O processo de seleção para o ingresso na pós-graduação está cada vez mais concorrido.

Com a maior exigência por especialização em um mercado de trabalho a cada dia mais disputado, o número de candidatos nos processos seletivos da pós-graduação só tem aumentado.

E é curioso ver como muita gente chega despreparada para essa etapa.

Por esse motivo, preparei um post para explicar como é a seleção na maioria dos programas de pós-graduação stricto sensu recomendados pela Capes e passar algumas dicas para quem pensa em candidatar-se.

Não vou entrar no mérito da eficiência de processo, nem das panelinhas e do protecionismo que existe aos “prata da casa”.

Esse assunto fica para outra oportunidade.

Conheça o programa

O primeiro passo é conhecer muito bem o programa de pós-graduação almejado.

Informe-se sobre as linhas de pesquisa, as oportunidades, a infraestrutura, o corpo docente, as disciplinas, ou seja, tenha uma visão do programa como um todo. Isso irá te ajudar bastante nas etapas seguintes.

Converse com o seu possível orientador

Sinceridade? Se um professor topar te orientar, já é meio caminho andado.

Por mais que em alguns programas seja a coordenação que distribui os orientadores, recomendo conversar com o professor da área desejada.

Principalmente se não fez a graduação na instituição.

E como será necessário apresentar um projeto ou anteprojeto de pesquisa, o professor pode te ajudar a elaborar algo dentro das linhas de pesquisa dele ou do programa, o que pode aumentar suas chances de ser aprovado.

Converse com os pós-graduandos

Os alunos que já estão matriculados no programa de pós-graduação podem te passar dicas valiosas sobre o processo seletivo, os pontos que são mais valorizados e como foi o processo nos anos anteriores.

Os pós-graduandos são os candidatos de ontem que foram aprovados.

Leve em conta as suas considerações.

Estude o edital

Após a publicação do edital, estude com muito cuidado todas as exigências e todas as etapas do processo seletivo.

Alguns candidatos ficam no meio do caminho por causa de erros bobos, que poderiam ser evitados com uma simples leitura cuidadosa do edital.

Tenha em mente tudo que deve ser feito e/ou apresentado.

Prova escrita

A prova escrita, com assuntos específicos relacionados à área de atuação do programa, é utilizada em alguns processos seletivos para o mestrado.

No doutorado é raro.

Descubra com os pós-graduandos do programa como foi a prova do ano anterior para ter uma noção do estilo da prova e do nível de exigência.

Estude a bibliografia recomendada.

Cuidado com os erros de português, eles depõem contra você.

Projeto

O projeto é como uma carta de intenções.

Por ele os professores avaliarão o seu conhecimento, sua capacidade de planejamento, o nível de domínio da redação científica e se a sua intenção se encaixa nas linhas de pesquisa do programa.

No doutorado isso assume uma importância ainda maior, levando-se em consideração também a originalidade da proposta e o grau de inovação.

Análise de currículo

A essa altura do campeonato, espero que você tenha feito estágios, participado de congressos, publicado resumos e artigos.

Bolsa de iniciação científica na graduação conta muito, pois neste caso o aluno já tem alguma experiência com pesquisa.

No edital provavelmente haverá uma tabela com a pontuação que cada item do seu currículo vale.

Artigos em periódicos científicos são muito bem pontuados.

Entrevista

As perguntas básicas: por quê decidiu fazer pós-graduação, qual área que gostaria de estudar, se você trabalha, e caso seja essa a sua situação, se conseguirá conciliar o trabalho e a pós-graduação.

Irão perguntar pormenores do seu projeto de pesquisa e do seu currículo, por isso, estude ambos.

E sejamos sinceros, na verdade, o que os professores da banca de entrevista querem mesmo saber é se você dará conta de concluir a pós-graduação dentro dos prazos estipulados pela Capes e se você será produtivo.

Exame de proficiência

Alguns programas de pós-graduação exigem na seleção que o candidato seja aprovado em um exame de proficiência em uma língua estrangeira, geralmente o inglês.

Bons conhecimentos na língua do exame ajudam, mas cuidado, o exame é recheado de termos técnicos.

A dica é pegar artigos publicados em periódicos científicos na área do programa e na língua que será cobrada, e traduzir.

Comece traduzindo um artigo por dia, e na semana anterior ao exame, traduza o maior número de artigos que conseguir.

Não fui aprovado. E agora?

Se você não estava preparado o suficiente para ser aprovado, não desanime.

A concorrência tem aumentado muito e nem toda seleção é totalmente justa.

Às vezes acontecem alguns absurdos.

Se for possível, converse com o seu orientador se existe a possibilidade de conduzir trabalhos para melhorar o seu currículo, dando atenção aos pontos fracos do mesmo, para que no processo seletivo do ano seguinte você esteja em melhores condições de disputar a vaga.