi tese sobre o tema na área médica). Não é incomum ver quem tenha graduação e ganhe relativamente pouco, quiçá quando a pessoa “prolonga” este dito “investimento” por mais 2, 6, N anos… Lembremos que a carreira acadêmica é uma profissão distinta de outras licenciaturas e de um bacharelado, com saberes específicos e com uma tendente exig^]encia de qualificação docente. Logo, a pessoa que a almeja seguir este caminho e cursa uma pós-graduação, estará apenas começando a trilhar seu trajeto.
Não tenho os números atualizados, mas é público e notório que a pesquisa no Brasil é sustentada substancialmente pela pós- graduação (sobretudo a fomentada pelo estado). Apesar disso, “Cientista” não é considerado um ofício profissionalizado e o sujeito pós-graduando despende tempo, horas de estudo, stress e e outras coisas para, no fim, gerar um produto (literário, no mínimo), sem ter a menor garantia de que vai receber por sua atuação como mão-de-obra (“capital humano”). É mais parecido com um escambo do que com um curso. Isso quando não vai além do mínimo necessário…
Há quatro caminhos para resolver essa representação equivocada que a sociedade faz do labor científico, o qual não é encarado como sinônimo de trabalho (“então você só estuda? Não trabalha?”). Podemos continuar como estamos, educar a sociedade para que mude sua representação daqui décadas, criar mecanismos para que os programas de pós-graduação explorem (no sentido não pejorativo da palavra) os estudantes ao máximo ( o que geraria uma desvantagem competitiva temporária séria) ou algum estudante poderia denunciar esta condição a qualquer fiscal do trabalho ou sindicato de classe (criando um problemão, pois exigir produção sem remunerar é crime e isso pararia toda a pós-graduação no Brasil!). É uma questão é de escolhas: Ratos podem ficar em alerta o tempo todo aos gatos, mas seria mais fácil buscar a comida na dispensa se um camundongo louco conseguisse colocar guizos nos pescoços de todos os gatos… Continuemos seguindo em frente pois, apesar de poder ter soado de forma pessimista para alguns o que foi supracitado, vale muito a pena continuar, tanto que repeti a dose e nem morri disso!
Lucas, você colheu bons frutos depois disso tudo??
Diz que sim, pq estou iniciando o mestrado agora e acabei de saber que não fui contemplada com a bolsa.
Meu questionamento é simples: vale realmente a pena?!
Att.
triste verdade, estamos juntos!!!
Ao pessoal criticando o salário da autora, dependendo da sua área de formação, em grande parte do país vc mal consegue encontrar emprego imagina ficar escolhendo salário… Trabalho e faço mestrado e estou quase desistindo do curso, pois hj em dia um mestrado vc encontra em qualquer canto, mas emprego decente é a coisa mais rara…
achei interessante que ela diferencia bem estudar de trabalhar, ou seja, quem só faz mestrado, só estuda.. mas vejo muita gente ofendida quando a gente pergunta: tu só estuda?
Uma coisa também bastante ruim e que me tirou muito do serio boa anos do mestrado era eu ter que me virar nos 30 sem bolsa e ver uma bolsista não cumprindo com suas obrigações.
Passei por isso. Enquanto eu trabalhava em um colégio dando aula das 7:00 da manhã as 17:00 da tarde e nos dias que não trabalhava neste colégio, era bolsista de um museu ganhando uma bolsa de 550,00 reais, colegas meus eram concursados e mesmo sem precisar ainda aceitaram a bolsa, acumulando renda de mais de 4.000 por mês durante o mestrado. Realmente as pós-graduações ainda se encontram muito mal preparadas para analisarem quem realmente precisa de bolsa, sendo que um auxílio assim não deveria ser meritocrático, e sim para quem necessita.
Agradeço ter conhecido um prof. que foi solicito e me conseguiu esta bolsa no museu na época, pois meu orientador nem se importava com isso. Se não fosse esse professor tinha passado apertos muito piores.
Essa é a minha vida, esse é o meu clube..
Para ter bolsa não é preciso ter um projeto foda, basta ter um projeto bom, qualquer laboratório precisa de projetos para sustenta-lo, seja na compra de reagentes e equipamentos quanto em formação de recursos humanos, isto é, em bolsas, pibic, mestrado, doutorado, pos doc. Alias, há editais para projetos que são quase exclusivamente feitos para solicitar bolsas de pos graduação. Não é preciso lamber as bol… ou salto do orientador (a), se vc é um bom aluno,produtivo, esforçado, obviamente vc merece a bolsa de projeto quando a pos graduação falha em te oferecer uma. O fato de um orientador conseguir uma bolsa por projeto para seu orientando quando não ha outra opção, não deve ser visto como favor, afinal se vc é um bom aluno todos tem a ganhar com sua permanencia na pos graduação. Claro que nem sempre isso é possivel, isto é, nem sempre há projetos, nem sempre há editais ou oportunidades para solicitar bolsas deste modo. Concordando com um comentário acima, a bolsa de mestrado é de fato muito baixa, nao so para quem se sustenta por conta propria, mas para todos os pos graduandos. Para finalizar, aqueles que neste post se preocupam em criticar a moca do texto por ela ter dificuldades deveria gastar este tempo e energia lutando por melhorias na nossa categoria que é tão desvalorizada desde que surgiu.
Realmente não é facil, e vou mais além, pois somado a isso ainda tenho filho, esposa, família, affff….. com salário de professor estadual Paulista…… e quanto as críticas direcionadas a colega que desabafou, aqui vai: SÓ ACEITE CRÍTICAS DE QUEM CONHECE A SUA LUTA DIÁRIA…..
bem assim kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Afff.sou eu…
É muito título para quase nada.
Cara, tem uma galera guerreira aqui!!! Parabéns a todos que sobrevivem ao Mestrado sem bolsa. Esse é o meu dilema. Vou tentar na UFPB ainda este ano, mas, tô na dúvida sobre o que dizer na hora da entrevista. Tenho de ser sincera. Moro a 800 km de João Pessoa e não tenho a mínima condição de me manter lá sem essa “help”, mas, também não quero ser uma escrava Isaura acadêmica, Deus me livre. Ao passo que ser bolsista ajuda e muito, a cobrança também é muito, mas muito maior. Mas, chegar ao Mestrado é um sonho, então, vamos lá!!!!
Pois é, Cleonice, entendo bem sua situaçåo… Também fiz mestrado sem bolsa e agora estou no doutorado sem bolsa, trabalhando e com família… marido e filhos. Mas é isso, sem reclamar, acho que no final vai valer a pena.
E assim q me sinto no probatório , sem bolsa….
Eu estou na situação de trabalhar para pagar as contas E o mestrado.
É bem intenso… Mas digo que é possível.
Força! Estamos juntos!
É muito triste. Imagine-só, se você tivesse 4 filhos um esposo te esperando e você não podendo dar muita atenção, os filhos precisando do seu apoio nas provas bimestrais e você não pode ajudar o salário de professor é baixo e por aí vai. A sua realidade é linda aproveita porque a minha estou adorando, não tenho nada a reclamar tenho o amor de minha família o que me fortalece.
Pois é, meus caros.
Vida difícil a nossa.
Sabe o que é pior?
Tem empresa que se propõe a te PAGAR MENOS justificando que compreenderia a flexibilidade de horário requerida em seu mestrado. É brincadeira, né?
Pessoal, estou começando a caminhar na vida acadêmica, e por isso não tenho muito conhecimento sobre essa realidade de bolsa, e etc, por isso, tenho uma pergunta e acho que vcs poderão me ajudar: O que é pago no mestrado? Vi no artigo que o material precisa ser comprado pra andar com o trabalho, e dependendo da situação, a própria pessoa que paga, mas o que mais é preciso pagar?
Prezada Evellyn Lima. Deus abençoe sua jornada e de todos os que estão nesta situação.
Fiz meu mestrado com bolsa e tive muitas dificuldades… sei que sem um auxílio financeiro é muito mais difícil. Estou no doutorado sem bolsa e dividindo-me com a função de professora na escola básica. É um grande desafio ter que estudar, ir para os congressos, estudar para os concursos públicos, escrever a tese, preparar aulas, corrigir provas e tentar ter uma vida saudável. rssrss
Força galera.
Eu sei como é isso; eu sofro ainda, mas se Deus quiser, no início do próximo ano sai minha bolsa ou tomarei posse em um concurso que fiz. Para mim foi horrível, tinha trabalho, daí, por honestidade durante a entrevista do mestrado, disse que não precisava para não tirar de outros, mas no intervalo de tempo fiquei desempregado. O que fazer? Continuar batalhando! Sem bolsa, desempregado, tendo que pagar aluguel caríssimo, minha esposa grávida com um filho para nascer e eu sem conseguir um emprego que preste( escolas particulares querendo pagar 400 reais). Mas está melhorando, minha bolsa vai sair, serei o próximo ou tomarei posse. Nesse intervalo de tempo, quase passei fome.
Heheheh sei muito bom como é isso.
Principalmente a parte de gente que tem bolsa e vive reclamando.
Uma coisa que percebo também e me deixa revoltado é ver pessoas que tem bolsa, que não pesquisam merda nenhuma, não frequentam o laboratório com frequencia (sabe-se que se nao estao no lab, tb nao estão pesquisando), não contribuem em nada nas reuniões de grupo, e por fim, por infelicidade do destino (e por um acordo firmado antes de se conhecer quem realmente é tal pessoa) essa pessoa tem o nome nos artigos que o grupo publica.
Sinceramente isso me deixa muito revoltado.
Eu terminei a graduação e queria me inscrever como aluno especial mas vi que em todas que me interessei as aulas são durante o dia e trabalho em empresa privada, não sei como poderia fazer, alguém já passou pela mesma situação?
Bem meus colegas, estou nesta mesma situação, sou do mestrado em ciências Agrarias da UEPB e na entrevista eu deixei claro que nao conseguiria me mater na cidade sem bolsa, sou de outro estado PE e me limitei a pagar as disciplinas obrigatórias no primeiro semestre. Minha orientadora não me compreende , nem bolsa de projeto nem do programa eu tenho, ela já chegou a me chamar de desinteressada e disse que eu nao tenho compromisso nem tempo pra o mestrado, penso em mudar de orientadora mas o problema da falta de dinheiro vai continuar. Acho que vou desistir. Infelizmente a pós- graduação no Brasil é tratada com descaso.
Pessoal, nem precisa estudar muito pra entender que pra ganhar salário bom e trabalhar menos do que 40-44h semanais (sem flexibilidade) não é realidade pra nenhum recém formado em empresa privada, né?! É lógico que ela optou em ganhar menos e ter um pouco mais de tempo para estudar. Certos comentários feitos foram até desnecessário.
Parabéns pra ela e para muitos por esforços feito esses (Não é fácil), isso sim!!!
Pois é.. Sou aluna de uma pequena universidade federal e, com muito esforço, passei em um mestrado nota 7. Porém, em decorrência da minha classificação, não obtive bolsa. Infelizmente não tive meios financeiros que pudessem cobrir meus gastos em São Paulo. Os professores que me deram aula simplesmente passaram a me ignorar, como se eu tivesse jogado fora a oportunidade do mestrado. Porém, de onde tiraria dinheiro? Agora sou vista como o desperdício da minha turma, como se o meu esforço e dedicação de nada valesse a pena. Isso me frustra e me deixa envergonhada, pois apesar de morar em uma cidade relativamente grande, frequentemente os encontro, e minha vontade é de me esconder.
Unido a isso, vem a minha decepção para com a academia. Meu tema de pesquisa é prático e, no meu curso, ninguém mais quer saber disso. Tive minha nota do projeto rebaixada, fui aprovada e nenhum orientador se propôs a me orientar. Além disso, durante esse período de preparação para o processo, fiquei muito doente, tive queda de cabelo, bruxismo e gastrite, decorrentes das condições de estresse em que me encontrava. Meu esposo se distanciou de mim e passamos por muitas crises. Fora o fato de que nunca tinha tempo para os meus parentes, amigos e mesmo para as coisas que eu gostava, como por exemplo, desenhar e tocar saxofone. Todos estes fatores, aliados à baixa valorização profissional, pouca oferta de trabalho e largas possibilidades de desemprego (se considerar apenas a carreira acadêmica – pois em outras áreas o mestrado não representaria tanta diferença salarial, exceto no setor público), passei a me perguntar se valeria a pena mesmo colocar em xeque a minha saúde e família por algo que exige tantos sacrifícios e que quase não apresenta resultados positivos.
Decidi, por ora, desistir de mestrado e investir em concursos. Não quero passar pela mesma experiencia de passar no mestrado e não fazer (ou mesmo estudar horrores e não ser selecionada); além disso, viver sem as neuras que nos tormenta durante a vida na academia está me fazendo muito bem. Pude, enfim, tirar uma tarde apenas para conversar com o meu pai, coisa que não fazia a praticamente 5 anos, ou mesmo ir na feira sem ficar preocupada com o fim do relatorio ou dos artigos. A unica coisa que me deixa mal é essa pressão que os outros fazem, insistindo que eu devo fazer todo e qualquer sacrifício para fazer mestrado, mesmo que eu tenha que colocar em risco coisas por demais importantes, como a saúde e a família
Puxa, pareceu minha vida. Só que no meu caso desisti de uma bolsa para tentar entrar em um centro de pesquisa. Acabei me ferrando, e hoje trabalho em uma empresa que odeio, que não serve para nada, pessoas totalmente imaturas, que tenho que cumprimentar por pura educação, que agem como verdadeiros animais irracionais, onde o mais importante é comprar objetos, falar de relacionamentos, sexo, carnaval, mulher, …. Chega dar raiva, acho que nasci no país errado, no planeta errado, na família errada.
Poxa acabei de passar no mestrado sem bolsa, mas foi tanta a vontade de passar que topei… Já havia tentado passar por 2 x e passei na terceira.
É na UFRJ integral, não sei se vou conseguir trabalhar…
E ainda tenho que ajudar minha filha na facul.
Coloquei Deus na frente e tô indo!
Quais são os passos para conseguir uma bolsa ou auxilio financeiro?
Eu estou passando por isso. Minha frustração é grande pq via na bolsa uma chance de poder focar na minha área de formação. Quanta ilusão! Ja havia feito a graduação trabalhando pra poder pagar e foi sofrido. Hj, sem bolsa e com horas reduzidas no trabalho, fico desesperado. Mas refletir sobre o tanto que me esforcei pra ser aprovado no processo seletivo e ler esse texto me dá esperança.
Pior e que e a mais pura verdade, Fiz um mestrado sem bolse e agora o doutorado…… Nem sinal de bolsa ………. Pior que se duvidar atè o gato da faculdade deve ter bolsa……..
Olha, estou passando por isso e a vontade de abandonar o Mestrado está sendo imensa! Estou fazendo Mestrado na USP, mas não estou tendo tempo algum prá ler o que preciso para a minha pesquisa. Sou professora e fico mais preparando minhas aulas do que estudando, estou arrasada por dentro.
Estou pensando em entrar num mestrado… mas provavelmente não receberei bolsa… Não sei se me motivei, ou me desanimei lendo isso. rs :'(
Adorei o texto! Mas me vejo em uma realidade completamente diferente e desesperadora! Hahaha rir pra não chorar mesmo.
Sou advogado, só fui ter vontade de fazer mestrado alguns anos depois de formado. Faço em uma instituição particular, não foram oferecidas bolsas, a mensalidade custa 150% do valor da minha atual renda. Minha turma é composta 100% por juízes federais, então imagina o constrangimento que são as confraternizações. Eu tentando economizar ao máximo, driblando gastos, e meus colegas esbanjando. Sem falar que tô afim de casar, sem clientes, contas e trabalhos do mestrado acumulando. Socorro!
Cá estou nessa vida…
Gente, é algo quase impossível de fazer…
Minha história: sai da graduação ano passado, não consegui emprego, pois todos sabem que emprego sem experiência é quase impossível ainda mais tendo a profissão de professor. Não consegui emprego como professor e ainda por cima não me aceitaram em nenhuma seleção de prof substituto, pois me falta a maldita experiência. Então, surgiu a oportunidade de fazer um Mestrado. Estudei muito para passar e acabei ficando nas últimas colocações, mas passei e estou cursando.
Não queria desistir de algo que é tão difícil de passar…
Então, juntei a coragem e decidi ocupar a vaga… E estou SOBREVIVENDO, pois não posso chamar isso de viver…
E ainda por cima, pelo que parece, os orientadores não gostaram muito do meu projeto de urbanismo, pois me deram um orientador que não é da área da minha pesquisa… Estou tendo que me “auto-orientar” em alguns casos…
O curso de Mestrado só disponibiliza 5 bolsas e as parciais (de 1 ano) são poucas e difíceis.
No momento, ainda estou desempregado, sem perspectivas de receber uma bolsa…
Não estou morando na cidade onde curso o Mestrado, estou morando com minha família numa cidade há 80 km e viajo todos os dias, pois não consigo trabalho para alugar nem que seja um quarto para morar… Fora que fazer um percurso de 160 km todos os dias é desgastante…
E nem preciso dizer que o curso é Integral. Então, arranjar emprego durante dois da semana livre é um desafio.
E quando contei para alguns colegas sobre minha situação me criticaram bastante por estar “reclamando” de não conseguir emprego e estudar… Esses, possuem empregos fixos que lhes dão flexibilidade para fazer as disciplinas. Achei engraçado…
Enfim, espero que melhore com ao longo dos dois anos, estou apenas no começo… Mas já provo do gosto amargo de estar sem emprego e sem bolsa…
Parece vida de universitário. Sem dinheiro pra xerox, para o livro… Passo por isso.