A democratização do acesso ao ensino superior e o investimento em educação feitos pelo Governo Federal nos últimos 12 anos têm garantido melhorias na Universidade brasileira, na formação inicial e na pós-graduação. Ano após ano, muitos estudantes saem do país rumo a cursos, congressos e pesquisas no exterior. Muitos de nós somos os primeiros da família a voar, a visitar outro país. E daí vem o problema: o que fazer?

Passaporte, visto, seguro, diária, comprovação de gastos, Travel Money, hostel, língua, vacinas, alimentação, costumes, câmera fotográfica, GPS, bagagem no avião, solidão… é muita novidade de uma vez só! Por viver essas etapas no escuro e ser salvo pela ajuda de amigos que viveram o mesmo que eu e me ofereceram suas experiências, ofereço a vocês as minhas.

Serão quatro postagens, nas quais apresentarei o que descobri, o que foi útil e o que nem tanto… No segundo texto, falarei sobre visto, hospedagem, alimentação e saúde. No terceiro, trarei informações sobre a burocracia das agências de fomento referentes à liberação de recursos. No quarto, encerrarei com dicas para a viagem e para aproveitar ao máximo a estadia abroad. Hoje, começarei com o fundamental: passaporte e dinheiro.

PASSAPORTE

Para viajar ao exterior, a primeira necessidade é o Passaporte. Para tanto, visite o site da Polícia Federal, pois lá estão todas as informações necessárias. Você não precisa pagar a uma agência de turismo para fazer seu passaporte. Neste link há o passo a passo e a lista de documentos a serem providenciados.

Importante lembrar:

1. Leve TODOS os documentos listados, os originais. Vi uma senhora que não conseguiu fazer seu passaporte porque não levou a certidão de casamento. Se for casado, leve, mesmo que não tenha mudado o nome.

2. Pague a taxa de R$156,07, a ser emitida no site da Polícia Federal.

3. Fique atento: em muitos lugares, é preciso agendar data e horário para fazer o passaporte.

4. Faça com antecedência. Demora entre uma semana e 15 dias para ficar pronto.

5. Deixe a barba e/ou o cabelo no jeito. Sua foto será tirada na hora!

6. Verifique todas as letras, datas e informações ao retirar seu passaporte. Se houver algo errado e você deixar passar, pode ser barrado na hora do voo.

DINHEIRO

Uma coisa é certa: você sempre perde, em toda transação de compra e venda de moeda. Faça uma busca na internet para saber qual a moeda do país aonde você vai e veja qual a cotação do dia, em relação ao Real. Atenção: moeda ter valor menor não significa custo de vida mais baixo. Na Rússia, 15 Rublos valem aproximadamente 1 Real. Mas um café pode custar 200 Rublos.

Feita a cotação, procure uma casa de câmbio para fazer a troca. Nos lugares onde fui, eu poderia trocar Real por Euro ou Dólar. Chegando ao país de destino, fui a outra casa de câmbio, no aeroporto, e converti o Euro comprado no Brasil na moeda local. Nessa troca, você sempre paga impostos e o valor de venda sempre é menor que o de compra (você vende Reais/compra Euros).

Se você levar muito dinheiro ou circular por lugares que usam diferentes moedas, uma opção é fazer um cartão Travel Money. Você carrega o cartão em Euro ou Dólar e faz compras nas moedas locais, pagando apenas a conversão. É melhor que o cartão de crédito porque o valor é debitado na hora da compra, sem surpresas no fechamento da fatura. O problema é a taxa. Ao carregar seu Travel Money no Brasil, você paga 6,38% de juros, mesmo valor cobrado pelo cartão de crédito em cada transação no exterior.

Na conversão de moedas o imposto aqui é de 0,38%. Muito mais em conta! Se for levar pouco dinheiro (para ficar pouco tempo, como ir a um Congresso), é melhor levar em moeda, sai mais barato. Por outro lado, o cartão te dá segurança, por não precisar andar com dinheiro, embora seja 6% mais caro… é pesar prós e contras.

No exterior, você poderá sacar ou fazer pagamentos em débito com este cartão. Contudo, ao sacar, outra taxa será cobrada (uns dois Euros por saque!). Se optar pelo cartão, leve um montante de dinheiro vivo que te permita não realizar saques. Sobre como fazer cartões para viagem, você pode buscar seu banco – Brasil, Caixa, Itaú têm o serviço – ou uma casa de câmbio.

TUDO CERTO?

Ainda não. Para entrar em muitos países, é preciso ter permissão para isso: o visto. Geralmente, há um valor a ser pago e o tipo de visto varia de acordo com a duração, objetivo da viagem e país a ser visitado. Para todas as informações, visite o site do Ministério das Relações Exteriores.

Alguns países, como a maior parte da América Latina, Europa Ocidental e Rússia, não exigem visto para entrada de brasileiros para turismo ou permanência de até três meses. Busque a embaixada (em Brasília) ou um consulado (em grandes cidades) do país de destino para esclarecer dúvidas.

Para conferirem o visto de entrada, muitos países exigem seguro de saúde e comprovante de hospedagem no exterior, durante o tempo da viagem, além da data da volta (e a passagem comprada). Falarei sobre isso na próxima coluna!

 A todos, excelentes preparativos para uma boa viagem!