Já começou o corre-corre para a seleção de doutorado em muitos programas de pós-graduação.

Neste “salve-se quem puder” é essencial que o candidato possua foco e entendimento que o processo de seleção destina-se a categorização de candidatos sob olhar imparcial de docentes na perspectiva de elencar aqueles alunos que mais se aproximam ao perfil “ideal” de pós-graduando.

Em meio a tantas peculiaridades, apresento algumas dicas para uma boa seleção de doutorado:

1. Procure informações
Procure informações na Capes sobre o programa que você pretende ingressar.

Número e nome dos docentes, linhas de pesquisas, últimas publicações, pontos positivos, pontos negativos e o “rank” de classificação do programa segundo a Capes são informações que obtemos ao ler os cadernos de avaliações.

Nesta pesquisa podemos nos surpreender e encontrar programas de boa qualidade que são poucos divulgados.

2. Investigue
Estude atentamente todos os documentos que regem a seleção: edital de seleção, plano do curso, resoluções do colegiado e componente disciplinar são alguns documentos que merecem estudo aprofundado, pois estes documentos em suas linhas e entrelinhas mostram o perfil “ideal” do egresso.

É importante aguçar a autocrítica e perceber se este perfil de egresso é compatível com suas aspirações como pós-graduando e futuro profissional da educação.

3. Inove em seu projeto
Antes de automaticamente escolher um tema que seja a expansão de sua pesquisa de dissertação, tente refletir sobre uma nova pergunta.

Tudo bem que você queira aproveitar* seu banco de artigos de revisão da sua pesquisa na confecção de um novo projeto, mas reflita sobre a aplicabilidade dos resultados que você obteve.

Frente à conclusão de sua pesquisa, construa novas perguntas, ou seja, construa um raciocínio científico.

A banca perceberá isso e será muito positivo na sua avaliação. (*cuidado não cometer plágio e/ou autoplágio).

4. Assista defesas e qualificações
Assista defesas e qualificações no programa que você deseja ingressar.

A postura dos alunos do programa, a forma de apresentação, as metodologias de pesquisa que estão sendo desenvolvidas no programa e principalmente as considerações das bancas.

Com estas “visitinhas” você irá mostrar que possui interesse naquele programa além de poder “pescar” algumas dicas na construção do projeto.

5. Estude as linhas de pesquisa do programa
Normalmente, as questões que estarão na prova escrita são relacionadas com as linhas de pesquisa do programa e com suas últimas publicações.

Procure identificar as “cristas da onda” da grande área que o programa de pós-graduação faz parte.

6. Menos é mais
Durante a defesa oral do projeto lembre-se: menos é mais, faça uma breve introdução e utilize de 50 a 70% do tempo da apresentação para a explanação do delineamento metodológico de sua pesquisa.

Detalhe a importância dos modelos experimentais escolhidos, sempre referenciados (pela ABNT).

Não se esqueça de apresentar o cronograma, já o orçamento e a bibliografia são tópicos que devem constar no projeto, mas são facultativos na apresentação oral.

7. Seja sincero
Na entrevista, como em qualquer processo de seleção, são inaceitáveis posturas como mentiras, envaidecimento, candidatos babões e respostas que fogem ao tema.

A banca examinadora ao fazer um questionamento, avaliará não somente a resposta, mas a postura do candidato frente ao questionamento.

Haverá perguntas sobre: o delineamento metodológico do projeto, perspectivas científicas quanto a sua atuação como doutorando e algumas perguntas desconcertantes (Caso não haja bolsa para todos os alunos, você continuará com a mesma dedicação?; Você pretende engravidar?; O que você acha de fazer revisão sistemática?).

Mantenha-se sereno, você já está na última etapa do processo de seleção.

Para evitar atropelos, é  importante ensaiar com seu orientador e amigos de pesquisa uma mini banca do projeto e as respostas das perguntinhas embaraçosas.

Espero ter ajudado, sucesso a todos!