Escrever um trabalho acadêmico de conclusão de curso, seja uma tese ou uma dissertação, é ao mesmo tempo uma tarefa incrível e árdua.

Antes dos confetes e da bandeirada na linha de chegada haverá momentos de euforia, reflexão, desânimo e desespero, não necessariamente nesta ordem.

Por isso, fizemos uma lista com algumas dicas para quem está percorrendo este caminho:

1. NÃO PROCRASTINE

Parece mágica: é só sentar em frente ao computador para escrever nosso trabalho que qualquer coisa na internet ou na televisão se torna mais atraente e interessante. De vídeos de humor no YouTube a chamadas sobre a Nana Gouveia no site da Globo.

E é aí que mora o perigo: o tempo passa, o prazo final se aproxima, e aquilo que poderia ter sido escrito com calma e muito cuidado, acaba por ser escrito às pressas.

A dica aqui é uma só: disciplina. Organize seu tempo, estabeleça metas diárias, semanais e mensais, e se policie.

Está com bloqueio criativo? Fica encarando o cursor piscando na tela em branco?

Pare de pensar que seu trabalho necessita ser escrito de forma linear, ou seja, do começo ao fim.

Comece escrevendo qualquer parágrafo, trecho ou parte que lhe vier à cabeça naquele momento.

Você irá perceber que após começar, uma ideia vai puxando outra, e o texto irá fluir naturalmente.

2. NÃO SEJA PERDIDO

Uma frase repetida à exaustão em palestras motivacionais para empresários é “para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer lugar servirá“.

Pois esta ideia se aplica à elaboração do seu trabalho acadêmico também. Depois de todo o trabalho de coleta e análise dos dados, e com suas hipóteses e seus objetivos em mente, escreva suas conclusões.

As conclusões não devem ser a última parte a ser escrita. Devem ser a primeira. Assim, é possível planejar todo o texto para que ele conduza e prepare o leitor para as conclusões.

A definição das conclusões do trabalho também poderá auxiliá-lo na redação de todo o texto, principalmente, na discussão dos resultados.

3. NÃO ECONOMIZE NA LEITURA DE ARTIGOS

Em primeiro lugar, ler mais irá lhe auxiliar a escrever melhor. Você deve ouvir isso desde o ensino fundamental.

Acredite, é verdade. Além disso, ler vários artigos relacionados ao seu tema irá lhe proporcionar maior segurança na discussão de seus resultados e outras formas de observar seu problema de pesquisa.

Dominar o assunto sobre você está escrevendo e fundamental, por isso, não tenha preguiça de ler muitos artigos.

4. NÃO SUBESTIME A ABNT

Não existe nada mais chato que formatar um texto segundo as normas da ABNT. Evite deixar para fazer isso apenas após o término do trabalho, quando provavelmente estará cansado e sem muita paciência.

Aprenda as normas previamente e já escreva seu texto segundo elas, principalmente se você não utiliza um gerenciador de citações bibliográficas, como o EndNote, o Mendely ou o Zotero.

Descobrir os autores das citações que você não colocou a referência enquanto escrevia pode levar um bom tempo, o que torna a tarefa antiprodutiva.

5. NÃO ESPECULE

Evite generalidades, mas abuse dos dados. Generalidades são boas para conversa de mesa de bar. Cada afirmação do seu texto deve ser capaz de ser respaldada por dados, informações e interpretações encontradas em artigos e textos de outros autores ou na sua própria pesquisa.

Não importa o que – ou quem – você usa para embasar suas afirmações, nem que você referencie explicitamente cada afirmação, mas todas as afirmações precisam ser suportadas de alguma forma.

6. NÃO COLOQUE EM SEU TEXTO ALGO QUE NÃO SAIBA EXPLICAR

Se você que estudou aquele tema durante meses, “viveu” seu trabalho, e escreveu o texto, não compreende completamente o que algo significa, imagine quem está lendo seu trabalho. Existe, portanto, uma enorme possibilidade da banca perguntar sobre isso.

Se for algo imprescindível ao trabalho, trate de estudar e dominar aquele assunto. Caso contrário, não se complique à toa.

7. NÃO FAÇA UMA “COLCHA DE RETALHOS”

Escrever um trabalho acadêmico é mais do que apenas fornecer informações ou opiniões de outros autores.

Faça uma discussão sobre estas informações, relacione-as com os seus resultados, com os resultados de outros autores.

Demonstre que você domina o assunto e que consegue tornar o texto mais agradável, desenvolvendo um estilo próprio.

8. NÃO FIQUE COM APENAS DUAS OPINIÕES

Terminou de escrever seu trabalho? Depois de duas ou três leituras você e seu orientador provavelmente não conseguirão encontrar mais nenhum erro.

Parece que nós nos “acostumamos” com eles.

Por isso, peça para seus colegas de curso, seu vizinho, seu namorado, sua tia lerem seu trabalho também. Cada pessoa que ler seu trabalho terá uma visão diferente sobre ele, baseada em sua história de vida e em seus conhecimentos.

Tenho certeza que você irá se surpreender com o resultado desta dica.

9. NÃO CONFIE EM SEU COMPUTADOR

Tenha cópias do seu trabalho impressas, em seu e-mail, em HD externo e nas “nuvens” (Google Drive, Dropbox, etc). A lei de Murphy é implacável com a pós-graduação, portanto é melhor não arriscar.

Também não confie em sua impressora na véspera da entrega do trabalho. Se possível, termine e imprima seu trabalho com um dia de antecedência para evitar surpresas desagradáveis.

10. NÃO BRIGUE COM SEU ORIENTADOR

Seu orientador não responde seus e-mails, não atende suas chamadas, não lê seu texto e te bloqueou no Facebook.

É complicado, eu sei.

Mas conte até dez e evite discutir desnecessariamente com seu orientador, afinal, você depende dele. Na hora da defesa, ele pode comprar sua briga ou te jogar para os leões.

Pense nisso.

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Texto adaptado do original “10 coisas para não fazer na monografia”, de autoria de Ricardo Oliveira e disponível no DIVERSITÁ BLOG.