Muita gente se pergunta se tantos anos na faculdade garantem bom emprego e se vale a pena tal esforço. Porém, com a quantidade de informação disponível nos dias de hoje, seguir estritamente uma grade curricular não é suficiente. Conteúdo não falta, a demanda de estudos é alta e o tempo livre para dedicação é curto. Isto nos leva a viver em contínuo débito com os estudos, limitando gravemente a nossa criatividade. Torna-se fácil perder a conexão entre o que é aprendido e o que a sociedade necessita, ou ainda, onde todo aquele conhecimento adquirido se encaixaria no mercado.

Por que não inverter a lógica?

Em vez de nos perguntarmos: “- Quem vai me empregar?”, que tal perguntar: “- Quantas oportunidades eu posso criar sendo um empreendedor?” ou “Quantas pessoas eu poderia empregar se tivesse um negócio próprio?”. Por que não aproveitar todos os recursos que uma universidade oferece para pensar “fora da caixa” e se diferenciar?

Você já deve ter identificado vários problemas e pensado: “não tem jeito mais fácil de resolver isso?” ou “por que algo tão simples custa tão caro?”. Nem sempre é possível achar uma resposta pronta, mas é nessas horas que nós poderíamos criar a solução!

Com a internet fazendo um papel chave, fornecendo cursos gratuitos de qualidade, fóruns de discussão e, ainda, vasto material “open source“, hoje é possível arriscar-se por conta própria, ou no jargão, “DIY – Do it yourself” – Faça você mesmo!

Um dos exemplos de grande sucesso é o movimento DIYBio , que abraça a causa de tornar a biotecnologia acessível a todos, simplificando processos e reduzindo custos. Desta forma é possível educar e conscientizar a sociedade sobre os riscos e benefícios da biotecnologia.

Já pensou no impacto de formar um grupo – na própria universidade – com o objetivo de melhorar a formação da sociedade? Quantas vezes você tem a oportunidade de aprender na prática como desenvolver um produto ou como uma tecnologia funciona? E sobre gerenciamento de projetos? Já imaginou que custos reduzidos permitiriam o acesso universal, por exemplo, a um microscópio?

Ainda nessa linha, quem trabalha com pesquisa e desenvolvimento sabe do alto custo e demora para a importação de vários equipamentos básicos. Então, o que nos limita de construí-los?

Aqui em Groningen, a gente arriscou e deu o primeiro passo formando o DIYGroningen. Atualmente, estamos desenvolvendo uma máquina de PCR totalmente “aberta”, ou seja, qualquer pessoa interessada pode acessar o manual e fazer sua própria máquina, simplesmente para tornar o conhecimento mais acessível!

Imagine como seria benéfico para o ensino de ciências! “Fazer você mesmo” ensina como as ideias se desenvolvem e como driblar as dificuldades encontradas, assim, cada erro superado torna a próxima etapa mais gratificante. Desfaz-se o conceito de um aprendizado passivo, já que, ao estudar e ensinar conceitos básicos abrem-se caminhos para desenvolver qualquer coisa! A ideia é procurar aquele problema que nos interessa e tentar resolvê-lo.

Importante, não precisamos nos limitar a um laboratório! A internet está repleta de projetos prontos para quem quiser dar os primeiros passos e construir, por exemplo, sua própria impressora 3D , uma cortadora a laser, ou até mesmo um drone!

E ainda, tornar esses aparelhos disponíveis para outros usuários – como em um “FabLab“? Testa aí com tudo o que você precisa!

E aí, vai começar a fazer o que hoje?