Já que o assunto deste blog é a pós-graduação, resolvi escrever sobre umas dúvidas que vêm me afligindo, e que talvez isto esteja passando com outros de vocês também: qual é a diferença entre o mestrado profissional e o acadêmico? Um vale mais a pena que o outro? Como fica a diferença para a entrada em um doutorado? Com este post, espero começar a responder algumas destas questões, e também caso surjam outras, possamos discutir e aprofundar as respostas!
A oferta do mestrado profissional surgiu em decorrência de uma demanda por uma formação profissional diferente da adotada pelo mestrado acadêmico, e este curso foi regulamentado em 2009 para atender a esta demanda. A titulação oferecida por um mestrado profissional tem a mesma validade de um acadêmico, isto quer dizer que são adquiridas as mesmas prerrogativas e o mesmo grau, em ambos os cursos, segundo a CAPES. Em seu site, a instituição também enfatiza que um curso desta natureza não significa que sejam adotados padrões mais simples ou menos rigorosos para a aprovação destes.
Eu, particularmente, preferi cursar o itinerário profissionalizante do curso onde fui contemplada com uma bolsa de estudos. Com a pesquisa por cursos semelhantes no Brasil para a convalidação do diploma, pude perceber que estes cursos buscam atender a uma necessidade latente de formação de especialistas que saiam um pouco do ambiente universitário para abordar temas que estejam mais conectados ao mundo do trabalho e a posta em prática dos conhecimentos adquiridos na universidade. No meu caso, usei este nicho para buscar uma formação voltada para uma aplicação mais prática dos meus estudos. Quero dizer que, em minha área de formação, os mestrados acadêmicos estão geralmente voltados para discussões teóricas, com pouca aplicação fora das salas de aula. Por isso, busquei algo que pudesse responder a uma ânsia pela saída da academia para o “mundo real”, onde eu pudesse ter mais contato com pessoas e experiências cotidianas e práticas, fazer algo que mudaria a vida daqueles que não lêem livros de história ou sociologia.
Voltando ao tema do texto, depois do desabafo, na prática, a CAPES enumera três diferenças básicas entre os dois cursos:
1. A avaliação e aprovação.
Antes da portaria normativa, os mestrados profissionais eram avaliados nos mesmos moldes dos acadêmicos. Após 2009, têm uma plataforma específica para o cadastro, critérios e fichas de avaliação diferenciados.
2. Corpo docente.
O corpo de professores não precisa, necessariamente, ter título de doutor. Deve, igualmente, ser altamente qualificado, mas isto poderá ser demonstrado pela produção intelectual ou técnica, e, ainda, por reconhecimento de sua atuação profissional, dependendo do caso.
3. O trabalho final.
Inicialmente, os trabalhos eram apresentados por meio de dissertação, assim como no mestrado acadêmico. Com a regulamentação, é ampliada a gama de possibilidades, mais ligadas à atuação profissional do curso. Isto não traz prejuízo para qualquer formato de trabalho, estando de acordo com a natureza de cada curso, desde que previamente propostos e aprovados pela CAPES.
No próximo texto, buscarei trazer mais informações sobre como os cursos de doutorado encaram esta modalidade na seleção para seus cursos, como disse no começo do texto. A quem possa interessar, fiquem a vontade para sugerir outras questões!
Tinha dúvidas entre os dois tipos de mestrado e foram sanadas.
Aguardando o texto sobre como o doutorado vê as duas formas de título do aluno.
Oi Fabrício! Estou buscando e quem sabe na próxima semana consigo publicar sobre isso! Que bom que te foi útil, qualquer coisa estamos aqui pra ajudar sempre!
Boa iniciativa de falar sobre esse assunto, Thaís! Depois do post sobre o doutorado, ia ser legal saber mais detalhes sobre o mestrado profissional (enfoque das disciplinas e da monografia, bolsas disponíveis). Acho que seu “momento desabafo” foi bastante esclarecedor hehe!
Olá, Thais!
Sinto-me confortada para me inscrever em um mestrado profissional daqui do Pará.Pois as dúvidas entre os dois tipos: profissional e acadêmicos fora sanadas. Entretanto, como sou formada em letras, apesar de que tenho duas especializações( uma em letras e outra em gestão pública), Mas trabalho no momento como servidora federal na área de enfermagem ( técnica em enfermagem). E desejo cursar o mestrado em gestão pública, o qual está sendo ofertado pela Universidade.
Assim sendo fica outra dúvida; em relação a seleção será que isso não irá contribuir para pontos negativos sobre mim? visto que sem dúvida existirá inúmeras pessoas que já atuam como tal? Quero dizer apenas se tratando de seletiva.Porque sobre o assunto tenho certeza de que poderei sim desenvolve um ótimo trabalho dentro da instituição que trabalho, uma vez que já possuo o conhecimento profissional?
O meu objetivo é de me tornar docente e pesquisadora.
Se possível responda .
Um grade abraço.
Olá Thais gostei muito do texto. Nesse momento estou nessa fase da dúvida. Me graduei em História também e me interesso muito pela área de patrimônio, gostaria (tenho sonho mesmo) de trabalhar em algum órgão publico ligado a essa área, como instituições e museus. Por esse fato fico na dúvida entre escolher um mestrado acadêmico ou profissional. Compartilho com o seu desabafo .. a idéia de trabalhar com a prática, como o “mundo real” e não só com a teoria me deixa mais tentada a fazer o profissional mais não sei se ele seria o mais adequado. Você faz qual mestrado profissional? Eu não conheço muitos aqui no RJ mais me interessei pelo mestrado profissional em bens culturais e projetos sociais da FGV. Você tem referências?
Obrigada.
Dá uma olhada neste, obteve nota 4 na avaliação da CAPES, é bom, vai de 1 a 7, é um curso indicado.
http:// portal. iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=18237&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia
Edital de seleção do mestrado profissional em preservação do patrimônio cultural do IPHAN – PEP/MP/IPHAN turma 2014
http:// www. iphan.gov.br/baixaFcdAnexo.do?id=4176
OBS.: O mestrado acadêmico (o q fiz na Federal, ao menos), ñ era só teoria, a pesquisa era de campo – colocar o projeto em prática e depois avalia-lo, escrever um artigo e publicá-lo em um periódico indexado (q revisa e se certifica da veracidade da pesquisa e fica disponível em um banco de dados internacional, onde só tem artigo revisado. Nada de “achismos e informação falsa, como se encontra em alguns onde qq um coloca seu artigo e ninguém revisa).
Boa sorte!!!
Acho q é por aí… mas tenho impressão q já começou, entra em contato e vê se dá tempo!
Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural – Iphan
Diversas áreas de conhecimento para atuarem no campo da preservação do patrimônio cultural.
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Pretende-se que as atividades possibilitem ao aluno compreender a complexidade e a diversidade das práticas da preservação do patrimônio cultural, apropriando-se de conceitos, noções e técnicas que lhes deem autonomia para o exercício de uma reflexão crítica e construção de um objeto de pesquisa que resultará na dissertação de final do curso.
Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural do IPHAN –
DICAS: Este aí eu verifiquei p/vc, foi aprovado pela CAPES (IMPORTANTE!!! TIROU NOTA 4, É BOA, VAI DE 1 A 7, mas sendo um Instituto e não Universidade, nota 4 é ótima, muitos nem se submetem à avaliação, ficando como “não indicados”, estes dão o diploma, o título, mas acredito q vc ñ aprenda nada.
Boa sorte!!!!
O em PPG Profissional em Patrimônio Cultural da UFSM só tem doutores e vai abrir até doutorado.
Jéssica, Formalmente, não há grau acadêmico acima de doutor. Pós-doc não é título. Prof., Prof. Titular e entre outros é uma função. Então, se o corpo docente conta com muitos doutores e vai abir um cuirso de doutorado, isso é o mínimo. E em todos os lugares é obedecido. Nào faria sentido se o corpo docente tivesse somente mestres e abrisse um doutorado. (Claro que há mestres, graduandos e quaisquer outros graus de educaçào que tem muito mais conhecimento sobre uma área sem ter um título, mas estamos falando aqui de formalidades acadêmicas).
Muito boa a sua iniciativa, Thais! Obrigado pelos esclarecimentos!
Verificar a ortografia do verbo “trazer”. Abçs
Olá Thais, gostei muito de sua explicação e permita-me responder à Edi Jussara sobre a ortografia do verbo “trazer” solicitada por ela.
O verbo trazer é alvo de muitas dúvidas, duas delas muito habituais em nosso cotidiano: Traz ou trás, tinha trago ou tinha trazido?
Traz é flexão do verbo trazer, trás não:
Isto não traz harmonia para seu lar.
Esta foto me traz muitas lembranças boas.
Use “trás” com “s” somente quando equivaler a “atrás”:
Ele estava por trás da porta quando você entrou.
Ele estava por trás desse plano. (no sentido figurado: atrás do plano, ou seja, fazendo parte dele)
“Tinha trago” não existe porque o verbo “trazer” não é abundante, ou seja, só apresenta uma forma de particípio: trazido. Portanto, é considerado regular.
O equívoco de dizer “tinha trago” acontece porque alguns verbos admitem duas formas de particípio, como limpar (limpado, limpo) e suspender (suspendido, suspenso).
“Trago”, dessa forma, sem o verbo ter (tinha) é presente do indicativo do verbo trazer:
Trago este presente para lhe dizer o quanto gosto de você!
Logo, nunca diga “eu tinha trago” e sim:
Eu tinha trazido todas as minhas coisas para vocês verem!
Só mais um lembrete: Devemos dizer “trouxe” e não “truxe”: Eu trouxe as coisas para vocês verem!
Espero ter ajudado…
Bom dia Pessoal, realmente a contribuição de várias pessoas é muito válida! Estou decidindo pelo mestrado profissional, mas gostaria de conhecer maiores detalhes de como é este mestrado (presencial, semi presencial, ou outra forma). Alguém pode me ajudar?
Bom dia, gostaria de saber como faço para ganhar uma bolsa e mais detalhes sobre se é presencial o custo etc
Olá.
Gostaria de saber se quem faz mestrado profissional pode dar aula no ensino superior em universidades públicas.
Obrigado.
Acredito que pode sim! Pelo que sei, não há restrição com ralação a atividade docente para Mestres profissionais.
Falou, falou e não disse nada.
E com relação a bolsa? Recebe o mesmo valor do mestrado acadêmico? Ou não recebe nada? Ou nenhuma das alternativas?
Discordo com a autora de que o mestrado acadêmico não está voltado para a parte prática ou realidade do objeto de estudo. Sou mestranda em desenvolvimento regional e meio ambiente, pela Uniara (Araraquara, SP), foco em modo de vida, agricultura familiar assentada, segurança alimentar e políticas públicas – totalmente engajadas, voltadas e priorizando o objeto de estudo (Assentamento, modalidade Projeto de Desenvolvimento Sustentável, Santa Helena, em São Carlos, SP). Antes de expormos nossas (poucas) experiências, temos que nos aprofundar, de fato, na realidade escolhida, tanto se optarmos por mestrado acadêmico ou profissional. Ambos exigem estudo profundo das teorias, conhecimento da realidade e aplicabilidade das normas, leis, convenções, políticas públicas etc., voltadas para o objeto de estudo.
Faço um curso de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências em uma Universidade Federal, porém meu curso é muito semelhante ao mestrado acadêmico. As avaliações para ingressar no curso foram semelhantes as utilizadas em mestrados acadêmicos, nosso trabalho final também é uma dissertação, porém temos elaboração de um produto final, e os nosso professores são todos Doutores. Ou seja, acredito que os critérios mudam de universidade para universidade…no caso do meu curso a diferença é miníma. 🙂
Mas o fato é que alguns Editais de Concursos, de certas Universidades, são bem pontuais e exigem um perfil com Mestrado Acadêmico ou Doutorado Acadêmico. Em alguns casos, exigem que a Dissertação ou Tese sejam em determinadas áreas bem específicas.
Não podemos esquecer também que o Mestrado Profissional, em algumas áreas, está voltado para sanar as dificuldades no fazer pedagógico que envolve, entre outras questões, o processo de ensino-aprendizagem na Educação Básica. Não que os mestrandos do Mestrado Profissional não possam olhar para outros lugares, contudo a ideia inicial que caracteriza esses programas é que esses profissionais permaneçam na Educação Básica. Isso não significa que o Mestrado Profissional seja pior ou melhor do que o Acadêmico, mas os interessados precisam refletir sobre seu futuro profissional antes de ingressarem nesses cursos.
Oi Thaís! Gostei muito do seu texto e me ajudou a sanar minhas dúvidas, mas ainda tenho algumas rsrs
Você saberia se é recomendável sair da graduação e ingressar em seguida no mestrado profissional, sem adquirir experiência no mercado de trabalho? Estou cursando a graduação ainda e gostaria de saber se optar pelo mestrado profissional seria vantajoso e se eu não ficaria para trás na seleção por não ter experiência profissional (apenas estágios e etc hehe)
É possível, sim.
Basta que a experiência profissional não seja uma exigência do edital de seleção.
Dê uma olhadinha nos editais anteriores da instituição que você gostaria de ingressar.
Esclarecimento muito pertinente e atual, parabéns pela iniciativa.
Parabéns pelo esclarecimento. Estou finalizando meu mestrado profissional e não estava dando muito valor para isso, realmente o mestrado profissional forma pessoas que tem uma visão do mundo cotidiano e prático, no meu caso Agricultura. Um pouco diferente de um mestrado acadêmico, aonde o mestrando passa grande parte na academia sem muito contato como realmente funciona a agricultura na prática. Das duas formas são muito úteis com um ponto de vista um pouco diferente após a formação, um mais direcionado para a realidade prática e outro para a pesquisa.
Parabéns pelo texto
Erasmo, acredito que vc esteja equivocado ao afirmar que a idéia inicial que caracteriza esses programas seja voltada para a educação básica. Tais programas voltados para áreas pedagógicas não restringem ou apontam áreas específicas de atuação. Diferente disso, o mestrado profissional é tao abrangente quanto o acadêmico porém se torna mais complexo devido a necessidade de elaboração de produtos: resultados diretos da pesquisa ( exemplo: livros, sequências didáticas, software, técnicas específicas etc.)
Iniciei ha pouco em Lisboa o Curso de Gestao em Politicas Publicas. Na verdade estou meio perdida sem saber exatamente como devo proceder. Escolhi um tema em pensamento, nao tenho nada de concreto sobre a Violencia Domestica.
Fiquei preocupada em como poderia tornar este assunto para o campo proissional e nao academico.
Alguem poderia me ajudar…
Na Universidade que estudo, a diferença é mínima entre o Mestrado Acadêmico e o Profissional.
Mas estou gostando muito do curso.
Qual dos dois mestrados precisa de defesa?
Oi, muita boa matéria. Mas fiquei com uma dúvida, se eu fizer um mestrado profissional reconhecido pela capes, posso depois fazer um doutorado acadêmico?