Que o pós-graduando é um ser extraterrestre todos nós já sabemos, agora precisamos desvendar um pouco deste mundo estranho que é a Pós-Graduação. O que vem a seguir é fruto de uma conversa que tive algum tempo atrás em um bar.

Um colega que está prestes a se formar em engenharia, por uma universidade particular aqui do estado de São Paulo, chegou para mim e perguntou o que eu fazia, eu respondi que fazia doutorado. Ele então me perguntou quanto eu pagava para fazer o doutorado, eu respondi que não pagava e que na realidade eu ganhava uma bolsa. Nesse momento ele achou tudo muito estranho e bonito “ganhar para estudar, que beleza hein”.

Que o Brasil é um país com uma educação falha, que precisa avançar muito, não é novidade. Que as pessoas, em geral, nunca tiveram contato com o meio acadêmico e não possuam a menor ideia do que é uma Pós-Graduação eu até entendo, mas quando isso ocorre com uma pessoa prestes a obter um diploma de curso superior, isso me causa uma estranheza que é até difícil de explicar.

Segue então algumas definições segundo a CAPES:

No Brasil há dois tipos de pós-graduação:

1- Lato sensu (conhecida como especialização ou MBA), como o próprio nome diz, designa todo e qualquer curso que se segue à graduação. Normalmente os cursos de especialização e aperfeiçoamento têm objetivo técnico profissional específico sem abranger o campo total do saber em que se insere a especialidade. São cursos destinados ao treinamento nas partes de que se compõe um ramo profissional ou científico. Sua meta é o domínio científico e técnico de uma certa e limitada área do saber ou da profissão, para formar o profissional especializado.

2- Stricto sensu (que abrange os cursos de mestrado e doutorado).  A pós-graduação stricto sensu é o ciclo de cursos regulares em segmento à graduação, sistematicamente organizados, visando desenvolver e aprofundar a formação adquirida no âmbito da graduação e conduzindo à obtenção de grau acadêmico. Ela se subdivide em dois ciclos: mestrado e doutorado. Ambas compreendem a definição de pós-graduação stricto sensu, com a diferença no grau de profundidade dedicado ao estudo do objeto de pesquisa. Embora representem um escalonamento na pós-graduação, esses cursos podem ser considerados relativamente autônomos. Isto é, o mestrado não constitui obrigatoriamente requisito prévio para inscrição em um curso de doutorado.

A pós-graduação stricto sensu confere grau acadêmico, e a especialização concede certificado. A Capes lida, exclusivamente, com pós-graduação stricto sensu.

Cabe ressaltar aqui que os cursos latu sensu oferecidos por instituições públicas e privadas em sua maioria são pagos, com valores que variam de lugar para lugar.

Já os cursos de mestrado e doutorado (stricto sensu) podem ser pagos quando realizados em faculdades particulares (existe casos em que se consegue bolsa, sendo necessário buscar informações na instituição de interesse), e podem ser gratuitos quando oferecidos em universidades públicas (federais e estaduais).

No caso das universidades públicas é possível conseguir uma bolsa junto aos órgãos de fomento a pesquisa, o valor da bolsa de mestrado hoje é de R$ 1.500,00 e a de doutorado R$ 2.200,00 por mês. A contemplação com a bolsa depende de alguns fatores, como a disponibilidade de bolsas no programa de pós-graduação e a colocação no processo seletivo (cada programa possui sua própria forma de ingresso e avaliação).

Outra possibilidade é com um professor que tenha alguma bolsa de projeto que ele tenha aprovado, e que pode repassar aos seus alunos. Nesse caso mesmo ficando mal colocado no processo seletivo é possível conseguir uma bolsa.

PS: este era para ser um texto de humor que acabou ficando sério.