O “plain english” é uma destas estratégias para que a versão em inglês de seu artigo seja compreendida por gregos e troianos, aumentando as chances de aprovação.
A produção intelectual é um dos principais gargalos para avaliação dos cursos de pós-graduação pela CAPES. Os subcritérios com maior peso são: (i) número de publicações qualificadas do programa, especialmente o equivalente A1; (ii) qualidade e visibilidade da produção, que representam 70% da pontuação total do item produção intelectual.
A meta para internacionalização dos Programas de Pós-graduação gera pressão sobre os pós-graduandos. Para intensificar a publicação de artigos na língua inglesa, sem que haja aumento desta pressão para internacionalização, é preciso criar cultura estratégica de elaboração da versão inglês da escrita científica.
Em língua inglesa, tanto para textos corriqueiros como para textos formais, existe uma tendência que vem se tornando cada vez mais forte e afeta hoje em dia os escritores de artigos científicos. Essa tendência é chamada de “plain english” que significa “inglês simples”.
Produzir textos em “plain english” não significa empobrecer a informação a ser dada, muito menos deixar de fornecer dados que sejam importantes, mas sim, reduzir sentenças de modo que passem a informação necessária e não complique o entendimento do leitor.
Keep your sentences short! (Mantenha suas sentenças curtas!). O comprimento de um parágrafo neste tipo de escrita deve conter entre 15 e 20 palavras.
Pratique o “plain english”
- Parágrafo em Português:
“A determinação de propriedades mecânicas de ligas metálicas contendo manganês foi realizada com o uso de testes de curva de tensão-deformação.”
- Tradução direta para o Inglês:
“The determination of the mechanical properties of alloys containing manganese was carried out using the stress-strain tests.”
- Retirando excessos:
“Mechanical properties of alloys containing manganese were evaluated using the stress-strain tests.”
- Simplificando a linguagem:
“Mechanical properties of Mn-containing alloys were evaluated via stress-strain analyses.”
- Simplificando mais ainda:
“Manganese alloys mechanical properties were evaluated by stress-strain analyses.”
Como melhorar a versão inglês de seu artigo
Textos em Português são ricos em detalhes e muitas vezes carregados de palavras e expressões para definir ou transmitir um mesmo conceito ou resultado. Algumas técnicas são importantes para que se faça uma tradução ou revisão de maneira clara e objetiva. Veja abaixo, sete dicas, que podem auxiliar na internacionalização do seu trabalho.
1° Dica
Use conectivos para as frases dentro de um parágrafo, como: Nevertheless (Não obstante), Nonetheless (Todavia), Thus (Assim), Therefore (Portanto), Hence (Por isso), However (Porém), In addition (Além), Moreover (Além disso), Yet (Ainda), Although (Embora). Mas não exagere, pois pode causar uma má impressão ao leitor. Use também conectivos como: not only
2° Dica
Longas cadeias de “of the” são uma construção “aportuguesada”. Portanto, evite na mesma frase o uso de muitos “of the”(s), eles delatam a falta de habilidade com a Língua Inglesa. Ex: “The manager deals with the customers of the department of the store”. Trocar por: “The manager deals with the customers of the store department”.
3° Dica
Inversão na ordem de substantivos e modificadores do substantivo. É errado escrever “It involves the procedure requested”; o correto seria “It involves the requested procedure”. Já os advérbios de modo, como “efficiently”, vêm no final. Exemplo: “It modifies the requested procedure efficiently”.
4° Dica
Logo após advérbio, no início de uma frase, deve-se usar vírgula. Exemplo: “Thus, this might be damaged in few minutes”.
5° Dica
Uso de vírgulas em enumerações antes do “and”. Exemplo: “A scientific paper should have: a Title, Abstract, Introduction, Materials and Methods, Results, and Discussion”.
6° Dica
O título deve ser feito com o menor número de palavras possíveis que descrevem eficazmente o conteúdo do artigo. Evite o uso de expressões como: “A study of…”; “Investigations of…”; and “Observations on…”. Se o estudo for relacionado a uma determinada espécie, identifique-a no título. Se as interferências mencionadas no artigo são de uma determinada região, indique essa região no texto. Exemplo: “Insecticide resistance in houseflies from the Middle East and North Africa with notes on the use of various bioassay techniques”.
7° Dica
Pratique a sintetização do seu texto elaborando “highlights”, além de serem obrigatórios no ato da submissão em algumas revistas, exercita a habilidade de focar nas informações de maior interesse para o leitor. Os “highlights” consistem de uma pequena coleção de palavras que transmitem os resultados principais do artigo. Exemplo: “We model four hospitals which have regulated prices and compete on treatment”
Texto enviado por STTA – Serviço Técnico de Tradução
Eita ajuda! Obrigada pelo apoio…..rs
Muito boa dica!
Utilidade pública! :v o/
Muito bom! Dicas que chegaram na hora certa ???
Em geral as dicas são muito boas.
Mas discordo das frases serm muito curtas. Ao menos em se tratando de artigos acadêmicos.
Na minha opinião, desta forma o texto fica super chato de ler. Principalmente porque, sendo escrito por nao-nativo de inglês, o texto fica muitas vezes simplório e beirando ao infantil. O que os torna incompatíveis com journals de alto fator de impacto, ou A1, na classificação nacional Qualis.
Em dois cursos que fiz sobre o tema, a dica era intercalar frases grandes (nao exageradamente grandes) e pequenas (e nao excessivamente curtas). Segundo os professoes, isso é confortável ao leitor. E eu concordo com eles.
Analisando artigos cientificos escritos por nativos, da minha área e outras afins (engenharias civil e química e ecologia industial), eu percebi que:
-No abstract, na introducao, metodos, discussoes e conclusao: eles intercalavam frases de 20 e poucas palavras com uma de 30 e pouco. As vezes chegando até a 50 palavras. Tendo predominancia de 23 palavras, aproximanamete.
– Nos resultados, aí sim as frases sao bem pequenas.De 15 a 20 palavras.
O mais importante é que a mensagem seja passada objetivamente com frases claras e precisas. Evitando a redudância.
Artigos acadêmicos internacionais, escritos em inglês, são muito objetivos.
Eles são o oposto dos textos verborrágicos, os quais são muito comuns no Brasil.
Además, por experiência própria, vos aconselharia a tomar cuidado com o tipo de inglês. Inglês americano e inglês britânico tem muito mais diferenças do que lift e elevator, labor e labour, aluminum e aluminium, analyse and analyze. Há uma infinidade de variações no significado, na grafia e até no estilo de escrita.
Enfim, é um trabalho difícil para nós, não nativos, e que requer muita revisão. Revisão do autor e de outras pessoas.
Abs a todos.
Karina, o “plain english” é uma tendência relativamente nova lá fora, por isso você não iria mesmo encontrar muitos artigos utilizando a técnica.
Além disso, sempre temos um pouco de resistência à mudança, a adaptar algo que já tomamos como certo. É natural do ser humano.
E por fim, estilo de redação é algo muito pessoal, use apenas o que for do seu agrado.
Eu, particularmente, prefiro frases curtas e diretas.
Com a enxurrada de informações que recebemos hoje, ninguém mais tem tempo para ler textos rebuscados, cheios de voltas.
Na verdade o texto lança algumas dicas para reduzirmos nossa tendencia, como você mesmo disse, verborrágica de escrever. Evitar palavras desnecessárias já reduz bastante o número de palavras por período.
O Plain English vem sendo implementado a pouco tempo e começou na área de Direito, onde os textos são mais complexos e cheios de jargões. Na minha opinião, isso deveria ser aplicado ao português também. Somado a isso eu observo a grande dificuldade de nós brasileiros em compor textos. Trabalho com traduções a mais de 10 anos, e observo uma falta de habilidade de graduandos, de algumas áreas em específico, em conseguir passar sua mensagem.
Muito bom!!! ????????
Sim, verdade que tem a nossa prefencia pessoal, Camila.
Exatamente, textos rebuscados sao chatos.
Como eu disse antes…existem as tecnicas ter melhor velocidade de leitura, para torná-la mais agradável.
Como eu disse antes…os editores exigem artigos objetivos e precisos, evitando frases vazias e redundâncias.
O equilibrio facilita a leitura.
Devemos usar o que a cada técnica tem de melhor e adaptar para o que funciona melhor pra gente.
Lembrando que devemos entregar artigos ao nível que os editores esperam, se quisermos publicar em revistas de alto fator impacto.
Olá pessoal,
Concordo que devemos melhorar a nossa escrita. O texto nos dá importantes dicas e a escrita todos sabemos que é algo pessoal… temos de saber “vender o nosso peixe”. No entanto, não basta escrevermos bonito para aumentarmos o nível de nossas publicações … por mais difícil que seja devemos melhorar a qualidade de nossos trabalhos…isso é complicado pelos poucos recursos que temos …mas, acho que uma alternativa poderia ser: termos um projeto enorme, o qual não tenhamos pressa em publicar … o que no final nos levará a resultados fantásticos; Ao mesmo tempo, devemos ter trabalhos mais rápidos e que possam nos manter dentro desta louca pressão por publicações.
E, por fim, façamos colaborações entre grupos de pesquisa … a pesquisa deve ser o NÓS, não mais o MEU!
Abraços e uma ótima semana para todos!
Olá!
Excelente postagem, depois de muito procurar achei este artigo. Me ajudou imensamente em solucionar algumas dúvidas.
Obrigado e parabéns!