“O quê, já se passou um ano? Mas ainda não tenho quase nenhum resultado do meu projeto!” – se alguma frase parecida com essa já ressoou na sua mente, é porque você está alcançando a fase terminal de um primeiro ano na Pós-graduação. Foi uma longa jornada rápida que passou voando e você sequer entende o que aconteceu?

A boa notícia é que você não é o único – mas a má notícia é que isso tampouco resolve seus problemas. Assim, esse texto busca humildemente entender o que se passa nesse primeiro ano de mestrado ou doutorado, para tentar achar a melhor forma de aceitá-lo como ele é: um ano de expectativas altas, quedas bruscas e, por que não, reconciliações.

Pois bem, o primeiro ano sempre começa com a alegria por ter passado no processo seletivo e mistura o entusiasmo por ter um novo projeto em mãos com uma certa paz interior por achar que vai haver tempo suficiente para trabalhar. Afinal, se você mesmo em algum momento não disse ou pensou, certamente já ouviu alguém dizer “Eu vou fazer o mestrado em 1 ano!” – o que talvez seja um dos sintomas mais clássicos (e um tanto quanto absurdos) dessa primeira etapa.

Para o bem ou para o mal, essa fase vai embora assim que as atividades de primeiro ano de Pós dão as caras: disciplina aqui, seminário ali, semana científica da pós, outra disciplina, defesa de plano de projeto, mais umas 10 disciplinas, e por aí vai. Mesmo já desenvolvendo a tese em paralelo, no meio dessa correria inicial a mente acaba sempre ocupada com alguma atividade urgente e um prazo pra ontem, deixando o resto para depois.

Só que o “resto”, afinal, é o que essencialmente importa: sua tese. E no dia em que você se dá conta disso, desce uma avalanche de desespero que o persegue incessantemente, sem assolar nem deixar fugir. Socorro.

E aí, fazer o quê? Afinal, se você está fazendo Pós no mesmo lugar onde trabalhava antes, é bem provável que tenha passado esse seu primeiro ano concluindo tarefas do projeto anterior. Se resolveu fazer Pós num lugar diferente, gastou o primeiro ano aprendendo sobre o novo lugar, as novas técnicas e estudando o novo projeto.

Ou seja: não importa onde você esteja, esse seu primeiro ano dificilmente foi inteiramente dedicado ao que você se propôs a fazer pelos próximos 1 ano ou 3, e isso tende a assombrar de vez em quando. Mas agora que o primeiro ano passou, surtar não vai ajudar a recuperar o tempo perdido.

Então resta tentar enxergar o que este primeiro ano trouxe de produtivo e “tempo ganho”. Talvez uns tantos requisitos do programa de Pós que poderiam ter segurado sua defesa ou um período sanduíche já tenham sido riscados da sua lista de tarefas. Talvez você tenha conseguido finalizar projetos pendentes, que agora estão em vias de publicação e também vão contribuir para seu currículo.

Talvez você não tenha feito nada disso, mas passou esse ano pavimentando terreno para deslanchar nos próximos anos da Pós, seja aprendendo novas técnicas, adquirindo conhecimento sobre uma nova área de pesquisa ou reunindo materiais para o desenvolvimento do seu projeto. E, mesmo que um ano depois isso pareça pouca coisa, você sabe que importantes etapas foram concluídas.

Daqui pra frente, você poderá se concentrar na realização da sua tese com menos obstáculos e perturbações externas. Além disso, provavelmente sentirá mais confiança, envolvimento e eficiência no que está fazendo. E aí, apesar da sempre constante correria, haverá também uma sensação de produtividade.

Então, que venha o segundo ano da Pós!