Recebi por e-mail a sugestão da Isadora (@dora_) para abordar no site sobre o doutorado direto. É um tema muito interessante, porém pessoalmente nunca tive contato com alguém que fez um. Por esse motivo, solicitei a ajuda dos colegas pós-graduandos via @posgraduando e obtive contribuições preciosas.
O relato a seguir é da Arine Lyra (@Arine_Lyra), que cursou a graduação e o doutorado direto em Odontologia e é professora da Universidade de Pernambuco. Relatos como o de Arine enriquecem o site e fornecem dicas valiosas para os colegas que estão começando. Além do mais, é muito legal ver como foi a experiência de outra pessoa na pós-graduação e que certas coisas não acontecem só com a gente.
E você, já pensou em compartilhar sua experiência na pós-graduação com seus colegas que estão começando agora? Em outra oportunidade, irei abordar novamente o tema do doutorado direto, com o relato da Melina D´Villa. Aguardem.
___________________________
Minha experiência com a pós-graduação iniciou em 2000, quando entrei para o Mestrado em Odontologia, na Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco (FOP/UPE). Em todos os momentos, vivenciei as experiências relatadas no blog – sim, é real!
O curso foi na mesma Universidade que dou aula – essa é uma experiência a parte, com vantagens e desvantagens!
Em 2001, por exigência do curso, teríamos que estar prontos para o exame de qualificação – que na FOP/UPE significa a apresentação formal do projeto de dissertação. Para chegar nesta etapa, vale um relato da experiência com o primeiro orientador (a gente nunca esquece!).
Bom, como iniciante na pós graduação, naquela época, poderíamos optar pela escolha do orientador – e minha opção foi a da proximidade com a formação do orientador com assunto com o que ministro aulas. Mas, essa não foi a melhor escolha!
A todo instante que procurava saber o que estudar e pesquisar, recebia como resposta: ‘vá na biblioteca e veja um assunto interessante’. O tempo para a qualificação estava aproximando-se e eu completamente insegura e DESorientada.
Tomei uma atitude radical, pedi para mudar de orientador (essa é uma desvantagem de fazer o curso no mesmo ambiente de trabalho – arrumei uma inimizade!). Desta vez, selecionei minha opção pela dedicação aos orientados e competência como pesquisador.
Logo, logo tinha uma linha para pesquisa e fui tentando aproximar e relacionar com minha área de atuação na graduação – tinha muita vontade de fazer algo interessante, que não servisse para aparar a porta, nem ficasse encostado na biblioteca.
Então, ‘arregacei as mangas’ e estudei bastante (há de ser considerar que fui sempre uma aluna bem aplicada, interessada e estudiosa – características que foram importantes para o meu próximo desafio). Colei no orientador e cai na pesquisa para ganhar o tempo perdido e construir uma boa pesquisa.
Quando o projeto ficou pronto, o meu orientador propôs que submetêssemos à banca de qualificação com a solicitação de mudança de nível para doutorado, considerando a complexidade do trabalho e uma experiência semelhante vivenciada por uma colega de faculdade na USP.
Topei! Para mim era importante acelerar a formação, significava um aumento no salário e a possibilidade de alguns trabalhos externos – já que estava limitada apenas com a graduação.Submetemos o trabalho à banca qualificadora, que foi composta por 3 doutores, sendo 1 externo à instituição, de elevada formação técnica e fui exaustivamente sabatinada.
Em seguida, meu orientador pleiteou a mudança de nível que foi aprovada. Daí seguiu para os trâmites burocráticos internos, que é o de aprovação nos colegiados. O acréscimo de tempo era apenas a complementação para o doutorado, ou seja, de 24 meses para 36, e o atraso no prazo significaria a perda do privilegio. E assim fiz, com 40 meses tinha defendido meu trabalho.
Para mim, a grande vantagem foi o encurtamento do prazo, o que abriria novas possibilidades – passei de professora auxiliar para adjunto, mudança salarial, possibilidade de dar aulas nas especializações, pedir dedicação exclusiva, respeitabilidade no meio acadêmico – em tempo mais encurtado.
Mas, aponto algumas desvantagens: não tenho o título de mestre, a exigência foi muito, muito maior que os outros alunos. Quem defende a dissertação tem uma experiência anterior de todo o processo – o que não vivenciei.
Vale salientar que não tive bolsa, (não sei como anda a legislação hoje) mas na época, tive notícias que os bolsista faziam a mudança de valores e tinha apenas o acréscimo de 24 para 36 meses.
gostaria de saber em quais universidades(brasil, ou fora do país) são ofertados cursos de doutorado direto na área de desenvolvimento econômico, ou desenvolvimento regional, ou planejamento e políticas públicas.
grato pela atenção, aguardo retorno.
Obrigado pelo post! precisava!
Olá Boa noite!
Quais as universidades que apresentam este tipo de doutorado direto na área de odontologia??
Tenho interesse em acelerar, estando ciente de toda dedicação e árdua vontade de trabalhar.
Att
Quais as instituições( públicas ou privadas( no país que oferece doutorado direto em Educação ou no Direito Educacional ? Preferência em São Paulo.
Hercilene
Gostaria de saber quais são essas universidades que ofertam o doutorado direto.
Desejo saber se no Brasil existem universidades que ofertam cursos de doutorado direto e quais são elas.
O MEC preconiza que qualquer programa de pós graduação com conceito maior que 5 (verificar o conceito do programa na plataforma sucupira) poderá abrir edital de doutorado onde se incluam vagas para eventuais alunos advindos diretamente da graduação. Pelo meu conhecimento, qualquer programa de conceito 6 ou 7 oferta o doutorado direto (pelo menos tenho certeza para todas as Ciências biológicas, 1, 2 e 3).