Tenho acompanhado alguns blogs sobre Educação a Distância

[ou EaD, para os íntimos], assim como as discussões dos leitores destes blogs e, como todo bom pós-graduando que se preze, comecei a elaborar minhas teorias.

A primeira delas é a de que Educação a Distância não é para qualquer um. Pessoas diferentes possuem necessidades diferentes e aprendem de forma diferente. E para se dar bem na Educação a distância é preciso um nível de disciplina e organização que muitos alunos, seja por imaturidade, criação ou características pessoais, ainda não desenvolveram.

Aí surgem notícias como “Curso a distância da USP tem 40% dos alunos eliminados”. Uma parte destes alunos com certeza embarcou nessa com a ideia ilusória de que “Educação a Distância é fácil”. Outra parte provavelmente não consegue ainda organizar sua vida sem ter compromissos formais como responder à chamada de presença, prova escrita com dia marcado, etc.

Mas aí entra outro ponto de vista interessante: da mesma forma que um professor de educação presencial precisa quebrar a cabeça em como manter a atenção da sala ou em como despertar o interesse do aluno para a disciplina ou para o curso, os profissionais da Educação a Distância precisam se questionar em como não só despertar o interesse do aluno pelo curso, mas também a criar essa disciplina necessária para a conclusão do mesmo.

Afinal, disciplina é algo que também se aprende (quem pratica ou já praticou alguma arte marcial com certeza sabe disso), e educação é mais do que apenas transmitir informações. É formar profissionais.

E existe ainda a questão da seriedade da Instituição. Minha primeira experiência com Educação a Distância foi bastante traumática. Matriculei-me em um curso de pós-graduação a distância da UniSEB. Para quem não conhece, UniSEB é uma ramificação das Faculdades COC, o que, do meu ponto de vista, dava certa credibilidade ao curso.

Foi então que percebi que nome não é tudo. A desorganização do curso é simplesmente impressionante. Para se matricular é necessário apenas pagar o primeiro boleto. Não havia enviado nenhum documento, como o diploma de graduação (que do meu ponto de vista era algo importante para um curso de pós-graduação) e já estava no terceiro mês de aula. E pior, as aulas começaram sem nenhum aviso sobre a formação de turma.

Mas como sou brasileiro e não desisto nunca, comecei a fazer o mesmo curso por outra instituição e a experiência tem sido muito positiva. Na qualidade de aluno que já passou bons e maus bocados com Educação a Distância, gostaria de deixar algumas sugestões:

1. Antes de se matricular, procure conversar com alguém que já fez algum curso a distância na mesma instituição. Aprendi a duras penas que nome não é tudo.

2. Leia com atenção o contrato. Existem muitas pegadinhas e informações discrepantes entre o que está escrito no site (propaganda) e o que está escrito no contrato (o que vale de verdade).

3. Só se matricule se realmente tiver tempo sobrando. Se a sua vida estiver corrida, suas atribuições do dia-a-dia irão atropelar o seu curso a distância.

4. Disciplina é liberdade. Sério: ou você se organiza para fazer o curso ou com certeza você não irá concluí-lo.

5. Se você acha que Educação a Distância é mais fácil que a presencial, pode tirar o cavalinho da chuva. E se realmente for, cuidado, provavelmente você não está em uma instituição séria.