A atividade profissional de pesquisador não exige apenas que ele “produza” ciência; ele precisa “escrever” ciência também. Por isso, ter uma boa redação científica é indispensável.
E embora uma boa escrita não cause a publicação de ciência ruim, má escrita com frequência retarda a publicação de boa ciência.
Os princípios indispensáveis à redação científica podem ser resumidos em quatro pontos fundamentais: clareza, precisão, comunicabilidade e consistência.
Ninguém aprende a escrever bem da noite para o dia, ao passo que não se escreve sem leituras e/ou estudos anteriores.
Abaixo, segue apenas alguns erros cometidos durante a redação de textos científicos.
Atenção: estas dicas são válidas para trabalhos relacionados às ciências experimentais. As ciências sociais possuem um estilo completamente diferente.
1. Linguagem pessoal
Escreva na terceira pessoa do singular. Se o seu nome está relacionado entre os autores do trabalho, fique tranquilo, todos os leitores irão supor que ele foi realizado por você. Textos em primeira pessoa são utilizados geralmente para relatórios e outros tipos de comunicação, como este blog, por exemplo.
2. Sequência confusa
Antes de iniciar, organize um roteiro com as ideias e a ordem em que elas serão apresentadas. Estabeleça um plano lógico para o texto. Só escreve com clareza quem tem as ideias claras na mente.
3. Frases longas
Frases longas dificultam a leitura e a compreensão do leitor, além de tornar o seu texto muito cansativo. Prefira colocar ponto e iniciar nova frase a usar vírgulas. Uma frase repleta de vírgulas está pedindo pontos. Na dúvida, use o ponto. Se a informação não merece nova frase não é importante e pode ser eliminada.
4. Palavras ambíguas
Em um texto científico, cada palavra deve traduzir exatamente o pensamento que se deseja transmitir, não deve haver margem para interpretações. Evite utilizar linguagem muito rebuscada ou termos desnecessários.
5. Personalização de seres inanimados
Este é um erro frequente. Gráficos, tabelas e resultados não são pessoas, por isso, eles não mostram, não indicam e nem apresentam coisa alguma. Combinado?
6. Repetição de palavras
Aqui podemos citar dois erros: quando a mesma palavra é utilizada várias vezes em uma frase ou parágrafo e a tautologia. A tautologia é a repetição de uma ideia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido, como no caso de “duas metades iguais” e “agrupados conjuntamente.”
7. Frases em ordem invertida
Prefira frases em ordem direta. Se você não lembra mais das aulas de português do colegial, vamos fazer uma revisão de conteúdo. Na hora de construir as orações, utilize a seguinte estrutura: sujeito + verbo + complementos e/ou adjuntos. Não tem erro.
8. Cacofonia
Cacofonia é a utilização de palavras com sons desagradáveis. Algumas vezes a leitura das palavras na sequência estabelecida acaba produzindo um som desagradável ou com outro sentido, como em “uma por cada tratamento” (uma porcada). Cuidado com a ocorrência de rimas também. Texto científico não é poema.
9. Palavras inúteis
Corte todas as palavras inúteis ou que acrescentam pouco ao conteúdo, com ênfase nos adjetivos e advérbios que não irão fazer falta. Utilize apenas palavras precisas e específicas. Dentre elas, prefira as mais simples, usuais e curtas.
10. Marcas comerciais
Caso seu trabalho tenha sido patrocinado por alguma empresa, mostre toda a sua gratidão em um item “agradecimentos”, após a conclusão. No decorrer do texto utilize o nome comum ou científico do produto.
Puxa vida, sempre leio o seu blog, volta e meia comento, mas não gostei desse post, não. Faço mestrado em Linguística e, justamente por estudar língua há 6 anos e ser professora de redação nas horas de folga (horas de folga? hehe) vejo que as coisas que você reproduziu aí não são regras (no sentido de que ninguém é obrigado a fazer isso) e, pior, não garantem um texto melhor. Dizer que adjetivos e advérbios não fazem falta foi jogar no lixo toneladas de pesquisa sobre eles. Sobre a citar você mesmo na terceira pessoa, a minha orientadora sempre – SEMPRE – me diz que não devo fazer, porque parece que eu sou esquizofrênica. Quer dizer, não é passando um trator sobre a variedade que a gente garante textos melhores. Além disso, acho que um post assim mostra que o que se entende por texto científico são pesquisas em ciências exatas ou biológicas, e não nas humanas ou letras. Porque uma pessoa das ciências humanas só tem a língua como instrumental de laboratório e jamais diria que adjetivos não dizem nada. Espero ter contribuído para criar um debate, não uma revolução xiíta (olha meu adjetivo fazendo toda a diferença). =)
ainda bem q tu falaste q “se entende por texto científico são pesquisas em ciências exatas ou biológicas, e não humanas ou letras”. Pq o post apesar de não serem regras, relata 10 dicas que melhoram e muiiiiiiito a redação científica na nossa área. Falar em primeira pessoa é DEPRIMENTE visto q seu trabalho nunca foi realizado sozinho. Os adjetivos tbém são normalmente uma fonte de erro enorrrrrme entre alunos iniciantes, que quase sempre exageram no uso deles e complicam o texto.
Caro Geisonizidio,
Também faço parte da área das exatas, e confesso que não enxergo esse debate com tanta clareza. Já tive orientadores que afirmavam coisas totalmente opostas em relação ao modo como preferiam que eu articulasse meu texto. Temos que tomar cuidado para universalizarmos nossos pressupostos.
Gostaria de saber sua opinião sobre essa perspectiva aqui:
https://cienciapratica.wordpress.com/2013/04/23/deve-se-ou-nao-evitar-usar-a-primeira-pessoa-em-linguagem-cientifica/
Confesso que, nesse debate todo, ainda estou completamente perdido. Mas tenho a tendência a desconfiar desse tipo de afirmação de “as coisas são assim e pronto”.
Abraços.
Observações bem colocadas. Sou orientadora há 12 anos, as dicas desse post estão bem direcionadas. Nada mais incomodo do que ver redações poluídas com advérbios e adjetivos que não enriquecem o texto, apenas mostram o quanto temos dificuldade em textualizar. Muito importante lembar que só conjugar na primeira pessoa dependo exlcusivamente do tipo de pesquisa, geralmente a primeira pessoa cabe a um pesquisado com autonomia para manifestar juizo, sempre cientistas. Em nível acadêmico não há essa autoridade, geralmente não fazemos sozinho, ainda que sejamos únicos autores do trabalho final. Muito bom
vcs nao sabem portugues, por preocausao fodasse
A intenção do texto é ótima, mas é um tanto ou quanto limitador. Por mais que eu perceba que ele é voltado para as áreas duras, é importante lembrar que Português não é Inglês. Muito do que você apontou faz um ótimo texto em Inglês, mas, provavelmente, um texto ruim em Português. Buscar a precisão e a inteligibilidade não pode significar a sonegação de alguns elementos da oração que são tradicionais nas línguas latinas.
Obrigada por deixar claro que as regras se aplicam à pesquisa experimental. Claro que muitas são válidas para qualquer pesquisa, como “Sequência Confusa”, mas em pesquisa qualitativa, as regras são um pouco diferentes, como por exemplo, o uso da 1a. pessoa do singular.
Legal o post, mas não concordo com o item 5: personalização de seres inanimados. Já vi ótimos artigos em que “a figura mostra” ou “o gráfico apresenta”, etc. Essa é uma crítica até antiga, mas o que não fica claro é o que devemos utilizar no lugar disso. Se a figura não mostra, ela faz o que?
“Tem-se na figura X o diagrama do processo…”
“Na figura X é mostrado o diagrama…”
“A figura X mostra o diagrama..”
Pra mim, essas três frases têm a mesma semântica. Não vejo motivo para não usá-las. Além disso, acho a última bem simples e intuitiva.
Concordo.
“a figura mostra” pode ser substituído por algo do tipo “na Figura 03, pode-se observar…” ou então “na Figura 03 estão representados os dados de…”
Entretanto, a recomendação é a de que este tipo de frase seja suprimida do texto. Basta fazer a análise da variável ou do tema da figura e colocar entre parênteses, no final da frase, a chamada da figura (Figura 03).
Oi!! muito bacana seu blog. Parabéns!
trabalho com revisão de monografias, dissertações e teses, além de formatação dentro das normas dos variados cursos. Não somos fabricantes de estudos científicos e somos 1000% contra a fraude acadêmica… infelizmente, tão em alta hj em dia. Nós propiciamos o suporte q um pós-graduando sério necessita para o desenvolvimento de seu estudo. Revisamos, sugerimos melhor redação, “orientamos” qto à melhor forma de conduzir o trabalho sem q represente um calvário, independente do terrorismo do orientador.. rs..
muito embora exista muita polêmica em torno dessa questão do FIGURA MOSTRA, DEMONSTRA, INDICA, eu, particularmente, também não vejo impedimento algum. Porém, como tudo em um trabalho acadêmico, quem bate o martelo é o orientador.
alguns examinadores de banca, desatualizados ou com pouca intimidade com a nossa língua, dizem q ATRAVÉS DE, usa-se somente em situações com sentido de atravessar. Ex: Olhar através da janela, Andar através da rua… papo furado. Consultemos nosso bom Houaiss, antes de falar bobagem. ATRAVÉS DE é sim sinônimo de POR MEIO DE, POR INTERMÉDIO DE.
sobre as ditas FIGURAS, QUADROS e TABELAS, se o seu orientador acha tb q não mostram, demonstram ou indicam nada, use A TABELA 1 CORRESPONDE A… O QUADRO 3 REPRESENTA…. A FIGURA 5 REFERE-SE… sempre existe uma saída, né?!
Pós-graduandos! um trabalho acadêmico não precisa ser um sofrimento, nem um martírio. Basta q vc seja organizado, desenvolva uma boa estrutura para a sua pesquisa, uma diretriz, para q vc saiba o q pesquisar e até onde pesquisar. Nâo perca o foco, deixe a maionese pro sanduba. E, principalmente, peça ajuda e NÃO DEIXE TUDO PRA ÚLTIMA HORA!!!
se o teu orientador foi condecorado por técnicas eficientes de tortura, não se intimide. Substitua por outro, se estiver em tempo. Se não, aproveite somente as informações q enriquecerão seu estudo. No mais, faça como minha mãe.. ouça aquilo q interessa e vá se divertir!
Espero ter contribuído um pouco com vcs!!!
grande abraço!
“””Porém, como tudo em um trabalho acadêmico, quem bate o martelo é o orientador.”””,
Fico revoltada com as pessoas que agem assim. Se eu aprendi o correto e por ventura ele não sabe a diferença, eu vou sim manter o correto. Não passei a vida com a bunda sentada nos livros pra poder ser submetida a hierarquia acadêmica.
Tanto a norma gramatical,quanto a variação linguística,encontra lugar específico nas diversas produções literárias,por isso não se questiona uma adequação melhor dessas normas às variações diatópicas, agora as normas técnicas não definem especificamente sobre como e de que forma as diversas produções textuais devem ser construídas.Por outro lado,questiona-se sobre se a normatização técnica é ou não facilitadora de aprendizagens e de que forma podemos utilizá-la como um referencial facilitador na produção literária.A solução dessa problemática está muito além do atual momento sócio-histórico da educação brasileira.Essa é uma pequena ponta desse Iceberg,nesse grande mar de poucas novidades.
hum… Artigos de high impact são sempre em primeira pessoa… isso tem sido uma tendência… 😉
Exatamente…
Essa é uma prática muito comum em textos da área de humanidades, em que a opinião do autor possui grande valor.
Em pesquisas empíricas e/ou experimentais, os dados são mais importantes que a opinião do autor e, por isso, existe esta recomendação de impessoalidade.
A recomendação da impessoalidade nos textos decorre do imaginário de neutralidade da ciência. Enquanto “os dados são mais importantes do que a opinião do autor”, o que seria dos dados sem o autor para dar voz a eles? Se as ciências duras e as ciências humanas conversassem mais, os dois campos ganhariam muito com isso.
Concordo com a Elisa. Essa questão de que os dados são mais importantes que a opinião do autor é bastante complicada do ponto de vista da filosofia da ciência. O livro do Chalmers, “What is this thing called Science?”, problematiza isso de maneira muito interessante (numa outra oportunidade posso expor isso aqui). Além disso, em um outro comentário – logo acima – deixei uma referência a um outro blog, que apresenta alguns problemas no momento de se escrever de forma impessoal. Vale conferir.
Verdade! Sou da área biológica e realmente virou tendência escrever na primeira pessoa do plural (realizamos tal análise, coletamos em tal lugar…), principalmente na parte de material e métodos.
Boas dicas. Porém, todos os trabalhos em inglês utilizam a primeira pessoa. Alguns revisores pedem marca de equipamentos e/ou reagentes. No mais … concordo com tudo!!
Ok, muito bom!
Mas dê um exemplo de citação de ilustração no texto.
Abs, Paulo Leão
DICAS DE MUITA IMPORTÂNCIA!!! MUITO BOM!!!
muito bom ajudou-me muito
Caro Posgraduando, a ciência é feita a partir de interpretações dos dados, as quais podem ser diferentes a depender da escola científica do pesquisador. O que você chama de “opinião” na verdade é a interpretação, que é tão importante quanto os dados. Embora seja útil, o seu texto perpetua algumas ideias incoerentes e já em desuso (especialmente em relação ao item 1), e sugiro que seja revisado seguindo padrões de redação científica de veículos de divulgação proeminentes.
Em ciência de alto nível não existe margem para “interpretação diferente a depender da escola científica“.
As coisas são como são.
Se é possível estabelecer outras interpretações, então sinto lhe informar, mas sua pesquisa não está completa.
“Quando você elimina o impossível, o que sobra, por mais improvável que pareça, só pode ser a verdade.”
Em relação ao item 1, a redação de artigos sobre ciência experimental em primeira pessoa é muito comum quando o pesquisador é “O” cara naquele tema, alguém respeitado e reconhecido pelos seus pares.
Na verdade, nesse caso, o artigo – e a opinião – dele seriam aceitos independentemente da forma que ele escrevesse.
Agora, como pós-graduando, talvez você consiga publicar um artigo em primeira pessoa em alguma revista de Narnia.
Já que o autor fala em “ciência de alto nível” gostaria que ele me reportasse quais períodicos de alto fator de impacto ele está lendo. Pois os que leio (das ciências experimentais), em 90% das vezes os textos são escritos no formato pessoal (1ª pessoa do singular ou 1ª pessoa do plural). Essa também é a recomendação de um dos maiores nomes da redação científica do país, Prof. Gilson Volpato. Acho que você poderia repensar melhor esse seu item número 1. E não é preciso tentar publicar em Narnia, na Terra já conseguimos, basta pesquisar.
Att. Luan Pinheiro
Olá. Muito bom o post.
Infelizmente eu tenho cá uma dúvida estúpida a respeito da conjugação do verbo na terceira pessoa que está me perturbando: “Executou-se testes…”, ou “Executaram-se testes…”?
Abs
Legal, parabéns pelas dicas.
Só lembrando que sequência não possui trema e ideia não tem mais sinal.
Com licença.
Em regra, tem-se como produção cientifica, aquele trabalho que, independente das convicções pessoais, ocorre o mesmo resultado, quando aplicado novamente sob as mesmas regras;
Se você reúne um grupo de pessoas, em um auditório e pede para que aplaudam a bandeira nacional um pais X, o resultado irá variar dependendo de quem, de onde, de quando e do momento emocional de cada elemento; por outro lado, se você congela o ambiente; o resultado será o mesmo e se repetirá independente das variáveis citadas.
Me desculpem os mestres; me desculpem os doutores; eu não sou titulado, mas o objetivo do trabalho cientifico é descobrir o padrão que se repete ou o padrão que não se aplica.
Gostei do post. Tenho que me policiar para construir parágrafos mais curtos e ser menos prolixa, afinal, ser ser síntetico é algo muito trabalhoso, é bem mais fácil ser prolixa. rs.
Bicho, sobre essa questão de usar a 3ª pessoa na área de exatas ser mais adequado…tá na hora de rever seus conceitos! 😉
No link http://www.ieee.org/publications_standards/publications/authors/author_guide_interactive.pdf há um texto do IEEE recomendando como regra geral exatamente o contrário:
“Write in the first person (“I,” “we”) to make it clear who has done the work and the writing. It is particularly helpful when you
are comparing your work to someone else’s work”
Outra coisa que o pessoal também costuma pregar é que deve-se escrever na voz passiva, porém veja a recomendação:
“Write in the first person (“I,” “we”) to make it clear who has done the work and the writing. It is particularly helpful when you
are comparing your work to someone else’s work”
Olá, gostaria de saber se esta postagem reflete apenas a opinião do autor ou alguma bibliografia foi consultada para sua concepção. No último caso, gostaria da indicação da mesma. Quanto à polêmica da primeira pessoa, todos os seus defensores citaram manuais da língua inglesa, na qual a prática é realmente indicada há muitos anos. Talvez eu não esteja tão atualizada, mas já li muitas vezes que isso não é recomendado no Brasil. Talvez o mesmo ocorra com a dica 5, já que “Figure 3 shows” é uma construção comum em inglês em muitos livros consagrados (pelo menos na minha área: computação). Particularmente gostaria muito de uma referência para esta dica, já que sou adepta de cometer este erro. Não consegui entender a lógica nem o problema na construção. “Personalização”? Então apenas pessoas podem apresentar? Já vi diagnósticos médicos com “a parede esofágica apresenta lesões…” – isso também estaria errado? Dúvida também com estas: “O programa apresenta um erro quando o valor digitado é maior que…”, “Ao se apertar o botão X, um menu mostra as opções disponíveis”, “os valores da vazão apresentam aumento significativo com a diminuição da pressão interna” e “um display de cristal líquido mostra o valor atual da temperatura”. Se um relógio pode mostrar as horas (inclusive sendo chamado de “mostrador”!) por que a minha figura não pode mostrar nada? Não costumo ser radical em minhas opiniões, mas costumo sim necessitar de maior embasamento para mudá-las. Uma boa indicação bibliográfica seria preciosa neste momento.
A pesquisa científica serve para provar uma tese, portanto, quando se escreve na terceira pessoa, deixa-se claro que qualquer um que pesquisar aquele assunto chegará àquela conclusão enquanto que quando se escreve na primeira pessoa a opinião é somente do autor, portanto enfraquece a argumentação, Além disso, o autor desse post está correto, a figura não apresenta, quem apresenta é o autor que usa a figura para para mostrar um dado, portanto, a figura corresponde, na figura ser observa….
Além disso, não devemos confundir texto científico com literário. O problema é que no Brasil, ensina-se muita literatura e nada sobre texto técnico e literário, por isso, os alunos sofrem tanto ao fazer o trabalho acadêmico.
Oops. Corrigindo: nada sobre texto técnico e científico.
Muito interessante os pontos, acredito que no geral eles sejam capazes de ajudar na escrita, principalmente de quem não tem muita experiência.
Sobre a questãos do uso de primeira ou terceira pessoa, antes de qualquer coisa, deve-se levar sempre em conta as regras da publicação, na falta de um manual claro, pergunte ao editor, ou veja trabalhos recentes. Já é possível encontrar nas principais publicações (nos transactions da vida) textos em primeira pessoa, seja singular ou plural. Porém se a revista diz que o texto tem que ser em terceira pessoa, ele tem que ser em terceira pessoa e ponto, pode-se discutir a regra e buscar muda-la, mas uma vez que a regra esta estabelecida, deve-se segui-la. No português, que é bem distinto do inglês, o comum ainda é a escrita de textos em terceira pessoa do singular para trabalhos das ‘exatas’, meio que seguindo o pretexto de que o texto tem que ser impessoal e imparcial, embora exista a discussão de que já que somos todos pessoas, com conhecimento limitado, tudo que produzimos é sobre esse ponto de vista, que por sua vez é pessoal e parcial, mesmo que não existam segundas intenções.
Quanto ao ponto 5, no português, eu também não gosto de personificar gráficos, figuras e tabelas. Quem mostra ou apresenta é o autor, logo mostra-se, apresenta-se. Quem observa, conclui é o autor baseado na sua interpretação, logo observa-se, conclui-se, mesmo que o leitor possa tirar fazer outras observações e conclusões. Eu entendo que passa-se a mesma mensagem e que se faz isso por simplicidade, já que ‘A Figura X mostra’ é mais simples do que ‘Na Figura X mostra-se’, mas não me parece ser uma boa prática, pelo menos no português.
Os pontos 4 e 6, parecem ser excludentes, mas não são e pode confudir as pessoas. O 7 e o 9 são unanimidades, seja em português ou inglês, não é porque o conteúdo do texto é de difícil entendimento que a leitura deve ser difícil.
Sobre o uso excessivo de adjetivos e advérbios
É melhor dizer:
Por um mundo melhor!
Do que:
Por um mundo humano, solidário, justo, igualitário!
Ou
ADVÉRBIO ADVÉRBIO
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Seus textos eram excessivamente pior comparados com os do ano passado!
para: ADJETIVO
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Seus textos eram piores comparados com os do ano passado!