No post Pós-graduação no exterior: com todos os incentivos, a hora é agora foi sugerida uma publicação com relatos das experiências de pessoas que estão nesse momento no exterior, pedi para alguns amigos que o fizessem e estes prontamente me atenderam, segue o que disse cada um deles:

Aline Ribeiro Passos (doutoranda em química)
“Estou amando minha experiência no exterior! Faço doutorado em co-tutela entre a UNESP (Araraquara) e a Université Paris Sud (Orsay) da França. O momento é de incentivo para ir ao exterior, tem muita oferta de bolsa da Capes, CNPq, FAPESP,… considero fácil conseguir uma bolsa.

Quanto a estadia, a melhor opção é procurar moradias estudantis, a burocracia é muito menor e conviver com estudantes ajuda muito a adaptação. Como pontos positivos vejo um crescimento profissional, pessoal e cultural. 

Dica para quem pretende vir: APRENDA O IDIOMA, faz toda a diferença e facilita muito a adaptação, o trabalho e a vida social. Conheço gente que veio sem saber francês e fala inglês, mas sempre vão acabar falando o idioma da maioria. Mesmo no laboratório, tem muito estrangeiro que não fala francês, no começo o pessoal fala: vamos falar inglês por causa do fulano, mas passa um pouco e o povo está tudo falando francês e a pessoa boia. Por isso acho que quando você fala a língua do país de destino facilita a sua vida.”

Felipe de Almeida La Porta (doutorando em química)
“Sou licenciado em Química pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) e faço Doutorado em Química no Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (UNESP) com um período de estágio na Universitat Jaume I na Espanha.

Quanto à bolsa, o grupo ao qual faço parte tem um convênio de colaboração com o grupo da Espanha e minha bolsa faz parte deste convênio da CAPES Brasil-Espanha. No entanto, durante o inicio do meu período de estágio no exterior, tive problemas para receber as primeiras mensalidades pois passei por um período de transição onde todos os alunos que estavam no exterior foram mudados de programa (agora faço parte do programa Ciência Sem Fronteira), o que acabou atrasando as primeiras mensalidades de alguns alunos (como no meu caso). Por isso, é importante aos estudantes que estão para viajar, fazer uma reservar financeira para qualquer imprevisto ou eventualidades que possam ocorrer.

Na minha humilde opinião, acredito que todos deveriam fazer um estágio internacional pois os ganhos são incríveis e não apenas no aspecto acadêmico. Uma dica importante, é buscar algo que realmente complemente o seu trabalho isso facilita na hora da escolha do grupo para fazer o estágio, pois os laboratórios brasileiros hoje estão no mesmo níveis dos laboratórios aqui, e também aproveitar para conhecer a cultura e tradições locais.”

Juliana Brito (mestranda em química)
“Sou formada em Química pela Universidade Federal de Lavras, e curso o Mestrado em Química pela UNESP-Araraquara. Atualmente faço parte da minha pesquisa de mestrado nos EUA. É cada vez mais comum alunos de doutorado, mestrado e graduação saírem para fazer alguns meses de pesquisa em outros países. Então o meu conselho para quem tem vontade de passar por essa experiência é: tente sim, mas planeje tudo com antecedência.

Pelo menos para os EUA (que foi o meu caso), a burocracia para um visto de estudante é muito grande. Fora a papelada do órgão que vai conceder a bolsa, você precisa ter o famoso documento DS2019, que tem que ser expedido pela universidade onde você fará o intercâmbio, e tem que ser o original, isso já demanda um tempo, que você não sabe qual será.

Depois tem o agendamento da entrevista para o visto, que também demora algo considerável para quem está com o prazo apertado, e pedir a urgência de entrevista às vezes não muda muita coisa. E você ainda tem que esperar o consulado americano te enviar o passaporte com o visto pelo correio, existe a opção de retirar o passaporte no próprio local, mas ainda assim, o visto demora em torno de 10 dias para ficar pronto. O melhor mesmo, para não se estressar mais do que o normal, é garantir uns meses de intervalo entre a data da aprovação da bolsa, e a data da sua viagem. E boa sorte!”

Espero que o post ajude ou até mesmo incentive as pessoas a se decidirem por uma experiência internacional. Se surgir alguma dúvida é só perguntar.