Será possível conciliar a maternidade com os estudos e, ainda, obter êxito ao final do processo?

As mamães pós-graduadas afirmam que sim e ao compartilhar suas experiências nos fazem imaginar o enredo, no mínimo curioso, de suas histórias. Antes da descrição de nossas impressões, porém, é interessante salientar que, nesse universo, identificamos alguns perfis maternos dignos de denominação.

Por ora, conheçamos quatro: a “relax”, a atrapalhada, a confusa e, finalmente, a multitarefas. Vale a pena destacar que esses perfis, factualmente, se confundem. Referem-se mais aos momentos ou fases que as mamães pós-graduandas se encontram do que a um único estereótipo materno em si.

Pois bem, dito isso, apresento a vocês: a mamãe “relax”, aquela que aparentemente desencanada da relação inversamente proporcional – zilhões de atividades acadêmicas para fazer e prazo ínfimo para concluir – concentra-se nos estudos madrugada adentro acompanhada de um delicioso chá preto servido, não surpreendentemente, na caneca plástica do homem-aranha.

Não menos interessante, a mamãe atrapalhada se revela a nós mediante inúmeras peripécias. Dentre tantas, nos chama a atenção o dia em que o cansaço físico e mental, decorrente de uma longa jornada acadêmica, justificou o acidente doméstico promovido pela topada involuntária com o pé em um minimodelo automobilístico da “Hot Wheels” e a má sorte de, coincidentemente, estar carregando uma pilha de bibliografias no momento do imprevisto.

Um desastre, certamente! Passagens cômicas, como a seguir, revelam os enganos involuntários da mamãe confusa, que quando indagada, pelo orientador, a respeito do “ppt” de seu projeto, retira, inesperadamente, uma chupeta de sua bolsa ao invés do “pen drive” com o respectivo arquivo, devidamente, salvo.

E por último, mas, não menos importante, a mamãe multi-tarefas, que além de executar, com eficiência, as obrigações administrativas e econômicas da família, realiza as revisões bibliográficas de sua dissertação (ou tese) permitindo interrupções para assistir o Pequeno Príncipe, jogar dominó ou modelar minhocas de massinha lavável.

Diante disso, quiçá, o conhecimento do cenário “materno-acadêmico” semeie a dúvida nas entranhas dos colegas – meros mortais excluídos do contexto, entretanto, igualmente sofríveis – quanto à viabilidade da combinação bem sucedida: maternidade e pós-graduação.

No entanto, para o espanto dos incrédulos, os resultados de tais histórias acadêmicas ímpares surtem efeitos positivos, desejáveis. Estudiosos acerca do tema concluem que a maternidade aliada à pós-graduação é totalmente possível.

Os autores, ainda, hipotetizam que mamães pós-graduandas associam qualquer tempo livre a hora potencial de estudo, são incrivelmente determinadas e quando se trata da máxima “ou vai ou racha”, suas apostas são, majoritariamente, certeiras.

Além disso, esses curiosos seres – humanos, acreditem – detêm um trunfo particular que as fazem criar, inovar e driblar os obstáculos. Já ouviram falar do “pulo do gato”?

Pois então, essas personagens são mestras na arte de empreender e solucionar adversidades situacionais; e são capazes de exceder os limites e sair, quase sempre, de sua zona de conforto. Para tanto, se necessário, fazem malabares cuja técnica não se ensina, não se aprende em manual.

Tais artifícios fazem parte do autoconhecimento, um conhecimento intransferível adquirido com disciplina e esforço e que se manifesta mediante intuição e inspiração.

E sobre a procedência desta última, dispensaremos quaisquer palpites. Provem da prole, obviamente, indubitavelmente…