O Índice H, ou H-Index em inglês, foi criado em 2005 pelo físico J.E. Hirsch, da University of California e é uma proposta para quantificar a produtividade e o impacto de cientistas baseando-se nos seus artigos mais citados. Em poucas palavras, o índice H é o número de artigos com citações maiores ou iguais a esse número.

Assim, um pesquisador com índice H = 5, tem 5 artigos que receberam 5 ou mais citações; um pesquisador com índice H = 30 é aquele que publicou 30 artigos científicos, sendo que cada um deles recebeu ao menos 30 citações em outros trabalhos. Trabalhos menos citados não seriam considerados. O índice pode ser aplicado também para estimar a produtividade e impacto de um grupo de cientistas, um departamento, um país, e assim por diante.

Apesar de ainda ter que provar seu valor e suplantar outras métricas tradicionais, como a enumeração do número de artigos, enumeração do número de citações e o impacto das revistas onde se publica, o índice H está ganhando cada vez mais adeptos.

Entretanto, como toda tentativa simplista de se categorizar ou classificar a produção de um pesquisador por um único número, o índice H está longe de ser perfeito e enfrenta várias críticas. Entre as críticas, além da usual de que não se pode caracterizar um pesquisador por um número, estão as diferenças entre áreas, diferenças de idades, etc.

O índice H tem problemas para avaliar a produção de cientistas mais seletivos em suas publicações ou então pesquisadores com baixa produção. Imagine um pesquisador que publicou 2 artigos, sendo um deles numa revista menos conhecida, que lhe rendeu apenas 1 citação, e o outro como primeiro autor numa revista prestigiosa, como a Nature, recebendo 238 citações. Este pesquisador, embora tenha sido muito citado por uma revista importante, terá um índice H de apenas 1, pois ele não tem 2 artigos com pelo menos 2 citações.

Para comparar investigadores com diferentes tempos de carreira, Hirsch utiliza o parâmetro m, que se obtém dividindo o índice H pelo número de anos a partir da publicação do primeiro artigo. Segundo o autor do índice, um pesquisador de Física pode ser considerado como sendo um caso de sucesso se conseguir um índice H de 20 ao fim de 20 anos de carreira (m=1). Conseguir um índice H de 40 (m=2) ao fim desse período de tempo só possível de ser alcançado por pesquisadores excelentes, enquanto índices superiores a 60 (m=3) só estão ao alcance de verdadeiros fenômenos.

Alguns autores sugerem que o índice H não seja adequado para aferir o desempenho de pesquisadores nas ciências sociais, visto que o número de citações nesta área geralmente é muito inferior ao de outras. O valor máximo do índice H encontrado entre todos os pesquisadores da área de Economia é apenas 50% do valor máximo mundial para a área da Física, por exemplo.

Por fim, o índice H pode ser utilizado para criar rankings de Universidades, sendo particularmente interessante em termos de evidenciar as diferenças entre Universidades produtivas e de baixo impacto e Universidades menos produtivas, mas com uma produção científica de maior impacto. A Universidade de São Paulo, por exemplo, produziu em 2004 mais que o triplo dos artigos produzidos pela Universidade Autónoma de Madrid. Contudo esta última possui um maior índice H.

Embora existam muitas ressalvas e críticas a respeito do índice, estas não invalidam sua aplicabilidade em muitas áreas. A seu favor, possui a simplicidade de cálculo e a tentativa de avaliar também a qualidade das publicações. Em épocas de vagas magras, de disputadas acirradas por financiamento para pesquisas e de “publicar ou perecer”, não se assuste se sua vida acadêmica for julgada por seu índice H.