Se no mundo corporativo a produtividade pessoal encabeça a lista de habilidades a serem desenvolvidas, na academia esse assunto é muito pouco discutido.

E não estou falando da quantidade de publicações científicas.

Estou falando do seu tempo, da procrastinação, da ansiedade, dos prazos apertados, da Síndrome de Burnout, da fobia social, dos surtos de choro e raiva, das noites sem dormir e de todas as mazelas psicológicas e fisiológicas que acompanham a estressante rotina de quem decide fazer uma pós-graduação.

 

Opa! Você continua lendo? Que ótimo. Então vamos em frente.

Dentre as inúmeras técnicas para otimização da produtividade com equilíbrio de vida, vou compartilhar neste artigo uma que considero importante para impulsionar seus resultados de forma imediata.

Ela é especialmente útil quando você está fora da situação de desespero e vai te ajudar a não entrar nela.

Um dos maiores inimigos da produtividade é a falta de foco naquelas tarefas que irão nos levar na direção do que queremos para nossas vidas.

E faz todo o sentido que tenhamos dificuldade de manter nosso foco, pois vivemos na acelerada era da informação e somos continuamente bombardeados por notícias e mensagens que chegam <del “>a cavalo no WhatsApp.

Em outras palavras, você decidiu que iria fazer x, y e z e, quando percebe, já é quase meio dia e ainda não fez quase nada do que se propôs.

Quando chega o final do dia, está cansado de tanto correr (ou não) e sente que o dia não rendeu.

Nesta hora, oprimido pelo peso do da culpa e sentimento de incompetência, você promete que no dia seguinte vai ser diferente. Só que não.

No dia seguinte, e nos outros, tudo se repete. Não vai ter jeito, as tarefas terão que sair a fórceps mais tarde, quando elas tiverem recebido o carimbo vermelho de “urgente urgentíssimo”.

Bem, se serve de consolo, esse é um comportamento natural já comprovado pela ciência. E tem diversas formas de solucionar.

A primeira é mais comum, amplamente usada pelos nossos pais, orientadores e chefes: a chibata.

Dentre as outras, vou te ensinar uma que pode ajudar a fazer as coisas de forma mais fácil, rápida e com menos esforço.

E vai ter até passo a passo.

produtividade

Passo-a-passo para aumentar sua produtividade pessoal na pós-graduação

 

1º Passo: no domingo a noite, faça um download de todas as tarefas que estão na sua cabeça para uma folha de papel

Coloque tudo mesmo, de digitar os dados da sua pesquisa a lavar o cachorro, passando por consertar a torneira da kitnet.

Quando terminar você perceberá que sua cabeça está muito mais leve.

Você acabou de cessar o Efeito Zeigarnik, que estava consumindo parte da sua capacidade cognitiva e comprometendo seu raciocínio e clareza.

2º Passo: faça uma nova lista com as tarefas que você se compromete fazer ao longo da semana

Pegue uma folha de papel nova. A partir da lista anterior, faça uma nova lista com as tarefas que você se compromete fazer ao longo da semana.

Não se preocupe em distribuir nos dias da semana, pois vou te ensinar um jeito diferente de organizar sua agenda semanal.

É comum no início subestimarmos ou superestimarmos nossa capacidade de realização.

Não se preocupe com isso, pois com a prática nossas estimativas se tornam cada vez melhores. Quando terminar, pegue a primeira lista, aquela do download, e tire da sua frente, pois seu foco a partir de agora é no que você escolheu fazer ao longo da semana.

3º Passo: sempre no final do dia (ou noite) anterior, escolha de três a cinco tarefas da lista semanal para fazer no dia seguinte

A quantidade de tarefas pode variar dependendo de quanto tempo cada tarefa irá ocupar.

No dia seguinte, quando acordar, não repense o que vai fazer. Simplesmente entre em ação e faça.

4º Passo: no final do dia, antes de escolher as tarefas para o próximo dia, se faça duas perguntas de melhoria contínua

1. Se algo não deu certo: o que eu poderia ter feito de diferente que teria trazido melhores resultados? O que farei da próxima vez que uma situação semelhante acontecer?

2. Se tudo deu certo: o que eu fiz de certo que devo continuar fazendo?

produtividade

Por que este método funciona melhor que as arcaicas agendas?

Porque leva em conta a imprevisibilidade da vida moderna.

Imagine que você programou cada tarefa em dias e horários específicos e recebe a notícia que o edital para pedir recursos encerra na quarta-feira.

Ou, ainda, seu orientador recebeu pesquisadores do exterior e resolveu colocar você para ciceronear os “gringos”.

Seu planejamento detalhado para a semana se torna uma fonte de frustração e tem grande chance de ser abandonado.

Outra dúvida comum é sobre o que fazer quando não conseguimos cumprir todas as tarefas escolhidas para o dia.

Devo trabalhar noite adentro?

A menos que você esteja salvando vidas num desastre, a resposta é não.

Vários estudos provam que a produtividade é significativamente reduzida quando não descansamos o suficiente.

Pegue a tarefa não executada e volte ela para a lista semanal para ser alocada em outro dia.

E quando chegar o final de semana, o que eu faço?

Esse é o momento de avaliar como foi sua performance e o que pode fazer para melhorar ainda mais. Pode usar as mesmas perguntas de melhoria contínua, agora aplicadas à semana inteira.

Ainda, se sobrou alguma tarefa semanal sem executar, não se autoflagele. O aprendizado é parte mais importante da produtividade pessoal. Essas tarefas pendentes podem fazer parte da sua próxima lista de download.

A propósito, essa será sua tarefa de domingo. Volte ao primeiro passo e repita o processo.

Se você gostou, compartilhe com seus amigos. Tenho certeza que eles ficarão felizes por você ter se lembrado deles.

Não deixe de colocar nos seus comentários quais são seus desafios e dificuldades, pois assim posso elaborar outros conteúdos para te ajudar ainda mais.

Jaime Figueiredo é biólogo, mestre em Ecologia, doutorando em Biotecnologia/UFMT, empreendedor e coach de produtividade e alta performance.